instagram
  • Home
  • Projetos Preceptora: Educação Católica
  • Cursos Educa-te
  • Login Educa-te

Salus in Caritate

 




Carta da professora


Ao longo da história cristã, a busca pela perfeição tem sido uma jornada inerente à realização plena da Vontade Divina. O material inicialmente produzido em 2017, ao longo de várias versões subsequentes, culminou nesta edição mais recente, cujo propósito é suscitar uma reflexão honesta sobre o cultivo interior à luz da perspectiva de ação e inação. Retomando a noção do "caminho do mais perfeito," concebida em 2015, são estendidas algumas ponderações.

A essência da perfeição cristã reside na conformidade absoluta com a Vontade de Deus. Na eventualidade de que tal Vontade permaneça desconhecida, incumbe ao cultivador empenhar-se em ações que melhor se alinhem aos desígnios divinos. Com o tempo, aquilo que é específico se revelará.

Frequentemente, pode-se cair na armadilha de fornecer respostas antes mesmo que Deus elabore a pergunta adequada. A imposição da obrigação de saber responder, sem sequer conhecer a natureza das indagações divinas, pode ser um fardo desnecessário.

É fundamental compreender que, ao iniciar qualquer empreendimento, Deus também o leva a termo. Caso Ele tenha iniciado uma comunicação através das circunstâncias e eventos da vida, completará esta interlocução.

Por conseguinte, não há razão para tormentos. É imprescindível buscar fazer o melhor, encontrar maneiras de infundir mais amor nas tarefas cotidianas, rezar com maior devoção e sinceridade, e dedicar-se em conhecer, amar e servir.


O imperador Marco Aurélio, em suas meditações, nos favorece com algumas luzes que, somadas à grande luz cristã, tomam novos ares e fazem deste nosso jardim, cultivado com esmero, mais propício à visita de Deus. Nossa vida, diz ele, deve ser vivida com o frescor do primeiro dia e a gravidade do último, vivendo cada dia conscientes da existência do caos, mas aplicando a unidade com o cosmos, que é ordem e providência.


Pois Deus está em cada um de nós, como reiteradamente nos lembrou Santa Teresa de Ávila, e nos protege. Portanto, cabe a nós, e melhor é, sermos retos do que retificados. Cabe-nos também, assim como ao imperador romano, aprender com os que nos cercam e elogiar as lições que cada um nos oferece, dedicando-nos à moderação do caráter em docilidade e gravidade. A isso chama-se cuidar de si, ou seja, em nossos termos, do próprio cultivo, e agradecer o processo.


Existe uma pesquisa feita pelo ....


Acesso livre: Rumo ao mais perfeito (aqui)



 

Índice 2019

Educação e Filosofia

  • Gotas de Tomismo (1-15)
  • Doutrina Cristã (1-10)
"The First Thanksgiving”. Jean Leon Gerome Ferris, 1915.




"Em um mundo como o nosso, faríamos bem se voltássemos à simples gratidão pelas coisas que tornam uma vida familiar possível. Sou grata pelas coisas que ainda temos, apesar da bomba atômica. A terrível engenhosidade do homem pode nos exterminar nos tempos vindouros, mas agora, no dia de Ação de Graças, ainda temos o sol de novembro, o azul claro e profundo do céu, a glória branca das estrelas, a bondade amorosa dos amigos, assim como nossos antepassados tiveram. Se ao menos pudermos preservar as coisas reais – o amor do homem e da mulher, a paz de uma noite à beira do fogo, a doçura da música e o som das vozes das crianças – não teremos que ouvir o som do mundo se desintegrando. No caos. "
— Gladys Taber, O Livro de Stillmeadow




História do Dia de Ação de Graças


"Embora a data do primeiro Dia de Ação de Graças não seja clara, os historiadores observam que, quando os exploradores católicos espanhóis desembarcaram no Novo Mundo, cada um celebrou uma festa com os nativos americanos locais agradecendo por esta nova terra. A primeira data remonta a maio de 1541, quando Juan de Padilla realizou um culto de Ação de Graças em Canyon, Texas. A segunda celebração festiva aconteceu em 1565, quando o almirante espanhol Don Pedro Menéndez de Avilés beijou uma cruz segurada pelo padre Francisco Lopez e reivindicou a Flórida para Deus. A terceira celebração de ação de graças espanhola aconteceu em El Paso, Texas, em 1598, quando os soldados e nativos locais festejaram e assistiram padres franciscanos num teatro para os locais visando mostrar a Fé Católica.

Os historiadores observam que um nativo americano chamado Squanto. Que além de ser católico, ensinou os peregrinos a cultivarem sua nova terra, e supostamente, participou do primeiro evento de Ação de Graças." (Alexandra Greeley em  A Catholic Perspective on Thanksgiving).

No Brasil, o então presidente Gaspar Dutra instituiu o Dia Nacional de Ação de Graças, através da lei 781, de 17 de agosto de 1949, por sugestão do embaixador Joaquim Nabuco, entusiasmado com as comemorações que vira em 1909, na Catedral de São Patrício, quando embaixador em Washington. Em 1966, a lei 5110 estabeleceu que a comemoração se daria na quarta quinta-feira de novembro.



Que este estudo da Escritura cultive em nós uma gratidão que canta: "tudo isso, e Cristo também?" e abençoe o seu tempo.  


 Orientações Gerais:

Faça anotações à mão.
Leia o material antes e depois de fazer as anotações.
Revise suas anotações.
Utilize um caderno específico para esse propósito e reutilize-o a cada ano.




"Você pensaria que o ano também estava descansando, seu trabalho concluído. E sussurrei para mim mesmo que também começaria a descansar." — C.S. Lewis, Até Que Tenhamos Rostos.




Diariamente eu te louvarei
áudio de orientação no telegram salus (aqui)


Dia 1
"Entrai pelas suas portas com ação de graças"


Salmo 100; Hebreus 13,15; Colossenses 4, 2



Dia 2
"Cantai ao Senhor com ação de graças"

Salmos 147; Jeremias 31



Dia 3
"Vamos à sua presença com ação de graças"


Salmos 95; Colossenses 3,16; Efésios 5,19-20



Dia 4
"Darei graças ao Senhor de todo o meu coração"


Salmo 9; Jeremias 17,8; Colossenses 2, 6-7


Dia 5
"Seu louvor estará continuamente em minha boca"

Salmo 34; Efésios 5, 4; Tiago 3, 4-8


Dia 6
"Dou graças ao teu nome"


Salmo 138; Colossenses 3,15; Romanos 5,1-5; João 14,27


Dia 7
"Louvor convém aos retos"


Salmo 33; Colossenses 3,17; Jó 38; Apocalipse 4,11


Dia 8
"Grandes são as obras do Senhor"


Salmos 111; Efésios 1; Tiago 1,17


Dia 9
"É bom dar graças ao Senhor"


Salmo 92; Filipenses 4,4-7; 1 Tessalonicenses 5, 16-18



Dia de Ação de Graças
"Que os povos te louvem"


Salmo 67; Salmo 65; Apocalipse 7, 9-12; Colossenses 3,15-17; Romanos 11, 36



Tradução e Introdução: Ana Paula Barros
Autora do Plano: Kaetlyn Anne
Revisor: Jarbas









 

Acervo Digital Salus: O véu na Tradição Cristã



O véu na tradição cristã 
Formato: Digital (epub/pdf)
60 páginas 
Editora Digital: Salus in Caritate


•

Editoria e Curadoria de Arte: Ana Paula Barros
Tradução: Mariana Goulart
Revisão: Jarbas
Viabilização: Mecenas

•

Produção Cultural Católica Independente



Organização Editorial e Curadoria de Arte: Ana Paula Barros.
Revisão: Jarbas
Viabilização: Mecenas
Páginas: 25

Produção Cultural Católica independente.




A literatura areja a nossa mente e remodela tanto o cérebro quanto nosso espaço interior. Ler é um dos pilares da educação clássica católica. Com cuidado e dedicação, é possível traçar linhas entre as obras seculares e sagradas. No entanto, para isso, é essencial conhecer bons autores, libertar-se de ideias pré-concebidas e enxergar na leitura uma forma eficaz de obter um conhecimento fragmentado, mas rico.

Apresento a nova versão do Literato Católico 2025. O planejamento deste ano visa a observação de um autor católico por mês. O material atual conta com trechos sobre a literatura e a estética, como uma amostra sobre a temática trabalhada em outras frentes de publicação.





Acesse aqui: Literato Católico 2025 



Acervo de apoio

  • Literato Católico: Maria Luiza Chaveut e sua Teologia Educacional 
  • Literato Católico: John Wu e sua Filosofia do Direito 
  • Literato Católico: Gertrud von Le Fort e sua Metafísica e Teologia Mística 
  • Literato Católico: Léon Ollé-Laprune e sua Filosofia Espiritualista 
  • Literato Católico: Irmã Miriam Joseph e a Educação Liberal
  • Literato Católico: Vittoria Colonna e a Poesia Católica
  • Literato Católico: Irmã Maria do Céu (pseudônimo Irmã Marina Clemência) e o Barroco Literário.
  • Literato Católico: Santa Catarina de Bolonha e o Renascimento Italiano 










1) Introdução

Este projeto insere-se em um conjunto de iniciativas cuidadosamente concebidas para o seu enriquecimento. As demais iniciativas que compõem este conjunto são: Plano de Vida Espiritual: Cultivo (acesso aberto aqui) e o Salus in Caritate Podcast (ouça as aulas abertas em sua plataforma preferida aqui).



2) Cronograma Quaresmal : Disciplina 2025

Iniciamos um tempo favorável de aprendizado, silêncio, oração, recolhimento e penitência.

Nesse tempo que a Santa Igreja nos prepara, devemos nos esforçar para realizar orações, jejuns e penitências. E para nos ensinar a viver esse tempo como se deve, podemos e devemos pedir a companhia da Santa Virgem Maria. Ela nos ensinará a amar, silenciar e a cumprir os pedidos que Ela tão enfaticamente nos fez: penitência e oração.

Para que possamos viver esse tempo de uma melhor forma, com o coração aberto e para que possamos colher bons frutos desse período, decidimos montar um Cronograma Quaresmal, oferecendo a você uma oportunidade de ver esse período com outros olhos e vivê-lo com uma outra postura. Sempre podemos fazer mais, sempre podemos nos converter mais.



Cronograma Quaresmal: Disciplina



Disciplina é o ensino e a instrução dados por um mestre. Também é a palavra que designa autocontrole, ordem e retidão.





Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025). 



CARTA ENCÍCLICA DIVINI ILLIUS MAGISTRI DE SUA SANTIDADE PAPA PIO XI (trechos).

AOS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS EM PAZ E COMUNHÃO COM A SANTA SÉ APOSTÓLICA
E A TODOS OS FIÉIS DO ORBE CATÓLICO

ACERCA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ DA JUVENTUDE




A QUEM PERTENCE A EDUCAÇÃO


A) Em geral


A educação é obra necessariamente social e não singular. Ora, são três as sociedades necessárias, distintas e também unidas harmonicamente por Deus, no meio das quais nasce o homem: duas sociedades de ordem natural, que são a família e a sociedade civil; a terceira, a Igreja, de ordem sobrenatural. Primeiramente a família, instituída imediatamente por Deus para o seu fim próprio que é a procriação e a educação da prole, a qual por isso tem a prioridade de natureza, e portanto uma prioridade de direitos relativamente à sociedade civil. Não obstante, a família é uma sociedade imperfeita, porque não possui em si todos os meios para o próprio aperfeiçoamento, ao passo que a sociedade civil é uma sociedade perfeita, tendo em si todos os meios para o próprio fim que é o bem comum temporal, pelo que, sob este aspecto, isto é, em ordem ao bem comum, ela tem a preeminência sobre a família que atinge precisamente na sociedade civil a sua conveniente perfeição temporal.

A terceira sociedade em que nasce o homem, mediante o Baptismo, para a vida divina da graça, é a Igreja, sociedade de ordem sobrenatural e universal, sociedade perfeita, porque reúne em si todos os meios para o seu fim que é a salvação eterna dos homens, e portanto suprema na sua ordem.

Por conseqüência, a educação que considera todo o homem individual e socialmente, na ordem da natureza e da graça, pertence a estas três sociedades necessárias, em proporção diversa e correspondente, segundo a actual ordem de providência estabelecida por Deus, à coordenação do seus respectivos fins.


B) Em especial: À Igreja

A E primeiro que tudo ela pertence de modo sobreeminente à Igreja, por dois títulos de ordem sobrenatural que lhe foram exclusivamente conferidos, pelo próprio Deus, e por isso absolutamente superiores a qualquer outro título de ordem natural.


a) De modo sobreeminente

O primeiro provém da expressa missão e autoridade suprema de magistério que lhe foi dada pelo seu Divino fundador : « Todo o poder me foi dado no céu e na terra. Ide pois, ensinai todos os povos, batizando-os em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo: ensinando-os a observar tudo o que vos mandei. E eu estarei convosco até á consumação dos séculos ».

A este magistério foi conferida por Cristo a infalibilidade juntamente com o preceito de ensinar a sua doutrina; assim a Igreja « foi constituída pelo seu Divino Autor coluna e fundamento de verdade, a fim de que ensine aos homens a fé divina cujo deposito lhe foi confiado para que o guarde íntegro e inviolável, e dirija e prepare os homens, as suas associações e acções em ordem à honestidade de costumes, integridade de vida, segundo a norma da doutrina revelada ».


b) Maternidade sobrenatural

O segundo título é a maternidade sobrenatural, pela qual a Igreja, Esposa imaculada de Cristo, gela, nutre, educa as almas na vida divina da graça, com os seus sacramentos e o seu ensino. Pelo que, com razão, afirma S. Agostinho: « Não terá Deus como Pai quem se tiver recusado a ter a Igreja como Mãe ».

Portanto, no próprio objecto da sua missão educativa, isto é: « na fé e na instituição dos costumes, o próprio Deus fez a Igreja participante do magistério divino e, por benefício seu, imune de erro; por isso é ela mestra suprema e seguríssima dos homens, e lhe é natural o inviolável direito à liberdade de magistério». E por necessária conseqüência a Igreja é independente de qualquer autoridade terrena, tanto na origem como no exercício da sua missão educativa, não só relativamente ao seu próprio objecto, mas também acerca dos meios necessários e convenientes para dela se desempenhar. Por isso em relação a qualquer outra disciplina, e ensino humano, que considerado em si é patrimônio de todos, indivíduos e sociedades, a Igreja tem direito independente de usar dele, e sobretudo de julgar em que possa ser favorável ou contrário à educação cristã. E isto, já porque a Igreja, como sociedade perfeita, tem direito aos meios para o seu fim, já porque todo o ensino, como toda a acção humana, tem necessária relação de dependência do fim ultimo do homem, e por isso não pode subtrair-se às normas da lei divina, da qual a Igreja é guarda, interprete e mestra infalível.

É isto mesmo que Pio X, de s. m., declara com esta límpida sentença: « Em tudo o que fizer o cristão, não lhe é licito desprezar os bens sobrenaturais, antes, segundo os ensinamentos da sabedoria cristã, deve dirigir todas as coisas ao bem supremo como a fim último: além disso todas as suas acções, enquanto são boas ou más em ordem aos bons costumes, isto é, enquanto concordam ou não com o direito natural e divino, estão sujeitas ao juízo e à jurisdição da Igreja».

É digno de nota como um leigo, escritor tanto admirável quanto ` profundo e consciencioso pensador, haja sabido bem compreender e exprimir esta fundamental doutrina católica: « A Igreja não diz que a moral lhe pertença puramente (no sentido de exclusivamente), mas sim que lhe pertence totalmente. Jamais pretendeu que fora do seu seio e dos seus ensinamentos, o homem não possa conhecer alguma verdade moral, antes, reprovou por mais duma vez, esta opinião, visto que ela apareceu sob diversas formas. Diz sim, como disse e dirá sempre, que em virtude da instituição que recebeu de Jesus Cristo, e em virtude do Espírito Santo que lhe foi enviado em nome d'Ele pelo Padre, só ela possui originária e imperecivelmente, em toda a sua plenitude, a verdade moral (omnem veritatem) na qual estão compreendidas todas as verdades particulares de ordem moral, tanto as que o homem pode chegar a conhecer guiado pelo único meio. da razão, quanto as que fazem parte da revelação ou desta se podem deduzir ».


c) Extensão dos Direitos da Igreja

É pois com pleno direito que a Igreja promove as letras, as ciências e as artes, enquanto necessárias ou úteis à educação cristã, e a toda a sua obra para a salvação das almas, fundando e mantendo até escolas e instituições próprias em todo o género de disciplina e em todo o grau de cultura.

Nem se deve considerar estranha ao seu maternal magistério a mesma educação física, como hoje a apelidam, precisamente porque é um meio que pode auxiliar ou prejudicar a educação cristã.

E esta obra da Igreja, em todo o género de cultura, assim como presta relevantes serviços às famílias e às nações, que sem Cristo se perdem, como justamente repete S. Hilário: « Que coisa há mais perigosa para o mundo do que não receber a Jesus Cristo? », assim também não causa o menor obstáculo às disposições civis, pois que a Igreja, com a sua prudência materna, não se opõe a que as suas escolas e institutos para leigos se conformem, em cada nação, com as legitimas disposições da autoridade civil, mas está sempre disposta a entender-se com esta, e a proceder de comum acordo, onde surjam dificuldades.

Além disso é direito inalienável da Igreja, e simultaneamente seu dever indispensável vigiar por toda a educação de seus filhos, os fiéis, em qualquer instituição, quer pública quer particular, não só no atinente ao ensino aí ministrado, mas em qualquer outra disciplina ou disposição, enquanto estão relacionadas com a religião e a moral.


SUJEITO DA EDUCAÇÃO

a) Todo o homem decaído, mas remido

Com efeito nunca deve perder-se de vista que o sujeito da educação cristã é o homem, o homem todo, espírito unido ao corpo em unidade de natureza, com todas as suas faculdades naturais e sobrenaturais, como no-lo dão a conhecer a recta razão e a Revelação: por isso o homem decaído do estado original, mas remido por Cristo, e reintegrado na condição sobrenatural de filho de Deus, ainda que o não tenha sido nos privilégios preternaturais da imortalidade do corpo e da integridade ou equilíbrio das suas inclinações. Permanecem portanto na natureza humana os efeitos do pecado original, particularmente o enfraquecimento da vontade e as tendências desordenadas.

« A estultícia está no coração da criança e a vara da disciplina dali a expulsará ».  Devem-se portanto corrigir as inclinações desordenadas, excitar e ordenar as boas, desde a mais tenra infância, e sobretudo deve iluminar-se a inteligência e fortalecer-se a vontade com as verdades sobrenaturais e os auxílios da graça, sem a qual não se pode, nem dominar as inclinações perversas, nem conseguir a devida perfeição educativa da Igreja, perfeita e completamente dotada por Cristo com a divina doutrina e os Sacramentos, meios eficazes da Graça.


b) Falsidade e danos do naturalismo pedagógico

É falso portanto todo o naturalismo pedagógico que, na educação da juventude, exclui ou menospreza por todos os meios a formação sobrenatural cristã; é também errado todo o método de educação que, no todo ou em parte se funda sobre a negação ou esquecimento do pecado original e da graça, e, por conseguinte, unicamente sobre as forças da natureza humana.

Tais são na sua generalidade aqueles sistemas modernos, de vários nomes, que apelam para uma pretendida autonomia e ilimitada liberdade da criança, e que diminuem ou suprimem até, a autoridade e a acção do educador, atribuindo ao educando um primado exclusivo de iniciativa e uma actividade independente de toda a lei superior natural e divina, na obra da sua educação.

Diriam, sim, a verdade, se com algumas daquelas expressões quisessem indicar, ainda que impropriamente, a necessidade cada vez mais consciente, da cooperação activa do aluno na sua educação, e se entendessem afastar desta o despotismo e a violência (a qual, de resto, não é a justa correcção), mas não diriam absolutamente nada de novo e que a Igreja não tenha já ensinado e atuado na prática da educação cristã tradicional, à semelhança do que faz o próprio Deus com as criaturas que chama a uma activa cooperação, segundo a natureza própria de cada uma, visto que a sua Sabedoria « se estende com firmeza de um a outro extremo, e tudo governa com bondade ».

Infelizmente com o significado óbvio das expressões, e com o mesmo facto, pretendem muitos subtrair a educação a toda a dependência da lei divina. Por isso em nossos dias se dá o caso, realmente bastante estranho, de educadores e filósofos que se afadigam à procura de um código moral e universal de educação, como se não existisse nem o Decálogo, nem a lei evangélica, nem tão pouco a lei natural, esculpida por Deus no coração do homem, promulgada pela recta razão, codificada com revelação positiva pelo mesmo Deus no Decálogo. E da mesma forma, costumam tais inovadores, como por desprezo, denominar « heterônoma », « passiva », « atrasada », a educação cristã, porque esta se funda na autoridade divina e na sua santa lei.

Estes iludem-se miseravelmente com a pretensão de libertar, como dizem, a criança, enquanto que antes a tornam escrava do seu orgulho cego e das suas paixões desordenadas, visto que estas, por uma conseqüência lógica daqueles falsos sistemas, vêm a ser justificadas como legítimas exigências da natureza pseudo-autónoma.

Mas há pior ainda, na pretensão falsa, irreverente e perigosa, além de vã, de querer submeter a indagações, a experiências e juízos de ordem natural e profana, os factos de ordem sobrenatural concernentes à educação, como por exemplo, a vocação sacerdotal ou religiosa, e em geral as ocultas operações da graça que, não obstante elevar as forças naturais, excede-as todavia infinitamente, e não pode de manei. ta nenhuma estar sujeita às leis físicas, porque « o espírito sopra onde lhe apraz ».

c) Educação sexual

Mormente perigoso é portanto aquele naturalismo que, em nossos tempos, invade o campo da educação em matéria delicadíssima como é a honestidade dos costumes. Assaz difuso é o erro dos que, com pretensões perigosas e más palavras, promovem a pretendida educação sexual, julgando erradamente poderem precaver os jovens contra os perigos da sensualidade, com meios puramente naturais, tais como uma temerária iniciação e instrução preventiva, indistintamente para todos, e até publicamente, e pior ainda, expondo-os por algum tempo às ocasiões para os acostumar, como dizem, e quase fortalecer-lhes o espírito contra aqueles perigos.

Estes erram gravemente, não querendo reconhecer a natural fragilidade humana e a lei de que fala o Apóstolo: contrária à lei do espírito, e desprezando até a própria experiência dos factos, da qual consta que, nomeadamente nos jovens, as culpas contra os bons costumes são efeito, não tanto da ignorância intelectual, quanto e principalmente da fraqueza da vontade, exposta às ocasiões e não sustentada pelos meios da Graça.

Se consideradas todas as circunstâncias se torna necessária, em tempo oportuno, alguma instrução individual, acerca deste delicadíssimo assunto, deve, quem recebeu de Deus a missão educadora e a graça própria desse estado, tomar todas as precauções, conhecidíssimas da educação cristã tradicional, e suficientemente descritas pelo já citado Antoniano, quando diz: « Tal e tão grande é a nossa miséria e a inclinação para o mal, que muitas vezes até as coisas que se dizem para remédio dos pecados são ocasião e incitamento para o mesmo pecado. Por isso importa sumamente que um bom pai quando discorre com o filho em matéria tão lúbrica, esteja bem atento, e não desça a particularidades e aos vários modos pelos quais esta hidra infernal envenena uma tão grande parte do mundo; não seja o caso que, em vez de extinguir este fogo, o sopre ou acenda imprudentemente no coração simples e tenro da criança. Geralmente falando, enquanto perdura a infância, bastará usar daqueles remédios que juntamente com o próprio efeito, inoculam a virtude da castidade e fecham a entrada ao vício » .

d) Co-educação

De modo semelhante, erróneo e pernicioso à educação cristã é o chamado método da « co-educação », baseado também para muitos no naturalismo negador do pecado original, e ainda para todos os defensores deste método, sobre uma deplorável confusão de idéias que confunde a legítima convivência humana com a promiscuidade e igualdade niveladora. O Criador ordenou e dispôs a convivência perfeita dos dois sexos somente na unidade do matrimônio e gradualmente distinta na família e na sociedade. Além disso não há na própria natureza, que os faz diversos no organismo, nas inclinações e nas aptidões, nenhum argumento donde se deduza que possa ou deva haver promiscuidade, e muito menos igualdade na formação dos dois sexos. Estes, segundo os admiráveis desígnios do Criador, são destinados a completar-se mutuamente na família e na sociedade, precisamente pela sua diversidade, a qual, portanto, deve ser mantida e favorecida na formação educativa, com a necessária distinção e correspondente separação, proporcionada às diversas idades e circunstâncias. Apliquem-se estes princípios no tempo e lugar oportunos, segundo as normas da prudência cristã, em todas as escolas, nomeadamente no período mais delicado e decisivo da formação, qual é o da adolescência; e nos exercícios ginásticos e desportivos, com particular preferência à modéstia cristã na juventude feminina, à qual fica muito mal toda a exibição e publicidade.

Recordando as tremendas palavras do Divino Mestre: « Ai do mundo por causa dos escândalos! »  exortamos vivamente a vossa solicitude e vigilância, Veneráveis Irmãos, sobre estes perniciosíssimos erros, que largamente se vão difundindo entre o povo cristão com imenso dano da juventude.


FIM E FORMA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

O fim próprio e imediato da educação cristã é cooperar com a graça divina na formação do verdadeiro e perfeito cristão, isto é, formar o mesmo Cristo nos regenerados pelo Baptismo, segundo a viva expressão do Apóstolo: « Meus filhinhos, a quem eu trago no meu coração até que seja formado em vós Cristo ». Pois que o verdadeiro cristão deve viver a vida sobrenatural em Cristo: « Cristo que é a vossa vida », e manifestá-la em todas as suas acções: « a fim que também a vida de Jesus se manifeste na vossa carne mortal ».

a) Formar o verdadeiro cristão

Precisamente por isso a educação cristã abraça toda a extensão da vida humana, sensível, espiritual, intelectual e moral, individual, doméstica e social, não para diminuí-la de qualquer maneira, mas para a elevar, regular e aperfeiçoar segundo os exemplos e doutrina de Cristo.

Por isso o verdadeiro cristão, fruto da verdadeira educação cristã, é o homem sobrenatural que pensa, julga e opera constantemente e coerentemente, segundo a sã razão iluminada pela luz sobrenatural dos exemplos e doutrina de Cristo; ou antes, servindo-Nos da expressão, agora em uso, o verdadeiro e completo homem de carácter. Pois que não é qualquer coerência e rigidez de procedimento, segundo princípios subjectivos, o que constitui o verdadeiro caráter, mas tão somente a constância em seguir os eternos princípios da justiça, como confessa o próprio poeta pagão quando louva, inseparavelmente, « o homem justo e firme em seu propósito ». Por outro lado não pode haver justiça perfeita senão dando a Deus o que é de Deus, como faz o verdadeiro cristão.

Tal fim eterno da educação cristã afigura-se aos profanos uma abstracção, ou antes, irrealizável, sem a supressão ou atrofiamento das faculdades naturais, e sem a renuncia às obras da vida terrena, e por conseqüência alheio à vida social e prosperidade temporal, adverso a todo o progresso das letras, ciências e artes, e a qualquer outra obra de civilização.

A semelhante objecção nascida da ignorância e preconceito dos pagãos, mesmo cultos, de outrora — repetida infelizmente com freqüência e insistência nos tempos modernos — havia já respondido Tertuliano: «Nós não somos alheios à vida. Recordamo-nos bem do dever de gratidão para com Deus, Nosso Senhor e Criador; não repudiamos nenhum fruto das suas obras; somente nos moderamos para não usar deles mal ou descomedidamente. E assim não vivemos neste mundo sem foro, sem talhos, sem balneários, sem casas, sem negócios, sem estábulos, sem os vossos mercados e todos os outros tráficos. Nós também convosco navegamos e combatemos, cultivamos os campos e negociamos, e por isso trocamos os trabalhos e pomos à vossa disposição as nossas obras. Verdadeiramente não vejo como podemos parecer inúteis aos vossos negócios com os quais e dos quais vivemos.

b) Que é também o cidadão mais nobre e útil

Por conseqüência o verdadeiro cristão, em vez de renunciar às obras da vida terrena ou diminuir as suas faculdades naturais, antes as desenvolve e aperfeiçoa, coordenando-as com a vida sobrenatural, de modo a enobrecer a mesma vida natural, e a procurar-lhe utilidade mais eficaz, não só de ordem espiritual e eterna, mas também material e temporal.

Isto é provado por toda a história do cristianismo e das suas instituições, a qual se identifica com a história da verdadeira civilização e do genuíno progresso até aos nossos dias; e particularmente pelos Santos de que é fecundíssima a Igreja, e só ela, os quais conseguiram em grau perfeitíssimo, o fim ou escopo da educação cristã, e enobreceram e elevaram a convivência humana em toda a espécie de bens. De facto, os Santos foram, são e serão sempre os maiores benfeitores da sociedade humana, como também os modelos mais perfeitos em todas as classes e profissões, em todos os estados e condições de vida, desde o camponês simples e rude até ao sábio e letrado, desde o humilde artista até ao general do exército, desde o particular pai de família até ao monarca, chefe de povos e nações, desde as simples donzelas e esposas do lar domestico até às rainhas e imperatrizes. E que dizer da imensa obra, mesmo em prol da felicidade temporal, dos missionários evangélicos que juntamente com a luz da fé levaram elevam aos povos bárbaros os bens da civilização, dos fundadores de muitas e variadas obras de caridade e de assistência social, da interminável série de santos educadores e santas educadoras que perpetuaram e multiplicaram a sua obra, nas suas fecundas instituições de educação cristã, para auxílio das famílias e benefício inapreciável das nações?


c) Jesus, Mestre e Modelo de Educação

São estes os frutos benéficos sobre todos os aspectos da educação cristã, precisamente pela vida e virtude sobrenatural em Cristo que ela desenvolve e forma no homem; pois que Jesus Cristo, Nosso Senhor, Mestre Divino, é igualmente fonte e dador de tal vida e virtude, e ao mesmo tempo modelo universal e acessível a todas as condições do gênero humano, com o seu exemplo, particularmente à juventude, no período da sua vida oculta, laboriosa, obediente, aureolada de todas as virtudes individuais, domesticas e sociais, diante de Deus e dos homens.

Dado em Roma, em S. Pedro, a 31 de Dezembro de 1929, ano oitavo do Nosso Pontificado.




CADERNO DE ESTUDO BÁSICO SOBRE TOMISMO


Este material visa fornecer um apanhado sucinto e geral a respeito de alguns pontos da teologia e da filosofia tomista, assim como de sua linguagem.

O ensino de São Tomás é doutrina da Igreja, ou seja, para o católico é fundamental o conhecimento da doutrina tomista. Dentre os pontos principais, o Tomismo se caracteriza pela clareza e cordialidade. São Tomás, dedicando-se desde os 19 anos ao estudo e à vida de monge dominicano, nunca abdicou dessas duas notas em seus discursos, pois era participante assíduo dos debates nas Universidades da Idade Média. No entanto, contrariando a visão apaixonada e irascível atualmente entendida como debate, São Tomás nos mostra, através de sua própria postura, a necessidade de um debate desapaixonado, direcionado a simplesmente apontar a força da verdade sem que para isso seja necessário abdicar da cordialidade. Essa clareza e cordialidade são também características presentes nos filósofos e teólogos tomistas, estendendo-se também ao uso da linguagem.

A linguagem é um instrumento de comunicação; por ela iluminamos e recebemos luzes; daí a necessidade da clareza. Por ela também elevamos ou rebaixamos, nos deixamos elevar ou rebaixar. A linguagem é, na filosofia e teologia tomistas, matéria de importância radical que por si só já oferece elevação humana, o que abre portas para a elevação espiritual. Tal pensamento não encontra receptividade efusiva, pois estamos voltados para a educação de Paulo Freire, que, dentre tantos males, tende a prender o aluno em seu universo de conhecimento. Dessa forma, o professor é levado a usar termos que ele já conhece, exemplos que ele já conhece e músicas ou qualquer forma de arte que ele já conheça. Ou seja, se o aluno só conhece funk e arte de rua, ele ficará preso nisso durante todo o processo educacional; nenhum professor apresentará outra coisa com temor que ele não entenda (o que gera uma descrença do professor no potencial de seus alunos). Assim também acontece nas homilias e nas catequeses. Tal postura, assumida como forma padrão de ensino em várias esferas e durante todo o processo de ensino, gerou um povo com dificuldades de se maravilhar, de aprender coisas verdadeiramente novas e de captar exemplos, aprendizados, etc., que são comunicados fora de sua realidade pessoal. Essa é a raiz da chamada “falta de interpretação de texto”.

A literatura, uma aula, uma carta, um bilhete são instrumentos que abrem ao leitor uma janela, um portal ou um buraco na muralha de sua realidade e lhe proporcionam novos horizontes. Nós, por conta de uma pedagogia destrutiva, passamos a acreditar que a literatura, uma aula, uma carta, um bilhete são, na verdade, espelhos fadados a refletir nós mesmos e não a enriquecer nossa bagagem de coisas que nunca vivemos. Essa visão forçada de um espelho leva o leitor atual a forçar sempre uma identificação, um “já passei por isso”, mesmo que para isso tenha que distorcer o texto, lendo o que quer e não o que o autor realmente disse. Uma leitura sentimental. Claro que tais coisas podem acontecer naturalmente, mas um ensino adequado leva o leitor a identificar o que está sendo de fato dito e depois a adaptar tais coisas ao seu universo.

Um problema tão profundo não teria uma solução instantânea. No entanto, certamente, o melhor caminho é buscar o que temos de melhor no Tesouro da Tradição Católica, que erigiu todo o ocidente e que é a coluna da nossa cultura ocidental, na esperança de esclarecer cordialmente uma pá de gente, dando-lhes o que temos de melhor, pois todos os filhos de Deus são capazes e receberam inteligência e graça para entender.

Eu acredito no seu potencial, Deus também; então basta que você também acredite.

São Tomás de Aquino, rogai por nós.

Singelamente, Ana



BAIXAR GRATUITAMENTE O CADERNO DE ESTUDO BÁSICO SOBRE O TOMISMO AQUI












Clique aqui para baixar gratuitamente




Após um longo período de preparo, estou iniciando a disponibilização dos Mapas Mentais correspondentes às Moradas do Castelo Interior. Ressalto desde já que essa disponibilização ocorrerá de forma lenta.

Antes de realizar o download dos materiais, recomendo fortemente a escuta dos podcasts relacionados à obra e às respectivas moradas. Nesses episódios, encontram-se reflexões e informações profundamente relevantes. Os Mapas Mentais, por sua vez, têm como finalidade principal auxiliar na fixação dos conteúdos e na aplicação prática dos ensinamentos.

Adicionalmente, no âmbito da Teologia Prática, chamo a atenção para a aba lateral do arquivo em PDF, onde consta a indicação "start" — esse elemento marca o ponto de transição para a próxima morada, sendo um aspecto crucial na compreensão e vivência do processo formativo proposto pela obra.

Disponibilizo a seguir os materiais complementares para aprofundamento e reflexão sobre as Moradas do Castelo Interior:

Podcast 1 Spotify. | Podcast 1 YouTube
Podcast 2 Spotify | Podcast 2 YouTube
Podcast 3 Spotify | Podcast 3 YouTube



Baixe o Mapa da Primeira Morada aqui

Baixe o Mapa da Segunda Morada aqui


Outros artigos sobre o tema:

Literatura Clássica Católica| Caminho da Perfeição: Uma Leitura Estético-Histórica no Contexto do Maneirismo Espanhol 

Literatura Clássica Católica| Castelo Interior: Uma Análise Simbólico-Espiritual da Obra de Santa Teresa 

Literatura Clássica Católica: Estudo Histórico-Espiritual da Obra Castelo Interior, de Santa Teresa de Ávila 




Paz e Bem,
Professora Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)

















"Em 27 de junho de 1862, contando com 23 anos, anota a seguinte reflexão:
Seguirei com vivacidade o plano de estudo proposto pelo Padre Graty aos amigos da verdade e da sabedoria: seis anos empregados no estudo sério das ciências e da Teologia. Hesitei; gostaria mais de um trabalho mais fácil... Mas o que eu poderia responder? Que não tenho coragem? Mas essa é uma palavra digna de um homem e de um cristão? Fizeste, meu Deus, reprovações interiores à minha laxidão. Procurei-Vos na oração e tomei minha resolução. Ó Jesus, abençoai essa resolução e me dê a força de cumpri-la. Ó Jesus, eu me consagro a Vós. Começarei amanhã. Vida regrada, trabalho constante, oração viva e interior, meditação profunda" (Professor Ollé-Laprune em As fontes da paz intelectual, 1892).


"Vossa piedade não deve ser restrita, pouco inteligente, mas uma piedade esclarecida, uma piedade de horizonte largo. Há pessoas que julgam poder ocultar a ignorância debaixo do véu da piedade, [mas] sede engenhosa em regularizar vossas ocupações, de modo que possais empregar, cada dia, algum tempo na leitura e no estudo. Aprende não o que é vão, o que passa, mas aquilo que perdura, e que se encontra na eternidade" (Maria Luiza Chaveut em a Virgem Cristã, 1927).



Plano de Leitura Bíblica 



Desde o começo deste trabalho, tenho como intenção fornecer ferramentas que possam alavancar a sua vivência da fé católica e enraizá-lo nas belezas da tradição da Santa Mãe Igreja. Para isso, é preciso se deixar preencher e educar pelas Sagradas Escrituras, pelo Santo Magistério e pela Santa Tradição da Igreja.

Este projeto, iniciado em 2020, permanece disponível até hoje, cinco anos depois, como um calendário inteligente. Caso já tenha realizado esta leitura conosco, apresento-lhe a atualização deste ano, que poderá acompanhá-lo por mais alguns anos. Você poderá começar assim que descobrir este material, não precisando esperar o começo de um novo ano ou de um novo mês. Além disso, sugiro vários comentários dos santos, que são nossas leituras de apoio seguras. Estes comentários são dos doutores da Igreja ou bons exegetas a respeito das Sagradas Escrituras, iniciando assim um processo de enraizamento nas Escrituras, no Magistério e na Tradição.

A proposta é realizar a leitura em ordem cronológica, gerando uma percepção mais clara dos acontecimentos e dos ensinamentos.

Os comentários não são meus, são retirados dos escritos dos doutores da Igreja, por isso as referências bibliográficas estão disponíveis. Eu fiz uma curadoria dos comentários, uma seleção, pois o material original é quatro vezes maior. Também adicionei mapas e a visão geral dos livros. Basta correr a página para acessar os materiais dos comentários.

Siga as orientações no calendário e visite esta postagem ao término da leitura de cada livro bíblico para acessar os textos de apoio. 




Atenção: Você deve ler o Novo Testamento antes do Antigo Testamento, isso significa que lerá em um ano o NT e no ano seguinte o AT. 



BAIXE AQUI SEU CALENDÁRIO DE LEITURA BÍBLICA NT 


BAIXE AQUI SEU CALENDÁRIO DE LEITURA BÍBLICA AT 



Comentários dos Doutores da Igreja para cada livro do Novo Testamento



Carta aos Gálatas 
São João Crisóstomo sobre a Carta aos Gálatas  (ler online aqui ou baixar PDF aqui)
Frutos do Espírito Santo por São Tomás de Aquino (ler online aqui ou baixar PDF aqui)



Carta de São Tiago
São Tomás de Aquino sobre o Espírito Santo: fé e obras (ler online aqui ou baixar PDF aqui)


Carta aos Tessalonicenses I e II
Aula do Professor Sidney Silveira sobre os Comentários de São Tomás de Aquino aos Tessalonicenses (aqui)



Carta aos Coríntios I e II
São Tomás de Aquino sobre a Primeira Carta aos Coríntios (ler online aqui ou baixar PDF aqui)



Carta aos Romanos 
Santo Agostinho sobre a Carta aos Romanos (ler online aqui ou baixar PDF aqui) 



Evangelho de São Marcos 
Comentários de São Tomás (ler online aqui, basta selecionar no canto superior à direita o capítulo e o versículo que terá os comentários de vários doutores reunidos por São Tomás, caso no seu computador ou celular esteja em espanhol e você queira traduzir basta habilitar a tradução do site, na ferramenta "traduzir" do Chrome, caso não saiba como faz basta procurar no Google).
Visão Geral do Evangelho de São Marcos - online aqui.


Evangelho de São Lucas 

Comentários de São Tomás (ler online aqui, basta selecionar no canto superior à direita o capítulo e o versículo que terá os comentários de vários doutores reunidos por São Tomás) 

Visão Geral do Evangelho de São Lucas e o Reinado do Senhor Jesus (online aqui)



Carta de São Paulo aos Efésios 

Comentário de São João Crisóstomo (baixar em PDF aqui e ler online aqui)



Carta de São Paulo aos Colossenses

Comentário de São João Crisóstomo (baixar em PDF aqui ou ler online aqui)



Carta de São Paulo a Filemon

Comentário de São João Crisóstomo (baixar PDF aqui ou ler online aqui)



Atos dos Apóstolos 

Comentário de São João Crisóstomo + Diário de Bordo (baixar PDF aqui ou ler online aqui)



Filipenses

Comentário de São João Crisóstomo  (baixar PDF aqui ou ler online aqui)


Carta a Timóteo

Comentário de São João Crisóstomo (baixar PDF aqui ou ler online aqui)


Carta de São Pedro (I e II) 

Primado Petrino por Santo Agostinho (ler online aqui)


Evangelho de São Mateus 

Comentários de São Tomás (online aqui, basta selecionar no canto superior à direita o capítulo e o versículo que terá os comentários de vários doutores reunidos por São Tomás)



Carta aos Hebreus

Comentário de São João Crisóstomo (baixar PDF aqui ou ler online aqui)


Carta de São Judas

Resumão  (baixar em PDF e ler online aqui)



Evangelho de São João

Comentários de São Tomás (online aqui, basta selecionar no canto superior à direita o capítulo e o versículo que terá os comentários de vários doutores reunidos por São Tomás)



Sobre as Cartas de São João e o Apocalipse (online aqui)



Trechos dos textos de apoio anexados acima foram retirados dos livros:


Patrística vol. 25 (Comentários de Santo Agostinho)
Patrística vol 27- 2/3 (Comentários de São João Crisóstomo)
Comentário a Tessalonicenses - Edição Bilíngue (São Tomás de Aquino)
Catena Áurea (Comentário aos Evangelhos de Santo Tomás de Aquino)O Apóstolo São João (Monsenhor Baunard, Reitor da Universidade Católica de Lille, 1974)






Comentários dos Doutores da Igreja para cada livro do Antigo Testamento



Gêneses

Resumão do Livro do Gênesis (on line aqui ou PDF aqui)
Comentários dos Doutores da Igreja sobre o Gênesis (on line aqui ou PDF aqui)

Jó

Resumão + Comentário dos Doutores da Igreja (on line aqui ou PDF aqui)



Êxodo

Resumão do Livro do Êxodo (on line aqui ou PDF aqui)


Levítico

Resumão do Livro do Levítico (on line aqui ou PDF aqui)


Números

Resumão do Livro do Números (on line aqui ou PDF aqui)



Deuteronômio

Resumão do Livro do Deuteronômio (on line aqui ou PDF aqui)



Josué

Resumão do Livro do Josué (on line aqui ou PDF aqui)



Juízes

Resumão do Livro do Juízes (on line aqui ou PDF aqui)



Rute

Resumão do Livro do Juízes (on line aqui ou PDF aqui)



Primeiro Samuel

Resumão de Primeiro Samuel (on line aqui ou PDF aqui)




Primeiro e Segundo Livro de Crônicas


Resumão de Primeiro e Segundo Livro de Crônicas (on line aqui ou PDF aqui)





Primeiro e Segundo Livro de Reis


Resumão de Primeiro e Segundo Livro de Reis (on line aqui ou PDF aqui)



Provérbios

Resumão de Provérbios (on line aqui)




Eclesiastes

Resumão de Provérbios (on line aqui)


Abdias

Resumão do livro de Abdias(on line aqui)


Jonas

Resumão do livro de Abdias(on line aqui)


Amós

Resumão do livro de Amós (on line aqui)


Miqueias

Resumão do livro de Miqueias (on line aqui)


Oseias

Resumão do livro de Oseias (on line aqui)



Isaías

Resumão do livro de Isaias e comentário de Lagrange (on line aqui)



Naum

Resumão do livro de Naum (on line aqui)


Sofonias

Resumão do livro de Sofonias (on line aqui)



Jeremias

Resumão do livro de Jeremias (on line aqui)



Habacuc

Resumão do livro de  Habacuc (on line aqui)



Lamentações

Resumão do livro de Lamentações (on line aqui)



Ezequiel

Resumão do livro de Ezequiel (on line aqui)



Joel

Resumão do livro de Joel (on line aqui)




Daniel

Resumão do livro de Daniel (on line aqui)



Esdras

Resumão do livro de Esdras (on line aqui)


Ageu

Resumão do livro de Ageu (on line aqui)



Zacarias

Resumão do livro de Zacarias (on line aqui)



Ester

Resumão do livro de Ester (on line aqui)



Neemias

Resumão do livro de Neemias (on line aqui)



Malaquias

Resumão do livro de Malaquias (on line aqui)



Tobias

Resumão do livro de Tobias (on line aqui)



Judite

Resumão do livro de Judite (on line aqui)



Baruc

Resumão do livro de Baruc (on line aqui)




Macabeus

Resumão do livro de Macabeus (on line aqui)




Eclesiástico

Resumão do livro de Eclesiástico (on line aqui)




Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025). 



















Older Posts

Visitas do mês

"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




"Quem ama a disciplina, ama o conhecimento" - Provérbios 12, 1

Abas Úteis

  • Sobre Ana Paula Barros, Portifólio Criativo Salus e Contato Salus
  • Projetos Preceptora: Educação Católica
  • Educa-te: Paideia Cristã
  • Revista Salutaris
  • Salus in Caritate na Amazon
  • Comunidade Salutares: WhatsApp e Telegram Salus in Caritate
"A língua dos sábios cura" - Provérbios 12, 18

Arquivo da década

  • ▼  2025 (24)
    • ▼  setembro (1)
      • Feminilidade: Especialistas do erro e especialista...
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (4)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (6)
  • ►  2024 (48)
    • ►  dezembro (16)
    • ►  novembro (4)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (1)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (4)
  • ►  2023 (57)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (6)
    • ►  setembro (5)
    • ►  agosto (7)
    • ►  julho (6)
    • ►  junho (7)
    • ►  maio (5)
    • ►  abril (3)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (5)
  • ►  2022 (40)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (6)
    • ►  setembro (12)
    • ►  junho (2)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2021 (105)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (16)
    • ►  setembro (7)
    • ►  agosto (11)
    • ►  julho (7)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (10)
    • ►  abril (11)
    • ►  março (7)
    • ►  fevereiro (13)
    • ►  janeiro (10)
  • ►  2020 (69)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (6)
    • ►  outubro (7)
    • ►  setembro (7)
    • ►  agosto (7)
    • ►  julho (8)
    • ►  junho (9)
    • ►  maio (6)
    • ►  abril (6)
    • ►  março (6)
    • ►  janeiro (5)
  • ►  2019 (94)
    • ►  dezembro (43)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (5)
    • ►  setembro (5)
    • ►  agosto (4)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (8)
    • ►  abril (3)
    • ►  março (14)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2018 (22)
    • ►  dezembro (3)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (7)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (1)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2017 (25)
    • ►  dezembro (4)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (4)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (6)
    • ►  julho (3)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (2)
    • ►  abril (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2016 (11)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  fevereiro (2)
  • ►  2015 (3)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  setembro (1)
    • ►  junho (1)
  • ►  2014 (2)
    • ►  novembro (1)
    • ►  agosto (1)
  • ►  2013 (1)
    • ►  julho (1)
  • ►  2012 (4)
    • ►  novembro (2)
    • ►  agosto (1)
    • ►  junho (1)

Temas Tratados

  • A Mulher Católica (80)
  • Arte & Literatura (60)
  • Biblioteca Digital Salus in Caritate (21)
  • Cartas & Crônicas & Reflexões & Poemas (64)
  • Celibato Leigo (7)
  • Cronogramas & Calendários & Planos (10)
  • Cultura & Cinema & Teatro (9)
  • Devoção e Piedade (119)
  • Devoção: Uma Virtude para cada Mês (11)
  • Educação e Filosofia (88)
  • Estudiosidade (26)
  • Livraria Digital Salus (3)
  • Plano de Estudo A Tradição Católica (1)
  • Plano de Leitura Bíblica com os Doutores da Igreja (56)
  • Podcasts (1)
  • Total Consagração a Jesus por Maria (21)

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *


Popular

  • Como montar o seu Altar Doméstico
    Como montar o seu Altar Doméstico
  • Acervo Digital Salus: Plano de Leitura Bíblica 2025 (Calendário Inteligente Antigo e Novo Testamento) + Comentários dos Doutores da Igreja
    Acervo Digital Salus: Plano de Leitura Bíblica 2025 (Calendário Inteligente Antigo e Novo Testamento) + Comentários dos Doutores da Igreja
  • Recém convertido ao Catolicismo: por onde começar
    Recém convertido ao Catolicismo: por onde começar
  • Sedes Sapientiae: Cronogramas para a Total Consagração à Santíssima Virgem Maria 2025
    Sedes Sapientiae: Cronogramas para a Total Consagração à Santíssima Virgem Maria 2025
  • O que toda mulher católica deve saber sobre o Piedoso uso do Véu na Santa Missa
    O que toda mulher católica deve saber sobre o Piedoso uso do Véu na Santa Missa
  • Resumão: Macabeus (I e II)
    Resumão: Macabeus (I e II)
  • Resumão: Livro de Ageu
    Resumão: Livro de Ageu
  • Resumão: Livro de Esdras
    Resumão: Livro de Esdras
Ana Paula Barros| Salus in Caritate. Tecnologia do Blogger.

É uma alegria ter você por aqui!

Gostaria de convidá-lo(a) para a Comunidade Salutares: Literatura | Arte | Filosofia no WhatsApp e Telegram

Entrar

Ana Paula Barros SalusinCaritate | Distribuido por Projetos Culturais Católicos Salus in Caritate