Resumão: Livro de Ezequiel
O profeta Ezequiel, por Michelangelo na Capela Sistina, Vaticano. |
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Livro de Ezequiel
Ezequiel, "A força de Deus ou Deus fortalece", foi um sacerdote que profetizou por 22 anos durante o século VI a.C., através de visões que teve durante o exílio da Babilônia, tal como registrado no Livro de Ezequiel.
Ezequiel, era um sacerdote que foi chamado para profetizar durante o Exílio do povo judeu na Babilônia, tendo exercido sua atividade entre os anos 593 a 571 AC. Diz-se que fundou uma escola de profetas e que ensinava a Lei à beira do Rio Quebar que corta a cidade de Babilônia.
São curiosas as visões que o profeta teve sobre a glória de Yahweh os sinais que aconteceram em sua própria vida demonstrando que as ações de Deus são fortes e marcantes. Ezequiel perdeu a sua esposa como sinal da queda de Jerusalém (Jr 24, 15).
A comunidade, em meio à qual ele vivia, acreditava que em breve tudo voltaria a ser como antes, para seus contemporâneos o projeto de Deus era mero sistema que lhe dava segurança. Ezequiel, no entanto, sabe que o sistema passado estava agonizando de maneira irrecuperável, pois Jerusalém seria destruída.
Segundo ele, a sociedade sofria de doença crônica e incurável, pois havia abandonado o projeto de Yahweh em troca de uma vida luxuosa e fascinante. Por isso, Ezequiel vê o próprio Deus deixando o Templo (11, 22-24) e largando os rebeldes ao bel-prazer dos amantes.
Isso era causa de sofrimento para o profeta, mas não de desânimo e desespero. Para ele, o futuro seria de ressurreição (caps. 36-37) e novidade radical. Com sua linguagem simbólica, Ezequiel indicava os passos para a construção do mundo novo:
- Assumir a responsabilidade pelo fracasso histórico de um sistema que se corrompeu completamente, provocando a ruína de toda a nação.
- Compreender que a simples reforma de um sistema corrompido não gera nenhuma sociedade nova; apenas reanima o velho sistema que, cedo ou tarde, acabará sempre nos mesmos vícios.
- Converter-se a Deus, assumindo o seu projeto; e, a partir daí, construir uma sociedade justa e fraterna, voltada para a liberdade e a vida.
Com esse programa profético, vislumbrava-se um futuro novo: Deus voltaria para o meio de seu povo (43, 1-7), provocando o surgimento de uma sociedade radicalmente nova. Aí, todos poderão participar igualmente dos bens e decisões que constroem a relação social a partir da justiça. Desse modo, todos poderão reconhecer que, a partir desse dia, o nome da cidade será: Yahweh está aí (48,35).
A doutrina deste profeta tem, por núcleo, a renovação interior: é preciso criar, para si, um coração novo e um espírito novo (18, 31); ou ainda, o próprio Deus dará "outro" coração, um coração "novo", e infundirá, no homem, um espírito "novo" (11,19; 36,26).
Uma curiosidade sobre Ezequiel é que ele e o profeta Daniel são os únicos além do Senhor Jesus que foram chamados de filho do homem.
Ezequiel dá origem à corrente apocalípticaː suas grandiosas visões antecipam as de Daniel e as de São João no Apocalipse.
A visão de Ezequiel ( Raffaello Sanzio da Urbino, 1518 ) . Atualmente, está localizado no Palazzo Pitti , Florença . Retrata os quatro seres viventes vistos pelo profeta em Ezequiel 1, 4. |
YHWH
YHWH é o tetragrama (termo derivado do grego τετραγράμματον, tetragrammaton, "conjunto de quatro letras") que na Bíblia hebraica indica o nome próprio de Deus.
As quatro letras do alfabeto hebraico que compõem este tetragrama (escritas da direita para a esquerda) são י (yod), ה (he), ו (vav, chamada também waw), e de novo ה (he). Em português (como em inglês e françês) a transliteração usual é YHWH, mas encontram-se também na forma YHVH (como em espanhol).
As quatro letras são todas consoantes, como é normal ao escrever hebraico. Hoje a maioria dos estudiosos pensa que a pronúncia original do tetragrama bíblico era "Yahweh". Entre eles há incerteza sobre a vocalização como "Yahwoh" ou "Yahweh", mas esta é a forma que escolhem principalmente.
O significado exato do tetragrama YHWH é objeto de controvérsia entre os especialistas. YHWH tem a forma de um verbo na terceira pessoa masculina do singular. Alguns associam-no a uma raiz semítica que significa soprar e interpretam o nome como indicação do deus da tempestade, mas são mais numerosos aqueles que s o associam com um verbo que significa "ser".
No Livro do Êxodo Moisés pergunta a Deus qual é o seu nome. Deus, usando a primeira pessoa do mesmo verbo "ser", responde: "Eu Sou o Que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”.
A frase de Exodo 3:14, "Eu sou o que sou". é interpretada na Septuaginta (tradução grega do III siglo antes de Cristo) como Ἐγώ εἰμι ὁ ὤν ("Eu sou o Existente, Aquele que existe"): interpretação ontológica. Entendida no sentido causativo, a frase significa "Aquele que faz existir", "o Criador". A aparente tautologia ("Eu sou/serei quem/o que sou/serei") pode indicar que Deus se recusa de indicar qualquer nome concreto, visto que Ele está acima do conhecimento humano. Em outra interpretação, o verbo traduzido com "eu sou" denota não apenas a existência, mas tem o significado ativo de "estar presente" para alguém: que Deus vai libertar os israelitas no Egito.
O uso de do nome Jeová por alguns protestantes
No século XIV d.C. começou a ser usado de modo geral como nome de Deus a palavra "Jeová"; isso ocorreu porque os eruditos cristãos da época não reconheceram a natureza híbrida da forma.
No protestantismo, alguns tradutores da Bíblia aceitaram "Jeová" como equivalente exato de YHWH, como a versão Almeida e como a Bíblia Reina-Valera em espanhol. Equivalência que não foi aceita por Martinho Lutero, que em sua tradução usou "Der Herr" (O Senhor). As versões inglesas de então traduziam com "The Lord" (o Senhor) milhares de vezes, mas também umas poucas vezes com "Jehovah" (seis na "Geneva Bible", sete na "King James Bible"). Em francês a "Bible d'Olivétan" escolheu a expressão "L'Éternel (O Eterno).
A adoção de "Jeová" no lugar do tradicional "Senhor" gerou disputas. Em 1711, Adriaan Reland publicou um livro contendo o texto de escritos acadêmicos do século 17, cinco que atacavam o uso de "Jeová" e cinco que o defendiam. Como críticos do uso de "Jeová", incorporou escritos de Drusius (1550-1616), Sixtinus Amama (1593–1629); Louis Cappel (1585–1658); Johannes Buxtorf (1564–1629); Jacob Alting (1618–1679). Em defesa de "Jeová" estavam os escritos de Nicholas Fuller (1557-1626) e Thomas Gataker (1574-1654) e três ensaios de Johann Leusden (1624-1699). Em geral, os oponentes de "Jeová", que disseram que o Tetragrama deveria ser pronunciado como "Adonai" não especulam sobre podia ser a pronúncia original, mas foi mencionado o fato de que alguns sustentavam que essa pronúncia tinha que ser "Javé".
O hebraísta Wilhelm Gesenius (1786–1842) relatou que os estudiosos que apoiavam o uso de "Jeová" já então eram uma minoria e que o único argumento de qualquer valor mínimo por eles avançado em favor de sua opinião tinha como base os prefixos יהו (Yeho-) e יו (Yo-) de muitos nomes próprios, para o qual outras explicações são possíveis.
Os nomes e títulos de Deus em hebraico
- YHWH (Eu sou)
- Eloim (Aquele que deve ser reverenciado)
- El (Senhor)
- Adonai (Meu Senhor)
- Ahayah-Asher-Ahayah ( Eu sou o que sou)
- YHWH Tzevaot (Deus dos Exércitos)
- Avinu Malkeinu- Pai Nosso, Rei Nosso
- Boreh - O Criador
- Elohei Avraham, Elohei Yitzchak ve Elohei Ya`aqov — "Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó"
- El ha-Gibbor — "Deus Forte".
- Emet — "Verdade".
- Ro'eh Yisrael — "Pastor de Israel".
- Ha-Kaddosh, Baruch Hu — "O Santo, Bendito Ele".
- Kaddosh Yisrael — "Santo de Israel".
- Melech ha-Melachim — "O Rei dos Reis".
- Magen Avraham — "Escudo de Abraão".
- YHWH-Yireh (Yahweh-Yireh) — "YHWH provê" (Gênesis 22, 13, 14).
- YHWH-Rapha" — "YHWH cura" (Êxodo 15, 26).
- YHWH-Nissi (Yahweh-Nissi) — "YHWH nossa bandeira" (Êxodo 17, 8-15).
- YHWH-Shalom — "YHWH, a nossa paz" (Juízes 6, 24).
- YHWH-Tzidkenu — "YHWH, nossa Justiça" (Jeremias 23, 6).
- YHWH-Shammah — "YHWH está presente" (Ezequiel 48, 35).
- Tzur Yisrael — "Rocha de Israel".
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