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Salus in Caritate

Cultura Católica

São Miguel e Inês pelo pintor holandês Colijn de Coter (1440-1532) - Museu e Galeria da Universidade Bob Jones em Greenville (Carolina do Sul, EUA)





Introdução 

A Doutrina Social da Igreja refere-se ao ensino católico sobre a conduta moral, oferecendo uma base sólida para a reflexão sobre questões sociais, políticas e econômicas. Este corpo de ensinamentos promove a reflexão, o encorajamento e a vigilância atenta das condutas católicas no meio social, utilizando-as como ferramentas de evangelização e aplicabilidade da sabedoria cristã em diversos contextos sociais.

Não se trata de uma disciplina nova, nem de um fruto recente do cristianismo. As orientações da Doutrina Social da Igreja estão presentes ao longo da história da Igreja, expressas nas cartas de São Pedro e São Paulo, nas orientações sobre como proceder socialmente, nos textos da patrística, nas ações católicas da Idade Média e, mais recentemente, nas orientações sobre os sistemas políticos modernos, como o capitalismo e o comunismo. Esta disciplina também favorece a reflexão e a manutenção do estado de vigilância cristã na observação e julgamento político-social, diferenciando adequadamente formas de governo como monarquia e totalitarismo, democracia e demagogia (mais sobre o assunto aqui: Educa-te | Paideia Cristã).

Trata-se, portanto, de uma matéria alimentada pelo ensino da Moral Católica e sua aplicabilidade prática. Quando ensinada corretamente, esta disciplina eleva o estado da alma, apelando para as capacidades morais e o anseio espiritual das pessoas. Se aplicada corretamente, torna-se uma forma eficaz de gerar uma diferença clara entre as ações dos cristãos e dos não cristãos, como afirmo no capítulo Sobre a Moralidade no livro Modéstia (2018).


A Situação Atual

No Brasil, houve um período de mais de 70 anos sem projetos católicos laicais, ou seja, empresas e colégios baseados em princípios católicos, com funcionários e público majoritariamente católicos. É natural, portanto, que por algum tempo se repliquem as condutas do meio secular ou da realidade paroquial. Por exemplo, é comum encontrar negócios que se baseiam exclusivamente na caridade, replicando a doação de serviços que existe nas paróquias. Embora não haja problema nisso, se há renda suficiente gerada para remuneração, não seria moralmente correto não remunerar os trabalhadores. Também pode ocorrer a replicação de práticas seculares de desrespeito às pessoas e aos acordos, refletindo certa irresponsabilidade observada no planejamento e trabalho paroquial.

Portanto, torna-se oportuno rememorar o ensinamento cristão para empresas e gestão de colégios, com a intenção de tornar o agir cristão superior ao secular, e não o contrário.




Princípios Fundamentais 


Valorização do Trabalho

A Doutrina Social da Igreja enfatiza a importância do trabalho como uma expressão da dignidade humana e uma forma de participação na obra da criação. O trabalho não deve ser visto apenas como um meio de subsistência, mas como uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e contribuição para o bem comum. Empresas e instituições católicas devem promover um ambiente onde o trabalho seja valorizado e respeitado, reconhecendo o esforço e a dedicação dos trabalhadores.

A valorização do trabalho está intrinsecamente ligada ao respeito pelo tempo das pessoas: o tempo que dedicam para realizar suas tarefas, o tempo que investiram para chegar até aquele momento e o tempo empregado em edificar os outros. Seja um trabalho remunerado ou voluntário, é fundamental que esse tempo seja respeitado e devidamente honrado.

Para isso, é importante observar os detalhes do ambiente que favorecem e facilitam o trabalho, proporcionando ao trabalhador um tratamento compatível com a importância do ofício. Por exemplo, alguns locais colocam os professores para dar aulas numa banqueta e outros em uma mesa (o mesmo instituto faz isso, com dois professores diferentes); isso é desrespeitoso. Preparar um tratamento para um e não para outro é sinal de desrespeito ao tempo e ao ofício. Cito isso como exemplo, mas certamente pode ser feito um raio-x interno para avaliar posturas desrespeitosas em outros nichos e empresas.




 A Justa Paga do Trabalhador

Um dos pilares da Doutrina Social da Igreja é a justiça nas relações de trabalho. Isso inclui a garantia de uma remuneração justa que permita ao trabalhador e sua família viverem com dignidade. A justa paga não é apenas uma questão de contrato, mas de moralidade e ética, refletindo o reconhecimento do valor intrínseco do trabalho realizado.

Posso oferecer o exemplo da porcentagem de pagamento dos autores ou da hora-aula dos professores. Algumas editoras e institutos, tomando como referência a forma imoral de trabalho, não pagam o professor e muito menos o autor. Não dar a justa paga ao trabalhador é um pecado que brada ao céu, ou seja, segundo o Santo Ensino Católico, a pessoa atrai sobre si a desgraça.

Portanto, se você quer o crescimento do seu trabalho (e me sinto mal em ter que tocar nesta temática entre cristãos, mas infelizmente tem acontecido com frequência), é preciso pagar o trabalhador, mesmo que você como empresário não tenha recebido lucro. O empresário é um administrador dos bens que recebe da Providência; se administrou de forma irresponsável, deve arcar com os custos disso. Se deixar de pagar o trabalhador, Deus se encarregará de fazer a justiça e alinhar os atos errados segundo os princípios da ordem divina, penalizando os projetos do empresário de alguma forma em justiça ao trabalhador que não recebeu o pagamento.

Também merece atenção os institutos e colégios que, além de realizar o tópico da falta de respeito, não pagam o professor. Todos são pagos, menos o professor. E dizem que querem restaurar a catolicidade no Brasil, não dando a justa paga ao professor e acumulando dinheiro com o trabalho alheio. O professor pode, se quiser, dar aula de forma voluntária, mas ele não é obrigado a fazer de forma gratuita a única coisa que ele cobra. Em palavras mais claras, ele não é obrigado a trabalhar de graça, mesmo sendo católico.




Combate ao Pensamento de Ganho Individualista

A Doutrina Social da Igreja critica o individualismo exacerbado e o materialismo que muitas vezes permeiam as sociedades modernas. O neoliberalismo é uma teoria econômica que enfatiza a livre iniciativa e a redução do papel do Estado na economia, muitas vezes resultando em um aumento do individualismo. Ou seja, cada um está solenemente vendendo o seu peixe, e para isso vale tudo (novamente, é um absurdo ter que escrever isso): pessoas que vendem conteúdo de catequese, outras entram no curso de uma pessoa e literalmente roubam os temas de uma parte - ou todo o curso - e fazem o seu com um valor maior, outras retiram conteúdos disponíveis na internet, imprimem luxuosamente e vendem como seus. Todos esses atos acontecem com uma frequência considerável entre católicos possuídos pelo espírito neoliberal, "fazedor de dinheiro", e para isso rouba o talento de outros, ao invés de buscar encontrar o seu. Antes, as pessoas roubavam expressões e formas de ser, hoje elas roubam o trabalho do outro.

Quanto à catequese, é óbvio que não podemos vender catequese; o ensino sagrado não pode ser vendido, não se pode vender também direção espiritual, também não posso pedir doação e em troca oferecer tantas orações, isso beira a simonia. Acredito que o nicho católico é novo para algumas pessoas, então é comum - mas não normal - tomar a atitude secular como parâmetro. Mas a verdade é que não podemos desrespeitar o Evangelho. Eu posso citar um trecho bíblico, figuras bíblicas ou um dogma ou ensino católico numa aula sobre Moby Dick, por exemplo, ou ao falar das obras de arte produzidas em determinado período, ou ao contar a respeito de um tema na história ou ao falar da história da educação, e isso não será catequese. Mas estará enriquecido com catolicidade. Mas não posso rentabilizar o conteúdo da aula de catequese sobre "quem é Deus?", por exemplo, porque isso é catequese.

As empresas e instituições católicas devem combater essa mentalidade neoliberal de ganho individualista, mantendo a capacidade de autonomia e livre iniciativa, incentivando práticas que promovam a conduta católica, que é território fértil para santidade. Nem tudo pode ser solucionado com networking; às vezes, se ligar às pessoas erradas, com diretrizes diferentes das nossas, mesmo que católicas, pode quebrar princípios e alicerces fundamentais do seu trabalho ou empresa.




A Educação Católica da Equipe

A formação contínua dos funcionários em princípios e valores católicos é uma exigência permanente. Muitos erros atuais acontecem por falta de treinamento. Mesmo uma equipe enxuta pode fazer muito com treinamento e regras, por exemplo: regras de como receber os professores, regras de tratamento, regras de conduta moral, diretrizes para avaliação de parceria, regras de tratamento de professores e alunos, regras de horários.

Se você visitar rapidamente um documento chamado Ratio Studiorum, verificará que se trata de um conjunto de regras que direcionou uma das ações católicas mais eficazes já vistas. Como disse na aula aberta Educação Clássica aplicada à catequese (que ofereci em ação voluntária, o meu trabalho está disponível de forma regular para os alunos devidamente matriculados no Portal Educa-te), as pessoas estão habituadas com as práticas pastorais paroquiais que não possuem regras, baseadas na boa vontade (ou muitas vezes nas ações sem vontade), isso impregnou as ações católicas de uma forma a deixar tudo ao acaso, sem muita organização, preparo ou treinamento (tanto numa aula pequena quanto num evento).

Mas a pergunta essencial é: se no meio secular muitas vezes nos atentamos a deixar bem feito e organizado um jantar, uma recepção ou um chá, por que as coisas de Deus, que nos deu tudo, são feitas de uma forma tão desleixada? Portanto, as diretrizes não consideram somente a educação religiosa, mas também a promoção de uma cultura organizacional que reflita os ensinamentos da Igreja.

A educação católica da equipe visa criar um ambiente de trabalho harmonioso, ético e comprometido com a missão cristã, com ordem e cuidado. Não adianta só ser católico, é preciso se comportar como católico de verdade.




Fala Cordial e Harmônica

A comunicação dentro das empresas e instituições católicas deve ser marcada pela cordialidade, harmonia e verdade. Isso significa promover o respeito mútuo, a escuta atenta e a resolução pacífica de conflitos. A resolução é uma parte importante. É preciso resolver.

Talvez por uma imitação do meio secular, vícios ou somente por sermos humanos, a fuga da resolução é constante. As pessoas fingem que não existe um problema interno, fingem que está tudo bem. Vale considerar um aspecto: não é a primeira vez que o Brasil tem um aumento vertiginoso de institutos e colégios. Isso já aconteceu em meados dos anos 60 e, hoje, se buscar pelos nomes deles, se buscar pelos grupos de estudo dos ciclos tomistas paroquiais (acredite, existiam, você não é o primeiro a ser tradicional ou a fundar um instituto nessa terra tupiniquim), enfim, se procurar, encontrará poucos que restaram. A pergunta é: eles caíram por quê? Respondo: falta de resoluções internas. Fingir que nada está acontecendo não é o caminho (e é um pouco ridículo, já que fica nítido para olhos treinados); alinhar-se aos grandes da internet acreditando que isso dará durabilidade ao projeto também não é o caminho.

Existem algumas resoluções que são difíceis. As pessoas tendem a escolher lados e não destinos. Também tendem a bajular os seus iguais e os que possuem fama, o que dificulta a aquisição de um bom balizador moral. Mas, de forma geral, se depois de um período de silêncio as condutas são as mesmas, afinal, pode acontecer de uma gestão demorar a refletir sobre si mesma (está aí o nosso clero para servir de exemplo), poderá ser necessário uma conversa mais franca, respeitosamente franca, para que ao menos o que não foi dito seja impedido de se tornar um conjunto de escuridão interna.

Outro aspecto relacionado à fala é a capacidade de elogiar. Coisa difícil no meio católico. Do alto clero ao leigo, todos veem os talentos alheios como ofensas pessoais, agulhas em seus egos. Por isso é muito importante incentivar a escuta do que já se sabe, valorização por elogio sincero ao trabalho e apoio sem interesse em ser marcado nos stories. Isso diminui muito a inveja e aumenta a capacidade de valorizar os talentos.

Numa série japonesa chamada "Cozinhando para a Casa Maiko", uma personagem coadjuvante nos ajuda a pensar sobre o respeito genuíno. Numa cena, ela está com uma pessoa que diz que a respeita muito, que gosta dela de verdade. A personagem coadjuvante era artista e fazia um trabalho tradicional chinês muito refinado chamado "Mai". Ao escutar essa declaração, ela disse: "Como você me respeita e gosta de mim se você nunca viu o meu Mai?" No Mai estava o que ela tinha de melhor, a parte mais importante dela, a vocação dela.

Então fica a pergunta: será que você respeita mesmo e gosta das pessoas que diz que respeita e gosta? Você já prestigiou a melhor parte dela? A vocação dela? Eu sempre acho estranho quando alguém diz que gosta de mim, mas nunca assistiu um curso, nunca leu um texto ou livro meu, por exemplo. Eu não acredito nela, simples assim. Respeito é uma palavra muito rara de vermos realizada hoje em dia.

Outro aspecto é o elogio. Os padres brasileiros não elogiam porque acham que isso desvaloriza os outros, porque não querem envaidecer e porque não sabem elogiar. Uma vez, um padre estava nos alimentando com a Sagrada Eucaristia e levantou os olhos; viu uma fileirinha de mulheres com véu, ele sorriu de verdade e, quando chegou a nossa vez, ele disse "tão lindo" ("so beautiful"). Ele era americano. O resultado foi que a igreja ficou feliz porque ele estava feliz conosco. Foi a primeira vez que vi o "quando um é edificado, todos são edificados" (1 Coríntios 12, 26).

Quisera Deus que os padres confiassem mais na Escritura do que na mediocridade própria e da comunidade. As empresas e colégios não devem cometer o mesmo erro: deixar de dar o elogio encorajador e corrigir as debilidades a tempo e atentamente.




Iluminura "Cosmos, Corpo e Alma" de Santa Hildegarda de Bingen apresentada em seu livro "O Livro das Obras Divinas". No centro, está a roda da vida com as estações harmonizadas ao ciclo da vida humana. Os animais em suas obras normalmente significam as tentações e suas forças (pelos sopros que fazem) que a alma precisa vencer. No canto inferior esquerdo, a santa pinta a si mesma para mostrar que é testemunha da visão, que, por sua vez, é muito maior que ela mesma.



Quantas reflexões podemos tecer sobre a palavra 'tradicional'? Recentemente, tenho me permitido ponderar longamente sobre o que, de fato, significa moldar a vida segundo essa palavra. A verdade é que, aqui no Brasil, o termo 'tradicional' está fortemente associado à forma da Santa Missa e, em alguns casos, ao comportamento e vestimenta. Isso é realmente fundamental.

No entanto, como seria uma vida mais alinhada aos ritmos das estações, ao tempo litúrgico e à devida harmonia entre descanso e trabalho? Tenho nomeado esse alinhamento, em meus pensamentos, como 'vida tradicional'. Talvez você já tenha notado o crescimento dessa busca em diversos grupos, dos mais variados credos ou convicções. Parece ser um anseio genuíno por um ritmo que perdemos, mas que ainda está latente em nossa memória coletiva. Um anseio é algo que, como explico no último capítulo do livro Modéstia (2018), pode ser observado em vários países, com nuances distintas, atreladas a um único fio condutor: "quando estamos diante de um comportamento social, devemos nos atentar a alguns pontos cruciais visando analisá-lo bem".

No entanto, viver realmente no campo não é, de imediato, a coisa mais simples de se realizar, pois, afinal, a maioria de nós pode se considerar um 'bicho da cidade' ou, para alguns, um 'guri de apartamento', em maior ou menor grau. O que fazer, então?

Em 1 Tessalonicenses 4,11 lemos uma orientação interessante: "E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vô-lo tenho mandado". É um incentivo para a busca por uma vida simples e tranquila, focando no trabalho realizado com alegria para o Senhor. Já em Provérbios 31, 27 encontramos a orientação para as mulheres sobre este tema: "Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da ociosidade". Viver quieta e tranquilamente sobre a terra, mas sem o ócio maléfico pairando sobre nós. "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria" (Eclesiastes 9,10). Um ritmo de trabalho que não se torne doentio na busca por obras e resultados terrenos. Nossas forças são limitadas, limitado é o nosso entendimento. Numa grande aula sobre o esforço e a tensão intrínseca existente no tema, o Senhor continua: "E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens" (Colossenses 3,23). O esforço por resultados terrenos cansa e fadiga, excede as nossas forças. O esforço para a maior glória de Deus santifica. Quanta diligência em ambos os esforços e quanta tristeza vem do primeiro e quanta bênção vem do segundo. Afinal, os resultados humanos não importam, o Senhor se preocupa mais em nos fazer trilhar o seu método. É o método que importa.

Quando falo ou escrevo sobre isso sempre me recordo de São Roberto de Molesmes, o fundador dos trapistas que nunca deixou de ser um beneditino. Ele sofreu muito como abade de um mosteiro, os monges bateram nele e ele saiu em fuga do convento do qual era abade. O motivo? Ele queria restaurar o cumprimento da regra de São Bento entre os monges beneditinos. Quando fundou a sua tão sonhada ordem trapista, dos monges brancos (os monges pretos eram os beneditinos), não pôde viver com eles. Um santo que se santificou pelo anseio, mas colheu pouquíssimos resultados terrenos concretos. É um exemplo claro de que o que importa, para o Senhor, é seguir o método, mesmo sem resultados a olhos vistos. A fidelidade ao método pode ser chamada de disciplina. Vale a pena comentar que a disciplina, a diligência, é a primeira virtude nomeada pelo monge professor Hugo de São Vítor. A instrução pedagógica católica é uma educação espiritual que se plasma na matéria e se alicerça na disciplina, esta virtude abraça amorosamente a vida cristã.

Não existem áreas separadas; todas as áreas que compõem um ser humano fazem parte da educação católica. Seu ensino espiritual não significa uma restrição, antes é uma sinalização de sua ordem superior, pois o que é superior influencia o que é inferior, ou seja, o espiritual abarca o material, pois é superior a este. A segmentação das áreas, fruto da mente moderna, gera um conjunto de fissuras que desfavorecem a harmonização dos ciclos e ritmos do tempo. Passamos a viver achando que a leitura de um clássico da literatura, a filosofia, a oração piedosa são coisas distintas, sem nenhuma ligação. No entanto, estão completamente interligadas. E a primeira ponte entre elas é a virtude da disciplina. Como ensina o Cardeal professor Hugo de São Vítor: "(...) a prática da disciplina dirige o espírito para a virtude, e a virtude então leva à bem-aventurança".

No entanto, em nossas mentes modernas, o termo disciplina é pintado com imagens tristes e taciturnas, com notas graves de tristeza e talvez castigos. No entanto, a disciplina pedida pelo salmista no Salmo 119, ensina Hugo de São Vítor, deve ser quista e pedida, juntamente com a ciência, a capacidade de discernir. A disciplina, portanto, trata-se de um itinerário didático que se inicia com a ciência (que é ver nas coisas terrenas os sinais dos desígnios divinos, é um senso político celestial das coisas terrenas segundo as eternas, adquirida pela meditação das Escrituras, da Santa Doutrina e da vida dos Santos). A ciência abre as portas para a disciplina (a habilidade de se deixar instruir por Deus, avaliar os próprios atos segundo as diretrizes meditadas e então mudar as atitudes). A disciplina nos leva a ser bons (já que nos tornamos continuação do Evangelho vivendo-o numa conduta santa).

A conduta santa ensinada por Hugo de São Vítor é a base da pedagogia católica e se refere não somente à oração, mas à conduta ao comer, falar, vestir, estudar, meditar, ou seja, abarca todos os atos e áreas. Parte da inanição católica vem do esquecimento de que a formação católica, sua instrução, se refere a todas as áreas que formam uma pessoa e que a piedade é o alicerce de todas as outras instruções. E, em suma, todas as áreas são trabalhadas em conjunto com uma atenção generosa à forma de administrar o tempo. Talvez, quando essa percepção, alocada no âmago da palavra tradicional, voltar realmente às nossas mentes possamos ter uma esperança mais luminosa e posturas menos jactantes.



As Quatro Têmporas e Seu Efeito no Ritmo do Tempo



As Quatro Têmporas, ou Quatuor Tempora, são períodos de jejum e abstinência instituídos pela Igreja Católica para marcar o início das estações do ano. Esses períodos são:


Têmpora da Primavera: Celebrada após o primeiro domingo da Quaresma.
Têmpora do Verão: Celebrada na semana após Pentecostes.
Têmpora do Outono: Celebrada após a festa da Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro).
Têmpora do Inverno: Celebrada após o terceiro domingo do Advento.


Segundo Michael P. Foley, em seu livro "The Light of the World: A Celebration of the Four Seasons": "As Têmporas são um poderoso testemunho de como os ritmos litúrgicos podem se alinhar aos ciclos naturais, promovendo uma sensação de harmonia e propósito ao longo do ano." Além disso, o autor Uwe Michael Lang, em seu ensaio "The Genius of the Roman Rite", menciona: "A observância das Têmporas nos convida a refletir sobre a generosidade de Deus em cada estação, ajudando-nos a manter um ritmo de vida que respeite os ciclos naturais e a piedade."

O Midrash (comentários sobre os livros da Torá) explica em VaYikra Rabá sobre a importância do trabalho e da diligência: "Como o agricultor que trabalha sua terra com devoção e esforço, também nós devemos dedicar-nos ao trabalho, servindo como exemplo de diligência e compromisso nas nossas vidas diárias."


Ela não come o pão da ociosidade (Provérbios 31, 27). 


Devemos permitir que a simplicidade da vida sazonal nos ensine a encontrar Deus em nossas pequenas ações diárias. Voltar às raízes de uma vida simples e tranquila é essencial para um elo catolicamente sadio e mais profundo com a natureza e, o principal, com Deus. A vida sazonal nos convida a adotar um ritmo mais lento e significativo, seguindo os ciclos da natureza e das estações do ano. Aproveitar cada estação ao máximo, celebrando as pequenas bênçãos que cada uma traz.

 Adotar uma rotina sazonal pode nos ajudar a viver de forma mais veraz, respeitando os tempos de atividade e descanso. Sem uma preocupação exasperada com o calendário como tinham os pagãos, mas numa atenção amorosa de filhos para a criação mantida pelo amor divino por nós. 

Numa época tão atribulada quanto a nossa, olhar para o céu e verificar, verbi gratia, que o sol está se pondo no mesmo horizonte, mas um pouco mais para a esquerda do que na estação anterior, pode ser um motivo para semear um sorriso no rosto e frutificar em oração por Sua bondade. Isso também é testemunhar as obras do Senhor. 





Práticas simples




Alimentação

Santa Hildegarda dava grande atenção à alimentação, acreditando que a comida deve proporcionar conforto. Um olhar atento ao consumo de alimentos locais e sazonais não apenas promove uma alimentação mais saudável, mas também fortalece a agricultura local. Há algo de profundamente significativo em visitar feiras e mercados locais, escolhendo frutas e vegetais da estação, repletos de frescor e sabor. Longe de ser uma atividade ativista, trata-se mais de uma ação consciente da qualidade inferior das produções alimentícias em massa e do aumento dos desertos alimentares nas grandes cidades. Desertos alimentares são regiões onde os habitantes têm acesso limitado a alimentos saudáveis, nutritivos e baratos.



Ritmo de Exercícios

Ajustar a modalidade de exercícios conforme a estação favorece uma atividade harmônica. Por exemplo, caminhadas na primavera, natação no verão, corridas no outono e aumentar o tempo de oração mental no inverno. Tais mudanças não só promovem o bem-estar físico, como também o equilíbrio mental e espiritual.

As estações estão realmente passando por mudanças, e existe uma nova ansiedade intitulada "ansiedade climática". O mundo moderno, gerador de uma instabilidade monstruosa, somado ao anseio marxista de que o estado supra todas as inseguranças, gera uma predisposição para ansiedade e terror.

Diante disso, é essencial adotar uma atitude cotidiana dinâmica, baseada em observar a estação, acolher a realidade e agir de acordo. Verificar os efeitos saudáveis dessas práticas pode proporcionar um equilíbrio entre corpo e mente, ajudando-nos a enfrentar os desafios contemporâneos com serenidade e discernimento.



Celebrações e Rituais Sazonais

Viver as têmporas, celebrar as festas tradicionais de Santa Luzia, São Nicolau, São João, o onomástico (santo com o mesmo nome que o seu), o santo do dia do nascimento, além da Páscoa e do Natal, ajudam a viver cada estação de uma forma agradável e católica.



Ritmo de Trabalho e Descanso

Equilibre períodos de trabalho e descanso de acordo com as mudanças sazonais. O inverno pode ser um tempo de mais repouso e reflexão, enquanto a primavera e o verão podem ser períodos de maior atividade e produtividade.



Refletir sobre o que cada estação pode ensinar. 


Essas atitudes cultivam a habilidade de respeito ao tempo, tanto ao nosso quanto ao das pessoas ao nosso redor. Encontramos alegria nos talentos próprios e nos dons de nossos irmãos, expressando agradecimentos mais frequentes a Deus e as pessoas pelo trabalho, pelos esforços, serviços e talentos daqueles que nos cercam.

Podendo desenvolver a capacidade de comunicação respeitosa e tranquila no dia a dia usando o antigo e tão esquecido "bom dia", "boa tarde", "boa noite". Quanto cansaço podemos poupar, quanta alegria podemos gerar com coisas simples como respeitar o próprio tempo e o tempo do próximo.

Veremos que o respeito ao tempo, ao nosso tempo, com a simples pergunta "Onde lanço as sementes de tempo que o Senhor me deu?" ou "Eu respeito as sementes de tempo das outras pessoas?", "Isso, essa pessoa, esse lugar respeita o meu tempo?" gera grandes mudanças de atitude em relação a escolhas de amizades, contatos, trabalhos e tantas outras áreas de nossas vidas, redescobrindo, assim, a serenidade e a harmonia no respeito ao tempo que nos faz crescer em graça.


revista salutaris cultura, arte e literatura






Referências:


BÍBLIA DE JERUSALÉM. Provérbios 31, 27: "Ela não come o pão da ociosidade."

BÍBLIA DE JERUSALÉM. 1 Tessalonicenses 4, 11: "E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vô-lo tenho mandado."

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Eclesiastes 9, 10: "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria."

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Colossenses 3, 23: "E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens."

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Provérbios 12, 24: "A mão dos diligentes dominará, mas a preguiça será sujeita a trabalhos forçados."

FOLEY, Michael P. The Light of the World: A Celebration of the Four Seasons.

LANG, Uwe Michael. The Genius of the Roman Rite.

KELLY, Matthew. Rediscovering Catholicism. Beacon Publishing.

KEMPIS, Thomas à. A Imitação de Cristo. Paulinas.

CHITTISTER, Joan. The Gift of Years: Growing Older Gracefully. BlueBridge.

BARROS, Ana Paula. Modéstia. 2018.

CALICO TWINE. "A Seasonal Life". Disponível em: <https://calicotwine.com/seasonal-life>. Acesso em: 14 out. 2024.








Educação Clássica aplicada à catequese (transcrição de aula)




Transcrição em tópicos da aula: Educação Clássica aplicada à catequese ministrada pela professora Ana Paula Barros em 3 de fevereiro de 2024. Aula disponível na íntegra aqui com link para o mapa mental na descrição da aula (sugerimos fortemente a escuta da aula na íntegra).


Introdução

A catequese, enquanto processo de formação e instrução na fé, enfrenta desafios significativos que demandam uma revisão da sua metodologia e gestão. Neste contexto, é essencial discutir a necessidade de uma abordagem que promova uma formação continuada dos catequistas e a revisão das estruturas de suporte às práticas catequéticas nas comunidades e paróquias.


Metodologia Atual da Catequese

Atualmente, muitos catequistas relatam a falta de uma metodologia que suporte efetivamente a catequese a longo prazo. O material disponível no site Salus in Caritate oferece recursos como planos de vida espiritual, leitura do catecismo e leitura bíblica, que são indicados tanto para a vivência pessoal quanto para a aplicação em grupos. No entanto, a demanda por cronogramas específicos de catequese evidenciou a necessidade de uma abordagem reflexiva sobre o assunto.


Desafios Identificados

Os principais problemas enfrentados pelo catequese incluem:

  1. Falta de Formação Adequada: A maioria dos catequistas não recebe a formação necessária para desempenhar suas funções de maneira eficaz. Embora alguns catequistas sejam professores em outras áreas, a catequese exige uma formação específica mínima em teologia, liturgia e outros temas relacionados à fé, da forma tradicional.

  2. Gestão Deficiente: A gestão - eclesial, pastoral e clerical - atual das atividades catequéticas muitas vezes deixa os catequistas sem suporte, resultando em uma atuação isolada e desarticulada. Em muitos casos, faltam cronogramas claros e materiais de apoio, dificultando a aplicação de uma metodologia eficaz.

  3. Necessidade de Comprometimento Institucional: É fundamental que as dioceses e paróquias assumam um papel ativo na formação de seus catequistas, promovendo treinamentos e acessos a conteúdos educacionais relevantes, assim como o material mesmo para a aulas de catequese, principalmente em regiões mais carentes. 


Propostas para uma Nova Abordagem

Para superar esses desafios, propõe-se uma série de ações:

  1. Capacitação dos Catequistas: É necessário estabelecer um programa de formação continuada verdadeiro que aborde temas essenciais como história da igreja, liturgia e teologia de forma organizada e interligada, com exemplos de aplicação em aula. Esta formação deve ser adaptada às diversas instâncias de catequese e ao nível de conhecimento dos catequistas.

  2. Revisão da Gestão das Atividades: As comunidades devem promover uma gestão mais eficaz, assegurando que os catequistas tenham acesso aos recursos necessários (inclusive de materiais para dar aula) e à orientação pedagógica tradicional adequada para suas atividades. 

  3. Integração com Outras Áreas: Assim como os catequistas, outros membros da igreja, como músicos e pastores, devem receber formação específica. A formação tradicional em música sacra e arte sacra, por exemplo, é crucial para a valorização da liturgia e da experiência de fé. Auxiliam a catequese ao possibilitar o acesso dos catequizandos, dos diversos recortes de classe, à arte e à música sacra.

  4. Mudança de Mentalidade: Por fim, é fundamental que haja uma mudança na mentalidade dos gestores e do clero em relação à formação e ao papel dos catequistas. A busca pela excelência deve ser uma prioridade, reconhecendo que a formação adequada é um investimento vital para a vida da Igreja. 


Conclusão I

A catequese não deve ser vista como uma atividade secundária, mas como um componente essencial da vida comunitária. Investir (e me refiro a recursos financeiros e intelectuais mesmo, além de tempo) na formação dos catequistas e na gestão das atividades catequéticas é um passo crucial para revitalizar a experiência de fé nas comunidades. Ao promover uma abordagem mais integrada e comprometida, será possível responder de maneira eficaz às necessidades dos catequizandos e da Igreja como um todo.

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"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




"Quem ama a disciplina, ama o conhecimento" - Provérbios 12, 1

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