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Salus in Caritate

modestia

"Ó mulher mundana,
que perdeste o pudor e
te apresentas ao público
sem te envergonhar,
por que ages assim?"
(D. Giuseppe Tomaselli).

Escuta e Reflete!

Breves Pensamentos Morais


1º Ponto: Antes não existias. Dentro de 100 anos onde estarás... Ou no Paraíso ou no Inferno! Qual é o fim da tua vida?... Dar ao Criador a prova de amor, com a observância de sua Lei. A vida não é prazer; é luta contra as paixões, contra Satanás e as máximas perversas do Mundo.

Para vencê-los precisamos da ajuda de Deus, que se obtêm com a Oração e com os Sacramentos. O fruto da vida cristã é a paz do coração, a resignação na dor, e depois, o Paraíso.

2º Ponto: No toca disco ficam impressas as ondas sonoras... cantos delicados ou grosseiros... palavras santas ou inconvenientes... Assim, no livro da tua vida permanecem escritos: os bons pensamentos ou os maus, as conversas morais ou imorais, as obras boas ou as más. Depende de ti escrever somente o bem.

3º Ponto: O rio corre; a cada momento se avizinha do mar. A tua vida foge: cada dia que passa é um de menos que te fica sobre a terra; todo o dia é um passo em direção do cemitério. Não queres pensar nisto? És tola! Imita as virgens prudentes!
4º Ponto: Sabe que a alma vale mais que o corpo. Por que tanta solicitude com o mísero corpo e tanto desleixo com a alma? Aprende a ser mais sábia!

Ouve, ó Filha, o que Eu tenho para te dizer:

Ó mulher, lança um olhar para Mim, flagelado até o sangue e coroado de espinhos! Contempla as minhas contusões e chagas!... Depois escuta e reflete!

Na vida terrena Eu me mostrei um manso cordeiro. Subi ao Calvário sem abrir à boa.

Tratei com doçura a Samaritana e a converti. Toquei o coração da pecadora de Magdala e fiz dela uma predileta Minha.

Ao longo das estradas da Palestina saiam da Minha boca palavras de luz, de paz e de amor. Os Meus ensinamentos eram doces como o favo de mel.

Um dia, porém, lançando um olhar Divino sobre todos os séculos, à vista do mal que inundava o mundo, pronunciei palavras de fogo: "Ai do mundo por causa dos escândalos!..."

Ai de quem escandaliza um destes pequeninos que crêem em Mim! Melhor seria que se pendurasse ao pescoço de quem dá escândalo uma mó de moinho e fosse precipitado no mar!

Quem pronuncia este "ai" é um Deus; sou Eu, Jesus, o Redentor, que tanto sofri para salvar as almas; sou Eu, o Juiz Supremo da Humanidade, Eu, que deverei pronunciar a sentença eterna para todas as almas: ou o Paraíso ou o Inferno!

Reflete, ó mulher, que segues a moda livre, reflete sobre o escândalo que dais a quem te olhar e sobre a tremenda responsabilidade de que te carregas!...

Podes iludir-te a ti mesma dizendo: Que mal há em seguir esta moda?... De resto, as outras mulheres fazem exatamente o mesmo!... − Esta ilusão vale para ti; mas a realidade é bem diferente!

Não podes enganar-me, que sou Bom, mas também sou Justo! Eu, o Legislador Divino, disse: Se alguém olhar para uma mulher com malícia, já pecou com ela no seu coração! − Todos os olhares lançados sobre ti com malícia, quer em casa, quer fora, são pecados que se cometem.

Tais pecados são imputáveis a quem te olhar, mas antes de tudo a ti que és a causa voluntária deles.

Um dia, quando a morte te arrancar do mundo e compareceres diante de Mim para ser julgada, verás as culpas que os homens cometeram ao ver-te com vestido indecente e tu mesma ficarás horrorizada!... Que escusa Me apresentarás?... Ai de ti, ó mulher, pelos teus escândalos!

Ó mulher mundana, que perdeste o pudor e te apresentas ao público sem te envergonhar, por que ages assim?


Tu não crês que existe um Deus, que há uma outra vida após esta terrena e que há uma alma a salvar! 
Crês ser semelhante a qualquer animalzinho, o qual, quando estiver morto tudo acabou para ele! Enganas-te!...

És uma criatura de ordem superior. Há um Deus acima de ti, ao qual nada escapa, um Deus que é justo punidor da culpa.

Escuta!

Quando talvez um dia estiveres presa ao leito, sem esperança de levantar-te... ou amassada entre duas máquinas, ensanguentada e próxima de morrer, ou quando o alarme de um germe maligno te disser que os espaços para ti terão acabado..., ou quando lutares com a morte, enquanto o teu corpo for atormentado na sala de operação... ou quando talvez tenhas um veneno perto ou uma arma para satisfazer ao desespero... lembra-te nesse instante que Deus está te pagando!...

Deus não paga o sábado, mas paga sempre!

Disse ao paralítico de Betsaida, depois de tê-lo curado: Não peques mais, para que não te aconteça algo de pior... Aquele homem tinha ficado paralisado durante 38 anos por motivo dos seus pecados.

É verdade que às vezes Eu toco com dor o corpo dos meus prediletos, para se santificarem e salvarem as almas; mas frequentemente Eu toco o corpo dos que pecam para puni-los, na esperança de fazê-los compreender!

Eu possuía uma vinha numa fértil colina. Eu a rodeei de cercas, tirei dela as pedras e a enchi de videiras escolhidas. Edifiquei no meio uma torre, construí um lagar e esperei que produzisse uvas; mas não deu outra coisa senão labruscas (uma casta de uva preta).

Que coisa deveria ter feito pela Minha vinha e não fiz?... Agora darei a conhecer o que pretendo fazer à Minha vinha: arrancarei a sebe e esta será devastada... Deixá-la-ei no abandono!

A vinha da qual Eu falo és tu, ó mulher, que tens o nome de cristã, mas na realidade não és!

Eu te fiz nascer num país iluminado pela Fé e numa família cristã; foste instruída nas Verdades Divinas; muitas vezes te liberei dos perigos da alma e do corpo; te enriqueci de muitas graças espirituais.

Enquanto estavas na infância, prometias muito e Eu aguardava os bons frutos de ti, ó Minha vinha amada. Mas na juventude tu te deixavas arrebatar pela corrente mundana e também tu segues hoje a moda, se não totalmente escandalosa, certamente muito livre.

Houve tempo em que detestavas nas outras mulheres aquela moda de vestir, que apesar disso fizeste tua... Tu te tornastes imunda! Inutilmente os Meus sacerdotes levantam a voz e expõem os sagrados avisos no Templo.

Ó mulher, que te crês religiosa e trajas vestidos pouco decentes, reflete sobre o teu caso!

Ora, seja por hábito ou por conveniência social, às vezes te resolves a comungar. Sabendo que o sacerdote não te daria a Sagrada Partícula ao ver-te com os braços nus e muito decotada, no momento da Comunhão te cobriste o melhor que podias e assim recebeste-me no Santíssimo Sacramento.

Eu, que invisto contra o escândalo, entro no teu corpo. Quanta amargura experimento quando vens para receber-me!... Penso na tua moda!

Saída da igreja, eis que te vestes imodestamente de novo, e ages por motivo de vaidade para não parecer menos inconvenientemente vestida que as outras mulheres... mas apesar disso estás debaixo das vistas dos homens, os quais frequentemente não são simples em olhar e em pensar!

Na igreja o teu corpo que comunga se torna um Tabernáculo, e fora da igreja, ao longo das ruas, nos pontos de encontro, na praia e em casa, o teu corpo se torna instrumento de Satanás, incentivo do mal.


Que coisa poderia Eu fazer mais à Minha filha e não o fiz?... Não Me resta senão abandoná-
la!

Lembra-te, ó mulher, que um dia Me darás conta dos pecados que os outros cometeram devido à ocasião que deste! Recorda-te também que não é a moda pouco decente que confere beleza à mulher, mas a modéstia no vestir e a seriedade da vida!

Pais e Mães de família, escutai!


Eu tinha posto um olhar amoroso sobre um homem, um certo Eli. Abençoei-o até quando se manteve fiel.

Tinha ele dois filhos, Ofni e Finéias; amava-os muito e, para não contristá-los, não os corrigia quando cometiam culpas, mesmo graves.

Em vão esperei que o pai abrisse os olhos. Depois de algum tempo enviei-lhes o jovem Profeta Samuel para dizer-lhes: Eis o que acontecerá aos teus dois filhos, Ofni e Finéias: morrerão ambos no mesmo dia! − E assim foi.

Sou Eu, Jesus, o Criador da Família! Eu abençoo o convívio do homem com a mulher!

Sou Eu que alegro a Família com o sorriso dos inocentes! Toda a criança é um dom da Minha liberalidade, um tesouro que confio aos genitores, tesouro que constitui para eles uma responsabilidade muito grande.
Pais e mães, deveis ter cuidado antes de tudo da alma e depois do corpo dos filhos, educando-os segundo a Minha Lei. Deveis guiá-los especialmente na adolescência e na juventude com o exemplo e a palavra, com a vigilância e a prece, com o amor e às vezes com a vara.

Ai daquele que dá escândalo aos filhos! E ai de vós genitores, se permitis aos filhos dar escândalo em presença da sociedade! A responsabilidade maior da moda indecente pesa sobre vós, ó pais, ou porque dás o triste exemplo dela, ou porque a permitis sem remorso, ou porque sois demasiado débeis na educação dos vossos filhinhos.

Pais e mães de Família são estes os pecados dos quais vos pedirão estritas contas! Não são tanto as pequenas impaciências familiares os pecados a serem apresentados ao Meu ministro para serdes absolvidos deles! É a má conduta das vossas filhas que deve pesar fortemente sobre a vossa consciência... se não tiverdes feito o possível para impedir-lhe a moda má!

Pais, refleti sobre esta verdade: é responsável pelo pecado aquele quem o faz e quem devia impedi-lo e culpavelmente não o impede.

Permitindo a moda livre e provocante, vós não amais as vossas filhas, antes quereis o seu mal, porque a colocais na estrada da condenação eterna.

A liberdade de vestir leva à leviandade, tira o pudor natural, salvaguarda da pureza, põe a filha no fogo das más ocasiões e facilmente a dispõe aos maus caminhos, os quais farão chorar a filha e vós.

A filha ajudada pela mania da moda atual, torna-se incontentável, ira-se se é repreendida, não obedece e procura encrenca em casa. Tal moça alega sempre novos pretextos, corre de prazer em prazer e talvez depois... uma página de jornal acabará a sua história: "uma jovem se envenena...", 
"Enganada ela se joga do 5º andar...""Disparou sobre o noivo e depois se matou".

São centenas de modos que diariamente acontecem e que não obstante não vos fazem abrir os olhos, ó pais!

Virá o dia do ajuste de contas no Meu Tribunal e então compreendereis o mal operado na vossa grave missão de genitores.

Quereis ficar com a consciência tranquila, conservar a família em paz e depois o prêmio eterno? Recordai-vos destas normas e das seguintes: 

Tendes filhas? Vigiai sobre a sua pessoa e não lhes mostreis o rosto muito sorridente.

Vigiai atentamente sobre a filha imodesta, se não quiserdes que esta, encontrada a oportunidade,
se perca.

Se amais as vossas filhas castigai-as frequentemente, para ter consolação com isso no futuro.

Não deixeis que a filha proceda a seu modo na juventude nem fecheis os olhos diante dos seus caprichos. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça o que o Espírito Santo sugere!

Pecado por Cooperação


Peca quem opera o mal e quem coopera com ele de qualquer modo.

E vós alfaiates, que confeccionais roupas pouco modestas, estais imunes da culpa?... Também vós não cooperais no mal?... Somente Eu, porque sou Deus, posso medir o grau da vossa responsabilidade. Recordai-vos que o vosso trabalho não pode atrair a Minha bênção.

A Imodéstia nas Praias


Todo o mundo está colocado debaixo do Maligno. A obra diabólica penetra em todo lugar. 

Mas um dos lugares preferidos por Satanás é a praia no período de verão. Aqui a imoralidade inunda, porque o mal aparece legalizado.

A veste indecente na praia é a ruína moral de muitas almas. Mas o que mais Me fere é ver na praia, com vestes livres, as mulheres que normalmente costumam acercar-se da Mesa Eucarística.
Elas crêem na sua cegueira, que a veste indecente seja lícita, pelo fato de que muitas pessoas a usam.

O mal é sempre mal. A conduta pouco correta de muitas mulheres não justifica a má conduta própria.

Satanás alegra-se em ver na praia as suas servas e já conta com vê-las consigo no Inferno.

Eu, ao invés, Me aflijo ao ver aquelas almas, pelas quais derramei o Meu Sangue, tornadas em instrumentos do Demônio por motivo do nudismo descarado.

Minha Divina Justiça fez cair do Céu fogo e enxofre e destruiu as cidades imorais de Sodoma e Gomorra. Eu deveria fazer chover sobre as praias fogo e enxofre para incinerar os que, imodestamente vestidos, passam as horas e os dias em mole ociosidade!

Quem pedi conta até de uma única palavra ociosa, que conta exigirá das mulheres imodestas no dia do juízo?... Minha tremenda Justiça as tratará como tiverem merecido as suas obras perversas.

A Riqueza e a Imoralidade


A riqueza iníqua, o dinheiro ganho ilicitamente, arrasta para toda a baixeza. Mulheres sem consciência se esquecem da sua dignidade, e pelo avultado lucro se prestam a se apresentarem através da tela da televisão ou do cinema de modo incorreto. São milhões e dezenas de milhões de olhos imodestos que se colocam sobre tais mulheres.

Eu, que sou o Criador, dei uma Lei Moral. Quem na terra está autorizado a anulá-la? Ninguém!...

Apesar disto esta Lei é zombada, pisada. E Eu, Justiça eterna, ficarei indiferente a isto?

No Divino Tribunal Me darão contas os diretores, os artistas e os que assistem às cenas despudoradas. A responsabilidade pesa, além disso, sobre a consciência dos pais, que permitem aos filhos assistirem às indecências da televisão.

Almas que viveis no lodo moral e disseminais ruínas e mortes, olhai-me crucificado, refleti em vosso caso e meditai no Inferno, onde eternamente cumprem e cumprirão grandes penas multidões de almas as quais um dia também viveram sobre a terra como vós, na libertinagem!...

Enquanto Eu caminhava para o Calvário, uma piedosa mulher teve compaixão de Mim e veio enxugar-me o rosto, sujo de sangue. Agradou-me muito aquele gesto piedoso. Enquanto agonizava na Cruz, Eu era confortado pela Minha Dolorosa Mãe e pelas santas mulheres.

Enquanto a Humanidade é peregrina sobre a terra, continuo a cumprir o ofício de Redentor. Procuro conforto e reparação. Volto-me a vós, almas fiéis! Escuta! A Minha Alma está triste até a morte!
Hoje, ao ver os escândalos da moda, renovo o Meu lamento: Estou triste... tão triste!
Confortai-me vós, ó caras almas! Vesti sempre com modéstia. Não permitais na vossa família a moda indecente. Repreendei a juventude feminina com caridade e fortaleza, para o bem. Ao ver pelo caminho ou em qualquer outro lugar, mulheres mal vestidas, rezai por elas, recitando uma Ave Maria, a fim de que a Minha Mãe interceda por elas. Acrescentai esta invocação: Piedade, Jesus, destas servas de Satanás!

No verão comungai, acrescentando às outras intenções também esta: reparar os escândalos da moda.
Mandai celebrar alguma Santa Missa em reparação dos pecados do nudismo.

Oferecei no verão algum sacrifício, por exemplo, limitando-vos no beber ou renunciando a algum refresco. Qualquer mortificação repara a Divina Justiça e atrai a sua Misericórdia.

Bem-aventurado quem escuta a Minha palavra e a põe em prática!


(D. Giuseppe Tomaselli, "Moda Femminile − A Moda Feminina", Messina, 1966; Traduzido do italiano pelo Prof. João Carlos Cabral Mendonça).


Poema Cavalaria Ana Paula Barros





Tudo continua na mesma calmaria
Corações numa contínua romaria
Ações envoltas em teimosia
Lá vai a nobre cavalaria da covardia



Passa o tempo, essa muralha de monotonia
Os pássaros em calma sinfonia
À porta d’alma a agonia
Que corta o coração em afonia


Que porca babilônia essa em cacofonia?
Que vida tão cheia de irônica calmaria
Lá vai a cavalaria da falsa harmonia
Mas que importa, não lhes basta a calmaria?

Ana Paula Barros









Aspirações à vida eterna

Vivo sem em mim viver
E tão alta vida espero,
Que morro de não morrer.

Vivo já fora de mim
Desde que morro de amor;
Porque vivo no Senhor,
Que me escolheu para Si.
Quando o coração lhe dei,
com terno amor lhe gravei:
Que morro de não morrer.

Esta divina prisão,
do amor em que eu vivo,
fez a Deus ser meu cativo,
e livre meu coração;
e causa em mim tal paixão
ser eu de Deus a prisão,
Que morro de não morrer.

Ai que longa é esta vida!
Que duros estes desterros!
Este cárcere, estes ferros
onde a alma está metida!
Só de esperar a saída
me causa dor tão sentida,
Que morro de não morrer..

Ai! Como a existência é amarga
Sem o gozo do Senhor!
Se é doce o divino amor,
Não o é a espera tão larga:
Tire-me Deus esta carga
Tão pesada de sofrer,
Que morro de não morrer.

Só vivo pela confiança
De que um dia hei de morrer;
morrendo, o eterno viver
Tem por seguro a esperança.
Ó morte que a vida alcança,
Não tardes em me atender,
Que morro de não morrer.

Olha que o amor é bem forte!
Vida, não sejas molesta;
Vê, para ganhar-te resta
Só perder-te: - feliz sorte!
Venha já tão doce morte;
Venha sem mais se deter,
Que morro de não morrer.

Lá no céu, definitiva,
É que a vida é verdadeira;
Durante esta, passageira,
Não a goza a alma cativa.
Morte, não sejas esquiva;
Mata-me para eu viver,
Que morro de não morrer.

Vida, que posso eu dar
a meu Deus que vive em mim,
se não é perder-me enfim,
para melhor o gozar?
Morrendo, o quero alcançar,
pois nele está meu socorro,
Que morro de não morrer.

Se ausente de meu Deus ando,
Que vida há de ser a minha
Senão morte, mais mesquinha,
Que mais me vai torturando?
Tenho pena de mim, quando
Me vejo em tanto sofrer,
Que morro de não morrer.

Já de alívio não carece
O peixe em saindo da água,
Pois tem fim toda outra mágoa
Quando a morte se padece.
Pior que morrer parece
Meu lastimoso viver,
Que morro de não morrer.

Se me começo a aliviar
Ao ver-te no Sacramento,
Vem-me logo o sentimento
De não poder gozar.
Tudo aumenta o meu penar,
Por tão pouco assim te ver,
Que morro de não morrer.

Quando me alegro, Senhor,
Pela esperança em ver-te,
Penso que posso perder-te,
E se dobra a minha dor:
E vivo em tanto pavor,
Sem na espera esmorecer,
Que morro de não morrer.

Oh! Tira-me desta morte,
E dá-me, Deus meu, a vida;
Não me tenhas impedida
Por este laço tão forte.
Morro por ver-te, de sorte
Que sem ti não sei viver,
Que morro de não morrer.

Choro a minha morte já;
E lamento a minha vida,
Enquanto presa e detida
Por meus pecados está.
Ó meu Deus, quando será
Que eu possa mesmo dizer
Que morro de não morrer?

Dilectus meus mihi

Entreguei-me toda e assim
Os corações se hão trocado
Meu Amado é para mim,
E eu sou para o meu Amado.

Me atingiu com sua seta,
Nos meigos braços do Amor
Minh'alma aninhou-se quieta.
E a vida em outra, seleta,
Totalmente se há trocado:
Meu amado é para mim,
E eu sou para meu Amado.

Era aquela seta eleita
Ervada em sulcos de amor,
E minha alma ficou feita
Uma com o seu Criador.
Já não quero eu outro amor,
Que a Deus me tenho entregado:
Meu Amado é para mim,
E eu sou para meu Amado.

Colóquio Amoroso

Deus meu, se o amor que me tendes
É como o amor que vos tenho,
Dizei, por que me detenho?
Ou vós, por que vos detendes?
- Alma, que queres de mim?
- Deus meu, não mais do que ver-vos.
- E tu temes? Como assim?
- O que mais temo é perder-vos.

Uma alma em Deus escondida,
Que mais tem que desejar?
Senão sempre amar e amar,
E, no amor toda incendida,
tornar-vos de novo a amar?
Oh! Dai-me, Deus meu, carinho!
Oh! Dai-me amor abrasado,
E eu farei um doce ninho
Onde for do seu agrado.



Ante a Formosura de Deus

Formosura que excedeis
A todas as formosuras, Sem ferir, que dor, fazeis!
E sem dor desfazeis
O amor das criaturas!

Ó Laço que assim juntais
Dois seres tão diferentes,
Se, atado, em gozos trocais
As dores, as mais pungentes

Ao que não tem que ser, juntais
Com quem é Ser por essência;
Sem acabar, acabais;
Sem ter que amar, amais;
E nos ergueis da indigência.










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"She Was Pretty" (2015)


Como o nome sugere, a série aborda o tema da "beleza" no sentido de imagem e aparência, especificamente a feminina.


A protagonista é uma "fracassada" que consegue um estágio em uma revista de moda. Além desse fator, ela tem uma aparência considerada desagradável, especialmente para os padrões coreanos. Para contextualizar, a Coreia é um dos países com a maior demanda por cirurgias plásticas, sendo um dos mercados mais renomados da medicina estética. Uma plástica é um dos presentes de maioridade mais frequentes na Coreia.


Assim, é comum que as séries coreanas apresentem reflexões sobre a beleza, os padrões idealizados naquela cultura e seus resultados. No entanto, "She Was Pretty" (2015) aprofunda-se na questão. A beleza estabelecida como um padrão baseia-se na aquisição, por meios financeiros, de alguns traços físicos que conferem ao portador a beleza socialmente aceita. Neste ponto, embora não de forma tão exigente, o Brasil apresenta comportamentos similares em relação à beleza física. A beleza é entendida como uma série de aquisições feitas de forma recorrente, determinando que uma pessoa é bela por adquiri-los. Ou seja, é uma visão materialista da beleza, uma beleza comprável.






Para aprofundamento: Livro A Mulher Católica: Graça & Beleza (Ana Paula Barros)





Esta aquisição torna-se uma forma de comunicação e se desenrola em uma lista de exigências que devem ser seguidas: sempre "passar um batonzinho", nunca "faltar um brinquinho", "que linda essa foto que você está mostrando as pernas", "acho tão bom que você está se cuidando fazendo as unhas". Estas "regras sociais", que parecem insignificantes, mostram uma série de normas (regras não verbais) que passam a possuir o status de beleza e geram uma longa dependência do olhar de aprovação do outro, que determinará se o aspirante a ser belo socialmente está de acordo com os requisitos.


As duas culturas possuem a visão da beleza pela exposição: se a pessoa não mostrar que fez tal coisa - se não é visível - não será belo. Embora a Coreia tenha um padrão de construção dessa imagem mais natural e acessível do que o brasileiro, que é uma sucessão de camadas visíveis para esconder uma determinada insatisfação, ambas compartilham a ideia de que não basta ter uma pele bem tratada ou um cabelo limpo e tratado. Nada do território do saudável basta.


E este é o ponto de várias produções asiáticas sobre a aparência que bem servem para o Brasil, que tem um aspecto de exposição bem mais estabelecido e sedimentado.


A série também aborda o sucesso profissional, a dedicação ao trabalho, os sonhos esquecidos e os relacionamentos que nos ajudam a descobrir quem realmente somos.




O aspecto do sucesso profissional não é insignificante; muitos mercados estão focados na imagem, especialmente o digital. No entanto, ao contrário dos americanos, europeus e alguns latinos, que recentemente têm optado pelo traço do "estranho", a Coreia (e também a China) ainda preserva exigências de imagem e aparência muito específicas e rigorosas quanto ao "normal perfeito". A aparência impecável, que impressiona alguns, pode esconder uma grande máquina de mercado que enriquece à custa das ansiedades dos consumidores.

Outro tema importante da série é a vergonha de si mesmo e suas consequências. "She Was Pretty" mostra que a beleza não está nos adornos que a protagonista coloca em si para parecer bela. Adotando uma abordagem quase socrática sobre a beleza, a série evidencia que a beleza não se resume à aquisição de apetrechos. Essa percepção é importante, pois nos distancia da ideia perigosa de que basta ter uma série de aquisições para ser bonita ou feminina, como se tais atributos fossem mercadorias adquiridas em transações comerciais, refletindo uma visão marxista sobre a aquisição da feminilidade e da masculinidade.




Para aprofundamento: A atual percepção de feminilidade flerta com o marxismo




As pressões sociais sobre a aparência feminina oscilam entre os estereótipos dos comerciais de margarina dos anos 50 e a aparência alienígena. No entanto, cabe observar a perspectiva cristã sobre a aparência e a imagem:






1 Pedro 3, 3-4: "Não sejam, pois, as suas atenções voltadas para o exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro ou roupas caras; mas sim para o interior do coração, unido ao incorruptível traje de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus."


Provérbios 31, 25-26: "A força e a dignidade são os seus vestidos, e quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações. Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua."


1 Timóteo 2, 9-10: "Da mesma forma, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada, ou com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras."


Cânticos 4, 7: "És toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito."






Além disso, é interessante notar a presença do cristianismo na cultura coreana. De forma sutil, a série mostra como as percepções do cristianismo e da cultura ocidental se integraram ao cotidiano na Coreia, sendo visíveis em hospitais, escolas e orfanatos. Em uma cena com a protagonista e sua melhor amiga, essas influências são claramente evidentes.

O cristianismo, na percepção das produções coreanas, está atrelado à capacidade de suportar sofrimento, à remissão e ao perdão. Os símbolos cristãos surgem em determinados momentos das cenas, sempre que esses temas são abordados.

Também é possível encontrar produções mais recentes com padres e freiras como protagonistas, como a série "Um Padre Ousado", onde a justiça ativa, tão diferente do comportamento budista e taoísta em relação às ações sociais (baseadas na impassibilidade e na não-ação), está vinculada às ações cristãs. Nessa série, são retratadas pessoas que lutam por justiça e não aceitam o poder das máfias e das injustiças, uma visão que, para um ocidental consciente, é bem bondosa.






A complementariedade entre a missão feminina e masculina encontra diversos ruídos nas mais diversas produções culturais. Fruto da nossa limitação em conceber essa interação de forma saudável, frequentemente vemos estabelecidos, sem nenhum critério, uma série de padrões, tanto progressistas quanto conservadores, para essa interação.




É interessante observar que, dentre as produções culturais mais equilibradas sobre o assunto, destacam-se as produções chinesas. A produção chinesa, com altos investimentos e artistas de múltiplos talentos, tem mostrado uma abordagem hábil e reflexiva sobre pautas políticas como o feminismo.

A China é uma cultura milenar que se esforça por preservar sua história, mesmo num regime que, em essência, tende a descredibilizar o passado. O país parece trilhar um caminho próprio, fruto da união inusitada entre comunistas e empresários. Durante a revolução chinesa, os empresários apoiaram o avanço militar, o que resultou em um governo comunista militar empresarial.



Dessa interação inicial surgiu uma abordagem de governo de esquerda militar e de riqueza produtiva. E uma das maiores fontes para ver o retrato da China por ela mesma é o grande apoio que os produtores culturais da internet recebem para propagar a cultura chinesa. Cada canal de YouTube está ligado a uma empresa de mídia, uma vez que não existe YouTube na China, é preciso publicar os vídeos fora. Essa leitura da China é realmente agradável, de fartura e muita riqueza alimentar, o que mostra uma abordagem sinalizatória sobre o sucesso da China, que todos podemos ver nos produtos que compramos, pois são todos chineses. Essa potência silenciosa é também uma potência cultural silenciosa.


Na série "Los Intérpretes", a produção é voltada para a educação chinesa sobre o fato de que todo chinês é um embaixador da China nos países em que estão. Essa abordagem mostra a preocupação da China e a ação conjunta dos chineses em fazer da China uma grande nação. É o sonho coletivo chinês, desde a época dos imperadores chineses (assim como o sonho da unificação da China).


Há quem me pergunte o motivo de me atentar às produções chinesas. Além do fato de ser a atual superpotência do mundo, existe a questão da evangelização. Logo, nós estaremos cercados mais pela cultura chinesa do que pelas outras. É importante saber o que eles valorizam.


O sonho coletivo chinês, de uma nação bela, inteligente e forte, é plasmado na sociedade pelas produções, que querem educar mostrando que o país será forte, belo e inteligente se todos, homens e mulheres, assim forem. Veja, portanto, que o objetivo chinês é o crescimento de influência de sua pátria. Para isso, as pautas ideológicas não são favoráveis, já que muitas vezes colocam um em detrimento do outro. Por isso, as produções tendem a mostrar uma ação conjunta em prol de todos e da pátria.





A visão está correta e poderia ser muito melhor aproveitada se colocássemos uma visão cristã sobre isso, não só pelo bem da pátria terrena, mas pela vida na pátria celeste. Esta abordagem é inexistente nas produções chinesas (claro, por conta da mentalidade base do comunismo); no entanto, a complementariedade sempre existe, até mesmo no "olimpo chinês" com seus deuses e criaturas míticas. Mas este olimpo é uma cópia mais caótica do olimpo grego e romano. Com frequência, existem confusões sobre o bem e o mal, numa clara tentativa de incutir que uma vida terrena calma e tranquila é tudo o que poderíamos querer.


Portanto, embora a produção cultural chinesa tenha muitos pontos positivos, carece desse ponto fundamental. No entanto, a maioria das produções ocidentais também nada têm a enriquecer nesse ponto.


Os pontos positivos que podem fazer com que o avanço das produções asiáticas repercutam de forma a favorecer a boa doutrina cristã, através de um alimento cultural menos pernicioso moralmente, são:




Primeiro: são séries marcadas por grande pudor. Por razões culturais, raramente se encontram comportamentos luxuriosos e cenas de nudez explícita nas séries, nem mesmo comportamentos depravados. Para que se tenha uma ideia, até mesmo um beijo e pegar na mão são extremamente raros e só acontecem depois de muitos episódios. Isso é de extremo valor para nós, brasileiros, que temos dificuldade em viver o pudor devido à necessidade, quase crônica, de tocar nas pessoas. Especialmente aqueles que desejam viver um namoro santo encontrarão nessas séries uma forma de absorver comportamentos mais comedidos e poderão reafirmar a certeza de que amor e tocar na pessoa são coisas distintas. Observar como eles são comedidos nos ajuda a viver a temperança, o pudor e a modéstia em nossas atitudes.


Segundo: os personagens realmente condensam em si a missão masculina no homem e a feminina na mulher. Fica extremamente clara a distinção e a importância de cada missão e da individualidade de cada pessoa.


Terceiro: em muitas séries é possível notar a evolução da cultura asiática através do contato com a cultura ocidental (judaico-cristã). Portanto, nos ajuda a notar como os valores cristãos incutidos nas leis e na moral auxiliaram diversos povos a melhorarem (principalmente em relação ao valor da mulher e ao casamento), mesmo indiretamente, como é o caso da Ásia. Eles não são um povo evangelizado; no entanto, em sua maioria, absorveram muitas coisas culturalmente católicas, afinal, o catolicismo é também uma cultura. Além disso, em séries contemporâneas é possível notar como o cristianismo tem feito parte da vida do povo comum. Presentes em hospitais, escolas e orfanatos, além das igrejas, é fácil notar cruzes pelas cenas, assim como as diversas reações ao cristianismo. Temos desde aqueles que acabam recebendo o benefício das obras de caridade até personagens que representam não pessoas em si, mas a cultura milenar desses países e sua tentativa de permanecer. Aliás, boa parte das séries possui a intenção de ressaltar os valores da cultura oriental, não fazendo menção direta a nenhuma religião, o que permite que possamos trabalhar o filtro para absorver as qualidades e nos atentar ao que chamo de brecha de evangelização (todas as civilizações possuem pequenas brechas que possibilitam a conversão ao cristianismo, e é assim que a Igreja vem evangelizando desde São Paulo com os gregos) e observar os pontos de erro para treinar como refutá-los (ao menos essa é a forma que concebo).


Quanto à complementariedade, objeto deste artigo. Podemos observá-la em todas as séries. Na série "General and I" ficam realmente desenhados os aspectos da complementariedade.


E, como o próprio nome indica, trata-se da história de um general e uma moça órfã e só no mundo, mas muito, muito inteligente. A série se desenrola em mais de 60 episódios. O tema da série é a nação. Uma característica muito interessante, como já apontado, é que o romance amoroso é um elemento, não o motivo da história; o tema da série é o patriotismo de ambos os personagens, e exemplos de fidelidade, caridade, abnegação, honestidade, honra e coragem. O que torna os personagens muito interessantes. É claro que, para que estas virtudes se tornem mais evidentes, existem também seus antagônicos, os vícios, presentes na trama.


Além disso, observamos uma representação profunda do casamento, um ponto que merece atenção especial. Aborda os motivos para o casamento e o significado de se unir a outra pessoa, destacando a fidelidade aos votos matrimoniais. Em todas as culturas, o casamento é um compromisso assumido pelos próprios noivos; no catolicismo, não é diferente. O casamento é o único sacramento realizado pelos noivos, onde ambos fazem votos expressos diante de Deus e prometem cumpri-los até a morte. Esse aspecto, que enfatiza o cumprimento dos votos, é tratado com clareza.



Aprofundamento sobre complementariedade: Livro A Mulher Católica: Graça & Beleza (Ana Paula Barros).



Com uma abordagem tão interessante é fácil conceber uma complementariedade social em prol do crescimento nacional. Característica também vista em "Você é a minha glória", "O começo de uma nova vida", "Floresce na Adversidade" e "O Tigre e a Rosa".


Talvez o que mais evidencie a forma chinesa de lidar com as pautas tão debatidas no ocidente seja a produção "O Tigre e a Rosa", sobre uma roteirista feminista que cria um mundo regido pelo "matriarcado" e não pelo "patriarcado". A história mostra de forma divertida o erro de somente inverter os supostos polos de força social.


Também é possível constatar nas séries modernas a resistência ao casamento e alguns pontos sobre a legalização da interrupção da gestação, que mostram como esses atos de pecado foram abraçados. Embora seja possível ver coisas bem piores em séries ocidentais, vale observar como o tema é retratado pela arte do cinema oriental.



Aprofundamento sobre educacional: Educa-te: Paideia Cristã 

Sobre Educação Estética: Revista Digital Salutaris: Educação Estética, Arte & Patrimônio 




Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia, Graça & Beleza.
















Fatos históricos são comumente usados como ricas inspirações para produções culturais das mais variadas naturezas. Somos por elas atualizados dos acontecimentos históricos através de um prisma, e isso se torna, de certa forma, uma verdade.


Ver é possuir. Logo, ao assistir a uma série, possuímos, de certa forma, uma forma de conhecimento ou novo conhecimento sobre aquele fato. Não é de todo ruim, no entanto, pode ser perigoso se atrelar a uma visão produzida intencionalmente. O protagonista de O Velho e Negro mostra como uma pessoa comum pode se tornar absolutamente intragável e sem caráter por simplesmente tomar o prisma de um livro sobre Napoleão como uma verdade, assim como o pensamento, ou suposto pensamento, do auto-coroado rei imperador francês. A visão do protagonista era restrita quanto ao personagem histórico adorado.


A série chinesa The Princess Weiyoung se baseia na história da dinastia Wei. Trata-se de uma princesa de um estado subjugado ao estado de Wei.


Vale lembrar que a China era dividida em reinos e tribos, e estes lutavam entre si. Cada estado possuía um rei, e de tempos em tempos surgia um imperador que desejava unificar os estados e desenvolvia batalhas para conquistar os estados vizinhos, para assim acabar com as guerras. Muitos imperadores tentaram isso. Esse era o sonho coletivo chinês. Pois até a última revolução da China, que causou a queda da última dinastia, as grandes cidades ficaram sob o comando de generais que, claro, lutavam entre si. O exército revolucionário acabou se beneficiando dessa situação, conseguindo o apoio dos empresários que queriam manter seus negócios sem a guerra. Esse contexto nos mostra o motivo que levou a China a um regime comunista tão duradouro; em sua cultura, um sistema centralizador não é muito diferente do que desejavam os imperadores que queriam unificar os estados. Muitas produções são feitas numa releitura deste período de transição, que passa a imagem de que o povo chinês foi quem fez a escolha. Uma delas é a produção "Fall in Love".


A série The Princess Weiyoung então se desenrola em capítulos de 40 minutos, sobre a ocultação dessa princesa até a sua influência na família imperial de Wei. O tema é família e, em segundo plano, o poder a serviço do povo. De uma forma geral, as séries sempre tratam muito do tema família e do poder, principalmente em manter o poder ou reconquistá-lo.


As virtudes presentes são: fidelidade, sacrifício do amor, lealdade, confiança, coragem e perdão. É claro que para que estas virtudes se tornem mais evidentes existem também seus antagônicos, os vícios, presentes na trama. É um trabalho realista; a atriz escolhida para protagonista está criando uma carreira como intérprete de imperatrizes, o que torna interessante acompanhar suas atuações. Essa imperatriz fictícia parece muito com a imagem da mulher inteligente e bela que as produções tendem a evidenciar. A inteligência é sua maior capacidade de governo.


Essa releitura do período do império, mesmo com fatos que apontam a existência de imperatrizes assim, mostra a preocupação em evidenciar os talentos da nação como um todo. Não existe um desprestígio do período passado, mas uma comprovação de que o país sempre foi grande em seus governantes, mesmo os maus governantes.


É uma estratégia de releitura histórica interessante que certamente será matéria de observação no futuro.




Sobre Educação Estética: Revista Digital Salutaris: Educação Estética, Arte & Patrimônio 




Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia, Graça & Beleza.









Os Bosques de Nom Kinnear King


Controle Cerebral e Emocional: Psicologia Pastoral e Educação da Vontade


Professora Ana Paula Barros¹



Resumo


O presente artigo analisa a obra Controle Cerebral e Emocional, do padre Narciso Irala, à luz de uma abordagem interdisciplinar que articula espiritualidade cristã, psicologia aplicada e formação humana. Escrita em meio às tensões emocionais e culturais do século XX, a obra propõe uma pedagogia da vontade como caminho para o equilíbrio psíquico, o amadurecimento moral e a cura interior. Com linguagem acessível, tom pastoral e fundamentos práticos, Irala integra a teologia prática à psicologia para oferecer um modelo de desenvolvimento pessoal sustentado nas virtudes cristãs, nos sacramentos e no fortalecimento da consciência. A permanência da obra em círculos religiosos, educativos e espirituais aponta sua atualidade diante das crises de sentido, ansiedade e fragmentação interna que marcam o mundo contemporâneo.

Palavras-chave: Padre Narciso Irala; faculdade da vontade; formação humana; psicologia pastoral; saúde mental.




1- Contexto Histórico e Biográfico


A trajetória de vida do padre Narciso Irala (1896–1988) ilumina com rara coerência o conteúdo e os objetivos de sua obra Controle Cerebral e Emocional. Jesuíta espanhol radicado no Brasil, Irala foi missionário, psiquiatra e conferencista internacional — um homem inserido tanto no universo espiritual da Companhia de Jesus quanto no campo emergente da psicologia aplicada à vida cotidiana.

Sua longa missão na China, que durou vinte e dois anos, ocorreu em um cenário de intensas transformações políticas e culturais. O país vivia os efeitos de guerras civis, da invasão japonesa e da consolidação do regime comunista — período em que a repressão religiosa atingiu diretamente as comunidades cristãs. Irala conviveu com perseguições, deslocamentos forçados e viu de perto os impactos psicológicos causados por contextos extremos de medo, escassez e perda de sentido. De volta ao Brasil, trouxe na bagagem não apenas relatos de fé cristã e sobrevivência, mas também o compromisso de encontrar formas práticas para ajudar, de forma séria, aqueles que sofriam interiormente.

É desse espírito que nasce sua obra mais conhecida, publicada em 1964, quando o mundo vivia outra forma de tormento: a ansiedade moderna. A década de 1960 marca o auge da psicologia comportamental e o nascimento de correntes humanistas que buscavam compreender o ser humano em sua totalidade. No campo religioso, a psiquiatria pastoral florescia como uma tentativa de integrar espiritualidade cristã e saúde mental. Nesse contexto, Controle Cerebral e Emocional apresenta-se como uma síntese ousada e acessível: um manual de higiene mental, escrito por um padre com formação científica, dirigido tanto aos crentes quanto aos secularizados em busca de equilíbrio interior.

O livro responde à fragmentação típica do sujeito moderno, oferecendo ferramentas para o domínio dos pensamentos, o fortalecimento da vontade e a reconciliação entre emoção, razão e fé. Nas palavras do próprio autor, trata-se de um guia não apenas para os que sofrem psiquicamente, mas também para os que aspiram a “maior eficiência em seus estudos ou empresas” e “maior alegria, satisfação e felicidade interna”. Ao mesmo tempo simples e profundo, o texto reflete o esforço de um tempo em que espiritualidade cristã e ciência ainda buscavam um idioma comum — e onde o sofrimento humano exigia respostas práticas.


“Dedicamos esta edição, primeiramente, aos que já sofrem psiquicamente, aos nervosos ou cansados por excesso de trabalho, de preocupações ou de sofrimento. Aos que sentem diminuído seu controle de pensamentos e emoções e não conseguem nem descansar, nem dormir sossegadamente, nem sabem dominar suas antipatias, desalentos, temores ou tristezas.

Em segundo lugar, aos sãos que desejam ter maior eficiência em seus estudos ou empresas, maior energia e constância em seus propósitos, maior domínio de seus sentimentos ou instintos, maior alegria, satisfação e felicidade interna.

Em terceiro lugar, aos educadores e aos diretores espirituais que se deparam com casos difíceis para fazer adiantar no estudo ou na virtude, seja pela divagação mental, debilidade psíquica, indecisão ou preguiça volitiva, seja por paixões desenfreadas, fobias ou temores irracionais, ou sentimento de inferioridade.

Queremos oferecer um manual prático de higiene mental e de alegria interna, não um tratamento de psicologia ou psicoterapia.”




2- Gênero Literário e Estratégias Discursivas


A obra Controle Cerebral e Emocional, de padre Narciso Irala, insere-se no campo híbrido entre o manual de autoajuda e o tratado espiritual. Embora não se defina como obra de psicologia ou psicoterapia, apresenta-se como um guia prático de higiene mental e formação interior, destinado a leigos e religiosos que enfrentam dificuldades emocionais, desequilíbrios afetivos ou desafios de ordem espiritual. Seu gênero literário pode ser identificado como um manual de autoajuda espiritual, combinando uma estrutura didática, com capítulos temáticos curtos, linguagem acessível, exemplos cotidianos e um tom pastoral e orientador que aproxima o leitor da figura do autor.

O narrador da obra assume uma postura instrucional, dirigindo-se frequentemente ao leitor em segunda pessoa e fazendo uso recorrente de verbos no modo imperativo. Essa estratégia discursiva tem duplo efeito: por um lado, provoca engajamento direto e interpessoal; por outro, cria um ambiente de orientação confiável, como se o autor atuasse simultaneamente como conselheiro, diretor espiritual e mentor terapêutico. O apelo ao “você” confere à obra proximidade emocional e encoraja o leitor à prática das sugestões propostas.

O estilo do texto é claro, direto e funcional, evitando os jargões técnicos da psicologia clínica, mas incorporando conscientemente conceitos fundamentais da psicoeducação, como atenção concentrada, disciplina volitiva, canalização da energia mental e racionalização dos afetos. Em vez de uma abordagem teórica ou acadêmica, Irala opta por um discurso aplicado e experiencial, com ênfase em exercícios, observações práticas e princípios que podem ser integrados ao cotidiano do leitor.

Outra característica significativa da obra é a intertextualidade implícita com a tradição cristã, especialmente a bíblica e a patrística. Sem recorrer a citações extensas ou à erudição teológica, Irala mobiliza o léxico das Escrituras, a moral ascética dos primeiros monges e os ideais de virtude cristã como pano de fundo de sua argumentação. Conceitos como humildade, paciência, pureza de coração, faculdade da vontade e luta interior ressoam de forma natural ao longo da narrativa, permitindo ao leitor reconhecer no discurso um alicerce espiritual cristão reconhecível, ainda que discretamente apresentado.

Nesse sentido, o livro constrói uma linguagem pedagógica e espiritual que o torna acessível tanto aos que compartilham da fé cristã quanto àqueles que buscam apenas orientação prática e psicológica, já que a moral cristã está no manto cultural do Ocidente, portanto, é um manto moral comum. A força da obra reside justamente na confluência entre doutrina e técnica, moldando um gênero literário que escapa às classificações estritas, mas que se mostra notavelmente eficaz em seu propósito formativo.



3- Formação Humana e Educação da Vontade


No cerne de Controle Cerebral e Emocional está a convicção de que a vontade humana é a principal alavanca do equilíbrio psíquico e da maturidade espiritual. Para o padre Narciso Irala, é o fortalecimento dessa faculdade — com frequência desprezada ou enfraquecida na educação moderna — que permite ao indivíduo conquistar maior autonomia diante de seus impulsos, traumas e desequilíbrios. A obra apresenta a vontade não apenas como um recurso psicológico, mas como uma dimensão da alma que precisa ser treinada, disciplinada e direcionada para o bem, como parte da formação integral da pessoa.

Ao tratar da formação humana, Irala aborda temas universais e existencialmente delicados: ira, tristeza, medo, sexualidade, trabalho, estudo, descanso e o sentido da vida. Em cada um desses domínios, ele mostra como a ausência de controle emocional ou a dispersão mental prejudica a realização pessoal, o desempenho intelectual e a vida espiritual. Sua proposta não é reprimir emoções, mas educá-las por meio do autoconhecimento, da prática deliberada da atenção e da “canalização da energia interior”.

De modo extremamente prático, o autor oferece exercícios para o desenvolvimento da concentração, da respiração consciente, da vigilância mental e da disciplina dos pensamentos. Esses métodos são apresentados de forma simples, quase cotidiana, para que sejam incorporados sem dificuldade pelo leitor comum — embora carreguem uma sofisticação teórica enraizada tanto na espiritualidade inaciana quanto nas descobertas da psicologia.

As ideias de Irala dialogam implicitamente com pensadores como Jules Payot, autor de A Educação da Vontade, e William James, cuja psicologia pragmatista exaltava a autodisciplina, a força do hábito e a construção da personalidade por meio da escolha consciente. Em sintonia com esses autores, Irala acredita na “plasticidade” humana: ela é capaz de se moldar, resistir, recomeçar, desde que a vontade esteja desperta e treinada.

Essa abordagem faz com que o livro se torne um tratado pedagógico sobre o amadurecimento moral e existencial do ser humano. Ao unir razão, cristianismo e ação, Irala oferece uma pedagogia da vontade que busca restaurar no indivíduo a confiança em sua capacidade de crescer por dentro — e, assim, encontrar sentido mesmo em meio às crises emocionais mais brutais.



4- Espiritualidade Católica e Psicologia Aplicada


Um dos traços mais especiais de Controle Cerebral e Emocional é a maneira harmoniosa com que padre Narciso Irala integra psicologia e cristianismo, sem sacrificar a profundidade de nenhuma das duas dimensões. O autor apresenta uma proposta de amadurecimento humano que se ancora tanto na compreensão científica da mente quanto nos recursos sobrenaturais da vida sacramental. Nesse sentido, sua obra antecipa muitos dos debates contemporâneos sobre saúde mental integrativa e teologia prática.

Irala sustenta que a verdadeira cura da angústia, da ansiedade e das perturbações emocionais não pode prescindir de uma base espiritual sólida. No entanto, sua espiritualidade é concreta e aplicada, centrada na prática das virtudes cristãs como meios eficazes de reeducação do caráter. Humildade, paciência, esperança e caridade são vistas não apenas como mandamentos morais, mas também como ferramentas terapêuticas: disposições internas e externas que reorientam o sujeito, fortalecem sua estabilidade interna e promovem o reencontro com o sentido mais profundo da existência.

A obra também destaca a importância dos sacramentos como apoio psíquico. A confissão é apresentada como uma via privilegiada de alívio da culpa e reconciliação; a eucaristia, como alimento da alma e renovação das forças; e a direção espiritual, como o espaço de escuta e esclarecimento gradual dos conflitos interiores. Com isso, Irala resgata um entendimento tradicional católico, segundo o qual a saúde da alma e do corpo andam juntas — e segundo o qual Deus não apenas salva, mas também sustenta e cura.

Ao mesmo tempo, o autor adota uma postura crítica frente à medicalização excessiva da dor psíquica, que tende a reduzir os sofrimentos humanos a meras disfunções bioquímicas. Sem negar a importância da medicina ou da psicoterapia, Irala propõe que a chave da superação está, muitas vezes, na reeducação da vontade, no fortalecimento da consciência moral e no cultivo da graça divina. Para ele, a pessoa não deve ser tratada apenas como um mecanismo falho, mas como um ser livre, vocacionado à superação e à comunhão com Deus.

Assim, o livro oferece uma “espiritualidade encarnada”, que não se isenta do esforço psicológico, nem da disciplina interior, mas tampouco despreza o auxílio invisível da fé. Essa articulação entre alma e psique, graça e razão, estrutura uma proposta de formação integral que permanece pertinente — especialmente num tempo em que a busca por sentido e equilíbrio se tornou, novamente, uma urgência.



5- Recepção e Atualidade


A permanência da obra Controle Cerebral e Emocional no repertório formativo de educadores, religiosos e leigos aponta sua capacidade de atravessar décadas sem perder relevância. Embora concebido em meados do século XX, o livro encontra eco no século XXI, particularmente em contextos marcados por ansiedade generalizada, esgotamento emocional (burnout) e crise de sentido. Sua linguagem acessível e seu foco na reeducação da vontade oferecem um contraponto prático e espiritual a uma cultura que, muitas vezes, busca soluções rápidas e externas para dilemas internos.

Nos meios religiosos e educacionais, a obra foi prontamente acolhida como um recurso valioso. É comum encontrá-la presente em retiros espirituais, programas de formação humana, direções espirituais e até mesmo em escolas e comunidades paroquiais, onde auxilia no desenvolvimento da atenção, da constância e da maturidade afetiva. Ao abordar de forma direta as dificuldades emocionais que comprometem o rendimento escolar, o trabalho e a vida familiar, Irala se conecta com realidades muito próximas do cotidiano dos leitores, o que garante à obra sua resiliência editorial e pedagógica.

Apesar de seu valor formativo evidente, a obra não escapa a algumas limitações críticas. A principal delas reside na ausência de um aprofundamento clínico, o que a torna inadequada como substituta para acompanhamento psicológico ou psiquiátrico em casos mais graves. Além disso, alguns críticos podem identificar certa idealização da força de vontade, como se todos os problemas pudessem ser resolvidos apenas por disciplina e firmeza moral, uma premissa que, em contextos de transtornos mentais severos ou vulnerabilidades neuropsicológicas, pode não ser suficiente e até contraproducente.

Ainda assim, é justamente nesse equilíbrio delicado entre esforço pessoal e abertura à graça que o livro se consolida como uma ponte entre a psicologia pastoral e a espiritualidade laical. Sua proposta pode ser vista como precursora de iniciativas contemporâneas que buscam integrar fé, saúde mental e vida cotidiana. Oferecendo orientação segura, linguagem fraterna e confiança na capacidade de superação do ser humano, a obra continua sendo uma leitura oportuna para os que desejam compreender e guiar o coração humano em tempos de reconstrução interior ou em tentativas de iniciá-la.




Referências

IRALA, Narciso. Controle cerebral e emocional. 1. ed. São Paulo: Editora Castela, 2018.





¹Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)








Masaccio, Crocifissione, 1426. Tempera su tavola, 83 x 63 cm. Cimàsa del Polìttico di Pisa. Napoli, Museo di Capodimonte.


A arte utiliza uma linguagem não verbal eficaz, muitas vezes imediatamente comunicativa, cujos códigos se desenvolveram ao longo do tempo. Os personagens que animam pinturas e esculturas são obviamente silenciosos, mas ainda se dirigem ao observador "falando" através da linguagem corporal. Palavras não ditas são efetivamente substituídas por gestos, poses e expressões.


Cimabue, Crocifisso di San Domenico, 1270 ca. Particolare di Maria dolente. Tempera su tavola. Arezzo, Chiesa di San Domenico.




A casuística dos gestos é muito ampla: há gestos que ainda hoje são imediatamente compreensíveis e comunicativos, e outros que o eram para o público a quem as obras outrora se dirigiam, mas que para nós, contemporâneos, podem parecer misteriosos, curiosos ou até engraçados. No entanto, reconhecer seu verdadeiro significado é essencial para uma compreensão correta e completa de uma obra. 

Na arte, duas categorias principais de gestos podem ser identificadas: os descritivos, que têm caráter predominantemente ilustrativo e indicam uma ação ou declaram o papel social de um personagem; e os expressivos, que revelam sentimentos, emoções e humores. Estes últimos, codificados por uma longa tradição iconográfica, envolvem principalmente braços, mãos e pernas.

Por exemplo, o gesto dos braços estendidos, para cima ou para trás, equivale a um grito de partir o coração, a mais alta expressão de dor e desespero. Nas crucificações, nos enlutados e nos depoimentos há uma explosão incontrolável de angústia, bastante típica das figuras femininas e, em particular, de Maria Madalena, e contrasta com a dor muda, mas dilacerante, de Nossa Senhora.

Pelo contrário, o gesto do braço direito dobrado e apoiado no corpo, com a palma da mão voltada para fora, simboliza a submissão à vontade superior de Deus e indica a aceitação de uma realidade dolorosa. Já os braços cruzados simbolizam um estado de inatividade, típico de quem presencia a manifestação de uma ação sem participar ativamente dela. Quando os anjos que cercam Nossa Senhora estão nessa postura, o gesto denota um estado de espírito de adoração e contemplação.

O gesto mais comum na história da arte, no entanto, é levar a mão ao rosto, típico dos enlutados, expressão de uma dor profunda, mas controlada, com dignidade. Não é um gesto de desespero, não é sintomático de uma paixão forte, mas transitória; pelo contrário, indica sofrimento duradouro, que não pode ser aliviado com o tempo. É típico de Nossa Senhora e João Evangelista que testemunham impotentes a crucificação de Cristo.



Baseado no artigo: L’importanza dei gesti nell'arte por Giuseppe Nifosì Pubblicato in L’età gotica.



Para aprofundamento: Revista Digital Salutaris: Educação Estética, Arte & Patrimônio 
Para aprofundamento: Educa-te: Paideia Cristã 






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