instagram
  • Home
  • Projetos Preceptora: Educação Católica
  • Cursos Educa-te
  • Login Educa-te

Salus in Caritate

Cultura Católica


Artigo original em 23/06/2018
Atualização em 31/05/2023

"Quais são os nossos olhares? Olhares de apropriação, destruição, sedução, incompreensão, reprovação? Talvez seja preciso começar mergulhando nossos olhares nos olhares do Filho, para ver de maneira diferente. Talvez seja preciso deixar crescer em nós o desejo intenso de conhecer o Filho, de modo a se parecer com Ele. Talvez seja preciso reconhecer todas as nossas cegueiras aceitando oferecer-nos à luz fulgurante de Cristo. Mas como se precisa de tempo para se adaptar, ou se readaptar a Deus."
Cônego Constant Tonnellier


Os olhos

 

“Os olhos são a candeia do corpo” (Mt 6, 22).

“Ver, de certa forma, é apropriar-se daquilo que se vê. Temos um exemplo disso na história de Giges, guarda de confiança de Candaules, rei da antiga Lídia. Tendo visto a rainha despida - por insistência do próprio rei, que exaltava a beleza da esposa - Giges apaixona-se por ela, mata o soberano, toma-a para si e apossa-se do trono” (Heródoto I, 8-14).






Graças aos olhos, contemplamos o mundo; no entanto, também pelos olhos somos atraídos à cobiça. Como Eva, ao ver o fruto proibido antes de pegá-lo, apropriou-se dele primeiro pelo olhar e depois pelo tato.

O olhar é um dos sentidos mais comprometidos na queda tão conhecida do Éden; assim também aconteceu com a audição, pois são as duas portas para o mundo do pensamento.





Estas portas estão defeituosas desde a queda e podem ser reedificadas com a devida Ordem que a Luz de Deus oferece. 


Todos nós estamos fixados em realidades terrenas, tomando por beleza o que nada tem de eterno, instigados a encarar a vida como um monólogo reativo de uma pessoa trancada numa sala de espelhos distorcidos. 





Qual a essência da beleza? 



Essa é a busca dos olhos. Sua função é ser janela para uma realidade intangível e, muitas vezes, invisível e indecifrável, captando as suas nuances no visível. Esta é a busca e o deleite dos olhos.

Ao olhar uma obra de arte, não saber qual cor ou pincelada a fez ser bela, mas é bela. Ao olhar uma pessoa, ver que não são os apetrechos que a tornam bela, ela é bela. Olhar uma paisagem e não saber identificar qual árvore ou cor a faz bela, mas é bela. A beleza vem do mistério, do simples oculto, da perfeita percepção de que a fonte daquela beleza não é terrena e não se apoia em coisas terrenas.

Apreciar a beleza é um ato espiritual, e a beleza em si é sempre etérea.





Por isso, tanta destruição advém dos padrões e limitações impostos pela cegueira do mundo. Tornamo-nos incapazes dessa abertura à essência do belo, pois a beleza está no que não vemos.





Interessantemente, a geração que mais se distanciou do apreço pela essência da beleza é a mesma que abraçou o despudor com todas as forças. Mostra-se absolutamente tudo, e as formas de arte são caóticas. Não existe o apreço pelo oculto e, muito menos, pela essência oculta e fundamental da beleza. Assim, para que alguém seja apreciado, é preciso mostrar que se esforçou por esse apreço; é preciso esfregar na cara, já que a sensibilidade às sutilezas invisíveis da beleza não existe. É preciso, então, instalar-se numa expressão artística, pessoal ou social que deseja ser vista, atender às expectativas modernas, temporais e caóticas, para então ser devidamente apreciado. Para o nosso espanto, nem mesmo os cristãos escaparam da dinâmica do caos.





A nossa cegueira criou uma ditadura da aparência e deu a isso o nome de beleza. Mas a beleza é, antes de tudo, ser, uma essência que simplesmente existe nas coisas e pessoas belas em si mesmas. A beleza é espiritual, expressa na pureza e ordem da forma (harmonia), nas virtudes (equilíbrio espiritual), na verdade (canal das verdades eternas).




Nas artes, não se trata de uma pauta ou uma emoção, e na vida cotidiana, não se trata de acessórios. A essência da beleza é a recepção da luz fulgurante de Cristo, é a adaptação à existência em Deus e à sua beleza. Essa existência em Deus nos permite perceber a beleza de uma obra de arte, de uma pessoa, de uma paisagem, pois temos o olhar receptivo à essência da beleza, que não sabemos muito bem definir como uma coisa específica (na obra de arte, na pessoa ou na paisagem); simplesmente está lá e é belo, pois, de alguma forma, invisível e inacessível, está ligado ao Supremo Belo.



 


Referências


JERUSALÉM, B. de. Bíblia de Jerusalém. 10. ed. São Paulo: Paulus, 2015. Disponível em: https://amzn.to/3qmzBCe.

OLIVEIRA, J. V. G. de. Filosofia da Beleza. Rio Bonito: Editora Benedictus, 2022. 200 p. (Coleção Arte de Beleza). Disponível em: https://amzn.to/3C1lZz0.

NUNES, B. Introdução à Filosofia da Arte. São Paulo: Edições Loyola, 2016. 116 p. Disponível em: https://amzn.to/43xVApb.

TONNELIER, C. 15 de Dias de Oração com São João da Cruz. Paulinas, 2011. 104 p. Disponível em: https://amzn.to/3GO5PvE.







Que coisa engraçada são os caminhos cibernéticos. Eu, que detesto comoções, a pessoa mais pacata do interior de São Paulo, acabo de invadir o  Pantheon do Instagram, sem querer. Acabei por mexer com divindades, entrei no território da prestação de culto. 


Que coisa mais esquisita. No entanto, como se trata do Instacrazy, a ferramenta mais eficaz de embotamento da mente até o momento, não é tão espantoso. 


Tudo aconteceu, quando eu, em minha pacata e simples palestra, me referi às deusas do Instagram, as quais eu não sabia serem divindades da toallet feminina. Qual não foi o choque de seus devotos com minha fala, tão chocados ficaram que não leram o nome da palestra: "A mulher e a Vida de Estudo". 


No entanto, a Providência me deu uma prova concreta do que eu falei na palestra (que a maioria não assistiu). Olha só que maravilha! As mentes estão tão embotadas que lêem e escutam segundo as emoções e fruições, achando ser possível dar algum parecer neste estado de espírito. Ou seja, o tão conhecido - e nada curado - analfabetismo funcional. Munidos de seus celulares e afetação ainda estamos às voltas, sem nenhuma correção intencional, no primeiro degrau da longa escada rumo ao brejo (no qual já estamos): as pessoas não lêem o que está de fato escrito, não escutam o que de fato está sendo dito. Os sentimentos são os seus conselheiros e seus interesses, terrenos. Superficialidade. 




Basta fazer um teste: observe o que você faz no dia, além do trabalho e tarefas (espero que esteja fazendo-as). As coisas que mais assiste no Instagram, no YouTube, na Netflix e outros; esses são os seus interesses. Se só existe isso, não existe um bom livro, um bom podcast, uma pregação, um bom filme... bem, isso é muito ruim. Principalmente, se todos os seus interesses consistirem em materiais com segundos de duração. 


Talvez seja por isso que incomode. 





Não sei exatamente se temos alguma esperança em mudar tudo isso, o número é enorme em comparação com uma pá de gente que vê todo o caos. Mas é, de certa maneira, interessante, observar como tudo é absurdo e hilário, ao mesmo tempo. 


Veja bem, somente a aparição de uma mulher já é identificado como feminismo em algumas mentes. Claro, que algumas motivações podem ser, de fato, um resquício do conteúdo feminista, mas isso não significa que não deva existir a presença feminina de forma católica e cristã, justamente para alinhar tais resquícios. 


Eu sempre defendo a máxima de que os filhos de Deus são inteligentes, mas em alguns momentos é bem desafiador. 




Por fim, tenho um amigo que passou este dia bem humorado por conta das reações à minha invasão não intencional, já que eu, a maior inimiga de likes e views e brigas de internet e que não liga pra nada disso, havia gerado todos eles, juntos. Ele tem razão em achar graça...


Mas eu ainda penso: esses são as mães e os pais dos filhos de Deus... minha nossa...


  











  






Você parece perdido entre tantas falas, stories, orientações e "conselhos". Parece que tantas opiniões não tem lhe feito bem. Não está progredindo na virtude e tem interesses pouco edificantes, temporais.


O evangelho é radical, mas é simples. Você não deveria se sentir tão amuado e soterrado, o evangelho faz resplandecer em nós paz e graça, só o evangelho pode lhe dar a sua "melhor versão". Então, não se perca nas falas fora do evangelho.


Se você quer seguir uma virtude, busque purificar a sua intenção. Que ela vise agradar a Deus e não somente conseguir tal rapaz, mulher ou status. Este pensamento é o pensamento do mundo. Não vem do Senhor. Nós devemos buscar as coisas do alto e tudo o mais nos será acrescentado. 


Peça a virtude. A maior parte das pessoas ainda está correndo como quem não sabe para onde vai, como aqueles cachorros do conto medieval: "um cachorro viu uma lebre e saiu correndo, os outros cachorros o viram e também correram, mas como não viram a lebre se cansaram e pararam, mas aquele que viu a lebre não parou". Seja aquele que viu e almeja a graça da virtude e não alguém que só segue o fluxo. 


A virtude nunca nos faz sentimo-nos perdidos, antes nos enraíza e fortalece, você se tornará você mesmo. 


A sua "melhor versão" é o resultado da adesão honesta e sincera às orientações do Senhor em seu evangelho, é só isso. Tenha uma vida sacramental, busque ser virtuoso, coloque as virtudes como metas importantes, modere o seu comportamento e reze todas as noites para receber a graça da virtude. Escolha uma especifica e foque nela, depois em outra e assim por diante. É nesse processo que está toda a nossa paz e alegria, em se deixar trabalhar pelo Nosso Belo Jardineiro. 


Descubra o seu talento, ou talentos. Use-os. Executá-los é que lhe dará sucesso. Sucesso é estar em paz com os caminhos trilhados, é ser inteiro, viver na integralidade com olhos na eternidade, sem as fragmentações que os caminhos humanos oferecem. 


Saia do fluxo de opiniões sem fim, fique sobre o olhar de Um Só, a plateia de Um Só, nisto está toda a paz e direcionamento. Você se tornará uma flecha nas mãos do Arqueiro, direcionada, harmônica e feliz por fazer o que uma flecha deve fazer. Que você cresça em graça e virtude.


Crescei na graça e no conhecimento (2 Pedro 3, 18).


Singelamente, Ana






Hoje é o primeiro sábado do mês de maio. Nesta manhã notei que não escrevo uma crônica há tempos. Talvez seja por estar a notar, com certo interesse, um fenômeno, que agora se faz visível. 

Os padres estão perdidos, em crise, na verdade. E a razão da inquietude é: "só na Igreja Católica existe a salvação". 

Esta frase causa inquietação em muita gente e os padres não são excessão. Mas como eles são os teólogos desta barca chamada Igreja, a coisa fica um pouco pior quando são eles que entram em crise existencial, ou melhor, teologal. 

Acontece que, como você deve ter notado, um número considerável de padres assumiu uma teologia que é o resultado de uma série de junções de idéias. Muitas dessas idéias não casam umas com as outras. De modo que temos um híbrido de muitas cabeças. Tenho pra mim que isso não é intencional, eles sofrem com isso, afinal, entraram em crise. 

Esta crise tem uns sintomas e foi por isso que não escrevi por tanto tempo. Veja só, por exemplo: o padre acredita que fora da Igreja há salvação. Ok. Não é um pensamento tão estranho para o nosso tempo. Eu particularmente, acho que Deus pode fazer o que bem entende, peço só que eu possa ficar com Ele. Não me importa quem Ele quer salvar. No entanto, uma coisa é o que eu acho e outra é o que Ele disse. 

Ele disse que quem acreditar em Seu nome será salvo, que temos que evangelizar os povos e batizá-los, que é preciso se arrepender e converter, disse que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, no singular, não no plural. 

Bem, é aqui que começa a crise dos padres. As palavras do Senhor não casam com o programa do Céu para todos. Existem alguns passos, que são absolutamente inegociáveis. 

Na verdade é tudo muito simples: a pessoa que está fora da Igreja pode se salvar se converter-se (todo mundo sabe disso). Depois existe o grupo dos bons que não conhecem a Jesus e Sua Igreja, eles podem se salvar se trilharam, na medida do que sabem, um bom caminho. São pessoas que, se tivessem conhecido o Evangelho e a Igreja, teriam se convertido. Existe, realmente, uma penca de gente nesta situação, pessoas que são boas mas nasceram na heresia e ali ficaram, pessoas de outras denominações que não conhecem nada da catolicidade. Existem outros fatores, mas resumidamente é isso. 

É por isso que existem missionários, inclusive. 

Outro caso, porém, são daqueles que conhecem a Jesus e o negam solenemente. Aí a história muda e muito. 


No entanto, como os padres estão em crise, não especificam mais estas coisas. O mesmo padre que diz que todo mundo vai pro Céu, que existe salvação em todo lugar, reza por missionários e vocações. Se é assim, missionários pra quê reverendo? Vocações que se entregam totalmente pra quê, se todo caminho dá no mesmo lugar? Também rezam o Igreja "Una, Santa, Católica e Apostólica" no Credo. Não faz nenhum sentido. E o pior, eles não notam! Ou é o que parece. Fico sempre assombrada com essa parte. São incoerências gritantes, uma separada da outra por alguns minutos. 

Muitos acham que são os leigos que estão perdidos. Eu não acho. São os padres. Às vezes dá vontade de dizer "padres, pelo amor de Deus, parem de bater a cabeça na parede, não é de bom tom, não tá pegando bem". Um padre não acreditar na própria Igreja é puxado, vários então... 

Todos estão em crise e fingem que não estão. Normalmente, quando notamos uma crise, pensamos, "preciso fazer alguma coisa" e depois "preciso de ajuda e conselho". Ao menos é o mais prudente. Os padres, não, eles pegam o microfone - seu escudo do poder - e fazem reafirmações de suas crenças teológicas que não casam com o evangelho. 

Eu não sei se estou sendo clara, mas o que quero dizer é que os padres estão se sabotando, sabotando as Vocações e ficando bem transtornados por causa disso, emocionalmente e psicologicamente mesmo. Não sei se eles notam que estão fazendo isso, pois o conjunto de ideias pré concebido é bem forte. 

A sabotagem é tão forte que o padre mina a própria vocação. Veja bem, o padre foi ordenado para levar almas para o Céu, mas agora ele acredita que todos os caminhos dão no Céu, basta ter um ursinho carinhoso dentro de si, não precisa de conversão, nem arrependimento. Pronto, formou-se o abismo. Pra quê temos que ter padre? Ele está lá fazendo tudo aquilo pra quê? 

Deste questionamento é fácil começar a duvidar e se perguntar: "para quem?"

Esperemos em Deus que os padres dêem um passo adequado. Peçam ajuda. 

Nossa Senhora do Bom Sucesso, rogai por nós!


 





Trabalho realizado de 02 à 05 de maio de 2023


"Aclarada pelas luzes da fé, elevada pelos voos da esperança, imersa em Deus pela caridade, a vida cristã é toda celeste. Nostra autem conversatio in coelis est (Fl 3, 20).

O verdadeiro cristão só toca o mundo com os pés. Fitos os olhos no céu, faz a sua peregrinação sobre a terra, suspirando com o profeta: Heu mihi, guia incolatus meus prolongatus est (SI 119, 5). Por que é que meu exílio se prolonga? Gloriosa Jerusalém, quando me abrirás as tuas portas? Quando poderei contemplar os teus esplendores, exultar com as tuas harmonias e imergir-me na torrente das tuas delícias? Deus de beleza, de ternura e de amor, que sois já a alegria do meu coração, quando poderei ver-vos face a face e unir-me a vós em eterno abraço?

Tal deveria ser a nossa vida. Mas não é sem lutas e esforços que o homem se lança assim para os bens eternos. Desde que o pecado transtornou completamente a nossa natureza, em vez de voar para Deus, o nosso coração volta-se para si mesmo; fascinado pelo brilho enganador dos bens da terra, movido pela concupiscência, nem ergue os olhos para o céu e, longe de se erguerem, as suas aspirações abaixam sempre mais.
Omne quod est in mundo, concupiscentia carnis est et concupiscentia oculorum, et superbia vitae – “Tudo o que há no mundo é concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida” (1 Jo 2, 16)" ¹



"Há pessoas que querem santificar-se, mas a seu modo; querem amar a Jesus Cristo, mas seguindo as suas inclinações, isto é, sem renunciar aos seus divertimentos, à vaidade dos trajes, às delícias da mesa; amam a Deus... mas não se desapegam das riquezas, honras do mundo, vaidade ... Essas pessoas fazem oração, frequentam os Sacramentos, mas, como têm o coração cheio de afeições terrenas, logram pouco fruto das suas devoções. O Senhor nem sequer lhes fala, porque vê que seria em vão."²



Dante e Virgílio no Inferno (detalhe). William Bouguereau, 1850 Musée d'Orsay, Paris


Cegados pela concupiscência



Concupiscência é o termo utilizado para designar a cobiça e apreço por bens materiais e prazeres sensuais. Vem do latim concupiscens, que significa “o que tem um forte desejo."

“Não ameis o mundo nem as coisas do mudo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida – não procede do Pai, mas do mundo.” (1Jo 2, 15-16).


Portanto, São João nos aponta o forte desejo da carne e dos olhos, somados a soberba da vida, que dita a vida no mundo. 

"Se alguém ama o mundo não está nele o amor do Pai"

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12, 2)

"Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?" (Marcos 8, 38)

"Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente." (Tito 2, 11-12)

"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé." (1Jo 5, 4)


O mundo é o império de satanás, este império convive conosco desde a queda de Adão. O mundo que devemos vencer não são as forças da natureza, não se trata, neste caso, do cosmos, da Criação.


Desta forma é surpreendente quando, apesar de todo o declínio que o pecado gerou nos homens e na criação, somos informados, pelo mesmíssimo São João de que:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3, 16)


"Deus amou o mundo". Não se trata aqui da quantidade de amor e sim da intensidade e sobretudo da qualidade, do tipo de amor. Para que pudéssemos vencer o mundo, passo apontado com insistência nas Sagradas Escrituras, foi preciso que o Senhor jorrasse sobre o mundo toda a potência do Seu amor, o mesmo que criou todo o cosmos, e abrisse para nós a vida eterna. 


Como nos ensina a catequese tradicional da Igreja Católica: o mal entrou no mundo pela desobediência dos nossos primeiros pais, Adão e Eva. Estes, antes da queda, eram puros e viviam no Édem em união com Deus. Possuíam: inteligência infusa ou ciência (proporcional ao estado de humanos, eles não precisavam que ninguém lhes ensinasse os componentes ou utilidade das coisas no jardim, por isso, Adão deu o nome a todos os bichos assim que colocava os olhos no animal); integridade (perfeita sugestão dos sentidos à razão); imunidade (a todas as doenças e a imortalidade corporal).

Estes dons são chamados de "Dons preternaturais", são dons não exigidos pela nossa natureza humana, mas dados pela Potência Divina para aperfeiçoar a nossa natureza. Todos estão, atualmente, buscando a "sua melhor versão", bem, a nossa melhor versão era o "estado original", o ser humano em sua melhor versão. Mas ainda existia mais! Nossos primeiros pais tinham a Graça Santificante, esta graça foi infundida no dia da criação dos nossos primeiros pais e os tornavam filhos de Deus e herdeiros do Paraíso (o Éden não era o Paraíso, era um jardim terrestre). 


Mas aí aconteceu "um forte desejo" por uma maçã proibida (concupiscência dos olhos). Perdemos tudo: os dons preternaturais e a graça santificante. Não sabemos nada e mesmo estudando muito ainda nos falta, adoecemos, morremos e, como você deve ter notado, os sentidos não obedecem a razão. Nossos primeiros pais, como ensina a Tradição Católica, fizeram penitência numa caverna por longos anos, já que viveram bastante, mas viram um filho matar o outro e o mal entrar nos corações profundamente. Seus descendentes se tornavam cada vez mais maus e a Bíblia nada mais é do que o resumo do Plano Divino para nos resgatar do demônio e ... de nós mesmos. ³

Começaram, então, os ensinos simples com quem o Senhor tinha disponível: Noé, uma arca e depois o mesmo Noé bêbado; Abraão e seu medo de deixar sua família e terra por um Deus que ele não conhecia; Isaac o menino tão esperado, Jacó o gêmeo esperto que acabou sendo enganado e depois onze irmãos que queriam dar fim num irmão chamado José que acabou salvando a todos. Seguimos a história com Moisés e um povo cabeça dura, depois Juízes, Profetas e um povo ainda muito cabeça dura. 4 

Uma situação desesperadora, mas como ficamos com a mente embotada, ninguém se importou. A concupiscência cegou a todos e até mesmo os melhores reis de Israel, não eram muito exemplares. 

Mas chegou o tempo do Senhor nos trazer luz. Um menino nos foi dado e toda a nossa esperança está nEle.

O sacrífico do Senhor nos deu remédios. Ele é a Verdade para a nossa ignorância, Ele é a Vida para a nossa morte espiritual e corporal, Ele é o Caminho das virtudes para que possamos submeter os sentidos à razão.

Pela ordem divina os apóstolos começaram uma grande ação de evangelização para tirar as almas da concupiscência. São Pedro insistia na vida santa em suas cartas, São Paulo era extremamente exigente na mudança de conduta em seus escritos, principalmente aos Gálatas e aos Coríntios, São João afirmava repetidamente que a amizade com o mundo era inimizade com Deus. 

O remédio nos foi dado, propagado, mas ainda estamos solenemente presos aos grilhões do apego, da mesma forma que as comunidades da época dos apóstolos.


Frederick Sandys (1829–1904) Love's Shadow, 1867





Apegos e a Virtude do Desapego



Os apegos podem ser vivenciados de diversas formas e uma quantidade significativa de pessoas nunca foi apresentada ao degrau inicial da vida cristã:  a virtude do desapego. Por isso, Santo Afonso é enfático ao defender o malefício do apego. Um costume, um mau linguajar, más companhias (reais ou virtuais), maus modelos, maus livros, vestes imodestas, vaidades, honras humanas, panelinhas, aplausos, apegos à modas, marcas, quantidade além do necessário de roupas, perfumes, livros... Bem, tudo isso pode ser um desequilíbrio na virtude do desapego, também conhecida como "pobreza espiritual".  

A palavra virtude vem do latim "virtus" que significa "força". É preciso força para "viver no mundo sem ser do mundo" (Jo 15, 19) e esta força vem do desapego. Desapego de todas estas pequenas coisas supracitadas, que juntas formam um emaranhado de finas linhas que nos prendem e sufocam. 


Narciso apaixonado pela própria imagem




"Essas pessoas fazem oração, frequentam os Sacramentos, mas, como têm o coração cheio de afeições terrenas, logram pouco fruto das suas devoções. O Senhor nem sequer lhes fala, porque vê que seria em vão."

A vida sacramental (comunhão, confissão) nos oferece acesso às sementes de virtudes semeadas em nossa alma, mas elas só germinam se conseguimos nos desapegar desses emaranhados de fios que sufocam-nas. Sim, você tem razão, estamos falando da parábola do semeador e espero que você tenha notado que satanás age pelos nossos apegos. Às vezes, ele nem precisa fazer algo, está ganhando o crédito sem esforço, nós que realmente nos sabotamos solenemente. 

Eis aí a importância da virtude do desapego, da pobreza de espírito, que nos faz buscar o Reino dos Céus e, justamente por isso, herdá-lo (Mt 5,3). 




Efeitos da Virtude do Desapego


Nós estamos nos afundado em concupiscência por saudade do Édem. A verdade é que todos nós sabemos que nascemos para algo mais, isso é saudade do estado original. Nós estamos em desordem, portanto, buscamos nutrição humana e espiritual fora de Deus. 

A concupiscência dos olhos pode ser vista facilmente em vídeos do Tiktok e Instagram vistos sem fim, mas também é notada, mais tradicionalmente, no fato de querermos possuir tudo e controlar tudo. Ver tudo, saber sobre tudo. Uma condição propícia para estados de perturbação interior, afinal, não fomos feitos para gerenciar tantas informações e controlar a tudo. 

A concupiscência da carne se refere às atitudes animalescas, passamos a negociar os limites do pecado e a justificar o pecado pela fraqueza. Também se refere aos sentidos super excitados: vídeos, séries, músicas, barulho, palmas, uma tv ligada todo tempo, redes sociais, opiniões sobre tudo e todos, mil stories de várias pessoas. Uma verdadeira hipnose dos sentidos, amortecendo o corpo, entorpecendo a mente. Uma grande cortina de fumaça que nos afasta dos remédios que a ressurreição nos alcançou.


A soberba da vida se refere a regalar-se nas coisas, nos bens do mundo e ser honrado por isso. 



Enfim, você já deve estar inquieto, normalmente, este tema deixa uma sensação estranha na boca do estomago ou no peito, afinal, quando falamos de desapego já imaginamos um monge maltrapilho que de tão desapegado levitou. Também é comum sentir uma sensação de que esta virtude nos pede que não tenhamos amigos, nem familiares queridos; sem divertimento, comidas boas, roupas boas, enfim, parece que todos pensam que serão infelizes. Este é o motivo de ser um degrau desprezado com certa frequência.


Bem, a virtude pede que haja o desapego de honras, das amizades e parentes, das riquezas? Sim. 

A virtude pede que haja o desapego de vaidades nas vestimentas, renúncia das imodéstias, das falas baixas e palavrões, dos comportamentos não cristãos? Sim.

A virtude pede que haja desapego dos divertimentos desmedidos, dos bares e festas, dos locais, eventos, programas e séries mundanos? Sim. 


Mas isso não significa infelicidade e sim purificação. E não estou a falar dos recém convertidos, não! Estou falando, como Santo Afonso, bem aponta, das necessidades de desapego das pessoas que estão na Igreja, tomando os Sacramentos e patinando na vida interior com toda a pompa. 


O desapego não é matéria de segunda ordem, é de importância radical para o crescimento em qualquer virtude. 


É a resistência em se desapegar que gera dor. É o querer andar com um pé em cada barco que gera dor. É a vida dupla que gera dor, pois a pessoa que toma os sacramentos e não se desapega, toma o remédio para logo depois tomar doses cavalares de veneno. 


Os efeitos da virtude do desapego são: clareza, liberdade e ordem. 




Atitudes de Desapego


O apego pode ser observado por afeições desordenadas por pessoas, coisas e prazeres. Por exemplo: a dependência excessiva de companhia, aprovação, ciúmes, inveja e medo de ser abandonado podem sinalizar apego às pessoas; dificuldade em se desprender de objetos, livros e roupas (seja em quantidade, qualidade, imodéstia ou imperfeição) pode sinalizar apego às coisas, assim como também o é quando consumimos sem necessidade ou acumulamos coisas; já a necessidade de sempre estar em uma festa, de confortos,  de uma distração, boas comidas e cosméticos pode sinalizar apego aos prazeres. 


Das afeições terrenas: buscar ter um amor ordenado e não apegado aos amigos e parentes, observar se as amizades e suas opiniões estão tomando o lugar dos pensamentos de Cristo, ordenar as afeições por animais de estimação. Os relacionamentos devem ser dotados do equilíbrio amoroso e da cordialidade , mas devem gerar sempre crescimento e amadurecimento; as dependências que impedem este crescimento são ruins humanamente e espiritualmente. 


Dos bens da terra: se desapegar do desejo de possuir sempre mais. Nesta temática é importante diferenciar o dever necessário de possuir bens em prol da família, uma vida digna e capacidade de empreender para ajudar uma outra pessoa (segundo a Doutrina Social da Igreja). Mas uma fixação por ganhos e lucros a custa de renunciar à proteção e privacidade da família, utilizar subterfúgios para ganhar audiência e aumentar a rentabilidade, pode estar ligado ao apego às coisas da terra. 


Dos prazeres e estima do mundo: buscar não se afeiçoar a elogios, ao desejo de ser amado e valorizado, assim como se afastar de buscar satisfação sensoriais todo o tempo: boas comidas, cosméticos e etc. Neste aspecto, não significa não ter nada de bom. Vamos refletir: uma coisa é ter um bom perfume outra é ter vários, sem uso; uma coisa é ter um tanto de boas roupas, que duram, outra é ter várias sem uso e compradas no impulso ou por estar na moda (incluo lojas de roupas modestas e decentes, roupas que podem ser compradas por puro impulso); uma coisa é ter um momento de lazer e cuidados por semana, outra é não conseguir estar numa situação sem confortos e cosméticos sem inquietação e reclamação ou pior, com vergonha de quem você é sem essas coisas; uma coisa é ter um almoço especial de tempos em tempos, outra é ficar refém da "boa comida" (aqui me refiro à restaurantes e variedades por não conseguir comer o mesmo sempre). 

Perceba que a questão em relação a estes apegos externos é a dependência deles e a influência que eles possuem na sua vida e maturidade. É preciso comer o que tem na mesa, é preciso buscar ter uma vida digna com paga justa, é preciso realizar os cuidados necessários com a imagem - priorizando a limpeza e o zelo - mas sem vergonha de quem você é sem aquele cabelo, aquele toque no rosto, aquele sei lá o quê; é preciso se relacionar com as pessoas de forma sadia e não dependente (inclusive parentes), sem necessidade de ganhar elogios a todo tempo e sem grandes saltos diante dos xingamentos; todos devem ser tratados com cordialidade.


Apegos internos


Os apegos podem ser de matéria emocional ou comportamental: se apegar à própria opinião, medo de ser abandonado e ter o ego ferido, apego à cargos e seus privilégios (seja dentro ou fora da Igreja), medo de perder determinada pessoa (em relacionamentos amorosos românticos ou não), sentir-se deprimido sem companhia. Se livre da obrigação de ter que opinar sobre tudo, das ilusões de controle, das expectativas irreais, da dependência da aprovação alheia e das aparências irreais que os status modernos trazem.



Conclusão


As coisas (pessoas e honras) devem passar por nós e se tornarem ou nos tornarem algo melhor. Somos administradores da multiforme graça de Deus que lança os seus raios também sobre as coisas materiais e as fazem participar do nosso processo de santificação.  


Referências


1- AZEVEDO C.SS.R., Padre Oscar das Chagas. As Doze Virtudes para cada Mês do Ano. Editora Vozes, p. 75-102. Disponível em: https://amzn.to/3AUD5OC


2- OMER C.SS.R., Padre Saint. Seleta das belas orações, Doutor da Igreja. Editora MBC, 2019, p. 53. 


3- INSTITUTO DIOCESANO MISSIONÁRIO DOS SERVOS DA IGREJA. Catecismo Essencial: Subsídio Catequético Vocacional - Devocional. 5. ed. São José do Rio Preto: Instituto Diocesano Missionário Dos Servos da Igreja, 1987. 84 p.

4- JERUSALÉM, B. de. Bíblia de Jerusalém. 10. ed. São Paulo: Paulus, 2015.




Leitura Complementar

- Filocalia: o livro clássico da Igreja oriental (aqui)
- O Peregrino Russo (aqui)
- O Ideal da Alma Fervorosa (aqui)
- Os Três Monges Rebeldes (aqui)









Newer Posts
Older Posts

Visitas do mês

"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




"Quem ama a disciplina, ama o conhecimento" - Provérbios 12, 1

Abas Úteis

  • Sobre Ana Paula Barros, Portifólio Criativo Salus e Contato Salus
  • Projetos Preceptora: Educação Católica
  • Educa-te: Paideia Cristã
  • Revista Salutaris
  • Salus in Caritate na Amazon
  • Comunidade Salutares: WhatsApp e Telegram Salus in Caritate
"A língua dos sábios cura" - Provérbios 12, 18

Arquivo da década

  • ►  2025 (15)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (4)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (6)
  • ►  2024 (48)
    • ►  dezembro (16)
    • ►  novembro (4)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (1)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (4)
  • ▼  2023 (64)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (7)
    • ►  setembro (5)
    • ►  agosto (10)
    • ►  julho (7)
    • ►  junho (8)
    • ▼  maio (5)
      • Meditações sobre a Beleza| Parte 3: A sensibilidad...
      • Crônicas: Invadi o Pantheon, sem querer
      • Carta 22: Cresça em graça e virtude
      • Crônicas: Os padres estão perdidos e não notaram
      • A Virtude do Desapego| Uma Virtude por Mês: Maio
    • ►  abril (3)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (6)
  • ►  2022 (47)
    • ►  dezembro (4)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (8)
    • ►  setembro (14)
    • ►  agosto (1)
    • ►  junho (2)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2021 (123)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (16)
    • ►  setembro (7)
    • ►  agosto (12)
    • ►  julho (7)
    • ►  junho (7)
    • ►  maio (10)
    • ►  abril (11)
    • ►  março (8)
    • ►  fevereiro (13)
    • ►  janeiro (25)
  • ►  2020 (77)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (7)
    • ►  outubro (8)
    • ►  setembro (7)
    • ►  agosto (8)
    • ►  julho (9)
    • ►  junho (10)
    • ►  maio (7)
    • ►  abril (6)
    • ►  março (8)
    • ►  janeiro (5)
  • ►  2019 (80)
    • ►  dezembro (43)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (4)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (5)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (10)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2018 (21)
    • ►  dezembro (3)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (6)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (1)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2017 (18)
    • ►  dezembro (4)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (3)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2016 (13)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (2)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  fevereiro (2)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2015 (1)
    • ►  dezembro (1)

Temas Tratados

  • A Mulher Católica (77)
  • Arte & Literatura (43)
  • Biblioteca Digital Salus in Caritate (21)
  • Cartas & Crônicas & Reflexões & Poemas (59)
  • Celibato Leigo (6)
  • Cronogramas & Calendários & Planos (10)
  • Cultura & Cinema & Teatro (7)
  • Devoção e Piedade (117)
  • Devoção: Uma Virtude para cada Mês (11)
  • Educação e Filosofia (76)
  • Estudiosidade (23)
  • Livraria Digital Salus (3)
  • Plano de Estudo A Tradição Católica (1)
  • Plano de Leitura Bíblica com os Doutores da Igreja (56)
  • Podcasts (1)
  • Total Consagração a Jesus por Maria (21)

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *


Popular

  • Recém convertido ao Catolicismo: por onde começar
    Recém convertido ao Catolicismo: por onde começar
  • O que toda mulher católica deve saber sobre o Piedoso uso do Véu na Santa Missa
    O que toda mulher católica deve saber sobre o Piedoso uso do Véu na Santa Missa
  • Como montar o seu Altar Doméstico
    Como montar o seu Altar Doméstico
  • Acervo Digital Salus: Plano de Leitura Bíblica 2025 (Calendário Inteligente Antigo e Novo Testamento) + Comentários dos Doutores da Igreja
    Acervo Digital Salus: Plano de Leitura Bíblica 2025 (Calendário Inteligente Antigo e Novo Testamento) + Comentários dos Doutores da Igreja
  • Sedes Sapientiae: Cronogramas para a Total Consagração à Santíssima Virgem Maria 2025
    Sedes Sapientiae: Cronogramas para a Total Consagração à Santíssima Virgem Maria 2025
  • Resumão: Macabeus (I e II)
    Resumão: Macabeus (I e II)
  • Resumão: Livro de Ageu
    Resumão: Livro de Ageu
  • Ancorados no Senhor
    Ancorados no Senhor
Ana Paula Barros| Salus in Caritate. Tecnologia do Blogger.

Ana Paula Barros SalusinCaritate | Distribuido por Projetos Culturais Católicos Salus in Caritate