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Salus in Caritate

Cultura Católica


Piracicaba, 1954


Aqui tem 5 horas de trabalho manual


Enquanto o Papa Clemente XIII permitia o culto ao Sagrado Coração de Jesus, pedido por Nosso Senhor a uma freira desastrada, que sempre trombava com alguma coisa quando via a madre superiora e que frequentemente deixava os animais comerem a horta do mosteiro, para horror da mesmíssima madre. 


Enquanto Catarina (a Grande) garantia a liberdade de culto na Rússia, antes de se lançar no luteranismo e o Padre Figueiredo inaugurava a Tentativa Teológica num abraço amigável com o pombalismo iluminista, apesar de seu saber extenso em exegese. 


Enquanto a Igreja de São Francisco em Ouro Preto era erigida por Aleijadinho. E Franz Haydn compôs A Grande Missa com Órgão.


Enquanto tudo isso acontecia dentro e fora do Brasil colonial, em 1766, um capitão português que atendia pelo nome de Antônio Corrêa Barbosa recebeu a incumbência de fundar um povoado a beira do Rio Piracicaba. Então ele escolheu a margem direita do rio, junto aos extintos índios Paiaguás, que eram vizinhos e rivais dos índios guaranis. Os Paiaguás eram um subgrupo da tribo dos Guaicurus, uma tribo guerreira do Paraguai que usava cavalos para caçada e ataques. Com traços muito determinados os Paiaguás eram uma tribo nômade e caçadora antes da colonização, tinham um código de honra que impedia que o guerreiro recuasse em batalha, se orgulhavam de não ter piedade do inimigo, eram peritos em cavalgadura e navegação e no Paraguai costumavam hostilizar os guaranis que frequentemente roubavam as suas colheitas. 


Assim, o Capitão se instalou entre guerreiros, o que parece muito lógico sendo ele um capitão. A intenção era formar um centro de apoio para as embarcações que desciam o  Rio Tietê. 


Depois, enquanto era fundado o município de Divinópolis em Minas e São José dos Campos em São Paulo. 


Enquanto o rei da Espanha, Carlos III, expulsava os jesuítas da Espanha, sem cogitar que o fundador da ordem era espanhol e Benjamim Constant dava o seu primeiro choro ao nascer, antecipando o seu agir liberal na segunda metade da Revolução Francesa - em defesa da liberdade dos civis, em oposição a guerra voraz de Napoleão numa defesa a modernidade, marcada pela mentalidade de que o comércio é superior à guerra. 


Enquanto tudo isso acontecia, a vila no interior de São Paulo ganhou o nome de Vila de Itú (significa salto), oficialmente e devidamente fundada em 1º de agosto de 1767, sob a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres. 


Mais adiante, em 1774, o cometa Halley resolveu aparecer, a cidade de Campinas foi fundada e a Beata Ana Catarina Emerich nasce e a Vila de Itú é elevada a Freguesia, com o número significativo de 230 habitantes. Acontece que o Povoador tinha Santo Antônio como seu santo de devoção, portanto, a paróquia instalada, também nesse ano, teve o santo como orago e o Padre João Manuel da Silva como pároco. No entanto, essa transição de um santo para outro não agradou muito o povo, que tem fama de ser muito fiel, já que conta com essa mistura de índios guerreiros e portugueses desbravadores. Segundo nos conta a lenda, já que esta terra tem muitas, no dia da instalação da paróquia (21 de junho de 1774) os devotos de Santo Antônio sabendo da determinação dos devotos de Nossa Senhora dos Prazeres em manter Nossa Senhora como padroeira, sumiram ousadamente e corajosamente com a imagem de Nossa Senhora! De modo que não houve jeito de parar a proclamação de Santo Antônio como padroeiro. Foi dessa ocasião que surgiu a lenda, inventada pelo Capitão, que diz que Nossa Senhora dos Prazeres foi levada por anjos Rio Piracicaba abaixo.


O tempo passou e era preciso pensar em ampliar, então no ano pacato de 1784, já que nada acontecia no mundo, a Vila de Itú resolveu tomar para si a responsabilidade de acontecer e tomou a decisão de mudar de margem, assim se instalou na margem esquerda do rio. A mudança realmente foi efetiva, a fertilidade da terra atraiu fazendeiros e a disputa de terras deu ao ano a dose de mudanças necessária a vida de uma vila.  E o capitão passou a morar na margem esquerda, na casa mais conhecida de Piracicaba: a Casa do Povoador. 


Mas a vila ainda não tinha o título de Vila, era uma vila que não era Vila. Então em 1821, enquanto a Espanha reconhecia a independência da Venezuela, o Uruguai era incorporado ao Brasil, o Rei Dom João VI partia do Brasil e deixava Dom Pedro I como Regente, enquanto Napoleão Bonaparte morria e todo mundo ao redor do Brasil declarava independência da Espanha, Anita Garibaldi, Dostoiévski, Gustave Flaubert, davam o seu primeiro choro; em meio a tudo isso, a vila passava a ser de fato Vila, agora com o nome de Vila da Nova Constituição, em homenagem a Constituição Portuguesa, que dava fim ao absolutismo, abria alas à monarquia constitucional e ao mesmo tempo afirmava a união real de Portugal e Brasil, o Brasil era uma extensão de Portugal, e ainda a afirmação de que a religião católica era a única religião da Nação Portuguesa, pontos dignos de serem comemorados com o nome de uma Vila, de fato.


Mas uma vez o tempo passou e em 1836, a Vila da Nova Constituição, se constitui em uma respeitado centro abastecedor, todos os lotes de terra estavam ocupados, os campos cobertos de plantação: café, feijão, milho e algodão. E no mundo ainda existia, como sempre, ares de revolução.


E enfim, no ano em que Freud deu o seu primeiro choro psicanalítico que provavelmente reflete alguma querela familiar, 1856, a Vila da Nova Constituição termina a sua saga e é reconhecida como Cidade. Mas ainda faltava um ponto importante, embora o nome "Nova Constituição" fosse cheio de simbolismo político, o povo é guiado pelo nome do coração e a Vila sempre fora chamada de Piracicaba, assim faltava esse último passo na história da saga da nossa pequena vila que queria crescer e ser cidade. 


Foi em 1877, o momento do desfecho, a Rainha Vitória na Inglaterra inaugurava uma era somente por existir; José de Alencar descansava a sua pena, Dom Pedro II tentava manter um reino e o Rio de Janeiro ganhava a sua primeira estação telefônica, foi quando a vilazinha que virou cidade passa a ser oficialmente Piracicaba, pela voz do vereador Prudente de Morais, que não era piracicabano mas ficou aqui por casamento com Adelaide, até ser o primeiro Presidente Civil, sempre em apuros com o mandato sempre por um fio. 


Catedral Santo Antônio, 1959



No entanto, ainda restava a questão dos padroeiros, afinal todos sabem que os piracicabanos não esquecem de nada com facilidade, em 1944, em plena Segunda Guerra Mundial e a Beata Celestina Faron terminando sua jornada terrestre num campo nazista, Santo Antônio era considerado também seu padroeiro, ou seja, essa cidade tem o orgulho de dizer que tem vários padroeiros, pois é comum, que o cortejo do padroeiro seja triplo. Sim, triplo, já que São Benedito entrou para a lista algum tempo depois. 


A lenda é a seguinte, conta-se que por volta de quarenta anos atrás, ou mais ou menos, um prefeito quis botar abaixo a Igrejinha de São Benedito, no entanto, os devotos determinados do santo fizeram grande oposição, todo piracicabano sabe que com São Benedito não se brinca e que seus devotos tem uma grande razão de levantar a mão como quem diz "espera e verá" quando alguém mexe com a capelinha, isso se deve ao que aconteceu nessa ocasião. O então prefeito, contrariado com a resistência dos devotos, falou em alto e bom som na rádio que ia, ele mesmo, colocar a igrejinha abaixo na manhã seguinte. Pois não foi preciso outro motivo para o povo se juntar em frente a igrejinha e esperar o prefeito que devia subir no trator e colocar a igrejinha abaixo, como havia dito. Acontece que o prefeito não apareceu, foram então saber o que sucedeu com a autoridade ... o prefeito estava morto. Por essa razão, todos os devotos piracicabanos de São Benedito não têm dúvida de que mexer na igrejinha com más intenções não é boa idéia. 


Por outra lenda, também não é boa idéia deixá-lo fora da procissão do padroeiro, parece que São Benedito tem algum cargo auxiliar à função de São Pedro de gerenciar a chuva, pois se ele não estiver na procissão certeza que choverá. Assim por muito tempo a cidade teve a procissão do padroeiro com três andaimes: Nossa Senhora dos Prazeres (por ser a primeira protetora, mesmo tendo sido levada por anjos rio abaixo), Santo Antônio (afinal todo português tem devoção a Santo Antônio) e São Benedito ("afinal, vai que chove? melhor prevenir.")


O que parece um capricho devocional caipira diz muito sobre a alma piracicabana formada durante essa jornada de vila à cidade: simples mas com ímpetos de amplitude. Sempre quando conto essa história me lembro de Santa Maria Mazzarello, co-fundadora (com Dom Bosco) das Filhas de Nossa Senhora Auxiliadora. Ela tinha o hábito de "usar todas as chaves". O padre Pestarino lhe ensinara que a porta do Céu pode ser aberta com a chave do trabalho, ou da oração, ou da doação, enfim, se usar bem a chave pode abrir a porta; no entanto, ela decidiu que usaria todas, "só para ter certeza". Existe algo desse "só para ter certeza vou usar todas as chaves" na alma piracicabana. 


Essa é a história da vila que virou cidade, com três santos na festa do padroeiro e que gerou a alma piracicabana que é simples mas que tem sede amplitude. 


Singelamente, Ana















 









 





Ó Jesus, estando Vós sobre a terra, disseste: "aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para a vossa alma". Ó poderoso Monarca dos Céus, a minha alma acha o seu repouso contemplando-vos revestido das aparências e da natureza de escravo, abaixando-Vos até lavar os pés aos discípulos. Recordo, ó Jesus, as palavras que, para me ensinardes a humildade, pronunciastes nessa ocasião: "Eu vos dei o exemplo, para que, assim como eu vos fiz, assim vós também façais. Não é o discípulo maior do que o seu mestre... se sabeis estas coisas, bem aventurados se a praticardes". 


Senhor, eu compreendo estas palavras, saídas do Vosso Coração, manso e humilde, e quero praticá-las, ajudada pela vossa divina graça. Quero humilhar-me e sujeitar a minha vontade à de minhas irmãzinhas, sem nunca contradizê-las, sem investigar se tem ou não sobre mim direito de mandar. 


Ninguém, meu Deus, tinha este direito sobre Vós e todavia obedecestes, não só à Santíssima Virgem e a São José, mas até aos vossos algozes! E na Santa Eucaristia pondes o cúmulo ao vosso aniquilamento. 


Com que humildade, ó Divino Rei da Glória, obedeceis a todos os sacerdotes, fervorosos ou tíbios no vosso divino serviço! Eles podem apressar ou retardar a hora do sacrifício, e Vós estas sempre pronto a descer do Céu. 


Ó meu Bom Jesus, como Vós mostrais manso e humilde debaixo do véu da Hóstia Imaculada!


Ah! Não poderíeis Vos humilhar demais para ensinar a humildade! Para corresponder, pois, ao vosso amor, quero colocar-me no último lugar e partilhar convosco no Reino dos Céus. Suplico-vos, Divino Jesus, me mandeis uma humilhação toda vez que eu ousar elevar-me sobre os outros. 


Mas oh! Como sou fraca; de manhã proponho ser humilde, e à noite reconheço ter pecado por orgulho. 


Vendo-me tal, sou tentada a desanimar, mas sei que também o desânimo é orgulho. Portanto, quero fundar a minha esperança somente em Vós, meu Deus. 


E já que Vós sois, Todo Poderoso, concedei-me esta virtude, muito desejada. E para que eu seja atendida, repetirei: "Jesus, manso e humilde de Coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso!". 


Devocionário: O Devoto de Santa Teresinha do Menino Jesus (1927)

Santa Teresinha, Jeane, Celina, Maria G. e o cão Tom.



"Ó Face adorável do meu Jesus, beleza sem igual, que arrebatastes o meu coração... transformai-me à vossa imagem e semelhança, de modo que, contemplando Vós a minha pobre alma, acheis nela o retrato da vossa... Por vosso amor resigno-me a viver na terra, privada da doçura do vosso olhar... renuncio também às vossas divinas caricias... uma só coisa Vós peço, que me abraseis no vosso divino amor, para que ele me consuma rapidamente e me faça aparecer diante de Vós. + Amém "


"Ó pequeno Menino Jesus, meu único tesouro, abandono-me aos vossos divinos caprichos, não quero outra alegria, senão a de Vós fazer sorrir. Concedei-me as vossas graças e as vossas infantis virtudes, afim de que, no dia de meu nascimento para o Céu, os Anjos e os Santos me reconheçam como vossa pequena esposa. + Amém"



Devocionário: O Devoto de Santa Teresinha, por uma carmelita descalça, 1926. 



 



CONTO

O cavaleiro e o pacto com o diabo


Um cavaleiro nobre, poderoso e rico despendeu todos os seus bens e caiu em muito grande miséria. Tinha uma esposa muito casta e devota da Santíssima Virgem Maria.


Havendo uma grande festa na cidade, o cavaleiro queria fazer muitas despesas, mas não tinha mais dinheiro. Por vergonha, foi se esconder numa mata até que passasse a festa. Estando ele naquele lugar, apareceu-lhe uma criatura muito espantosa em um cavalo assustador, e perguntou-lhe por que estava assim tão triste. O cavaleiro contou-lhe toda sua história. E a criatura espantosa lhe disse:

 — Se quiseres fazer o que eu te mandar, eu te farei ter mais riquezas e mais honras que antes. 


O cavaleiro lhe prometeu que faria tudo o que ele quisesse, se ele cumprisse o que estava prometendo. E o demônio lhe disse: 


— Vai à tua casa e cava um lugar. Acharás muito ouro. E promete-me que tal dia trarás aqui a tua mulher. O cavaleiro prometeu. Foi para casa e achou muita riqueza, segundo lhe dissera o diabo, e começou a viver como antes.


Quando veio o dia em que prometera levar sua mulher ao diabo, disse-lhe que subisse em um cavalo, porque haviam de ir longe. Apesar de grande temor, ela não ousou contradizer o marido e foi com ele, recomendando-se a Santa Maria. Indo eles pelo caminho, viram uma igreja. Ela entrou e o marido ficou fora esperando-a. Enquanto ela rezava devotamente à Santa Virgem, adormeceu. A Virgem tomou a semelhança daquela mulher, saiu da igreja, montou no cavalo e seguiu viagem com o cavaleiro, o qual pensava que tinha ao lado a sua mulher. Quando chegaram ao lugar, veio logo o diabo, mas não ousou chegar perto deles. Começou a tremer, a fazer grande barulho e a mostrar grande pavor. E disse ao cavaleiro:


 — Ó falso e muito desleal cavaleiro, por que me fizeste tão grande escárnio, e me fazes tanto mal por muito bem que te fiz? Tu me prometeste que trarias tua mulher, e trouxeste Maria. Eu queria vingar-me da tua mulher, por muitas injúrias que me faz, e tu me trouxeste Esta que me atormenta gravemente e me lança no abismo do inferno. 

Quando isto ouviu o cavaleiro, ficou muito espantado e maravilhado, e com temor não pôde falar. 


E a Virgem disse ao diabo: 


— Por tua ousadia e teu atrevimento, presumias matar uma devota minha. Mas não escaparás assim sem pena. Eu te mando que logo desças aos abismos do inferno, e que daqui em diante não cries obstáculos a nenhuma pessoa que me chamar com devoção. 


Quando o diabo ouviu isto, partiu logo dali, uivando e fazendo grande barulho. O cavaleiro desceu do cavalo e lançou-se em terra, aos pés da Virgem Maria. Esta o repreendeu pelo que fizera e mandou-lhe que voltasse, pois acharia sua esposa dormindo na igreja. Mandou que lançasse fora aquelas riquezas conseguidas pelo demônio, e em seguida desapareceu. O cavaleiro voltou à igreja, despertou sua esposa e contou-lhe tudo o que lhe acontecera. Voltaram para sua casa e lançaram fora o que o demônio tinha conseguido. Perseveraram em louvores e no serviço da Virgem Maria, muito devotamente, e depois tornaram-se muito ricos a serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo. 


(Fonte: Theophilo Braga, "Contos tradicionais do povo português" - Magalhães e Moniz Editores, Porto, 1ª edição)

 



CATEQUESE

Quando satanás triunfa numa alma



Quando Satanás triunfa numa alma?


Satanás triunfa numa alma quando consegue que ela viva tranquilamente no estado de pecado mortal e, por isso, pronta para a viagem ao Inferno.



1- A maior astúcia do século: "O diabo não existe!"

"Exorbita já, fora do quadro bíblico e eclesiástico, aquele que se recusa reconhecer (o demônio) como existente; do mesmo (...), que não tivesse sua origem em Deus (...). (O demônio) é um ser vivo, espiritual, pervertido e corruptor" (Paulo VI, 15-XI-1972).



2- O Plano de Satanás

Já Pio XII, falando ao Congresso Catequético dos EUA em 26-X- 1946 afirmava: "O pecado do século é a perda do sentido do pecado". Na Exortação Apostólica "Reconciliação e Penitência" (02-XII-84), São João Paulo II confirmou: "Demasiados sinais indicam que em no nosso tempo existe um eclipse da consciência, tanto mais inquietante quanto esta consciência (...) anda estreitamento ligada à liberdade do homem". Em um mundo em que a moral católica autêntica parece, para muitos, um corpo estranho de tempos passados, julgou-se útil colocar três lições sobre as três etapas do plano do nosso inimigo: o Triunfo ( a vivência no estado de pecado mortal), a Avançada (tibieza, que é estar conformado com pecados veniais e não buscar se emendar achando que afinal "não são pecados mortais") e a Zombaria (as imperfeições, não buscar desarraigá-las e se conformar dizendo "eu nasci assim", "Deus me fez assim"). Feitas objeto de séria meditação, estas três lições podem ajudar a adquirir novamente ou tornar mais profundo o sentido do pecado.



3- Vitória de Satanás

Qualquer pecado mortal (mortal pois que mata a vida sobrenatural da alma) é vitória de Satanás e prepara o seu triunfo na alma. Para compreender esta afirmação, é de grande utilidade refletir sobre as seis principais consequências do pecado mortal: 

- Expulsa Deus de nossa alma, e, com Deus, todos os bens de que Ele é fonte (a Graça Santificante - que é a graça da filiação divina - com o glorioso cortejo de virtudes e dons: é um verdadeiro suicídio espiritual!); mesmo que a pessoa faça "boas ações", se estiver em pecado mortal o valor de suas boas obras é sufocado e invalidado pela escolha ao pecado, pois quem escolhe o pecado, escolhe satanás. 

- Facilita a recaída em outros pecados mortais: "Quem faz o pecado, é escravo do próprio pecado" (Jo 8, 34);

- Impede o mérito de todas as obras feitas em estado de pecado mortal (como foi dito anteriormente); 

- Tira a verdadeira paz também neste mundo: "Não há paz para os ímpios" (Is 48, 22);

- Faz merecer o inferno (Mt 25, 46).



4- Para evitar o pecado mortal devemos usar cinco meios:


- Rezar para obter as graças atuais necessárias para evitar o mal e praticar o bem (Mt 26, 41);
- Praticar a penitência interior (humildade - a humildade é a verdade) e exterior (mortificação) (Tg 4, 6; Mt 17, 21);
- Fugir das ocasiões de pecado (2 Tm 3,5);
- Receber frequentemente os sacramentos da Penitência e da Eucaristia (Jo 6, 48-53);
- Meditar sobre os novíssimos: Morte, Juízo, Inferno e Paraíso (Eclo 7, 36)


O Pecado


"Constituído por Deus em estado de justiça, o homem contudo, instigado pela Maligno, desde o início da história abusou da própria liberdade. Levantou-se contra Deus desejando atingir seu fim fora Dele. Apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus. O seu coração insensato se obscureceu e eles serviram à criatura ao invés do Criador. Isto, que nos é conhecido pela Revelação Divina, concorda com a própria experiência. Pois o homem, olhando o seu coração, descobre-se também inclinado para o mal e mergulhado em múltiplos males que não podem provir do seu Criador que é bom" (Gaudium et Spes, 1965). 


Catecismo Essencial
Imprimatur 
Dom José de Aquino Pereira
07-06-1987
Solenidade de Pentecostes

São Tomás ensina sobre o demônio:

“Não perseverou na verdade’. A este respeito, deve-se notar que existem dois tipos de verdade: a verdade da palavra e a verdade das obras. A verdade da palavra é quando se fala com a boca o mesmo que se pensa no coração e que corresponde à realidade […] A verdade da justiça, ou das obras, é quando realizamos o que nos compete segundo a ordem da nossa natureza. O Senhor acenou a isto ao dizer: ‘Quem obra a verdade vem à luz, para que se veja claramente que as suas obras foram feitas em Deus".


“O diabo pode induzir o homem a pecar persuadindo-o internamente. O diabo move a vontade do homem como alguém que persuade […]. O diabo engana […] movendo os espíritos animais e humores internos do corpo, cujo movimento origina aquelas representações. É capaz de impedir o uso da razão, como nas possessões. […] O demônio é chamado de tentador porque sonda os homens a fim de saber por quais representações eles são mais subjugados.[…] Deve-se dizer que, como afirmado acima, o diabo não pode ser a causa do pecado do homem como alguém que mova diretamente a vontade, mas apenas como alguém que persuade. Ora, ele persuade o homem a fazer algo de duas maneiras: de maneira visível e de maneira invisível”.



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No primeiro sábado do mês, para cumprir minha devoção por Nossa Senhora de Fátima, procurei um confessor numa igreja que deixara de frequentar, há alguns anos, por motivos que dispensam fastidiosas explicações. Diziam os persistentes frequentadores que tudo por lá melhorara, com a saída de 3 ou 4 jovens loucos. Quem sabe? Lembrei-me do velho Pe. X, homem simples e bom, cabeça branca, manso e ingênuo. Um dia, nos tenebrosos tempos em que o ISPAC energicamente se empenhava em perverter padres moços e freiras simplórias, subia eu a Rua Cosme Velho quando avistei o Pe. X, que vinha ao meu encontro feliz e aureolado de novas ideias. Saía do ISPAC e logo que me viu apressou o passo e generosamente veio ensinar-me o que acabara de aprender:



— Sabe? Agora é tudo explicado pela Evolução. Os padres professores estudam muito e explicam que tudo é diferente depois do Concílio. Diante da transfigurada felicidade do padre, senti a refulgente evidência da inutilidade de qualquer debate. Atirei-lhe pelas costas uma Ave-Maria, “às traição” como dizem lá por dentro do Brasil, e estuguei o passo, já mais atraído pelo café com pão do que preocupado com a sorte do Pe. X. Passaram-se os anos como costumavam passar nos gloriosos tempos pós-conciliares e eu confesso que enterrei o Pe. X no esquecimento, ou perdi-o de vista, sob o volume de escombros ex-católicos e de cadáveres de ex-padres insepultos. Ultimamente tive notícias de que o Pe. X andava muito triste. Alegrei-me eu. Quem sabe se não poderia procurar o Pe. X e pedir-lhe o Sangue de Jesus para o perdão de meus pecados. Tomada a resolução, entrei na sacristia silenciosa e deserta. No altar à direita transcorria a missa das oito. Um moço apiedado de meu ar desamparado disse-me que o Pe. X estava na sala em frente; e efetivamente lá estava ele, todo branco a arrumar não sei o quê num armário: pouco mudado, mais grave, mais sério, mais branco. Quando me viu, alegrou-se e quase correu ao meu encontro. Dias antes eu publicara o artigo Falsa Bondade, que anos atrás, certamente, escandalizaria o Pe. X. Com surpresa ouvi-o:



— Muito bem! Muito bem! Continua! Coragem.



Quando fiz breve alusão à pressão que sofrera o Governo da Espanha, não só dos países, mas do próprio Vaticano. O Pe. X ficou mais rosado e com voz severa começou a falar para interlocutores invisíveis:


— Palhaçada! Palhaçada! Olhe, quer saber o que penso? Só isto: dois e dois são quatro. E a verdade de Deus não se reforma. 


E agora, voltado para mim, firme e didático, abria os dedos das duas mãos em VV, como Churchill fazia para anunciar a chamada vitória democrática que entregaria o mundo à URSS, mas para repetir:


 — Dois e dois são quatro.


Disse-lhe que desejava confessar-me e ele logo me indicou um canto de sala onde eu me ajoelhei ao lado de sua cadeira: — ouviu-me. Prometi a Deus o miserável firme propósito de minha fragilidade que só na força d’Ele poderia cumprir tão audaciosa promessa. Deus meu! Deus meu! E logo depois das palavras que desciam para mim do alto do Calvário, o Pe. X volveu ao seu solilóquio:

— Maus tempos. Maus tempos. Só temos agora diante de nós o Martírio. Estamos no Apocalipse. Continue a luta até o fim e Deus dará o necessário.


Na porta que dá para o jardim, despediu-se de mim, risonho e como se entre nós dois houvesse um segredo delicioso e divertido; tornou a abrir os dedos e repetiu:

 — Dois e dois são quatro.



Na volta para casa sentia arder-me o coração, e em mais de uma esquina como nos caminhos de Emaús pareceu-me que Alguém me repetia, com infinita doçura e infinita firmeza, aquela tabuada divina:

 — Dois e dois são quatro.



Em casa, na escuridão e no silêncio de meu escritório, estive a considerar, ora uma ora outra das duas alternativas: o martírio, ou quem sabe? A tênue esperança humana de uma volta ao ponto em que todos se desviaram da “diritta via” e tomaram o caminho do Inferno.



Não é possível. Em todos os itinerários humanos o que mais prevalece é sempre a volta. Mesmo sem pecado, a simples necessidade do trabalho de cada dia nos obriga a sair de casa, a perder nossa integridade e nosso nome para espalhar pela cidade nossa alma estilhaçada. Depois dessa dispersão, desse pluralismo de títulos e nomes minúsculos o homem empreende a parte mais alta e mais nobre de sua jornada: a volta para casa. O desvairado mundo moderno pensa que o homem é mais homem, mais elevado, quando sai de casa e se empenha na luta que contribui para o Produto Nacional Bruto e para o progresso nacional. A casa deixou de ser o Porto Seguro, o Paraíso Perdido, o Jardim Fechado, o lugar maravilhoso, onde, aberta uma porta-sagrada, o homem recupera o nome de seu batismo, chama por seus nomes os animais domésticos e ouve o passo da companheira nascida de seu sonho de amor.



Mas tudo isto e mais alguma coisa que possa dizer da casa dos homens é pó ou nada quando pensamos numa volta à Casa do Pai que corre ao nosso encontro e nos cobre de beijos. Pater! Pater! Pater! Não é impossível pensar num volta maior e mais animosa do que todas as cruzadas: vejo milhões de Padres X, milhões de bispos e até dezenas de cardeais — todos a seguirem um Papa mais branco e mais firme que o Pe. X a dirigir a Cruzada da Volta, parando de vez em quando nas curvas do caminho para abrir os braços e os dedos, clamando:

 — Dois e dois são quatro! Amigo! Friend! Cantemos um cântico novo, às avessas da marcha progressista da Nona Sinfonia; cantemos a alegria da volta à verdade e à bondade de Deus.



(O Globo, 23/10/1975)

ps: sim, O Globo já publicou coisas assim.




Gustavo Corção (1896 – 1978) foi um escritor, engenheiro, ensaísta e jornalista católico brasileiro, autor de diversos livros sobre política e conduta, além de um romance. Foi membro da antiga União Democrática Nacional (UDN) e um expoente do pensamento conservador no Brasil.

Escreveu para diversos jornais, como 



Eles conseguiram este resultado: para um fiel que durante anos vai à missa todos os dias, à missa dominical, à missa do preceito ou do amor reduzido à prova mínima, tornou-se no sentido gaiato o verdadeiro "sacrifício" da missa. Parece aliás que o objetivo visado, cujas instruções parecem hoje mais centralizadas do que o governo da Igreja, é o de tornar tudo gaiato em torno da figura de Nosso Senhor. Ainda não tiveram a idéia de transformar a imobilidade terrível e doce do Crucificado numa espécie de polichinelo careteante a gesticulante em torno de articulações mecânicas cravadas nas Cinco Chagas. Lá chegarão, e com nihil obstat: e com entusiasmo.



Hoje, IV Domingo da Páscoa e dia de Santa Catarina de Sena, que no seu tempo arrastava cardeais e papas a cumprirem seus deveres de estado, fui à missa onde um jovem padre moderadamente barbudo costuma brindar a "assembléia de fiéis" com um mutismo total na hora da homilia, que é obrigatória. Desobedece ele assim à mais desobedecida autoridade do mundo, mas ao menos não injuria a Trindade, não entristece nem entedia os fiéis. Mas o Evangelho de São João, cap. XIV, onde Jesus diz: "Eu sou o caminho, a verdade, a vida...", desencadeou em nosso homem não sei que mola retida. Pôs-se a falar torrencialmente. Perdão, começou por concentrar-se, por baixar a cabeça em atitude de quem vai pedir desculpas por uma milenar insolência e interrogou: "Será Jesus o único caminho para Deus?" E depois de uma pausa que esconderia um tumulto de idéias e uma explosão interna de descobertas, disse sentenciosamente: "Momentoso problema". E então começou a clamar torrencialmente que todos os caminhos levam a Deus, que o protestantismo leva a Deus, que o espiritismo leva a Deus, etc. etc. etc.



Peguei na minha bengala, não para tirar o energúmeno do subpúlpito de onde derramava a pútrida doutrina resultante de todos os ecumenismos e alargamentos, de todas as concessões e compreensões, mas para sentir na mão alguma coisa real, honesta, autêntica na sua singela e antiga essência de bordão — e levantei-me para afastar-me depressa daquela igreja que não era igreja, do padre que não era padre, e da missa que não era missa. E fui andando dentro do domingo azul à procura de uma igreja-igreja, de um padre-padre, de uma missa-missa. E pelo caminho ia trocando idéias com meu bordão, e tecendo considerações em torno desse dilúvio de besteiras que ameaça submergir a Igreja.



Todos nós sabemos há mil e tantos anos que todos podem chegar a Deus — ladrão, prostituta, coletor de impostos, etc. — porque para isso, segundo o inflexível Santo Tomás, basta um gemido: mas também sabemos que aqueles tais que chegam a Deus, malgrado o estado em que vivem e o caminho que trilham, não é pelo prostíbulo ou pela quadrilha que se salvam, é sempre pela plenitude de graças de Cristo. Por isso quis Deus enviar-nos seu próprio Filho e com o espantoso aparelho bem conhecido quis deixar-nos a indicação da cruz de todas as encruzilhadas.



Basta abrir os livros inspirados no Antigo ou no Novo Testamento para encontrarmos centenas de vezes, obsessivamente repetida a doutrina dos dois caminhos. Ao acaso lembremos Isaías, que antes de João Batista clamava: "Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas..." (Is. XL, 3); ou Jeremias: "Pois os próprios profetas e até os sacerdotes são ímpios... seus caminhos se tornam escorregadios e se perdem nas trevas" (Jr. XXIII, 12). Ou o Eclesiástico: "O caminho dos pecadores está bem pavimentado, mas no seu último lanço leva à treva dos infernos". (Ecl. XXI, 11). Ou o Salmista: "Bem-aventurado o varão que não anda nos caminhos dos ímpios" (I,1), "Bem-aventurados os que caminham na lei do Senhor" (CXVIII, 1), "aparta-me do caminho da mentira e dá-me, Senhor, a graça da lei" (CXVIII, 29). E agora já no Novo Testamento: "Entrai pela porta estreita porque é larga a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição; e muitos são os que por ele se precipitam" (Mt., VII, 14).



Mas é no próprio Evangelho do dia deste domingo que Jesus diz: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida", e logo acrescenta: "Ninguém chega ao Pai senão por mim" (Jo. XIV, 6). Ora, depois de ler estas palavras de adamantina nitidez, o padre da nova "Igreja" lá ficou desenvolvendo sua idéia: "Todos os caminhos levam a Deus".



Nós sabemos há mais de dois mil anos que há dois caminhos, o da luz e o das trevas: sabemos que logo no primeiro século do Cristianismo começou a ser ensinada, na Doutrina dos Doze Apóstolos, Didaqué, a Doutrina dos "dois caminhos". Se alguém se salva qualquer que seja a profundidade de seu abismo, mas não qualquer que seja a vereda que procure ou o gemido que balbucie, salva-se sempre pela misericórdia de Deus — mas o instrumento dessa misericórdia é sempre a mesma Ponte lançada sobre os abismos: o Cristo crucificado, nosso Salvador.



Dizer que todos os caminhos levam a Deus equivale a proclamar a inutilidade, a superfluidade, o luxo de tanto sangue vãmente derramado numa cruz de espantalho; equivale a zombar de Jesus, o louco que pretendeu ser o Caminho, a Verdade e a Vida.

Levou-me assim a bengala, por caminhos que buscam o Caminho, até outra Igreja onde um sonoro pregador falava de um afogado, de um helicóptero, e creio que também de astronautas, mas ao menos não cuspia: "Todos os caminhos levam a Deus".



Receio chegar brevemente ao dia em que tenha de andar pelos caminhos e praças da cidade a perguntar aos guardas: "Vistes por acaso alguma Igreja, algum padre? Ouvistes algum sussurro de missa? Sabeis porventura aonde encontrarei aquela que minh'alma ama?" Sim, receio ter de recorrer a algum Centurião, a um militar a um polícia, porque, se acaso cruzar comigo um levita dos tempos modernos, dir-me-á com um gesto largo: "Vá andando, todos os caminhos levam a Deus. Não precisamos mais de Igrejas, de cruzes, de sinais. O sacrifício de Cristo foi um lamentável equívoco". E se me queixar ao Bispo, o Bispo dirá que evoluímos, e também lamentará delicadamente o sofrimento inútil de Maria ao pé da Cruz.



(O Globo, 06/05/1972. Site Editora Permanência)
ps: sim, O Globo já publicou coisas assim.




Gustavo Corção (1896 – 1978) foi um escritor, engenheiro, ensaísta e jornalista católico brasileiro, autor de diversos livros sobre política e conduta, além de um romance. Foi membro da antiga União Democrática Nacional (UDN) e um expoente do pensamento conservador no Brasil.

Escreveu para diversos jornais, como Tribuna da Imprensa, Diário de Notícias e O Estado de S. Paulo. Seu único livro de ficção, Lições de abismo, é considerado uma das obras-primas da literatura brasileira, premiado pela UNESCO. Como escritor, Corção foi amplamente admirado e elogiado por nomes como Antonio Olinto, Raquel de Queiroz, Ariano Suassuna, Gilberto Freyre, Nelson Rodrigues e Manuel Bandeira.

 






CONTO

 As 12 palavras ditas e retornadas



Era uma vez um homem muito trabalhador e honrado, mas infeliz em todo negócio em que se metia. Tinha ele devoção ao Anjo da Guarda, rezando todos os dias em sua intenção. Cada vez mais pobre, o homem perdeu a paciência, e um dia gritou, desesperado com sua triste sina:

 — Acuda-me o diabo, que o Anjo da Guarda não me quer ajudar! 

Apareceu um sujeito alto, todo vestido de preto, barbudo e feio, com uma voz roufenha e desagradável:

 — Aqui estou! Aqui estou! Que é que queres de mim? 

— Quero ficar rico. 

O diabo indicou uma gruta onde havia um tesouro enterrado, e disse: 

— Daqui a vinte anos voltarei para buscar-te. Se não disseres as doze palavras ditas e retornadas, serás meu para toda a eternidade. 

O homem começou a viver folgadamente, em festas e alegrias, cercado de amigos e de mulheres. O tempo foi passando, e uma noite ele lembrou-se de que estava condenado às penas do inferno. Só se soubesse as doze palavras ditas e retornadas... 

— Isso deve ser fácil — disse ele consigo. — Todo mundo deve saber. 

No dia seguinte perguntou aos amigos, aos vizinhos e a todos os moradores da cidade, e não havia quem soubesse o que vinha a ser o que ele lhes perguntava. O homem afligiu-se muito. Cada vez mais o tempo passava, e ninguém sabia o segredo das doze palavras ditas e retornadas. Largou ele a vida má que levava, fez penitência e saiu pelo mundo, perguntando. Todos diziam: 

— Não sei, nunca ouvi falar... 

O homem só faltava morrer, com o pavor da ideia de ter de encontrar-se com o diabo e ser carregado para o fogo eterno. Já correra muito tempo desde que deixara o folguedo dos ricos, vestindo com modéstia e dando esmolas. Uma tarde, ia por um bosque na hora da "Ave-Maria". Ajoelhou-se para rezar, e ao terminar viu um velho que se aproximava dele.

Cumprimentou-o, e foram andando juntos para a vila. Perguntou ao velho como ele se chamava. 

— Chamo-me Custódio — respondeu. 

Para não deixar de perguntar, falou nas doze palavras ditas e retornadas. E o velho Custódio lhe disse: 

— Eu sei as doze palavras ditas e retornadas. 

O homem ficou tão satisfeito que abraçou o velho, dando graças a Deus e dizendo que aquilo era um milagre do Anjo da Guarda, sua devoção antiga.

 — Como são as doze palavras ditas e retornadas? Qual é a primeira, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo, não! A primeira palavra dita e retornada é a Santa Casa de Belém, onde nasceu Nosso Senhor Jesus Cristo, para nos remir e salvar. 

— E as duas palavras ditas e retornadas, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo, não! As duas palavras ditas e retornadas são as duas tábuas de Moisés, em que Nosso Senhor pôs seus divinos pés, e a primeira é a Santa Casa de Belém.

— E as três palavras ditas e retornadas, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo não! As três palavras ditas e retornadas são as três pessoas da Santíssima Trindade, as duas são as duas tábuas de Moisés, e a primeira é a Santa Casa de Belém.

— E as quatro palavras ditas e retornadas, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As quatro palavras ditas e retornadas são os quatro evangelistas, as três são as pessoas da Santíssima Trindade, as duas são as tábuas de Moisés, e a primeira é a Santa Casa de Belém. 

— E as cinco palavras, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo, não! As cinco palavras ditas e retornadas são as cinco chagas de Nosso Senhor. 

— E as seis palavras, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo, não! As seis palavras ditas e retornadas são as seis velas bentas que estão no altar-mor de Jerusalém. 

— E as sete palavras, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo, não! As sete palavras ditas e retornadas são os Sete Sacramentos. 

— E as oito palavras, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo, não! As oito palavras ditas e retornadas são as oito bem aventuranças pregadas por Nosso Senhor Jesus Cristo.

— E as nove palavras, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo, não! As nove palavras são os nove meses que a Virgem Mãe trouxe Nosso Senhor. 

— E as dez, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As dez palavras ditas e retornadas são os Mandamentos da Lei de Deus.

— E as onze palavras, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As onze palavras são as onze mil virgens. 

— E as doze, amigo Custódio? 
— Custódio, sim; amigo, não! As doze palavras ditas e retornadas são os doze apóstolos, as onze são as onze mil virgens, as dez os Mandamentos, as nove os meses de Nossa Senhora, as oito as bem-aventuranças, as sete os Sacramentos, as seis as velas bentas, as cinco as chagas, as quatro os evangelistas, as três a Santíssima Trindade, as duas as tábuas de Moisés, a primeira a Santa Casa de Belém, onde nasceu quem nos salvou. Amém! Estas são as doze palavras ditas e retornadas. 

— De joelhos te agradeço, amigo Custódio, essa esmola, a qual há de salvar-me do demônio! 
— Custódio, sim, e teu amigo. Sou o Anjo da Guarda que vem perdoar-te pelo arrependimento e pela penitência. E sumiu-se. 


O homem, quando chegou o prazo para prestar contas ao diabo, disse as doze palavras ditas e retornadas, e o maldito rebentou como uma bola de fogo, espalhando cheiro de enxofre. O homem viveu santamente seus dias, e acabou na paz de Deus, salvando-se graças ao seu Anjo da Guarda. 


(Fonte: “Maravilhas do conto popular” - Cultrix, SP, 1960)




CATEQUESE

O Anjo da Guarda



Os anjos podem influenciar os homens pois são de natureza puramente espiritual e, portanto, superior à humana. Pois, em tudo o que é devidamente ordenado, o superior influi no inferior. Eles podem iluminar a nossa inteligência, dando-lhe vigor e pondo ao nosso alcance a verdade puríssima que eles contemplam. No entanto, não podem intervir diretamente na nossa vontade, pois a ação de decidir, de escolher, é um movimento interior que só Deus pode alterar. 

Deus pode atuar diretamente e mudar o movimento da vontade humana, assim o fez com o coração do Faraó. Ele pode, sim, mudar os corações, no entanto, como nos deu liberdade, mesmo tendo poder de mudar nossos corações, Ele escolhe respeitar a nossa vontade, descarregando, mesmo assim, uma chuva de oportunidades de redenção, mesmo ao pecador mais empedernecido, pois assim age sempre em sua Misericórdia, para que a alma se converta. Ele nos deu liberdade por amor e a respeita por amor. Assim os anjos não podem intervir em nossa vontade, já que Deus, mesmo podendo, muitas vezes não o faz. Mas lembre-se não existe nenhum lugar interior e profundo em que Deus não possa agir.

Os anjos podem também excitar a imaginação e as demais faculdades sensitivas, pois estão ligadas ao mundo corpóreo e assim submetidas à ação dos anjos. Eles também podem impressionar os sentidos externos.

Os anjos podem, por consequência disso, dificultar ou impedir a ação dos demônios, porque a justiça submeteu os demônios, como castigo de seus pecados, ao domínio dos anjos. 

Assim Deus se serve dos anjos para promover o bem e para executar os seus desígnios junto dos mortais. 

Mas nem todos os anjos são enviados para este fim. Os anjos da primeira hierarquia nunca são enviados, pois é seu privilégio permanecer constantemente junto ao Trono de Deus. Esses anjos são chamados de Anjos Assistentes. 

Portanto, os enviados aos homens são os anjos da segunda e terceira hierarquia, porém note-se que o coro das Dominações presidem a ordenação dos decretos divinos, e as outras ordens - Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos - são os executores. 

Alguns Anjos são destinados para a guarda dos homens, porque a Divina Providência decretou que o homem, ignorante no pensar, inconstante e frágil no querer, tivesse como guia protetor, na sua peregrinação até ao Céu, um daqueles espíritos ditosos, confirmados para sempre no bem. 

Deus destina um anjo para cada ser humano, porque Deus ama mais uma alma do que todas as espécies de criaturas materiais. Mas apesar disto, Deus determinou que cada espécie tivesse um anjo custódio encarregado de seu governo. Estes - anjos custódios de cada ser humano e de cada espécie - são os Anjos da Guarda, que pertencem ao último coro (ordem) da Terceira Hierarquia Angélica. 

De fato - e que maravilhoso! - todos os seres humanos possuem, cada um, um anjo custódio, enquanto vivem neste mundo, em atenção aos obstáculos e perigos do caminho que têm de percorrer até chegar ao fim. 

Pode se perguntar se Nosso Senhor Jesus Cristo teve um anjo da guarda. Considerando que era a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, não convinha, mas teve anjos com a nobre e feliz missão de O servir. 

Os anjos da guarda começam seu ministério assim que o ser humano nasce e a executam sem interrupção até que exale o último suspiro. 

Eles vêem as tribulações e os males que seus protegidos passam mas não se afligem, pois depois de fazerem o que está em suas mãos para evitá-lo se recolhem e adoram neles - seus protegidos- o mistério insondável dos Juízos de Deus. Pois, ainda pode a alma, apesar dos esforços de seu Anjo Guardião, escolher livremente o que é mal, ou ainda, não existir um meio ao alcance do anjo para impedir o sofrimento ou a tribulação, pois que esses também são caminhos de conversão, purificação e santificação. 

Portanto, sempre nos acode os Anjos da Guarda quando o invocamos, mas sua ação sempre estará de acordo com os decretos divinos e fará todas as coisas em harmonia com a glória de Deus. 

Baseado na Suma Teológica de São Tomás de Aquino em forma de Catecismo




 Outras catequeses com contos aqui






Escrito provavelmente em meados do século II a.C., durante a resistência dos Macabeus ou logo após. O livro apresenta a situação difícil do povo, oprimido por uma grande potência. Por trás de Nabucodonosor II e seu império, podemos entrever a figura de qualquer dominador com seu sistema de opressão.

O livro possuí alguns pontos de observação, que geram opiniões distintas entre os estudiosos. A primeira é que autor do livro demonstra farto conhecimento da geografia mundial e das escrituras, no entanto, ele comete o erro crasso de iniciar a história dizendo que ela se passa no décimo-segundo ano de Nabucodonosor, rei dos assírios em Nínive, isso em uma época depois do retorno dos judeus do exílio; acreditam que seria uma forma de dizer ao leitor que o livro é ficção, e não história; já que o rei Nabucodonosor verdadeiro era rei da Babilônia e não da Assíria. 

Outros sustentam que o livro teria sido escrito no final do século II AC, ou mais tarde, e que se baseia em fatos reais que teriam ocorrido durante a dominação persa, trata-se de um Midrash (é o nome que se dá a exegese profunda da Escritura no judaísmo), no qual um núcleo que pode ser real é tratado com muita liberdade, amplificado por novos episódios fictícios, fecundado por alusões a textos bíblicos. Sendo que no caso do Livro de Judite cogita-se que o autor teria se inspirado: na astúcia de Tamar (Gn 38), no assassinato de Eglon por Ehud (Jz 3, 12-30), e de Siserá por Iael (Jz 4-Jz 5), no combate entre Davi e Golias (I Sm 17), na intervenção de Abigáil junto a Davi, entre outros.

E por fim, ainda existe a vertente de que os eventos descritos no livro ocorreram nos anos 657 a.C. e 656 a.C. O Nabucodonosor, citado neste livro, seria um nome genérico usado para os reis da Babilônia, e seria identificado por Saosduchinus (irmão mais novo de Assurbanípal, que o matou, após sua revolta e se tornou rei) que governou a Assíria e a Babilônia por vinte anos, a partir de 668 a.C. (reinado de Manassés em Judá, o rei ímpio, filho do rei Ezequias, que foi muito piedoso. Manassés foi deportado para a Babilônia).




Comentários e anotações segundo os consagrados trabalhos de Glaire, Knabenbauer, Lesêtre, Lestrade, Poels, Vigouroux, Bossuet etc. editado pela Editora das Américas, 1950. 

Texto original - Não possuímos o texto original deste livro, pelo que ignoramos a língua em que primitivamente foi escrito. Desta falta de certeza derivam várias conjeturas, mais ou menos fundamentadas, defendidas pelos exegetas. São Jerônimo entende que foi escrito em aramaico (Praef in Judith, t. 29). O que é certo é que não foi redigido em grego, porque a versão dos Setenta está cheia de hebraísmos e frases orientais; o modo de dizer, a construção das frases, tudo tem sabor hebraico, de sorte que um hebraizante pode, sem esforços, reconstruir a frase primitiva. Acentua-se neste livro grande pobreza de partículas, e algumas passagens pouco inteligíveis, que se explicam facilmente restabelecendo o texto mal compreendido. 

Variantes - O texto da Vulgata difere muito do grego. São Jerônimo omite muitas coisas que estão nos Setenta, e por sua vez no grego faltam particularidades que se lêem em latim. São Jerônimo explica desta sorte: "Sepositis occupationibus, quibus vehementer arctabar, huic libro unam lucubratiunculam dedi, magis sensum e sensu quam ex verbo verbum transferens. Multorum codicum varietatem vitiosissimam amputavi; sola ea quae intelligentia integra in verbis in chaldaecis inveniri pontui, latinis expressis" ("Deixando de lado as ocupações pelas quais fui fortemente constrangido, dei a este livro um pequeno tratado, transferindo o significado do sentido ao invés de palavra da palavra. Eliminei a variedade viciosa de palavras de muitos manuscritos; permaneceu somente as palavrais em caldeu que são inteligíveis quando traduzidas para o latim"). 

Pelas citações dos Santos Padres podemos conhecer a grande variedade de versões do texto, atribui-se este estado do texto do livro de Judite pela sua grande popularidade. Como era muito lido era também muito copiado; as cópias nem sempre eram acuradas. 

Data - Não se pode precisar a data, como se não pode determinar autor e texto original. Uns fixam o ano de 784 A.C e outros o ano 117 ou 118 da nossa era. As descobertas assiriológicas que vem esclarecer e confirmar o livro de Judite, permitem assegurar com muita probabilidade que os fatos narrados neste livro passaram-se no reinado de Assurbanípal, rei da Assíria, durante o cativeiro de Manassés em Babilônia. 

Canonicidade - Em todos os cânones e catálogos dos concílios, incluindo o primeiro concílio de Nicéia, e dos padres da Igreja, está incluído o livro de Judite, como São Clemente Romano, São Clemente de Alexandria. 

A objeção apresentada pelos adversários dizendo que este livro não se encontra no catálogo de Orígenes e de São Atanásio, e de alguns escritores eclesiásticos da idade média, não procede, pois estes escritores se limitaram a apresentar o canon dos hebreus, os quais não incluíam senão os livros escritos em hebreu. 



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Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

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