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Salus in Caritate

Cultura Católica

 

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Ensaio: A Mulher Católica: Graça & Beleza
Autora: Ana Paula Barros
Revisão de texto: Jarbas

Páginas: 100
Ano de publicação: 2025
R$: 25,00




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A tríade A Mulher Católica começa com o livro Modéstia, publicado em 2018:


Modéstia: O Caminho da Beleza e da Santa Ordem
Autora: Ana Paula Barros
Prefácio: Carlos Nougué
Designer: Tiago Múrcia
Revisão de texto: Marluce Servinhani


Páginas: 209
Ano de publicação: 2018
R$: 27,00


Formato 1: livro digital acervo Salus (adquira aqui).
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Formato 3: livro físico na Amazon (adquira aqui)


Um ensaio literário é um texto escrito em prosa que explora um tema ou uma ideia de maneira reflexiva. Ele combina análise crítica e expressão artística, permitindo que o autor apresente seus pensamentos, argumentos e insights de forma estruturada e eloquente. Os ensaios literários são frequentemente usados para discutir obras de literatura, temas filosóficos, eventos históricos, questões sociais ou culturais, entre outros tópicos.






Ficha de Leitura


Sob a influência do filósofo Elme Marie Caro e do livro Les Sources, de Auguste Joseph Alphonse Gratry, Léon Ollé-Laprune, após dedicar-se a estudos brilhantes na École Normale Supérieure (1858 a 1861), enveredou pela filosofia. Sua trajetória acadêmica o viu lecionar primeiro nos liceus e, a partir de 1875, na École Normale Supérieure.

Frédéric Ozanam, notável por seu papel como professor católico de história e literatura estrangeira na universidade, inspirou Ollé-Laprune a almejar o mesmo destino na filosofia. O teólogo jesuíta Théodore de Régnon escreveu-lhe: "Alegro-me em pensar que Deus deseja, em nosso tempo, reavivar o apostolado dos leigos, como nos tempos de Justino e Atenágoras; é você, especialmente, quem me inspira esses pensamentos".

O governo da Terceira República, embora pressionado por setores da imprensa a punir o "clericalismo" de Ollé-Laprune (o governo fez tal coisa, veja bem, não os padres), foi dissuadido por sua reputação filosófica. No entanto, por um ano (1881-82), após organizar uma manifestação em favor das congregações expulsas, ele foi suspenso de suas funções docentes por Jules Ferry.

Em 1897, Ollé-Laprune foi eleito para a seção filosófica da Academia de Ciências Morais e Políticas, sucedendo Vacherot. Poucos meses após sua morte, William P. Coyne comentou que ele era "o maior leigo católico a surgir na França desde Ozanam" (New Ireland Review, junho de 1899, p. 195).



Beato Frédéric Ozanam

Frédéric Ozanam (1813-1853) foi um ilustre acadêmico, advogado, jornalista e escritor francês, notoriamente conhecido por seu trabalho social e pela fundação da Sociedade São Vicente de Paulo. Nascido em Milão, Ozanam dedicou-se ardorosamente à causa dos pobres.

Iniciou suas atividades filantrópicas como estudante em Lyon, formando, com alguns amigos, a Sociedade São Vicente de Paulo. Enquanto professor de literatura estrangeira na Sorbonne, suas aulas conquistaram grande popularidade. Ozanam acreditava na unificação da fé e da razão, e seu trabalho abarcava a defesa da doutrina social católica juntamente com o combate às injustiças sociais de sua época.

Prematuramente falecido aos 40 anos, seu legado perdurou, levando à sua beatificação pelo Papa João Paulo II em 1997.



Elme Marie Caro

Elme Marie Caro foi um renomado filósofo francês, nascido em 4 de março de 1826, em Poitiers, França. Ele foi influenciado pelo pensamento espiritualista e teve uma carreira acadêmica brilhante. Caro estudou no Collège Stanislas de Paris antes de se formar na École Normale Supérieure em 1848, destacando-se como um dos alunos mais brilhantes de sua classe. Inicialmente lecionou em diversas universidades provinciais antes de se estabelecer em Paris como mestre de conferências na École Normale Supérieure.

Ao longo de sua carreira, Caro escreveu extensivamente, defendendo o Cristianismo contra a filosofia positivista prevalecente na época. Ele foi membro da Académie Française e contribuiu para publicações como La France e Revue des deux Mondes. Era conhecido por suas qualidades de exposição e crítica, mais do que pela originalidade do pensamento. Entre suas obras notáveis estão L'Idée de Dieu (1864) e Le Pessimisme au XIXe siècle (1878).




Auguste Joseph Alphonse Gratry

Auguste Joseph Alphonse Gratry (1805-1872) foi um influente teólogo, filósofo e escritor francês. Sua obra Les Sources é uma coleção de reflexões filosóficas e teológicas escritas no final do século XIX. O livro aborda principalmente a importância do cultivo das faculdades intelectuais e espirituais, destacando o valor do silêncio, da solidão e do estudo rigoroso para o crescimento pessoal e o esclarecimento.

Gratry enfatiza a necessidade de introspecção e reflexão profunda como meio para adquirir sabedoria, argumentando que a distração da vida contemporânea pode ser um obstáculo à verdadeira compreensão. Ele encoraja os leitores a se envolverem em uma espécie de conversa divina durante seus estudos, buscando alcançar a Verdade.




Terceira República Francesa

A Terceira República Francesa, vigente de 1870 a 1940, constituiu um período crucial na história política francesa. O regime foi oficialmente proclamado em 4 de setembro de 1870, após a queda do Segundo Império durante a Guerra Franco-Prussiana, e perdurou até a invasão alemã e o subsequente estabelecimento da França de Vichy.

O Segundo Império Francês, instaurado por Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, marcou um período de monarquia bonapartista de 1852 a 1870. Sob o governo de Napoleão III, houve uma centralização do poder e esforços de modernização da economia e infraestrutura francesa. Contudo, essa era chegou ao fim durante a Guerra Franco-Prussiana, quando o exército francês foi derrotado e Napoleão III capturado.

A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) foi um conflito decisivo que resultou na queda do Segundo Império e na proclamação da Terceira República. A guerra teve início devido ao aumento das tensões entre a França e a Prússia, exacerbadas pela nomeação de um candidato prussiano ao trono espanhol, vista como uma ameaça pela França. Otto von Bismarck, o chanceler prussiano, manipulou a diplomacia para incitar a França a declarar guerra. A Prússia, com seus exércitos bem equipados e organizados, venceu rapidamente os franceses. Na batalha decisiva de Sedan, Napoleão III foi capturado, levando à queda de seu regime. Após a derrota, a França foi forçada a ceder territórios à Prússia e pagar pesadas indenizações.

Economicamente, o período da Terceira República foi de significativa mudança. A industrialização avançou, e Paris tornou-se um centro cultural e econômico global. A Exposição Universal e a construção da Torre Eiffel em 1889 simbolizaram o progresso e a modernidade do país.

Culturalmente, a Terceira República foi uma era de florescimento artístico e literário, conhecida como a Belle Époque. Artistas e escritores como Émile Zola, Marcel Proust, Claude Monet e Henri de Toulouse-Lautrec contribuíram para o rico cenário cultural dessa época.


Politicamente, os primeiros anos da república foram tumultuados, com o governo enfrentando a difícil tarefa de lidar com as consequências da guerra.

O filme "O Conde de Monte Cristo" (2002), embora centrado na vingança de Edmond Dantès, se passa durante e após o Segundo Império e "Os Miseráveis" (2012), a adaptação do famoso musical, que captura bem os conflitos sociais do século XIX, ocorre especialmente durante a época da Terceira República. 





Crítica de Cultura (por professora Ana Paula Barros)




A filosofia espiritualista, especificamente o Espiritualismo Cristão, é uma corrente filosófica que floresceu principalmente no século XIX na França. Ela é caracterizada por uma profunda valorização da espiritualidade e da vida interior, em contraste com o materialismo e o positivismo predominantes da época. Lembra um pouco a anterior Devotio Moderna (séculos XV e XVI), que tanto influenciou Santo Inácio de Loyola, já mencionados na aula "Alienação e Intolerância" lecionada em 2022. Há uma tentativa clara de conciliar a fé com a razão filosófica. Esta filosofia valoriza a moralidade e a ética como fundamentais para a formação do caráter humano e para a orientação das ações no cotidiano.


Além disso, o Espiritualismo Cristão busca oferecer respostas às questões existenciais e morais suscitadas pelas revoluções industrial e democrática dos séculos XVIII e XIX.





Panorama do Século XVIII


Frequentemente referido como o "Século das Luzes" ou "Século da Razão", esta época destacou-se pela ascensão do Iluminismo e por várias revoluções significativas. Na política, o século XVIII foi marcado por eventos que redesenharam o mapa global. A Revolução Francesa (1789-1799) foi um evento monumental que inspirou movimentos libertários em outras partes do mundo. Este século também viu a Revolução Americana (1775-1783), que levou à independência das treze colônias britânicas na América do Norte. Estas revoluções desafiaram a legitimidade das monarquias e aristocracias estabelecidas, promovendo ideais hoje tão conhecidos de liberdade, igualdade e fraternidade. Sobre esses ideais, falamos na aula "Nova Ordem Mundial" lecionada em 2017.

Na economia, a Revolução Industrial começava a tomar forma, especialmente no Reino Unido. A mecanização da produção e a introdução de novas tecnologias, como a máquina a vapor, mudaram drasticamente a economia. Houve um aumento na produção e eficiência em indústrias têxteis e outras manufaturas. Com a expansão colonial europeia, o comércio global intensificou-se, trazendo riquezas e produtos exóticos para o continente.

A sociedade do século XVIII foi profundamente influenciada pelo Iluminismo, que trouxe uma nova era de pensamento crítico e ceticismo em relação às tradições e superstições. Voltaire, Montesquieu e John Locke propuseram ideias que defendiam a razão, a ciência e a separação dos poderes do Estado. Uma nova classe de intelectuais e burgueses começou a influenciar a sociedade.

Na música, compositores como Johann Sebastian Bach, George Frideric Handel e Wolfgang Amadeus Mozart criaram algumas das obras mais memoráveis da história. Este período também testemunhou o auge do barroco tardio e o surgimento do estilo clássico, mais estudados nos volumes da Revista Digital Salutaris.




Livros da Literatura do Século XVIII 


Na literatura inglesa, algumas das figuras mais proeminentes incluem Jonathan Swift, com suas sátiras mordazes como As Viagens de Gulliver (1726), e Daniel Defoe, autor de Robinson Crusoé (1719), que é considerado um dos primeiros romances modernos. Samuel Richardson inovou com seus romances epistolares, como Pamela (1740), enquanto Henry Fielding é lembrado por obras como Tom Jones (1749).

Na literatura francesa, Voltaire destacou-se com sua prosa incisiva e bem-humorada, sendo Cândido (1759) uma de suas obras mais conhecidas. Jean-Jacques Rousseau, com sua obra Emílio, ou Da Educação (1762), influenciou profundamente as teorias educacionais e filosóficas. Pierre Choderlos de Laclos também contribuiu com Ligações Perigosas (1782), um romance epistolar que explorava a intriga e a moralidade na aristocracia francesa.

A literatura alemã do século XVIII foi marcada pelo Sturm und Drang, um movimento literário e musical que precedeu o romantismo. Johann Wolfgang von Goethe emergiu como uma figura central, com obras como Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774), que teve um grande impacto na juventude da época, afinal, ele era um bom moço perdido em seus pensamentos e um tanto inclinado a amores infrutíferos, mas com reflexões muito úteis. Friedrich Schiller também foi uma figura importante, com seus dramas influentes, como Maria Stuart (1800) e Guilherme Tell (1804).

Na literatura russa, figuras como Aleksandr Sumarokov e Mikhail Lomonosov foram pioneiros no desenvolvimento da literatura russa moderna. Os contos e poesias de Aleksandr Sumarokov ajudaram a estabelecer uma nova tradição literária, enquanto Mikhail Lomonosov contribuiu significativamente para a língua russa com suas obras científicas e poéticas.

A literatura americana do século XVIII viu o surgimento de escritores como Benjamin Franklin, cujas Autobiografias (1791) oferecem uma visão sobre a vida e as realizações de um dos fundadores dos Estados Unidos. Thomas Paine é outra figura importante, com seu influente panfleto O Senso Comum (1776), que inspirou os colonos americanos a buscar independência da Grã-Bretanha.




Panorama do Século XIX



O século XIX foi um período de profundas transformações políticas, econômicas, sociais e culturais, marcando o início da era moderna.

Política: A Revolução Francesa (1789-1799) deixou um legado duradouro que influenciou eventos subsequentes. A primeira metade do século viu a ascensão e queda de Napoleão Bonaparte, cujas conquistas militares redesenharam o mapa da Europa. O Congresso de Viena (1815) tentou restaurar a ordem pré-revolucionária, mas ideias de nacionalismo e liberalismo se espalharam, culminando nas revoluções de 1848, que buscaram reformas políticas e sociais em várias partes da Europa. A segunda metade do século foi marcada pela unificação da Alemanha e da Itália, e pela expansão dos impérios europeus na África e na Ásia.

Economia: A Revolução Industrial, que começou no final do século XVIII, teve seu auge no século XIX. Este período viu a transição de economias agrárias para economias industrializadas, baseadas em manufatura e produção em massa. A invenção de máquinas como o tear mecânico e a máquina a vapor impulsionou a produção industrial, enquanto a construção de ferrovias e navios a vapor facilitou o transporte e o comércio. As mudanças econômicas também levaram à urbanização, com milhões de pessoas migrando para cidades em busca de trabalho nas novas fábricas.

Sociedade: A sociedade do século XIX passou por mudanças significativas devido à industrialização e às revoluções sociais. As condições de trabalho nas fábricas eram frequentemente duras e perigosas, resultando em movimentos trabalhistas e na formação de sindicatos que buscavam melhores direitos e condições para os trabalhadores. O tema da educação também ganhou destaque, com vários países reformando seus sistemas educacionais para atender às demandas de uma economia industrial. Questões de gênero e direitos das mulheres emergiram com força, levando ao desenvolvimento dos movimentos feministas.

Cultura: O século XIX também foi uma época de florescimento cultural. O romantismo surgiu como um movimento literário e artístico que valorizava a individualidade e a natureza, em oposição à racionalidade da era anterior. Escritores como Victor Hugo, Mary Shelley e Johann Wolfgang von Goethe produziram obras icônicas que refletiam as preocupações e o ideal da alma bela mencionado nas publicações Salus Beleza (2023) e  Estética (2024). O realismo e o naturalismo, que vieram depois, focaram em representar a vida cotidiana e os desafios sociais com precisão. A música também floresceu, com compositores como Ludwig van Beethoven, Richard Wagner e Pyotr Ilyich Tchaikovsky criando algumas das peças mais memoráveis da história.




Livros da Literatura do Século XIX 


Na literatura inglesa, Jane Austen destacou-se com suas obras como Orgulho e Preconceito (1813) e Emma (1815). Charles Dickens é outro gigante da literatura, conhecido por seus romances sociais como Oliver Twist (1837-1839) e Um Conto de Duas Cidades (1859), que abordam questões de pobreza e justiça. As irmãs Brontë também se destacaram, com Charlotte Brontë publicando Jane Eyre (1847) e Emily Brontë lançando O Morro dos Ventos Uivantes (1847). Mary Shelley, por sua vez, criou o icônico Frankenstein (1818), um marco na literatura de ficção científica. Elizabeth Gaskell, em 1854, escreveu seu famoso "Norte e Sul", que trata da revolução industrial e das mudanças cotidianas resultantes dessas transformações.

Na literatura francesa, Victor Hugo é um escritor de destaque com suas obras Os Miseráveis (1862) e O Corcunda de Notre-Dame (1831). Stendhal contribuiu com O Vermelho e o Negro (1830) e seu protagonista dúbio, e Gustave Flaubert com a perturbada Madame Bovary (1857). Honoré de Balzac também deixou sua marca com Ilusões Perdidas (1837-1843), parte de sua vasta coleção de romances conhecida como A Comédia Humana, que inaugurou uma forma de escrita única em séries com "personagens ponte". Marcel Proust iniciou a série Em Busca do Tempo Perdido em 1913, também marcada pela complexidade psicológica dos personagens.

A literatura russa do século XIX é notável por suas obras de grande profundidade psicológica e social. Liev Tolstói escreveu os épicos Guerra e Paz (1869) e a estranha Anna Karenina (1877), enquanto Fiódor Dostoiévski explorou temas de moralidade e redenção em Crime e Castigo (1866) e Os Irmãos Karamázov (1880). Nikolai Gógol, por sua vez, é lembrado por sua sátira social Almas Mortas (1842).

Na literatura americana, Herman Melville escreveu Moby Dick (1851), uma complexa história sobre a obsessão com referências bíblicas abundantes. Nathaniel Hawthorne é conhecido por A Letra Escarlate (1850), um romance que explora temas de culpa e redenção. Mark Twain contribuiu com clássicos da literatura infantil As Aventuras de Tom Sawyer (1876) e As Aventuras de Huckleberry Finn (1884), que também exploram temas sociais mais amplos.

Por fim, na literatura alemã, Johann Wolfgang von Goethe deixou um legado duradouro com Fausto (1808 e 1832), uma obra-prima que aborda a luta humana pela compreensão e anseio espiritual. Theodor Fontane, com sua obra Effi Briest (1895), destacou-se na descrição dos costumes e da sociedade da época.

Estas obras não apenas capturaram as realidades sociais, econômicas e políticas do século XIX, mas também influenciaram profundamente a literatura e a cultura dos séculos subsequentes. Elas oferecem uma visão rica e diversificada das experiências humanas pela perspectiva feminina e masculina. e ainda outros aspectos abordados na publicação Salus Literatura: Entre a Edificação e a Perversão (2015). Que bom seria se todos vissem as obras como Dickens, tão ávido em ver nas obras de Elizabeth Gaskell outro prisma da mesma realidade.








Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025). 



















Literato Católico 2025 (aqui)



Ficha de Leitura

Título: A última Cadafalso

Autor(a): Gertrud von le Fort

Ano de Publicação: 1931

Gênero: Novela

Tema: Metafísica e Teologia Mística



Crítica de Cultura (por Professora Ana Paula barros)


Um artigo da Universidade de Chicago diz: "Gertrud von le Fort foi uma proeminente literata católica do século XX, autora de mais de 20 romances, contos e poemas. Seu emprego do realismo sacramental exerceu uma influência significativa, embora muitas vezes inadvertida, mas frequentemente explícita, sobre obras de escritores como O’Connor, Greene, Bernanos e outros.


Le Fort cresceu no norte da Alemanha no final do século XIX. Em 1907, aos 21 anos, visitou Roma pela primeira vez e manteve-se lá por quatro meses, aproximando-se da Igreja Católica e da freira Irmã Marie de Maylis. Contudo, a experiência levou alguns anos para convencer totalmente le Fort a se converter. Sua obra poética magna, "Hinos à Igreja", indicou um movimento definitivo em direção à Igreja Romana em 1924. Ela se converteu ao catolicismo em 1926 e viveu e publicou até 1971, quando faleceu no Dia de Todos os Santos, aos 95 anos."




Em 1931, Gertrud von le Fort publicou a novela Die Letzte am Schafott (A Última ao Cadafalso), baseada na execução em 1794 das Mártires Carmelitas de Compiègne. Uma tradução em inglês, intitulada The Song at the Scaffold, apareceu em 1933. Com base nesta novela, Georges Bernanos escreveu um guião em 1947 para um filme de Philippe Agostini que, contudo, jamais foi filmado. Após a morte de Bernanos, em discussão com Albert Béguin, executor literário de Bernanos, von le Fort concedeu permissão para a publicação em janeiro de 1949 e doou a sua fração das royalties, que lhe eram devidas enquanto autora, à viúva e aos filhos de Bernanos. Von le Fort solicitou que a obra de Bernanos recebesse um título diferente de sua própria novela, ao que Béguin optou por Dialogues des Carmélites, que viria a ser a base para a ópera de Francis Poulenc, de 1956.


Seus escritos lhe conferiram o título de "a maior poetisa transcendente contemporânea." Ela escreveu sobre sua novela: "O contexto histórico era meramente um traje para vestir um problema muito agudo." Ela foi nomeada por Hermann Hesse ao Prêmio Nobel de Literatura e agraciada com um Doutorado Honorário em Teologia, em reconhecimento às suas contribuições à questão teológica em suas obras.


No que diz respeito à sua produção literária, tanto os ensaios quanto os romances de Gertrud von le Fort perpassam a metafísica e, como seria de se esperar, a teologia mística. Uma autora verdadeiramente grandiosa, abertamente decidida a proporcionar reflexões profundas e a transformar até mesmo o medo em objeto de análise filosófica e teológica de grande profundidade.


O artigo da já citado afirma a esse respeito: "Le Fort colocou suas teorias de medo existencial cristão em diálogo com a imaginação literária católica."


E continua: "Gertrude von Le Fort foi a primeira autora a tratar dos aspectos psicológicos e metafísicos do medo em uma obra de ficção: o medo das criaturas indefesas, o medo de todas as criaturas, que é o medo da agonia de Cristo no Monte das Oliveiras. Aqueles que leram este livro nos anos trinta na Alemanha compreenderam claramente o seu significado."




Considerando que a temática do medo, pavor e pânico, bem como os avanços das ideias modernistas em relação ao feminino, crescem desenfreadamente, torna-se evidente a necessidade desta obra como uma fonte de reflexão profunda sobre a temática e, acima de tudo, sobre as respostas. Esta filósofa e teóloga católica não se contenta apenas em analisar o problema, mas também em trazer à luz a posição de resposta, ou seja, para onde devemos voltar nosso olhar e em que estado deve se manter nossa mente em relação a essas temáticas.

Esta estudiosa de notável capacidade nos favorece com uma visão clara das limitações em que a mente moderna se encontra. Aplicando-se à nossa época: inclusive os mais devotos trilham um caminho sem se desvencilharem das armadilhas escondidas nas ilusões que se apresentam sob diferentes disfarces. Por exemplo, a crença feminista na superioridade das mulheres sobre os homens é análoga à convicção de que as mulheres piedosas podem, sozinhas, elevar a sociedade. Ambas são ilusões que excluem o papel masculino de se responsabilizar e se tornar mais semelhante ao Senhor, livrando-se das limitações, preconceitos e clubismo, características maléficas realmente existentes por conta do pecado original. Ambas percepções atribuem uma supercapacidade às mulheres em detrimento dos homens e, acima de tudo, negligenciam a verdadeira complementaridade entre a ação feminina e masculina.

Essa complementaridade não reside em dividir tarefas estereotipadas — uma lavar a louça e o outro carpir, uma fazer bolo e o outro estudar — mas em cada um fazer tudo que sabe fazer, o homem como homem e a mulher como mulher. Estranhamente, parece muito complexo aplicar esta realidade. Passamos de ilusão em ilusão, ilusões excludentes que não fazem o homem e a mulher trabalharem juntos, mas, mesmo piedosamente, acreditarem infantilmente que podem fazer algo: os homens num clubismo masculino e as mulheres numa roda feminina. Dessa forma, todos permanecem confortavelmente numa falsa contra-revolução, que apenas preparará o terreno para uma nova revolução ideológica contrária.



A Universidade de Cambridge aponta sobre a autora: "A celebração do octogésimo quinto aniversário de Gertrud von le Fort, ocorrida em outubro passado em Oberstdorff, Baviera, passou praticamente sem comentários neste país. Embora o nome desta autora católica não seja desconhecido do público inglês — sua obra mais conhecida, Die Letzte am Schafott, foi a fonte de uma ópera de Poulenc apresentada no Covent Garden em 1958 e de um filme roteirizado por Georges Bernanos produzido em 1960 — é verdade que grande parte de seu trabalho permanece literalmente um livro fechado. Trata-se de um estado de coisas lamentável, uma vez que seus escritos abordam diversos temas tratados por figuras literárias amplamente celebradas internacionalmente, como Mauriac e nosso próprio Graham Greene.

De ascendência huguenote, Gertrud von le Fort nasceu em 1876 em Minden, Vestfália, e pode traçar uma rica história familiar que remonta aos tempos da Reforma. Três membros da família Le Fort lutaram como oficiais de Luís XVI nas Tulherias, enquanto o mais famoso de seus ancestrais, François le Fort, foi almirante e companheiro de Pedro, o Grande."







Como acontece com todos os trabalhos filosóficos que são expostos à luz, inevitavelmente são submetidos ao esquartejamento moderno, e com esta escritora alemã não é diferente. Na Alemanha, surgem linhas e grupos com o objetivo de desmantelar o texto e inserir interpretações contemporâneas, num esforço solenemente vergonhoso.

No entanto, todos os que escrevem ou falam em público estão cientes de que suas palavras podem ser descredibilizadas, pisoteadas, alteradas e "interpretadas". Por isso, é especialmente importante garantir a preservação mais pura de uma obra tão sublime, sem buscar imprimir nela os devaneios modernos de inexatidão.





Contexto Histórico: Política, economia e comportamento


Nos anos de 1930 e 1931, o mundo testemunhou eventos significativos que se destacaram tanto no cenário internacional quanto no contexto brasileiro.

Internacionais:

Em 1930, a Grande Depressão continuou a devastar as economias globais, resultando em elevadas taxas de desemprego e falências generalizadas. Na esfera cultural, a primeira Copa do Mundo de Futebol foi realizada no Uruguai, onde o país anfitrião obteve a vitória. A indústria cinematográfica lançou filmes notáveis que refletiam a tensão e as esperanças da sociedade em meio à crise econômica. Na ciência e tecnologia, ocorreram avanços substanciais, como o autogiro de Juan de la Cierva, precursor do helicóptero moderno.

Em 1931, a conjuntura internacional foi marcada por uma série de eventos políticos significativos. Na Espanha, a monarquia foi abolida e a Segunda República Espanhola foi proclamada em abril. Na esfera artística e cultural, "The Star-Spangled Banner" foi oficialmente adotado como hino nacional dos Estados Unidos em março, enquanto Luis Buñuel lançou "A Idade Dourada", uma obra-prima do cinema surrealista. Além disso, desastres naturais, como as inundações na China, causaram devastação e resultaram em inúmeras perdas.

Brasil:

No Brasil, em 1930, a Revolução de 1930 culminou na deposição do presidente Washington Luís em 24 de outubro, com Getúlio Vargas assumindo a presidência. Esse evento significou uma mudança radical no panorama político brasileiro.

Em 1931, o Brasil viveu um ano de "consolidação" sob a liderança de Getúlio Vargas, que continuou a implementar várias reformas políticas importantes. Além disso, a inauguração do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, em 12 de outubro, foi um marco significativo do período.


Em 1930, Bertha Lutz, uma das principais líderes feministas do Brasil, estava ativamente engajada na luta pelos direitos das mulheres. Foi em 1932, pouco após este período, que as mulheres brasileiras conquistaram finalmente o direito de voto com a promulgação do Código Eleitoral. Os debates internos entre diferentes abordagens feministas também eram intensos. Algumas vertentes, influenciadas pelo Partido Comunista do Brasil, viam o feminismo como um movimento "pequeno-burguês" e inadequado para as reais necessidades das mulheres trabalhadoras, enfatizando a luta de classes como o verdadeiro caminho para a "emancipação feminina." Isso explica as características peculiares e regionais do feminismo brasileiro e por que, de certa forma, as ações antifeministas (mesmo as piedosas) tendem à atitude burguesa, pois esta foi colocada como antagônica histórica, não por ser boa, mas por ser capitalista. O que, para a resolução da questão sobre respeito genuíno, definitivamente não traz respostas.




Perceba que este estado de ânimo antecedeu à Segunda Guerra Mundial, que recebeu pessoas recém-saídas dos loucos anos 20 já citados (aqui: Literato Católico: Maria Luiza Chaveut e sua Teologia Educacional ) e embevecidas por mudanças políticas, econômicas e ideológicas.






Livros da Literatura do Século XX 



No modernismo, autores como James Joyce, com Ulysses (1922), e Marcel Proust, com À Sombra das Raparigas em Flor (1919), introduziram inovações como o fluxo de consciência. Na literatura existencialista, obras como O Estrangeiro (1942), de Albert Camus, e A Náusea (1938), de Jean-Paul Sartre, exploraram a liberdade e a alienação.


O realismo mágico emergiu com força na América Latina, com escritores como Gabriel García Márquez, autor de Cem Anos de Solidão (1967), e Juan Rulfo, com Pedro Páramo (1955), que mesclaram o cotidiano ao fantástico. No cenário pós-colonial, autores como Chinua Achebe, com O Mundo se Despedaça (1958), e Salman Rushdie, com Os Filhos da Meia-Noite (1981), abordaram a  independência cultural.


A poesia modernista também se destacou, com T.S. Eliot publicando A Terra Desolada (1922), uma obra repleta de alusões fragmentadas, enquanto Pablo Neruda publicava sua poesia romântica e política, como em Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada (1924). No teatro, Samuel Beckett desafiou as convenções com Esperando Godot (1953), representativo do Teatro do Absurdo, enquanto Federico García Lorca explorou as tensões sociais em peças como A Casa de Bernarda Alba (1936).


A literatura distópica também floresceu com obras como 1984 (1949), de George Orwell, que lançou uma poderosa crítica ao totalitarismo, e Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley, que examinou os perigos de uma sociedade controlada. Simone de Beauvoir publicou O Segundo Sexo (1949), enquanto Virginia Woolf publicou Uma Janela para o Amor (1927).


No Brasil, Clarice Lispector se destacou como uma das maiores escritoras do século, trazendo uma linguagem introspectiva e poética em obras como sua obra A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Por outro lado, autoras afro-americanas como Zora Neale Hurston, com Seus Olhos Viam Deus (1937), e Toni Morrison, ganhadora do Prêmio Nobel em 1993, trouxeram narrativas sobre a experiência afrodescendente, como em Amada (1987).


O mercado também abriu espaço para narrativas de suspense, como as de Agatha Christie, a "Rainha do Crime", cujas obras, como Assassinato no Expresso do Oriente (1934) e E Não Sobrou Nenhum (1939). 



Gertrud von Le Fort destacou-se com Hymnen an die Kirche (1924), um tributo à Igreja Católica, e Die Letzte am Schafott (1931), que narra o martírio das Carmelitas de Compiègne. Edith Stein, filósofa e santa católica, deixou importantes escritos como On the Problem of Empathy (1916) e The Science of the Cross. Maria Luiza Chaveut publicou o seu A virgem cristã na família e no mundo em 1930.


Na África, Margaret Ogola contribuiu com The River and the Source (1994), uma celebração de gerações de mulheres quenianas, além de I Swear by Apollo (2002) e Place of Destiny (2005). Flannery O'Connor, uma renomada escritora americana, trouxe contos e romances que abordam a graça divina e a complexidade humana, como em Wise Blood (1952). Alice Thomas Ellis explorou a fé e a moral em obras como The Sin Eater (1977), enquanto Caryl Houselander destacou-se por seus escritos espirituais, como The Reed of God (1944), que reflete sobre a Virgem Maria.


Ademais, Irmã Miriam Joseph, acadêmica e autora católica, deixou um importante legado com The Trivium: The Liberal Arts of Logic, Grammar, and Rhetoric (1937), uma obra que revitaliza as artes liberais na educação, e Shakespeare's Use of the Arts of Language (1947), que analisa o uso da retórica nas obras de Shakespeare. 





para apreciação

Gertrud von le Fort | Blackfriars | Núcleo de Cambridge
Gertrud von Le Fort
Le Fort, Gertrud von – PHTE · Portal digital sobre a História da Tradução na Espanha





Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025). 

 




Carta da professora


Ao longo da história cristã, a busca pela perfeição tem sido uma jornada inerente à realização plena da Vontade Divina. O material inicialmente produzido em 2017, ao longo de várias versões subsequentes, culminou nesta edição mais recente, cujo propósito é suscitar uma reflexão honesta sobre o cultivo interior à luz da perspectiva de ação e inação. Retomando a noção do "caminho do mais perfeito," concebida em 2015, são estendidas algumas ponderações.

A essência da perfeição cristã reside na conformidade absoluta com a Vontade de Deus. Na eventualidade de que tal Vontade permaneça desconhecida, incumbe ao cultivador empenhar-se em ações que melhor se alinhem aos desígnios divinos. Com o tempo, aquilo que é específico se revelará.

Frequentemente, pode-se cair na armadilha de fornecer respostas antes mesmo que Deus elabore a pergunta adequada. A imposição da obrigação de saber responder, sem sequer conhecer a natureza das indagações divinas, pode ser um fardo desnecessário.

É fundamental compreender que, ao iniciar qualquer empreendimento, Deus também o leva a termo. Caso Ele tenha iniciado uma comunicação através das circunstâncias e eventos da vida, completará esta interlocução.

Por conseguinte, não há razão para tormentos. É imprescindível buscar fazer o melhor, encontrar maneiras de infundir mais amor nas tarefas cotidianas, rezar com maior devoção e sinceridade, e dedicar-se em conhecer, amar e servir.


O imperador Marco Aurélio, em suas meditações, nos favorece com algumas luzes que, somadas à grande luz cristã, tomam novos ares e fazem deste nosso jardim, cultivado com esmero, mais propício à visita de Deus. Nossa vida, diz ele, deve ser vivida com o frescor do primeiro dia e a gravidade do último, vivendo cada dia conscientes da existência do caos, mas aplicando a unidade com o cosmos, que é ordem e providência.


Pois Deus está em cada um de nós, como reiteradamente nos lembrou Santa Teresa de Ávila, e nos protege. Portanto, cabe a nós, e melhor é, sermos retos do que retificados. Cabe-nos também, assim como ao imperador romano, aprender com os que nos cercam e elogiar as lições que cada um nos oferece, dedicando-nos à moderação do caráter em docilidade e gravidade. A isso chama-se cuidar de si, ou seja, em nossos termos, do próprio cultivo, e agradecer o processo.


Existe uma pesquisa feita pelo ....


Acesso livre: Rumo ao mais perfeito (aqui)



A Família Wu em visita ao Santo Padre. Dr. John Wu, vestido de preto, está à direita do Pontífice, usando uma veste tradicional chinesa moderna (aparentemente, um Zhiduo).



Seria bom se todos os interesses humanos pudessem ser reconhecidos e protegidos pela lei, mas na verdade eles constantemente entram em conflito e, em todos os tipos de situações [sic], alguns interesses precisam ser sacrificados para que outros possam receber total atenção nas mãos da lei. No direito, como na vida em geral, temos que aprender que "por tudo o que temos, abrimos mão de outra coisa"; e devemos ser ensinados a "definir a vantagem que ganhamos contra a outra vantagem que perdemos e a saber o que estamos fazendo quando elegemos".

— Dr. John Jingxiong Wu





Ficha de Leitura

Dr. John Ching Hsiung Wu (28 de março de 1899 - 6 de fevereiro de 1986) foi um jurista, filósofo, educador e autor sino-americano. Nascido em Ningbo, na China, ele foi um católico convertido que se destacou por suas obras em direito, literatura chinesa, e espiritualidade cristã. Ele desempenhou um papel importante como o principal autor da Constituição da República da China (Taiwan) que foi promulgada em 1947. Esta constituição é distinta da lei fundamental da República Popular da China, vigente desde 1982. Ele também atuou como juiz na Corte Permanente de Arbitragem em Haia e foi professor na Seton Hall University School of Law, em Nova Jersey.


Contribuições Filosóficas e Teológicas

Sua filosofia refletia a síntese de tradições ocidentais e orientais, buscando harmonizar a profundidade espiritual das religiões com a racionalidade do direito e da moralidade. Ele é amplamente reconhecido pelas suas traduções da Bíblia para o chinês, bem como pelo seu trabalho "Além do Oriente e Ocidente".


Obras Principais

"The Interior Carmel: The Threefold Way of Love": Um estudo profundo sobre caminhos espirituais em sintonia com a tradição carmelita.

"Beyond East and West": Uma obra autobiográfica que oferece uma visão penetrante das interseções entre as espiritualidades oriental e ocidental.

"A tradução do Tao Te Ching":  uma visão cristã elogiada por sua precisão e sensibilidade ao texto original.

"The Science of Love: A Study in the Teachings of Thérèse of Lisieux": Livro sobre as lições espirituais de Santa Teresa de Lisieux, que influenciou grandemente a conversão de Wu ao catolicismo.




Panorama do século XX



O século XX foi um período de grandes transformações e acontecimentos históricos que moldaram a sociedade como a conhecemos hoje. Foi marcado pelas duas Guerras Mundiais, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que trouxeram devastação e mudanças geopolíticas significativas, incluindo o colapso de impérios e o surgimento de novas superpotências como os Estados Unidos e a União Soviética. Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo mergulhou na Guerra Fria (1947-1991), uma disputa ideológica, tecnológica e militar entre o capitalismo e o socialismo, que influenciou profundamente a política global e levou à corrida espacial, com momentos marcantes como o lançamento do satélite Sputnik pela União Soviética em 1957.

O século também viu o processo de descolonização, intensificado após a Segunda Guerra Mundial, com diversos países da África, Ásia e Oriente Médio conquistando sua independência ao longo das décadas de 1950, 1960 e 1970, como a independência da Índia em 1947.

Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos e científicos revolucionaram todos os aspectos da vida humana, desde a medicina, com o desenvolvimento de vacinas como a da poliomielite nos anos 1950, e antibióticos como a penicilina na década de 1940, até as comunicações, com a invenção do rádio (década de 1920), da televisão (anos 1930), do computador (década de 1940) e, mais tarde, da internet (década de 1980). A exploração espacial tornou-se uma realidade, culminando com a chegada do homem à Lua em 1969.

Socialmente, o século XX foi palco de movimentos transformadores em busca de direitos civis, "igualdade de gênero" e inclusão de grupos marginalizados, como o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos nos anos 1960 e as ações feministas ao longo de todo o século. Na cultura, o modernismo (início do século XX), o surrealismo (década de 1920) e outras correntes artísticas redefiniram as fronteiras da criatividade, enquanto a globalização conectou as nações como nunca antes, especialmente após a Segunda Guerra Mundial.





Livros da Literatura do Século XX 



No modernismo, autores como James Joyce, com Ulysses (1922), e Marcel Proust, com À Sombra das Raparigas em Flor (1919), introduziram inovações como o fluxo de consciência. Na literatura existencialista, obras como O Estrangeiro (1942), de Albert Camus, e A Náusea (1938), de Jean-Paul Sartre, exploraram a liberdade e a alienação.


O realismo mágico emergiu com força na América Latina, com escritores como Gabriel García Márquez, autor de Cem Anos de Solidão (1967), e Juan Rulfo, com Pedro Páramo (1955), que mesclaram o cotidiano ao fantástico. No cenário pós-colonial, autores como Chinua Achebe, com O Mundo se Despedaça (1958), e Salman Rushdie, com Os Filhos da Meia-Noite (1981), abordaram a  independência cultural.


A poesia modernista também se destacou, com T.S. Eliot publicando A Terra Desolada (1922), uma obra repleta de alusões fragmentadas, enquanto Pablo Neruda publicava sua poesia romântica e política, como em Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada (1924). No teatro, Samuel Beckett desafiou as convenções com Esperando Godot (1953), representativo do Teatro do Absurdo, enquanto Federico García Lorca explorou as tensões sociais em peças como A Casa de Bernarda Alba (1936).


A literatura distópica também floresceu com obras como 1984 (1949), de George Orwell, que lançou uma poderosa crítica ao totalitarismo, e Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley, que examinou os perigos de uma sociedade controlada. Simone de Beauvoir publicou O Segundo Sexo (1949), enquanto Virginia Woolf publicou Uma Janela para o Amor (1927).


No Brasil, Clarice Lispector se destacou como uma das maiores escritoras do século, trazendo uma linguagem introspectiva e poética em obras como sua obra A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Por outro lado, autoras afro-americanas como Zora Neale Hurston, com Seus Olhos Viam Deus (1937), e Toni Morrison, ganhadora do Prêmio Nobel em 1993, trouxeram narrativas sobre a experiência afrodescendente, como em Amada (1987).


O mercado também abriu espaço para narrativas de suspense, como as de Agatha Christie, a "Rainha do Crime", cujas obras, como Assassinato no Expresso do Oriente (1934) e E Não Sobrou Nenhum (1939). 



Gertrud von Le Fort destacou-se com Hymnen an die Kirche (1924), um tributo à Igreja Católica, e Die Letzte am Schafott (1931), que narra o martírio das Carmelitas de Compiègne. Edith Stein, filósofa e santa católica, deixou importantes escritos como On the Problem of Empathy (1916) e The Science of the Cross. Maria Luiza Chaveut publicou o seu A virgem cristã na família e no mundo em 1930.


Na África, Margaret Ogola contribuiu com The River and the Source (1994), uma celebração de gerações de mulheres quenianas, além de I Swear by Apollo (2002) e Place of Destiny (2005). Flannery O'Connor, uma renomada escritora americana, trouxe contos e romances que abordam a graça divina e a complexidade humana, como em Wise Blood (1952). Alice Thomas Ellis explorou a fé e a moral em obras como The Sin Eater (1977), enquanto Caryl Houselander destacou-se por seus escritos espirituais, como The Reed of God (1944), que reflete sobre a Virgem Maria.


Ademais, Irmã Miriam Joseph, acadêmica e autora católica, deixou um importante legado com The Trivium: The Liberal Arts of Logic, Grammar, and Rhetoric (1937), uma obra que revitaliza as artes liberais na educação, e Shakespeare's Use of the Arts of Language (1947), que analisa o uso da retórica nas obras de Shakespeare. 







Crítica de Cultura (por Professora Ana Paula Barros)

O tópico inter-religioso sempre foi uma temática delicada e, recentemente, tem se tornado ainda mais sensível. Inquestionavelmente, a ação inter-religiosa geral católica nos fez perder nossa própria tradição e história, optando por caminhos confusos e distantes da luz da verdadeira evangelização. Como consequência, muitos adotaram uma postura de rígida reserva quanto ao estudo religioso de outras culturas, visando à evangelização. Este raciocínio surge da segurança encontrada em países católicos e da falta de envolvimento em missões. No entanto, tal perspectiva não está em consonância com a tradição católica sobre o assunto.


Nos registros de santos missionários e nas obras de missão ocidentais após a queda do Império Romano Ocidental, aprendemos que o missionário deve estudar a cultura dos povos para encontrar os sinais deixados por Deus para a evangelização. Essa é uma tarefa árdua e diversificada. Todas as culturas possuem sinais que podem ser usados para a conversão ao cristianismo, seus mitos, filosofias e até mesmo suas religiões. O missionário é um estudioso das culturas, empenhado em descobrir a porta que o Senhor deixou em cada uma para que o cristianismo adentre. Vale destacar que rejeitar um dos pilares da evangelização tradicional, somente semeia desrespeito à história e aos povos, dificultando, principalmente, a evangelização de culturas como a chinesa, profundamente enraizadas no respeito.


Assim, o estudioso da cultura em missão encontra diversas portas: uma tribo das Filipinas, por exemplo, possui uma lenda sobre o primeiro homem chamado Adam, enquanto na China há múltiplas lendas que falam de um Criador gerando um filho, o Imperador Celestial (ou o Imperador Celestial tendo um filho que excede tudo no Reino Celeste). Ademais, há orientações nos textos taoístas e budistas que apontam ao cristianismo. O cristianismo não imitou outras religiões; são as outras religiões que possuem fragmentos da Verdade e do Caminho.


Infelizmente, a cultura da conveniência nos fez perder o ardor missionário, fazendo-nos olhar tudo com medo em vez do olhar corajoso de um filho de Deus que pretende levar a todos ao império de Cristo, usando e purificando a cultura. De um lado, há um medo covarde que impede a missão, enquanto do outro, uma adesão sem purificação transformou a Igreja em um Frankenstein cultural.


John Wu nos mostra como percorrer esse caminho, encontrando as portas de conversão nas diversas culturas e purificando-as com respeito, interesse e verdadeira capacidade de realizar o texto bíblico: "Eu o preservei para ser um elo de aliança entre os povos" (tradução da Liturgia das Horas de Isaías 49), aplicável tanto ao Messias quanto a Seus co-herdeiros.


A filosofia do direito de John Wu nasceu dessa união respeitosa entre o melhor das filosofias oriental e ocidental. Tal dinâmica foi também praticada pelos padres medievais, inclusive Santo Tomás, que, ao ler as traduções e produções árabes, uniram o melhor do Ocidente e do Oriente.


Em sua obra "Castelo Interior", John Wu mostra como unir todas as áreas do saber na aplicabilidade da Teologia Prática. Ele retira os temas das trevas e os coloca sob a luz clara do Ressuscitado, para que possamos discuti-los abertamente. Sua escrita é gentil, exata e erudita, digna de um antigo erudito chinês e, acima de tudo, de um cristão.




Trechos para apreciação

Constituição do Dr. Wu





Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025). 




Literato Católico 2025 (aqui)


Ficha de Leitura

Título: A Virgem Cristã

Autor(a): Maria Luiza Chaveut

Ano de Publicação: 1927

Gênero: Instrução Católica

Tema:  Teologia Prática, Teologia Moral, Teologia Educacional, Celibato leigo



Crítica de Cultura (por professora Ana Paula Barros)


Maria Luiza Chaveut escreveu o livro "A Virgem Cristã em Família e no Mundo". Apesar de pouco se saber sobre a autora, é notável que ela tenha publicado este guia valioso sobre o celibato leigo em 1927, muito antes de existirem os variados locais de consagração que temos hoje nesta modalidade.


Este é um dos livros mais admirados sobre o tema. A autora se destaca pela clareza, gentileza e firmeza na medida certa, sendo uma verdadeira pedagoga das celibatárias. A leitura de seus escritos traz felicidade e esperança de que um dia ele seja novamente publicado. Acredita-se que Maria Luiza escreveu com base em sua própria experiência, o que torna o livro um excelente manual para celibatárias, especialmente aquelas que vivem fora de uma comunidade consagrada.


O livro impressiona por sua riqueza de detalhes e orientações práticas, revelando a influência de um bom padre na vida diária da autora, combinada com sua determinação. É surpreendente que, em 1927, o celibato leigo fora de uma comunidade religiosa já fosse um tema de destaque.


Com uma escrita elegante e espirituosa, a autora apresenta uma estrutura para a vida cristã celibatária que, sem dúvida, pode ser de grande proveito para muitas pessoas. O livro transcende barreiras, preconceitos e obtusidades ao explorar um tema pouco abordado no Brasil, inclusive nos meios religiosos.




Com seu característico humor francês, permeia de maneira exemplar a Teologia Prática. Esta área da Teologia Sistemática possui diversas subdivisões, incluindo a Teologia Moral e a Teologia Educacional.

A Teologia Prática é a aplicação concreta dos princípios teológicos na vida cotidiana, preocupando-se com a maneira como a fé é vivida, expressa e transmitida. Englobando desde a pregação e educação até a devoção pessoal e a vida comunitária.

Dentro da Teologia Prática, encontramos a Teologia Moral, que focaliza questões de comportamento, ética e valores cristãos. A Teologia Moral abrange diversos temas, como vocação e moralidade, fornecendo uma base sólida para decisões e ações alinhadas com a fé católica.

A Teologia Educacional é outro ramo crucial da Teologia Prática. Esta área dedica-se à formação espiritual e intelectual, através de métodos e práticas educacionais que integram a fé à vida cotidiana. A Teologia Educacional inclui a catequese, a educação formal e programas de formação contínua, de todas as idades.

Os temas abordados por Maria Luiza, como vocação, moral e instrução, pertencem ora à Teologia Moral, ora à Teologia Educacional, abrangendo, de modo satisfatório, os múltiplos aspectos da Teologia Prática.
Este livro é de inestimável valor para celibatários devotos e convictos, tão raros em um mundo hedonista – um mundo que, aliás, é mais hedonista do que o da autora.





Reflexões secundárias 

De fato, existe um paralelo entre o celibato e a esperança, o qual se conecta à segunda vinda do Messias. O celibato simboliza a espera da Esposa – a Igreja – pelo Cristo reinante – o Esposo. No reino de Cristo, tão ansiosamente esperado, ninguém se casará ou se dará em casamento. Nenhum estado permanecerá, exceto aquele que se comprometeu com Cristo em noivado. Os outros relacionamentos seguirão seus próprios cursos, conforme descrito no "até que a morte nos separe".


O celibato, como estado de noivado, culminará em glória e esplendor, sendo o único vínculo construído na terra que se torna eterno. No Céu, no reinado de Cristo, não existirão mais os cargos e ofícios que conhecemos hoje no clero, nem os laços do casamento; mas o laço devoto e concreto do celibatário permanecerá: o laço do casamento celestial. Isso concede ao celibato uma vida per se em Cristo e em Seu reinado, não como algo acessório numa execução de trabalho temporal, mas como um estado que antecipa a condição da Igreja no reinado eterno do Messias e imita a vida terrena do próprio Messias.


Portanto, o celibatário está intimamente unido à segunda vinda de Cristo, e ambos estão ligados à esperança que, por fim, não existirá mais no Céu. Desde os primeiros tempos do cristianismo, os celibatários foram revestidos de respeito e justa admiração por suas orientações, independentemente das vocações dos ouvintes. Isso se deve ao compromisso com o Senhor, que é superior, como ensinam os santos da Igreja, pois superior é o Esposo, Seu poder e influência, e superior é, portanto, a vocação e o laço de compromisso com Ele.




Contexto Histórico 

No que concerne à época de publicação, podemos apontar os acontecimentos da década de 1920. Os "Loucos Anos 20", também conhecidos como Roaring Twenties ou Années Folles, foram um período de grande efervescência cultural, social e econômica que se seguiu à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Essa década foi marcada por uma explosão de modernidade e inovação em diversas áreas, incluindo moda, música, arte e estilo de vida. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, muitos países experimentaram um período de rápida recuperação econômica. As indústrias cresceram, a produção em massa se tornou comum e houve uma grande expansão do consumo. O jazz se tornou extremamente popular, especialmente em cidades como Nova York, Nova Orleans e Chicago. O jazz clubs e a música ao vivo proliferaram, e artistas como Duke Ellington, Louis Armstrong, Billie Holiday e Ella Fitzgerald se tornaram ícones dessa nova era musical. Também foi o período em que surgiram as danças vibrantes como o Charleston, que conquistou jovens e entusiastas da dança.


Na moda, Coco Chanel revolucionou o vestuário feminino, introduzindo vestimentas que contrastavam com os estilos anteriores. As mulheres começaram a usar roupas mais soltas, saias mais curtas e cabelos curtos. As flappers simbolizavam essa nova liberdade, adotando um visual com lábios vermelhos, pálpebras pintadas de escuro, vestidos na altura dos joelhos e uma atitude desafiadora.


A disseminação do automóvel, do rádio, do cinema e da eletricidade transformou vidas e facilitou o crescimento das cidades. Após a restrição e o sofrimento da guerra, as pessoas buscavam prazer e indulgência, levando a uma época de festas glamorosas e excessos.


Lançar um livro sobre o celibato leigo em meio a este cenário exigia muita coragem. Maria Luiza Chaveut, ao publicar "A Virgem Cristã" em 1927 na França (veja bem!), apresentava um contraste fascinante com o espírito da época, que estava mergulhado em novidades e abusos. Os Loucos Anos 20 terminou abruptamente com o crash da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, que deu início à Grande Depressão, uma época de grande sofrimento e dificuldades econômicas que se seguiu na década de 1930. No entanto, essa devassidão enfraqueceu as pessoas, que diante de uma crise se virão, mas uma vez, diante de uma guerra.




Política, Economia e comportamento


A Grande Depressão foi uma grave crise econômica mundial que teve início com o crash da Bolsa de Valores de Nova York em 29 de outubro de 1929, evento que ficou conhecido como Terça-Feira Negra. Durante essa época, houve uma queda dramática na produção industrial, um aumento massivo do desemprego e uma queda brusca no produto interno bruto (PIB) de diversos países. Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego saltou de 3,2% em 1929 para 24,9% em 1933, exemplificando a severidade da crise.

Essa crise não se limitou aos Estados Unidos, mas teve repercussões globais, impactando duramente a Europa, em especial a Alemanha, que ainda se recuperava dos efeitos do Tratado de Versalhes imposto após a Primeira Guerra Mundial. A economia alemã, já fragilizada pelas severas sanções e reparações exigidas pelo Tratado, foi devastada pela Grande Depressão. Isso resultou em elevadas taxas de desemprego e hiperinflação, aprofundando o sofrimento econômico da população.

A crise econômica criou um ambiente propício para o crescimento de ideologias extremistas e movimentos políticos radicais. Na Alemanha, Adolf Hitler e o Partido Nazista capitalizaram a insatisfação popular, prometendo revitalizar a economia, restaurar o orgulho nacional e anular o Tratado de Versalhes. O desespero econômico e a instabilidade política facilitavam a ascensão de Hitler ao poder em 1933, circunstâncias que foram decisivas para o desenvolvimento dos eventos subsequentes.

A necessidade de melhorar a economia e enfrentar os desafios impostos pela Grande Depressão levaram muitos países, especialmente a Alemanha, a investirem na rearmamentação e na indústria bélica. Isso teve o efeito de criar empregos e revitalizar a produção industrial, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para futuros conflitos.

Assim, a Grande Depressão e suas consequências políticas e sociais estabeleceram um percurso inexorável em direção à Segunda Guerra Mundial. As tensões geradas durante esses anos de crise, aliadas à ascensão de regimes totalitários e à mobilização massiva para o conflito bélico, formaram uma ligação indelével entre esses dois eventos históricos.




Comportamentalmente, as pessoas vivenciaram um abalo sísmico. Aqueles que haviam dançado nas festas luxuosas e desfrutado da efervescência cultural de repente se encontravam num deserto de incerteza. A euforia cedeu lugar ao pragmatismo; o consumismo desenfreado foi substituído pela austeridade. A confiança na prosperidade infinita foi desafiada, forçando uma reavaliação dos valores e prioridades.

Quando a crise econômica parecia insuperável, as ideologias extremistas encontraram um terreno fértil. Em meio ao desespero e à busca por soluções rápidas, muitos foram seduzidos por promessas de redenção e renovação nacional.

Na década de 1930, o otimismo dos anos 20 se converteu em resignação e preparação para uma nova conflagração global. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) materializou-se como um desdobramento trágico dessas décadas anteriores, onde os sonhos de progresso foram hipotecados pelas realidades brutais de um conflito total.

As pessoas que atravessaram esses períodos de crise econômica e guerra foram forjadas em um cadinho de luta e sobrevivência. Que, por sua vez, não durará muito nos ciclos de acontecimentos mundiais.




Rompendo limitações de entendimento e conhecimento



Na presente conjuntura, testemunhamos a injusta vinculação do celibato leigo às práticas da ala modernista da Igreja, como se esse setor fosse o gerador do celibato leigo. Contudo, conforme detalhado no estudo "Celibato Leigo", essa análise é profundamente obtusa tanto do ponto de vista teológico quanto histórico. O celibato não é, de forma alguma, um legado de grupos progressistas, nem tampouco está vinculado ao Concílio Vaticano II. Este estado de vida é, na verdade, resultado direto do influxo do Sagrado Coração do Senhor Jesus e de Seu corpo puríssimo e santo em Sua Igreja, que, em última análise, produz esse fruto em imitação e vivência escatológica do que há de vir.

Reduzir a augusta vida celibatária a meras bagatelas políticas clericais e eclesiais constitui uma grave ofensa ao poder de Nosso Senhor Jesus Cristo, que tudo provê àqueles que a Ele consagram alma e corpo em resguardo. É também um desrespeito a um dos frutos mais nobres da Santa Tradição Católica. O celibato leigo, devoto e convicto, é um raio terreno da Glória de Deus.





Panorama do século XX



O século XX foi um período de grandes transformações e acontecimentos históricos que moldaram a sociedade como a conhecemos hoje. Foi marcado pelas duas Guerras Mundiais, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que trouxeram devastação e mudanças geopolíticas significativas, incluindo o colapso de impérios e o surgimento de novas superpotências como os Estados Unidos e a União Soviética. Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo mergulhou na Guerra Fria (1947-1991), uma disputa ideológica, tecnológica e militar entre o capitalismo e o socialismo, que influenciou profundamente a política global e levou à corrida espacial, com momentos marcantes como o lançamento do satélite Sputnik pela União Soviética em 1957.

O século também viu o processo de descolonização, intensificado após a Segunda Guerra Mundial, com diversos países da África, Ásia e Oriente Médio conquistando sua independência ao longo das décadas de 1950, 1960 e 1970, como a independência da Índia em 1947.

Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos e científicos revolucionaram todos os aspectos da vida humana, desde a medicina, com o desenvolvimento de vacinas como a da poliomielite nos anos 1950, e antibióticos como a penicilina na década de 1940, até as comunicações, com a invenção do rádio (década de 1920), da televisão (anos 1930), do computador (década de 1940) e, mais tarde, da internet (década de 1980). A exploração espacial tornou-se uma realidade, culminando com a chegada do homem à Lua em 1969.

Socialmente, o século XX foi palco de movimentos transformadores em busca de direitos civis, "igualdade de gênero" e inclusão de grupos marginalizados, como o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos nos anos 1960 e as ações feministas ao longo de todo o século. Na cultura, o modernismo (início do século XX), o surrealismo (década de 1920) e outras correntes artísticas redefiniram as fronteiras da criatividade, enquanto a globalização conectou as nações como nunca antes, especialmente após a Segunda Guerra Mundial.





Livros da Literatura do Século XX 



No modernismo, autores como James Joyce, com Ulysses (1922), e Marcel Proust, com À Sombra das Raparigas em Flor (1919), introduziram inovações como o fluxo de consciência. Na literatura existencialista, obras como O Estrangeiro (1942), de Albert Camus, e A Náusea (1938), de Jean-Paul Sartre, exploraram a liberdade e a alienação.


O realismo mágico emergiu com força na América Latina, com escritores como Gabriel García Márquez, autor de Cem Anos de Solidão (1967), e Juan Rulfo, com Pedro Páramo (1955), que mesclaram o cotidiano ao fantástico. No cenário pós-colonial, autores como Chinua Achebe, com O Mundo se Despedaça (1958), e Salman Rushdie, com Os Filhos da Meia-Noite (1981), abordaram a  independência cultural.


A poesia modernista também se destacou, com T.S. Eliot publicando A Terra Desolada (1922), uma obra repleta de alusões fragmentadas, enquanto Pablo Neruda publicava sua poesia romântica e política, como em Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada (1924). No teatro, Samuel Beckett desafiou as convenções com Esperando Godot (1953), representativo do Teatro do Absurdo, enquanto Federico García Lorca explorou as tensões sociais em peças como A Casa de Bernarda Alba (1936).


A literatura distópica também floresceu com obras como 1984 (1949), de George Orwell, que lançou uma poderosa crítica ao totalitarismo, e Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley, que examinou os perigos de uma sociedade controlada. Simone de Beauvoir publicou O Segundo Sexo (1949), enquanto Virginia Woolf publicou Uma Janela para o Amor (1927).


No Brasil, Clarice Lispector se destacou como uma das maiores escritoras do século, trazendo uma linguagem introspectiva e poética em obras como sua obra A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Por outro lado, autoras afro-americanas como Zora Neale Hurston, com Seus Olhos Viam Deus (1937), e Toni Morrison, ganhadora do Prêmio Nobel em 1993, trouxeram narrativas sobre a experiência afrodescendente, como em Amada (1987).


O mercado também abriu espaço para narrativas de suspense, como as de Agatha Christie, a "Rainha do Crime", cujas obras, como Assassinato no Expresso do Oriente (1934) e E Não Sobrou Nenhum (1939). 



Gertrud von Le Fort destacou-se com Hymnen an die Kirche (1924), um tributo à Igreja Católica, e Die Letzte am Schafott (1931), que narra o martírio das Carmelitas de Compiègne. Edith Stein, filósofa e santa católica, deixou importantes escritos como On the Problem of Empathy (1916) e The Science of the Cross. Maria Luiza Chaveut publicou o seu A virgem cristã na família e no mundo em 1930.


Na África, Margaret Ogola contribuiu com The River and the Source (1994), uma celebração de gerações de mulheres quenianas, além de I Swear by Apollo (2002) e Place of Destiny (2005). Flannery O'Connor, uma renomada escritora americana, trouxe contos e romances que abordam a graça divina e a complexidade humana, como em Wise Blood (1952). Alice Thomas Ellis explorou a fé e a moral em obras como The Sin Eater (1977), enquanto Caryl Houselander destacou-se por seus escritos espirituais, como The Reed of God (1944), que reflete sobre a Virgem Maria.


Ademais, Irmã Miriam Joseph, acadêmica e autora católica, deixou um importante legado com The Trivium: The Liberal Arts of Logic, Grammar, and Rhetoric (1937), uma obra que revitaliza as artes liberais na educação, e Shakespeare's Use of the Arts of Language (1947), que analisa o uso da retórica nas obras de Shakespeare. 





Trechos para apreciação

"Não profaneis o título de "Virgem". Não o deis indistintamente a todas que não abraçaram o estado de matrimônio. Não deis, também, este título tão nobre àquelas que, por não terem achado a quem dar seu coração, vivem desgostosas, despeitadas, procurando agradar a todos em compensação por não terem sabido agradar a um só. Nunca deis, também, o título de "Virgem" àquelas que levam sobre a terra uma existência inútil e egoísta, e que aviltam seu amor, até o ponto de consagrá-lo aos irracionais; que vivem inquietas por causa de seu gato, de seus passarinhos, tendo, no entanto, para os infelizes, um coração de gelo. Dai este belíssimo título somente àquela que, não tendo senão um amor - Deus; uma preocupação - sua glória; um desejo - a salvação e o bem das almas, vive afastada das vaidades do mundo, desapegada dos bens da terra, e não quer ornar-se com outra joia a não ser sua angélica modéstia, nem ter outro diadema senão sua caridade.

Chamai Virgem àquela que na primavera da vida, na flor da sua juventude, renuncia às doçuras da maternidade, às alegrias de um lar, às esperanças de um futuro brilhante para se imolar, para sempre, ao grande e santo amor de Cristo. Àquela a quem Deus, por favor especial e por um especial chamamento, inspira este irresistível desejo de amá-Lo sem reserva e sem medida. Entre Deus e a Virgem não há intermediários: nem esposo, nem filhos, nem criatura alguma. Deus só ocupa todo o seu coração, e a Ele só ela pertence! Deus e a terra apresentaram-se à sua contemplação, e a Deus só ela quis pertencer, embora para esse fim tivesse de renunciar a todos os bens da terra. A bondade infinita, a beleza divina, por uma espécie de sedução, fascinou-a e apossou-se dela para sempre! Àquela que não tem na terra senão os desejos do Céu por alegria, Jesus Cristo por Esposo e a geração das almas por maternidade. Chamai Virgem só àquela que, por livre vontade, renuncia a toda e qualquer aliança terrena, para poder, livre de afeições humanas e dos cuidados da família, consagrar seu coração a Jesus Cristo e trabalhar mais eficazmente para a glória de Deus."





A Obra dos Catecismos

Nas circunstâncias dolorosas que atravessa a Igreja, parece-nos muito importante insistir mais particularmente na obra dos catecismos ou da instrução religiosa que se deve dar às crianças.

É necessário que a Virgem cristã de nossos dias seja um apóstolo, como o era a da primitiva Igreja. É, com efeito, um espetáculo tocante e digno de admiração, o que nos oferecem as Virgens dos primeiros séculos do cristianismo, devoradas pelo zelo de espalhar por toda parte os tesouros da verdade. Iluminadas pela fé, sentiam-se devorar pelo desejo de esclarecer todas as almas que viviam mergulhadas nas trevas do paganismo. Quem poderia contar as conquistas que faziam no seio da família, entre os seus amigos, seus criados, e mesmo seus algozes? Muitas vezes, a prisão e o martírio foram para elas as ocasiões mais fecundas para ganharem as almas para o amor de Cristo.

Aqui vemos Marta, a irmã de Maria Madalena e de Lázaro, que traz as primeiras luzes da fé à Provença.

É Catarina de Alexandria, que não receia entrar em discussão com os mais sábios filósofos de seu país em presença do próprio imperador romano, e força-os a reconhecerem seus erros, leva-os a abraçar a religião do Salvador e a derramar o sangue pouco depois por amor a Ele.

É Cecília, a quem o papa Urbano chamava a ovelha eloquente, e que converteu Valeriano, seu irmão Tibúrcio e os outros moços que extasiados a escutavam, e que, apenas saídos da fonte batismal, voaram com ela ao martírio. Conduzida à morte, Cecília falava de Jesus Cristo aos soldados que a cercavam e que pediram o batismo; foi no meio deste triunfo do apostolado que a ovelhinha eloquente ofereceu a cabeça ao seu algoz e, como dizem os atos de sua canonização, emigrou para o Senhor.

É Eulália, que contando apenas 13 anos, no meio dos mais atrozes tormentos, falava de Jesus Cristo e da eternidade, com tal convicção que chamou à vida da graça as testemunhas de seu suplício, semelhante ao aloé que morre ao dar as primeiras flores.

Columba tira milagrosamente das garras de um urso furioso o libertino que quisera atentar contra a sua pureza e anuncia-lhe o Evangelho, faz dele um generoso discípulo da Cruz e, mais tarde, um glorioso mártir.

Santa Tecla acompanha São Paulo em suas primeiras excursões apostólicas e passa todos os dias, até à idade de noventa anos, no exercício de um zelo tal que os doutores a apelidaram o apóstolo e o evangelista de seu sexo.

Santa Beneditina conquista onze de suas companheiras ao amor de Jesus Cristo e da santa virgindade e faz delas missionárias que de Roma trazem as luzes da fé aos territórios de Soissons e de Beauvais.

Ao nome de Patrício, o apóstolo da Irlanda, está eternamente ligado o nome de Santa Brígida, cuja ciência e caridade enchiam de pasmo os reis e grandes senhores, como ao nome de São Bonifácio, o apóstolo da Germânia, une-se o nome de Lioba, a predileta que consegue reunir, por meio de suas lições e exemplos, inúmeras discípulas.

Ainda poderíamos citar cenas não menos admiráveis que vos lembrariam os esforços e os sucessos das primeiras Virgens cristãs, que com todo ardor trabalhavam para o aumento do reino de Jesus Cristo nas almas. O divino Esposo comunicou-lhes esse fogo sagrado com que Ele veio abrasar a terra: por toda parte, elas arrancam as almas da escuridão do pecado, preparam os corações, incutindo-lhes o amor à religião, e os conduzem aos Apóstolos, aos seus sucessores que as batizam e confirmam na fé.

O Senhor, diz a Escritura, chama as estrelas das profundezas do firmamento e elas respondem: "eis-nos aqui". Obedientes, espalham por toda parte o seu doce fulgor. Assim foram as Virgens dos primeiros séculos. Quando a noite do paganismo envolvia o mundo, elas brilhavam no firmamento da Igreja como puríssimas estrelas, iluminando milhares de almas.

Em nossos dias, ó Deus, para quantos cristãos a luz do dia ainda não despontou no horizonte!

O Soberano Pontífice e os Bispos clamam contra a educação que as sociedades civis querem dar à infância. O nome de Deus deve ser proscrito das escolas: Jesus Cristo deve ser desconhecido, sua imagem tirada da vista dos alunos, sua Cruz adorável deve ser retirada das paredes da escola, para ser muitas vezes calcada aos pés dos sectários.

Chama-se a isto neutralidade: neutralidade falsa, mentirosa e que termina necessariamente no ateísmo e no mais grosseiro materialismo.

Que será desta geração educada assim fora dos princípios religiosos que são a única salvaguarda das sociedades?

As famílias ricas poderão ainda dar a seus filhos professores católicos. A escola livre talvez ainda se possa abrir em alguns lugares favorecidos, e com as esmolas dos fiéis, receber um certo número de alunos que aprenderão a conhecer a Deus, a amá-Lo e a servi-Lo.

Mas que será dos meninos que frequentam as escolas públicas? É possível que os filhos do operário, do pobre, fiquem completamente privados do ensino religioso? Quem lhes falará de Deus, de sua alma, de seus deveres, de seus imortais destinos? Quem os preparará para o grande ato da primeira comunhão? As explicações do catecismo que se faz na paróquia serão suficientes para eles? Poderão eles aprender tudo que se contém nesse precioso livro e que não lhes será explicado nem na escola, nem na casa paterna? Na escola é proibido falar-se de Deus: em casa, os pais, em geral, não têm nem o tempo, nem a necessária instrução para darem essas explicações. Os padres, apesar do seu zelo, são poucos, e vivem muito absorvidos pelas outras funções de seu ministério e não podem se ocupar desta nova obra.

Quem se encarregará de instruir esses pobrezinhos que são batizados, são filhos de Deus e membros da Santa Igreja, Esposa de Jesus Cristo? Pedem o pão da vida, e é possível que ninguém lhes queira distribuir com abundância?

Não o ignoramos; obras admiráveis se organizam em nossas cidades: o apelo do Papa e dos Bispos foi ouvido. Inúmeras cristãs, fervorosas donzelas, viúvas, e mesmo mães de família, se unem, se põem à disposição dos párocos, distribuem entre si as crianças que lhes são confiadas, e fazem-se suas dedicadas professoras.

É muito bom; esse concurso é precioso, mas será suficiente? Para tornar-se eficaz é necessário que seja constante, regular... essa regularidade é fácil de manter por moças, por senhoras a quem os deveres domésticos, a falta de saúde ou as exigências da sociedade retêm muitas vezes em casa?

É a Virgem cristã que deve estar sempre pronta para preencher esses vazios e assegurar a continuidade do ensino. Deve estar à disposição dessas crianças, sobretudo nos lugares do interior, nas pequenas freguesias onde é tão difícil manter uma escola paroquial, onde há um só padre ou onde muitas vezes não há sacerdote algum. Deveis receber essas crianças nas quintas-feiras, nos domingos e mesmo nos outros dias da semana, nas horas em que as escolas públicas não funcionam. Deveis atraí-las pela vossa bondade, pela vossa dedicação e por meio dessas pequenas recompensas que ganharão esses coraçõezinhos, e os tornarão mais dóceis e aplicados. Deveis continuamente redobrar de esforços; não vos fatigueis jamais, não desanimeis diante da inconstância, e talvez da ingratidão dessas crianças, nem diante da aparente esterilidade de vossas palavras. A colheita não se faz logo após a semeadura. São necessários longos meses para que os grãos germinem, que cresçam e que produzam depois as belas espigas. As obras de zelo exigem grande paciência. A ovelha reconduzida ao aprisco ainda pode fugir, e o bom pastor não deixará de procurá-la, para reconduzi-la de novo para o bem.

Tereis que lutar contra a indiferença e muitas vezes contra a hostilidade dos pais dessas crianças. Servi-vos, para vencer a ignorância ou a má vontade deles, de todos os recursos de vossa industriosa caridade e vosso ardente amor por Nosso Senhor e pelas almas vos inspiram. Em breve encontrareis inesperadas compensações no afeto que vossos discípulos vos testemunharão, e sentireis inefáveis consolações no dia em que os virdes, recolhidos e alegres, aproximarem-se pela primeira vez da mesa da comunhão e ali receberem o pão da verdadeira vida. Ah! então sentireis a necessidade de guiar ainda durante algum tempo seus passos incertos, e de assegurar a sua perseverança, dando-lhes ainda algumas lições de doutrina cristã.

Deveis, entretanto, contar com o mau êxito, com o abandono de muitos, mas conservai sempre a esperança de que vossos esforços não serão baldados, e que um dia essas almas voltarão para Deus, que para o futuro haverá conversões, devidas talvez às vossas lições de catecismo que, a princípio, pareceram ineficazes. Como diz o profeta, tereis algumas vezes de semear entre lágrimas: mas tereis em seguida a consolação de recolher uma abundante colheita, que oferecereis ao Pai celeste, para os seus eternos celeiros.

Armai-vos, pois, Virgem cristã, com o catecismo, para conquistar as almas das criancinhas, cujos anjos veem constantemente a face de Deus."



Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025). 





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Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

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