Resumão: Livro de Ageu
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Livro de Ageu
Ageu, foi um profeta hebreu e contemporâneo de Esdras, Neemias e Zacarias. Sua mensagem foi de exortação e motivação a respeito da restauração de Jerusalém e seu Templo. Possui quatro principais mensagens do Senhor para os judeus que retornaram do exílio em Babilônia. São fortes repreensões devido ao descaso na reconstrução do Templo.
Escrito entre o final de agosto e meados de dezembro de 520 AC , cerca de 17 anos depois do retorno dos judeus do exílio, quando ainda não se completara a construção do Templo. O profeta Ageu, indicava que o povo estava se preocupando com as próprias vidas e esquecendo do principal - a casa de Deus. Este livro frisa a importância nas obras de Deus e que Ele deve estar sempre em primeiro lugar, na vida e nas obras das pessoas.
No ano 538 AC, quando os judeus voltaram do Exílio da Babilônia, a situação de Judá e de Jerusalém era deplorável: cada um procurando se defender sozinho, sem nenhum interesse em formar a unidade que lhes desse a característica de povo. Mesmo aqueles que voltaram do exílio estavam preocupados em construir a própria casa, plantar a sua roça, vender as suas mercadorias, mais do que restabelecer a dignidade nacional. Um leigo (Zorobabel) e um sacerdote (Josué) procuram reunir esse povo e reconstruir Jerusalém e o Templo, a fim de reestruturar o povo judeu.
No ano 520 AC o profeta Ageu entra em cena para encorajar os compatriotas. Suas exortações têm como eixo o seguinte tema: se o Templo for reconstruído, tudo vai melhorar, pois Deus habitará de novo no meio deles e espalhará as suas bênçãos.
Segundo o Introdução Geral e Especial aos Livros do Antigo e do Novo Testamento dos professores de Exegese da Liga de Estudos Bíblicos de 1950:
Ageu, tanto na sua profecia, como em Esdras é simplesmente designado como profeta, sem que se indique a sua filiação. O seu nome (Chaggai) significa "festivo" ou solene. A Ageu são atribuídos muitos salmos nas respectivas inscrições do saltério, sendo de notar todavia que essas indicações são de data posterior e que variam muito nas diversas traduções antigas como LXX, na siríaca e na Vulgata. É possível que esses salmos tenham sido introduzidos no culto por sua intervenção.
Se pouco sabemos da pessoa de Ageu, estamos inteirados acuradamente sobre a data de suas profecias que foram feitas no segundo ano de Dario I* o qual reinou de 521-486. Existe a possibilidade que Ageu tenha nascido em Jerusalém antes do exílio, tendo sido deportado ainda jovem, no caso ele se inclui entre aqueles que tinham conhecido o Templo de Salomão e já teria então, quando profetizou, a idade de 80 a 90 anos. Mais provável é que tenha nascido na Babilônia. Em todo o caso, acompanhou um dos primeiro grupos de israelitas que, guiados por Zorobabel, voltaram à Palestina, depois do edito de Ciro (538) que permitia a reedificação do templo de Jerusalém e restituía aos judeus os vasos desse santuário.
Aconteceu que os primeiros israelitas que tornaram à pátria, cheios de zelo, começaram logo a reconstrução do templo, mas sobrevieram muitas dificuldades tanto em consequência do estado precário em que viviam, como pela má vontade dos habitantes de Samaria e de outros lugares vizinhos. A consequência foi que caíram em lamentável desânimo e indolência. Quanto sabemos, Zorobabel, nomeado pelos persas, era o chefe civil do povo; ao seu lado exercia a função de sumo sacerdote um hebreu chamado Jesus. A estes dois é que tanto Ageu como Zacarias se dirigem, exortando-os, a eles e ao povo, a continuarem a construção do Templo.
Sobre o caráter messiânico de 2, 6-9: a tradição dos Santos Padres assegura-nos que esse oráculo contem profundo sentido messiânico: a glória do reino universal e teocrático do Messias. Basta aliás compará-lo com os oráculos de tantos profetas antes do exílio e com Zacarias, para certificar-nos que Ageu ensina as mesmas esperanças a Israel: as nações de todo o orbe reconhecerão as prerrogativas do Messias, irão imolar no seu templo e fruirão de sua paz perfeita.
Mas, questiona-se: Ageu nesse passo refere-se expressamente a pessoa do Messias? Na Vulgata e em muitas traduções que dela dependem lê-se (v. 7): "e virá do desejado (desideratus) de todas as nações". A palavra desuteratus corresponde ao grego (da Sentuaginta) ekletá que significa "as coisas escolhidas" ou as melhores coisas, as coisas desejáveis. Em hebraico o termo chemdat tem sentido de tesouros e riquezas (ou o desejo). Os comentadores gregos viam nesse ekletá a conversão da elite das nações ao cristianismo. Compreende-se a tradução latina da Vulgata, atendendo-se ao processo assaz familiar a São Jeronimo de substituir uma forma abstrata por uma mais concreta, para assim acentuar o momento messiânico do texto. No caso é evidente que todo o contexto e o paralelismo exigem sentido primário do termo hebraico: riquezas. Conclusão: Ageu não menciona propriamente o Messias, mas refere-se a sua era.
*Dario I, cognominado o Grande, foi o terceiro rei do Império Aquemênida. Governou o império durante o seu auge, quando ele compreendia boa parte da Ásia Ocidental, o Cáucaso, Ásia Central, partes dos Bálcãs (Bulgária-Romênia-Panônia), regiões do norte e nordeste da África, incluindo o Egito (Mudrâya), o leste da Líbia, o litoral do Sudão e a Eritreia, bem como a maior parte do Paquistão, as ilhas do mar Egeu e o norte da Grécia, a Trácia e a Macedônia.
Dario assumiu o trono após derrubar um usurpador chamado Bardia (Gaumata), supostamente um mago, com o auxílio de seis outras famílias nobres persas; foi coroado na manhã seguinte. O novo rei se deparou com revoltas por todo o reino, e conseguiu reprimi-los. Um dos grandes acontecimentos na vida de Dario foi a sua expedição para punir as cidades-estado de Atenas e Erétria por seu papel na Revolta Jônica, e subjugar a Grécia. Dario expandiu seu império após conquistar a Trácia e a Macedônia e invadir a Cítia, terra natal dos citas, uma tribo nômade que havia invadido a Média anteriormente e assassinado Ciro, o Grande.
Dario organizou o império, dividindo-o em províncias (satrapias), e colocando sátrapas para governá-las. Organizou um novo sistema monetário unificado, e fez do aramaico o idioma oficial do império. Também instituiu projetos de construção por todo o império, especialmente em Susa, Pasárgadas, Persépolis, Babilônia e no Egito — onde também foi responsável pela codificação das leis. Dario também é lembrado por ter gravado num penhasco a célebre Inscrição de Beistum, uma autobiografia de grande importância linguística. Entre os colossais projetos arquitetônicos pelos quais foi responsável, estão os magníficos palácios de Persépolis e Susa.
Seu sonho era conquistar a Grécia, criou as guerras médicas, mas na Batalha de Maratona fracassou, morreu de causas naturais e deixou o trono para seu filho Xerxes I (que é o rei da batalha contra os 300 de esparta e seria também o "Assuero" do livro de Ester). Dário contava com um exército altamente treinado, que se distribuía pelo império, dispondo mais de 100 mil homens em diferentes pontos do território.
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