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Cultura Católica

modestia

"Ó mulher mundana,
que perdeste o pudor e
te apresentas ao público
sem te envergonhar,
por que ages assim?"
(D. Giuseppe Tomaselli).

Escuta e Reflete!

Breves Pensamentos Morais


1º Ponto: Antes não existias. Dentro de 100 anos onde estarás... Ou no Paraíso ou no Inferno! Qual é o fim da tua vida?... Dar ao Criador a prova de amor, com a observância de sua Lei. A vida não é prazer; é luta contra as paixões, contra Satanás e as máximas perversas do Mundo.

Para vencê-los precisamos da ajuda de Deus, que se obtêm com a Oração e com os Sacramentos. O fruto da vida cristã é a paz do coração, a resignação na dor, e depois, o Paraíso.

2º Ponto: No toca disco ficam impressas as ondas sonoras... cantos delicados ou grosseiros... palavras santas ou inconvenientes... Assim, no livro da tua vida permanecem escritos: os bons pensamentos ou os maus, as conversas morais ou imorais, as obras boas ou as más. Depende de ti escrever somente o bem.

3º Ponto: O rio corre; a cada momento se avizinha do mar. A tua vida foge: cada dia que passa é um de menos que te fica sobre a terra; todo o dia é um passo em direção do cemitério. Não queres pensar nisto? És tola! Imita as virgens prudentes!
4º Ponto: Sabe que a alma vale mais que o corpo. Por que tanta solicitude com o mísero corpo e tanto desleixo com a alma? Aprende a ser mais sábia!

Ouve, ó Filha, o que Eu tenho para te dizer:

Ó mulher, lança um olhar para Mim, flagelado até o sangue e coroado de espinhos! Contempla as minhas contusões e chagas!... Depois escuta e reflete!

Na vida terrena Eu me mostrei um manso cordeiro. Subi ao Calvário sem abrir à boa.

Tratei com doçura a Samaritana e a converti. Toquei o coração da pecadora de Magdala e fiz dela uma predileta Minha.

Ao longo das estradas da Palestina saiam da Minha boca palavras de luz, de paz e de amor. Os Meus ensinamentos eram doces como o favo de mel.

Um dia, porém, lançando um olhar Divino sobre todos os séculos, à vista do mal que inundava o mundo, pronunciei palavras de fogo: "Ai do mundo por causa dos escândalos!..."

Ai de quem escandaliza um destes pequeninos que crêem em Mim! Melhor seria que se pendurasse ao pescoço de quem dá escândalo uma mó de moinho e fosse precipitado no mar!

Quem pronuncia este "ai" é um Deus; sou Eu, Jesus, o Redentor, que tanto sofri para salvar as almas; sou Eu, o Juiz Supremo da Humanidade, Eu, que deverei pronunciar a sentença eterna para todas as almas: ou o Paraíso ou o Inferno!

Reflete, ó mulher, que segues a moda livre, reflete sobre o escândalo que dais a quem te olhar e sobre a tremenda responsabilidade de que te carregas!...

Podes iludir-te a ti mesma dizendo: Que mal há em seguir esta moda?... De resto, as outras mulheres fazem exatamente o mesmo!... − Esta ilusão vale para ti; mas a realidade é bem diferente!

Não podes enganar-me, que sou Bom, mas também sou Justo! Eu, o Legislador Divino, disse: Se alguém olhar para uma mulher com malícia, já pecou com ela no seu coração! − Todos os olhares lançados sobre ti com malícia, quer em casa, quer fora, são pecados que se cometem.

Tais pecados são imputáveis a quem te olhar, mas antes de tudo a ti que és a causa voluntária deles.

Um dia, quando a morte te arrancar do mundo e compareceres diante de Mim para ser julgada, verás as culpas que os homens cometeram ao ver-te com vestido indecente e tu mesma ficarás horrorizada!... Que escusa Me apresentarás?... Ai de ti, ó mulher, pelos teus escândalos!

Ó mulher mundana, que perdeste o pudor e te apresentas ao público sem te envergonhar, por que ages assim?


Tu não crês que existe um Deus, que há uma outra vida após esta terrena e que há uma alma a salvar! 
Crês ser semelhante a qualquer animalzinho, o qual, quando estiver morto tudo acabou para ele! Enganas-te!...

És uma criatura de ordem superior. Há um Deus acima de ti, ao qual nada escapa, um Deus que é justo punidor da culpa.

Escuta!

Quando talvez um dia estiveres presa ao leito, sem esperança de levantar-te... ou amassada entre duas máquinas, ensanguentada e próxima de morrer, ou quando o alarme de um germe maligno te disser que os espaços para ti terão acabado..., ou quando lutares com a morte, enquanto o teu corpo for atormentado na sala de operação... ou quando talvez tenhas um veneno perto ou uma arma para satisfazer ao desespero... lembra-te nesse instante que Deus está te pagando!...

Deus não paga o sábado, mas paga sempre!

Disse ao paralítico de Betsaida, depois de tê-lo curado: Não peques mais, para que não te aconteça algo de pior... Aquele homem tinha ficado paralisado durante 38 anos por motivo dos seus pecados.

É verdade que às vezes Eu toco com dor o corpo dos meus prediletos, para se santificarem e salvarem as almas; mas frequentemente Eu toco o corpo dos que pecam para puni-los, na esperança de fazê-los compreender!

Eu possuía uma vinha numa fértil colina. Eu a rodeei de cercas, tirei dela as pedras e a enchi de videiras escolhidas. Edifiquei no meio uma torre, construí um lagar e esperei que produzisse uvas; mas não deu outra coisa senão labruscas (uma casta de uva preta).

Que coisa deveria ter feito pela Minha vinha e não fiz?... Agora darei a conhecer o que pretendo fazer à Minha vinha: arrancarei a sebe e esta será devastada... Deixá-la-ei no abandono!

A vinha da qual Eu falo és tu, ó mulher, que tens o nome de cristã, mas na realidade não és!

Eu te fiz nascer num país iluminado pela Fé e numa família cristã; foste instruída nas Verdades Divinas; muitas vezes te liberei dos perigos da alma e do corpo; te enriqueci de muitas graças espirituais.

Enquanto estavas na infância, prometias muito e Eu aguardava os bons frutos de ti, ó Minha vinha amada. Mas na juventude tu te deixavas arrebatar pela corrente mundana e também tu segues hoje a moda, se não totalmente escandalosa, certamente muito livre.

Houve tempo em que detestavas nas outras mulheres aquela moda de vestir, que apesar disso fizeste tua... Tu te tornastes imunda! Inutilmente os Meus sacerdotes levantam a voz e expõem os sagrados avisos no Templo.

Ó mulher, que te crês religiosa e trajas vestidos pouco decentes, reflete sobre o teu caso!

Ora, seja por hábito ou por conveniência social, às vezes te resolves a comungar. Sabendo que o sacerdote não te daria a Sagrada Partícula ao ver-te com os braços nus e muito decotada, no momento da Comunhão te cobriste o melhor que podias e assim recebeste-me no Santíssimo Sacramento.

Eu, que invisto contra o escândalo, entro no teu corpo. Quanta amargura experimento quando vens para receber-me!... Penso na tua moda!

Saída da igreja, eis que te vestes imodestamente de novo, e ages por motivo de vaidade para não parecer menos inconvenientemente vestida que as outras mulheres... mas apesar disso estás debaixo das vistas dos homens, os quais frequentemente não são simples em olhar e em pensar!

Na igreja o teu corpo que comunga se torna um Tabernáculo, e fora da igreja, ao longo das ruas, nos pontos de encontro, na praia e em casa, o teu corpo se torna instrumento de Satanás, incentivo do mal.


Que coisa poderia Eu fazer mais à Minha filha e não o fiz?... Não Me resta senão abandoná-
la!

Lembra-te, ó mulher, que um dia Me darás conta dos pecados que os outros cometeram devido à ocasião que deste! Recorda-te também que não é a moda pouco decente que confere beleza à mulher, mas a modéstia no vestir e a seriedade da vida!

Pais e Mães de família, escutai!


Eu tinha posto um olhar amoroso sobre um homem, um certo Eli. Abençoei-o até quando se manteve fiel.

Tinha ele dois filhos, Ofni e Finéias; amava-os muito e, para não contristá-los, não os corrigia quando cometiam culpas, mesmo graves.

Em vão esperei que o pai abrisse os olhos. Depois de algum tempo enviei-lhes o jovem Profeta Samuel para dizer-lhes: Eis o que acontecerá aos teus dois filhos, Ofni e Finéias: morrerão ambos no mesmo dia! − E assim foi.

Sou Eu, Jesus, o Criador da Família! Eu abençoo o convívio do homem com a mulher!

Sou Eu que alegro a Família com o sorriso dos inocentes! Toda a criança é um dom da Minha liberalidade, um tesouro que confio aos genitores, tesouro que constitui para eles uma responsabilidade muito grande.
Pais e mães, deveis ter cuidado antes de tudo da alma e depois do corpo dos filhos, educando-os segundo a Minha Lei. Deveis guiá-los especialmente na adolescência e na juventude com o exemplo e a palavra, com a vigilância e a prece, com o amor e às vezes com a vara.

Ai daquele que dá escândalo aos filhos! E ai de vós genitores, se permitis aos filhos dar escândalo em presença da sociedade! A responsabilidade maior da moda indecente pesa sobre vós, ó pais, ou porque dás o triste exemplo dela, ou porque a permitis sem remorso, ou porque sois demasiado débeis na educação dos vossos filhinhos.

Pais e mães de Família são estes os pecados dos quais vos pedirão estritas contas! Não são tanto as pequenas impaciências familiares os pecados a serem apresentados ao Meu ministro para serdes absolvidos deles! É a má conduta das vossas filhas que deve pesar fortemente sobre a vossa consciência... se não tiverdes feito o possível para impedir-lhe a moda má!

Pais, refleti sobre esta verdade: é responsável pelo pecado aquele quem o faz e quem devia impedi-lo e culpavelmente não o impede.

Permitindo a moda livre e provocante, vós não amais as vossas filhas, antes quereis o seu mal, porque a colocais na estrada da condenação eterna.

A liberdade de vestir leva à leviandade, tira o pudor natural, salvaguarda da pureza, põe a filha no fogo das más ocasiões e facilmente a dispõe aos maus caminhos, os quais farão chorar a filha e vós.

A filha ajudada pela mania da moda atual, torna-se incontentável, ira-se se é repreendida, não obedece e procura encrenca em casa. Tal moça alega sempre novos pretextos, corre de prazer em prazer e talvez depois... uma página de jornal acabará a sua história: "uma jovem se envenena...", 
"Enganada ela se joga do 5º andar...""Disparou sobre o noivo e depois se matou".

São centenas de modos que diariamente acontecem e que não obstante não vos fazem abrir os olhos, ó pais!

Virá o dia do ajuste de contas no Meu Tribunal e então compreendereis o mal operado na vossa grave missão de genitores.

Quereis ficar com a consciência tranquila, conservar a família em paz e depois o prêmio eterno? Recordai-vos destas normas e das seguintes: 

Tendes filhas? Vigiai sobre a sua pessoa e não lhes mostreis o rosto muito sorridente.

Vigiai atentamente sobre a filha imodesta, se não quiserdes que esta, encontrada a oportunidade,
se perca.

Se amais as vossas filhas castigai-as frequentemente, para ter consolação com isso no futuro.

Não deixeis que a filha proceda a seu modo na juventude nem fecheis os olhos diante dos seus caprichos. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça o que o Espírito Santo sugere!

Pecado por Cooperação


Peca quem opera o mal e quem coopera com ele de qualquer modo.

E vós alfaiates, que confeccionais roupas pouco modestas, estais imunes da culpa?... Também vós não cooperais no mal?... Somente Eu, porque sou Deus, posso medir o grau da vossa responsabilidade. Recordai-vos que o vosso trabalho não pode atrair a Minha bênção.

A Imodéstia nas Praias


Todo o mundo está colocado debaixo do Maligno. A obra diabólica penetra em todo lugar. 

Mas um dos lugares preferidos por Satanás é a praia no período de verão. Aqui a imoralidade inunda, porque o mal aparece legalizado.

A veste indecente na praia é a ruína moral de muitas almas. Mas o que mais Me fere é ver na praia, com vestes livres, as mulheres que normalmente costumam acercar-se da Mesa Eucarística.
Elas crêem na sua cegueira, que a veste indecente seja lícita, pelo fato de que muitas pessoas a usam.

O mal é sempre mal. A conduta pouco correta de muitas mulheres não justifica a má conduta própria.

Satanás alegra-se em ver na praia as suas servas e já conta com vê-las consigo no Inferno.

Eu, ao invés, Me aflijo ao ver aquelas almas, pelas quais derramei o Meu Sangue, tornadas em instrumentos do Demônio por motivo do nudismo descarado.

Minha Divina Justiça fez cair do Céu fogo e enxofre e destruiu as cidades imorais de Sodoma e Gomorra. Eu deveria fazer chover sobre as praias fogo e enxofre para incinerar os que, imodestamente vestidos, passam as horas e os dias em mole ociosidade!

Quem pedi conta até de uma única palavra ociosa, que conta exigirá das mulheres imodestas no dia do juízo?... Minha tremenda Justiça as tratará como tiverem merecido as suas obras perversas.

A Riqueza e a Imoralidade


A riqueza iníqua, o dinheiro ganho ilicitamente, arrasta para toda a baixeza. Mulheres sem consciência se esquecem da sua dignidade, e pelo avultado lucro se prestam a se apresentarem através da tela da televisão ou do cinema de modo incorreto. São milhões e dezenas de milhões de olhos imodestos que se colocam sobre tais mulheres.

Eu, que sou o Criador, dei uma Lei Moral. Quem na terra está autorizado a anulá-la? Ninguém!...

Apesar disto esta Lei é zombada, pisada. E Eu, Justiça eterna, ficarei indiferente a isto?

No Divino Tribunal Me darão contas os diretores, os artistas e os que assistem às cenas despudoradas. A responsabilidade pesa, além disso, sobre a consciência dos pais, que permitem aos filhos assistirem às indecências da televisão.

Almas que viveis no lodo moral e disseminais ruínas e mortes, olhai-me crucificado, refleti em vosso caso e meditai no Inferno, onde eternamente cumprem e cumprirão grandes penas multidões de almas as quais um dia também viveram sobre a terra como vós, na libertinagem!...

Enquanto Eu caminhava para o Calvário, uma piedosa mulher teve compaixão de Mim e veio enxugar-me o rosto, sujo de sangue. Agradou-me muito aquele gesto piedoso. Enquanto agonizava na Cruz, Eu era confortado pela Minha Dolorosa Mãe e pelas santas mulheres.

Enquanto a Humanidade é peregrina sobre a terra, continuo a cumprir o ofício de Redentor. Procuro conforto e reparação. Volto-me a vós, almas fiéis! Escuta! A Minha Alma está triste até a morte!
Hoje, ao ver os escândalos da moda, renovo o Meu lamento: Estou triste... tão triste!
Confortai-me vós, ó caras almas! Vesti sempre com modéstia. Não permitais na vossa família a moda indecente. Repreendei a juventude feminina com caridade e fortaleza, para o bem. Ao ver pelo caminho ou em qualquer outro lugar, mulheres mal vestidas, rezai por elas, recitando uma Ave Maria, a fim de que a Minha Mãe interceda por elas. Acrescentai esta invocação: Piedade, Jesus, destas servas de Satanás!

No verão comungai, acrescentando às outras intenções também esta: reparar os escândalos da moda.
Mandai celebrar alguma Santa Missa em reparação dos pecados do nudismo.

Oferecei no verão algum sacrifício, por exemplo, limitando-vos no beber ou renunciando a algum refresco. Qualquer mortificação repara a Divina Justiça e atrai a sua Misericórdia.

Bem-aventurado quem escuta a Minha palavra e a põe em prática!


(D. Giuseppe Tomaselli, "Moda Femminile − A Moda Feminina", Messina, 1966; Traduzido do italiano pelo Prof. João Carlos Cabral Mendonça).


Poema Cavalaria Ana Paula Barros





Tudo continua na mesma calmaria
Corações numa contínua romaria
Ações envoltas em teimosia
Lá vai a nobre cavalaria da covardia



Passa o tempo, essa muralha de monotonia
Os pássaros em calma sinfonia
À porta d’alma a agonia
Que corta o coração em afonia


Que porca babilônia essa em cacofonia?
Que vida tão cheia de irônica calmaria
Lá vai a cavalaria da falsa harmonia
Mas que importa, não lhes basta a calmaria?

Ana Paula Barros









Aspirações à vida eterna

Vivo sem em mim viver
E tão alta vida espero,
Que morro de não morrer.

Vivo já fora de mim
Desde que morro de amor;
Porque vivo no Senhor,
Que me escolheu para Si.
Quando o coração lhe dei,
com terno amor lhe gravei:
Que morro de não morrer.

Esta divina prisão,
do amor em que eu vivo,
fez a Deus ser meu cativo,
e livre meu coração;
e causa em mim tal paixão
ser eu de Deus a prisão,
Que morro de não morrer.

Ai que longa é esta vida!
Que duros estes desterros!
Este cárcere, estes ferros
onde a alma está metida!
Só de esperar a saída
me causa dor tão sentida,
Que morro de não morrer..

Ai! Como a existência é amarga
Sem o gozo do Senhor!
Se é doce o divino amor,
Não o é a espera tão larga:
Tire-me Deus esta carga
Tão pesada de sofrer,
Que morro de não morrer.

Só vivo pela confiança
De que um dia hei de morrer;
morrendo, o eterno viver
Tem por seguro a esperança.
Ó morte que a vida alcança,
Não tardes em me atender,
Que morro de não morrer.

Olha que o amor é bem forte!
Vida, não sejas molesta;
Vê, para ganhar-te resta
Só perder-te: - feliz sorte!
Venha já tão doce morte;
Venha sem mais se deter,
Que morro de não morrer.

Lá no céu, definitiva,
É que a vida é verdadeira;
Durante esta, passageira,
Não a goza a alma cativa.
Morte, não sejas esquiva;
Mata-me para eu viver,
Que morro de não morrer.

Vida, que posso eu dar
a meu Deus que vive em mim,
se não é perder-me enfim,
para melhor o gozar?
Morrendo, o quero alcançar,
pois nele está meu socorro,
Que morro de não morrer.

Se ausente de meu Deus ando,
Que vida há de ser a minha
Senão morte, mais mesquinha,
Que mais me vai torturando?
Tenho pena de mim, quando
Me vejo em tanto sofrer,
Que morro de não morrer.

Já de alívio não carece
O peixe em saindo da água,
Pois tem fim toda outra mágoa
Quando a morte se padece.
Pior que morrer parece
Meu lastimoso viver,
Que morro de não morrer.

Se me começo a aliviar
Ao ver-te no Sacramento,
Vem-me logo o sentimento
De não poder gozar.
Tudo aumenta o meu penar,
Por tão pouco assim te ver,
Que morro de não morrer.

Quando me alegro, Senhor,
Pela esperança em ver-te,
Penso que posso perder-te,
E se dobra a minha dor:
E vivo em tanto pavor,
Sem na espera esmorecer,
Que morro de não morrer.

Oh! Tira-me desta morte,
E dá-me, Deus meu, a vida;
Não me tenhas impedida
Por este laço tão forte.
Morro por ver-te, de sorte
Que sem ti não sei viver,
Que morro de não morrer.

Choro a minha morte já;
E lamento a minha vida,
Enquanto presa e detida
Por meus pecados está.
Ó meu Deus, quando será
Que eu possa mesmo dizer
Que morro de não morrer?

Dilectus meus mihi

Entreguei-me toda e assim
Os corações se hão trocado
Meu Amado é para mim,
E eu sou para o meu Amado.

Me atingiu com sua seta,
Nos meigos braços do Amor
Minh'alma aninhou-se quieta.
E a vida em outra, seleta,
Totalmente se há trocado:
Meu amado é para mim,
E eu sou para meu Amado.

Era aquela seta eleita
Ervada em sulcos de amor,
E minha alma ficou feita
Uma com o seu Criador.
Já não quero eu outro amor,
Que a Deus me tenho entregado:
Meu Amado é para mim,
E eu sou para meu Amado.

Colóquio Amoroso

Deus meu, se o amor que me tendes
É como o amor que vos tenho,
Dizei, por que me detenho?
Ou vós, por que vos detendes?
- Alma, que queres de mim?
- Deus meu, não mais do que ver-vos.
- E tu temes? Como assim?
- O que mais temo é perder-vos.

Uma alma em Deus escondida,
Que mais tem que desejar?
Senão sempre amar e amar,
E, no amor toda incendida,
tornar-vos de novo a amar?
Oh! Dai-me, Deus meu, carinho!
Oh! Dai-me amor abrasado,
E eu farei um doce ninho
Onde for do seu agrado.



Ante a Formosura de Deus

Formosura que excedeis
A todas as formosuras, Sem ferir, que dor, fazeis!
E sem dor desfazeis
O amor das criaturas!

Ó Laço que assim juntais
Dois seres tão diferentes,
Se, atado, em gozos trocais
As dores, as mais pungentes

Ao que não tem que ser, juntais
Com quem é Ser por essência;
Sem acabar, acabais;
Sem ter que amar, amais;
E nos ergueis da indigência.










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"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




"Quem ama a disciplina, ama o conhecimento" - Provérbios 12, 1

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