A Virtude da Amabilidade| Parte 4: Demonstre seu amor com atitudes amáveis

by - março 15, 2023

 


Introdução


Este artigo visa suscitar o tema da Virtude da Amabilidade utilizando como texto base o livro "O Poder Oculto da Amabilidade" (aqui). O desejo da divulgação mais reflexiva sobre este tema, a escuta atenta dos discursos vigentes (seja dos intitulados conservadores, seja dos progressistas), a crítica de cultura necessária diante dos discursos que visam uma deturpação da Virtude da Amabilidade pelo excesso ou pela escassez, assim como o entendimento equivocado da amabilidade na prática cotidiana, como se fosse "uma obrigação cristã a ser bobinho e bonzinho", foram alguns motivadores deste artigo que terá 4 partes. 


Autor do livro


Padre Lovasik foi ordenado em 1938 na Sociedade do Verbo Divino, fundou a congregação feminina "Sisters of the Divine Spirit" e o instituto secular "Family Service Corps". Conduziu missões nos EUA por quarenta anos.


O livro "O Poder Oculto da Amabilidade"


O autor dividiu o tema da Virtude da Amabilidade em três partes: 

Parte 4 - Demonstre seu amor com atitudes amáveis


Demonstre seu amor com atitudes amáveis


Palavras amáveis são uma força criativa, um poder que corre para a construção de tudo o que é bom, uma energia que derrama bênçãos sobre o mundo, tanto para os que as pronunciam como para os que as ouvem. O autor inspirado das Sagradas Escrituras exclama: Como é agradável uma palavra oportuna!



Pequenas frases como "Estou orgulhoso de você", "Qual é a sua opinião?" e "Obrigado" são cortesias que lubrificam as engrenagens da monótona rotina da vida cotidiana. Eles são a marca registrada da boa educação. 


 

Comece por aplicar o toque mágico do apreço em sua própria casa. Não há outro lugar onde seja mais necessário - nem mais negligenciado. Sua família deve ter alguns pontos positivos. Há quanto tempo você não expressa sua admiração por algum deles?



O homem comum reclama se não gosta de alguma coisa, se gosta, não diz nada. Nutrimos o corpo de nossos filhos e amigos. Mas com que frequência alimentamos sua autoestima, demonstrando-lhes o apreço caloroso que desejam.  

 


O elogio encoraja e o silêncio desencoraja. Muitos permanecem parados na luta pela santidade, ou até mesmo recuaram, porque ninguém achou conveniente manifestar-lhes o reconhecimento elogioso por seus primeiros esforços e sucessos.  


Ser mesquinho com seus elogios é um defeito que pode ser sinal de uma espécie de apatia.


 

Se você inspirar as pessoas com quem entra em contato a perceberem os tesouros ocultos que elas possuem, poderá transformá-las, pois elas geralmente usam apenas uma pequena parte de seus recursos físicos e mentais. 


Se você falar com amabilidade, vai se tornar uma pessoa cordial, e a cordialidade é uma autêntica força. Nada pode ser feito para Deus sem cordialidade. 


O pior pecado contra o amor fraterno é o escândalo. Uma pessoa que incita ao pecado é culpada do pecado mortal de escândalo tendo sucesso ou não em sua intenção. 

 



As Palavras


Como vimos o autor gasta um longo tempo nos orientando sobre o poder das palavras. Para tal ele aborda o efeito positivo do encorajamento genuíno que pode ser demonstrado com elogios ou uma presença reconfortante. Cada momento exige uma palavra, mas muitas vezes é possível ver, mesmo na Igreja ou na família, uma escassez de palavras de encorajamento genuínas. Elogios genuínos.





Quantos padres não elogiam um determinado fiel por uma boa prática, por um caminho de virtude, quantos amigos se recusam a dar crédito aos talentos dos seus amigos, a prestigiá-los; quantos pais deixam passar tantos bons feitos dos próprios filhos. Quantos usufruem de vários trabalhos, apostolados sem emitir uma palavra de reconhecimento, deixando tudo nas mãos de Deus sendo que podiam ser instrumento do encorajamento de Deus, no entanto, normalmente, tais coisas só aparecem em momentos críticos (pois se veem obrigados a falar elogios) e não no cotidiano, onde está toda a Graça.


Toda essa recusa em prestar a devida ação de reconhecimento nos leva a um egoísmo clerical e eclesial muito característico da atualidade.


Talvez isso venha da nossa percepção, verdadeira, de que devemos fazer as coisas para o Senhor Jesus, no entanto, isso não seria também uma desculpa para o crescimento livre do egoísmo e da inveja? Coisas tão frequentes no clero, que interessantemente, não possui o hábito de encorajar os fiéis, que por sua vez não se encorajam entre si?


O autor nos adverte de que isso pode ser um quadro de apatia. Apatia é a falta de interesse. Estaríamos todos nós profundamente desinteressados nas belezas do ser humano e de seus talentos que passamos a viver uma vida comunitária fake? Talvez esta seja a causa de tantos discursos vazios.



Encorajamento



O encorajamento inspira as pessoas a usarem as suas capacidades, a lapidarem seus talentos e a usarem mais dos seus recursos físicos e mentais. Mas para tal é preciso acreditar que as pessoas podem fazer e ser mais. Acreditar que todos são repletos de talentos e graças.



Quanto não se perde por um professor que não acredita no potencial dos próprios alunos e lhes oferece uma abordagem baixa pois "afinal eles não vão entender", quanto não perde um padre que por não acreditar no potencial do povo (e na ação da Graça) faz uma homilia sem preparo, utiliza termos de programas matinais da TV e não utiliza nem mesmo 1% do que aprendeu em 7 ou 10 anos de seminário, pois "afinal, eles não vão entender".

Quanto não se perde com essa visão derrotada, desencorajadora e cômoda.



Cordialidade



A cordialidade se trata de um comportamento amável de atenção e educação. Ser cordial é uma força, já que nos permite a autenticidade e a defesa de nossos pontos de vista, com uma dose de serena seriedade. As palavras oportunas, levam a atitudes amáveis e depois a um comportamento cordial, que é marcado pela educação e pelo polimento. Polimento é a educação aprimorada, o refinamento.



O refinamento vem da atenção contínua ao tom, gestos, roupas, porte, modelos de referência e, principalmente, ao olhar para além de si.




Quanto se perde com um ato descortês, que leva, quase sempre a falta de caridade. Isso inclusive nos meios religiosos, quantas vezes se recebe de forma desatenciosa um missionário? Este é recebido sem uma mesa com ao menos água, pão e uma cadeira. Isso pelas mesmas pessoas que rezam com frequência. No entanto, a oração verdadeira nunca nos faz ter tal comportamento embasado num egoísmo religioso... comportamento, infelizmente, tão frequente atualmente.



Ser Bom Exemplo


Dar bom exemplo é um ato de extrema amabilidade. Por isso, tanto preocupa os exemplos que incitam ao pecado e as más escolhas. Não somente no que é claramente ruim, mas no que não deveria ser orientado por um católico.



Infelizmente a geração que mais fala de "amor fraterno" é a que mais causa escândalo.

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