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Salus in Caritate

Carta 14 A vida tem estações
Pintura por Tomas Lawrence, "Catherine Grey, Lady Manners" (detail)




Piracicaba, 26 de outubro de 2021


A vida tem estações. E é, de certa forma, pautada, em parte, pela nossa idade cronológica. É claro que existem os que são maduros e os imaturos em relação à idade, mas é interessante que os aprendizados da idade cronológica são implacáveis — estão lá, visíveis como a luz do sol, para quem já passou para a fase do outono da vida. Eu entrei com alegria nessa fase de outono, já faz algum tempo. Tenho agora 31. E, seja pelo temperamento, seja pela vocação, observar as fases da vida me é natural. O celibato é estar, de certa forma, fora do tempo — compartilhar o olhar de Deus, que observa a humanidade indo, ora para Ele, ora para longe d’Ele.

Mas o motivo da escrita é outro. Em épocas de Instagram, em que a vida virou, de certa forma, um reality, temos os processos de cada fase mostrados e contemplados. Cada fase é interessante e acontece mesmo em quem já é bem maduro para a idade. Até os 25, a maioria tem, talvez, alguns valores, mas as posições definitivas assustam — posições de linha de pensamento, e não escolha vocacional (tem diferença). É uma fase em que se colhe de vários jardins e se reverbera aquilo que está em alta no momento. Mesmo com bons propósitos, é uma busca por algo que falta e não se sabe ao certo o quê.

Depois dos 25, dos 27 até uns 28, é interessante como ainda se busca, mas é uma fase inquietante — é uma certa busca por identidade individual. Algumas pessoas fazem isso "causando", outras se doando em algo, outras não fazem nada. Afinal, é totalmente possível deixar a vida no pause — simplesmente ir vivendo e, ao mesmo tempo, não vivendo.

Dos 29 em diante, acho que se afirma a maternidade. Veja bem, eu sou celibatária, e muita gente se torna mãe bem antes dos trinta, mas realmente não falo de maternidade biológica. Existe uma maternidade maior, mais abrangente, que é ser mãe espiritual todo o tempo. É uma fase de enraizamento, para nutrir e gerar frutos que alimentam a outros. Tudo é para a alma do outro, considerando que existem os filhos mais velhos e os mais novos — que não entendem ainda o que se diz sem clareza, que não conseguem discernir entre os alimentos e que ainda estão sendo educados. Pode acontecer antes ou depois dos trinta...

Mas a ocupação maior é nessa estação. Escrevo para mostrar que, talvez, deva considerar isso ao ver alguém por aqui, na internet. Quantas estações ela tem? É uma pergunta importante. O outro motivo é para não se preocupar com a idade (isso é uma característica, principalmente, de quem tem vocação ao matrimônio: ficar desesperado com a idade, com o tempo passando). Não se preocupe com a idade — ocupe-se em crescer na estação em que está.


Singelamente, Ana




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anjos



Ponto I

Seres amigos, seres irmãos,
Tão diferentes de nós, estes santos irmãos,
Mas que alegria tê-los conosco.
Façamos nós também asas, tecidas em adoração com os fios da confiança e do amor.
Ensina-nos, amados amigos irmãos, a cultivar almas leves que voem para Nosso Senhor.
Vamos juntos adorar o Nosso Amor.

Deus quis que houvesse espíritos puros para que fossem a coroa da obra de Suas mãos, pois são a porção mais formosa, nobre e perfeita do Universo. São substâncias completas, não têm qualquer relação com a matéria, por isso são denominados puros espíritos.

Tais são numerosíssimos, pois era conveniente que na Obra de Deus o perfeito sobrepujasse o imperfeito.

Chamamo-los de anjos, pois são enviados de Deus e, através deles, Deus exerce o Seu governo, soberano e efetivo, sobre as demais criaturas.

Os puros espíritos podem somente tomar aparência humana, não podem se unir à matéria. Sendo espíritos, podem executar atividades sucessivas em lugares distintos.

(Baseado na Suma Teológica de São Tomás de Aquino)


Tais são numerosíssimos, pois era conveniente que na Obra de Deus o perfeito sobrepujasse o imperfeito.

Não devemos nos esquecer que o número dos anjos do Senhor é maior do que qualquer coisa ruim ou imperfeita que pode acontecer em nossas vidas, na Igreja e no mundo. O conhecimento da grandeza do mundo angélico nos dá esperança de que, apesar de nós mesmos e dos maus, ainda estamos em maior número.

Como anda a sua relação com os anjos? Para começar a se relacionar com eles, tome primeiro a consciência clara da sua existência. Como poderias falar com alguém que não tomou conhecimento que existe?

Perceba, o mundo material e visível é uma pequena parte da realidade; o visível está mergulhado na amplitude imensa do invisível, e a parcela invisível é mais poderosa e eficaz. A ação dos anjos é maior que a dos homens e dos demônios, pois agem cumprindo as Ordens de Deus.

Deus os criou para que o perfeito sobrepujasse o imperfeito!

“Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1, 14)

“Mas, ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que pregamos a vocês, que seja amaldiçoado!” (Gálatas 1, 8)


Ponto II

Ensina-nos, santos irmãos,
Ajuda-nos a caminhar,
Não nos deixe perder o coração em coisas vãs,
Guia-nos, para no caminho reto andar.

A vida íntima dos anjos consiste em conhecer e amar; possuem, no entanto, um conhecimento intelectual, carecem absolutamente do sensitivo, pois são incorpóreos.

Seu conhecimento é mais perfeito, muito mais que o nosso, pois numa só visão abrangem o princípio e a consequência das coisas.

Tal ciência não é infinita; não podem conhecer os pensamentos nem os segredos dos corações, só o conhecem por revelação de Deus ou pela manifestação do agente, ou seja, pela oração. No entanto, como são mais antigos e mais sagazes, podem intuir certas coisas por observação, afinal, foram criados no começo dos tempos e viram gerações e gerações de seres humanos sobre a terra.

Também não sabem o futuro, somente por revelação divina. Amam a Deus, a si mesmos e as criaturas. Vivem nesta ordem natural do amor.
(Baseado no Catecismo da Suma Teológica de São Tomás)


O perfeito sobrepuja o imperfeito.

Quem pode impedir a ação de Deus?

A relação com os anjos nos faz dar glória a Deus por Sua Bondade, Perfeição e, acima de tudo, nos permite dilatar nossos corações na esperança certa de que estamos em maior número. Mesmo que você não os veja, miríades e miríades de anjos celestiais estão nos ares garantindo a proteção dos filhos e servos de Deus e lutando pela execução perfeita da Vontade Divina na História dos homens.

“Os anjos são os nossos pastores; não só levam a Deus as nossas mensagens, como também trazem até nós as que Deus nos envia… apascentam-nos a alma com doces inspirações e comunicações divinas; sendo bons pastores, protegem-nos e defendem-nos dos lobos, isto é, dos demônios”. São João da Cruz


Ponto III

Corações ardentes rodeiam o Senhor,
Como chamas vivas de puro amor,
Anjos e homens em santo esplendor,
Repletos estão do Santo Amor.

Deus criou os anjos imediatamente no princípio dos tempos e no mesmo instante que os elementos do mundo material, num lugar chamado Céu Empíreo, o lugar mais alto dos Paraísos, onde está Deus e os seres bem-aventurados (santos) tomados pela Luz Divina. “Empíreo” vem de “empyrius”, que remete a queimar no amor de Deus.

(Inspirado no Catecismo da Suma Teológica de São Tomás)

Contemplar o mundo angélico nos permite ampliar a nossa visão, muitas vezes diminuta, da obra das mãos de Deus. Quando os horizontes não são alargados, corremos o risco de ver um Deus desprovido de Seu poder. Mas a obra da criação é uma manifestação do poder de Deus em Sua Palavra e em Seu Amor. Deus criou o mundo pelo império da Sua Palavra e pelo influxo do Seu Amor.

Que os anjos possam nos ensinar a queimar em zelo e amor pelo Santo dos santos, por Aquele que é o Ser por excelência.

E lembre-se, seu Anjo da Guarda foi criado lá, no começo dos tempos. Quanto não te pode ensinar? Peça ajuda, proteção e seja dócil às suas inclinações; peça para que seu coração reconheça os sopros da orientação do seu guardião.



Carta 13: Cuide do seu coração



Piracicaba, 20 de outubro de 2019

Cuide do seu coração. Com tantas coisas tristes nesses dias, tantas coisas que nos deixam chateados e tristes num lugar que deveria ser seguro — que é a Igreja — é preciso se atentar ao que vai aí nesse coração.

Satanás pode usar até mesmo a justa indignação, a ira santa, para sufocar a fé e minar a esperança na Providência e na ação divina.

Cuide do seu coração. Não o deixe naufragar na revolta, pois isso pode tornar o seu interior pouco habilitado para receber o Senhor na Eucaristia.

É verdade, nós estamos em guerra — e, na guerra, deve-se fazer um esforço para não se deixar tomar pelo ódio, mas se revestir da Sabedoria de Cristo. Caso contrário, o demônio vencerá essas pequenas batalhas no nosso coração.

Busque se arraigar — apesar da situação, dos abusos, dos discursos estultos nas homilias, apesar de si mesmo — na gratidão por receber Jesus e no pedido pela Sabedoria para saber suportar os momentos de humilhação.

Talvez nos tornemos peritos em receber pipocas. Pipocas é como chamo as indiretas que recebo semanalmente (😂). Não me causam mal, e peço a Deus que me ajude a me divertir com essas coisas — e assim é. Talvez você também receba algumas, e talvez lhe venham como pedras, pedregulhos ou algo muito doloroso, mas tenha ânimo. Com o tempo e vivendo em Cristo, verá que isso é, na verdade, a normalidade. Sei que não deve ser exatamente o que queria ler, mas essa é a verdade. Logo será perito em receber pipocas e sorrir, vendo que o ofensor está certo de que lhe lançou uma pedra de uma tonelada.

Então, tenha ânimo, cresça no inoportuno e viva pela Graça.

Cuide do seu coração. Não odeie, não tenha rancor — e então o Senhor terá vencido, no oculto do dia a dia, no oculto do seu coração. E tenha certeza: o derrotado sempre sabe que perdeu.

Cuide do seu coração! Busquemos a pureza de coração, que será a nossa maior força nas batalhas visíveis e invisíveis.


Singelamente, Ana


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Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 23)


Tempo de Leitura: 2 minutos

"Uma certa memorização das palavras de Jesus, de passagens bíblicas importantes, dos dez mandamentos, das fórmulas de profissão de fé, dos textos litúrgicos e das orações essenciais e de noções chaves da doutrina..., longe de ser contrária à dignidade dos jovens cristãos, ou de constituir para eles um obstáculo para o diálogo pessoal com o Senhor, é uma verdadeira necessidade... É preciso ser realista. As flores da fé e da piedade cristã, se assim se pode dizer, não crescem nos espaços ermos de uma catequese sem memória. O essencial é que os textos memorizados sejam ao mesmo tempo interiorizados, compreendidos pouco a pouco na sua profundidade, a fim de se tornarem fonte de vida cristã pessoal e comunitária" (Catechesi Tradendae, ponto 55, de São João Paulo II, 1979)


Catequese Essencial I: aqui


Catequese Essencial II: aqui


Catequese Essencial III: aqui


Catequese Essencial IV: aqui


Catequese Essencial V: aqui



Catequese Essencial VI: aqui



Catequese Essencial VII: aqui



Catequese Essencial VIII: aqui



Catequese Essencial IX: aqui


Catequese Essencial X: aqui

 Catequese Essencial XI: aqui

Catequese Essencial XII: aqui


O que é Penitência?


A Penitência, chamada também confissão, é o Sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecadores cometidos depois do Batismo. 

1- Instituição da Penitência.


A Penitência foi instituído na tarde do dia da Ressurreição, quando Jesus, depois de entrar no Cenáculo, deu solenemente aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados, dizendo: "Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23)

2- Jesus ensina-nos a confessar bem


Com a parábola mais linda do Evangelho, a do filho pródigo, Jesus ensina-nos a fazer uma boa confissão, com a alma cheia de confiança no Amor Misericordioso do Pai. Vale a pena ler e meditar a parábola: Lc 15, 11-26.

3- Para uma boa Confissão requerem-se cinco coisas:


1ª) Exame de consciência, isto é, rezar e pensar nos pecados cometidos por pensamentos, palavras, atos e omissões ("caindo em si, disse..." Lc 15, 17);

2ª) Arrependimento dos pecados (também dos já perdoados); ("quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morrendo de fome" Lc 15, 17);

3ª) Propósito de nunca mais pecar (antes morrer do que tornar a pecar); (Vou-me embora, procurar o meu pai" Lc 15, 18);

4ª) Confissão, isto é, contar os pecados ao confessor: (em espécie, número e circunstâncias), ("Pai, pequei contra céu e contra ti" Lc 15, 21);

5ª) Satisfação, isto é, execução da penitência imposta pelo confessor, se possível imediatamente ("Já não sou digno de ser chamado teu filho" Lc 15, 21) (Código de Direito Canônico 981, 987 e 988).

4- Arrependimento dos pecados


Das cinco coisas necessárias para fazer uma boa confissão, é o arrependimento dos pecados a mais importante. Este pode ser de três espécies:

Natural (produzido por motivos meramente humanos): não apaga nenhum dos pecados. 

Sobrenatural imperfeito (atrição; é produzido principalmente pelo medo dos castigos de Deus): sem a confissão, apaga os pecados veniais; com a confissão, apaga também os pecados mortais.

Sobrenatural perfeito (contrição; é produzido principalmente pelo amor para com Deus): unido ao propósito ou ao desejo de confessar-se, apaga todos os pecados, mas fica de pé  a obrigação de acusar os pecados mortais já perdoados, na próxima confissão, sem a qual não é lícito comungar.

5- Confissão frequente


"A acusação dos pecados graves é necessária; a confissão frequente continua a ser uma fonte privilegiada de santidade, de paz e de alegria!" (Paulo VI - Exortação apostólica sobre a Alegria Cristã - 09 - 05 - 1975). 

"Por inspiração do Espírito Santo foi introduzido na Igreja o uso piedoso da Confissão frequente, com a qual: 

- aumenta-se o reto conhecimento de nós mesmos;
- desenvolve-se a humildade cristã;
- arranca-se a perversidade dos costumes;
- resiste-se à negligência e ao torpor espiritual;
- purifica-se a consciência;
- procura-se a salutar direção da consciência;
- fortalece-se a vontade;
-aumenta-se a graça por força do próprio Sacramento"

Pio XII, Encíclica Mystici Corporis

Para um cristão, o Sacramento da Penitência é a via ordinária para obter o perdão e a remissão dos seus pecados graves cometidos depois do Batismo (Encíclica Redemptoris Mater, São João Paulo II, sobre a Bem Aventura Virgem Maria; 31 - 02-12-1984).






Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025). 





Ponto I

Ele que tudo ordena,
Ele que tudo coordena,
Ele que tudo rege,
Ele que é a fonte de todo poder,
Ele que é Aquele que É.


Tudo e todos foram tirados do nada pela Onipotência Divina; antes disso, nada existia, somente Deus.

Já se perguntou sobre a motivação de Deus para criar o mundo? Foi para manifestar a Sua Glória. Nós e todo o mundo somos uma manifestação da Glória Divina. Isso significa que Deus se propôs a deixar-nos conhecer a Sua Bondade, comunicando aos seres parte do bem infinito que possui, parte da Sua Bondade Infinita.

Deus possui vários atributos, alguns são incomunicáveis e outros são comunicáveis.

Os atributos incomunicáveis são:

  1. Asseidade: significa que Deus é autoexistente e não necessita de nada nem ninguém para continuar a existir. Está diretamente ligada à Sua eternidade (Sl 90, 1-2).

  2. Eternidade: significa que Deus sempre existiu, Ele não foi criado por ninguém e está acima de qualquer limitação de tempo (Gn 21,33; Sl 90, 1-2).

  3. Unidade: significa que Deus é um e que todos os atributos d’Ele estão inclusos em Seu Ser o tempo todo (Dt 6, 4; Ef 4, 6; 1Co 8, 6; 1Tm 2, 5). Não existe, portanto, um Deus do Antigo Testamento e um Deus do Novo Testamento (inclusive isso é uma heresia). O Senhor dos Exércitos e o Senhor das Misericórdias é o mesmo Deus.

  4. Imutabilidade: significa que Deus não muda jamais, ou seja, tanto Seu Ser como Suas perfeições não sofrem qualquer alteração, e Ele não muda, de forma alguma, os Seus propósitos e promessas (Tg 1, 17).

  5. Infinitude: O tempo e o espaço não podem limitá-lO (1Rs 8, 27; At 17, 24-28).

  6. Onipresença: significa que Deus não é limitado de nenhuma forma pelo espaço. Ele está presente em toda parte com toda a plenitude do Seu Ser (Sl 139).

  7. Onipotência: Deus é soberano e capaz de cumprir todos os Seus propósitos (2Co 6, 18; Ap 1, 8).

  8. Onisciência: significa que Deus conhece todas as coisas de modo completo e absoluto. Ele não precisa pedir nenhuma informação, bem como nunca possui dúvidas (Sl 139; 147, 4).

  9. Soberania: significa que Deus controla todas as coisas, pois Ele próprio é soberano e supremo sobre tudo e todos. Ele é quem governa o universo, através de Seus Anjos, e conduz a História segundo os Seus propósitos eternos (Fp 2, 12-13).

Os atributos comunicáveis são:

  1. Amor: a Bíblia declara explicitamente que “Deus é amor” (1Jo 4, 8). Os escritores do Novo Testamento chamaram de “amor ágape“, isto é, um amor profundo e incondicional, que ao mesmo tempo em que revela grande afeição, também revela cuidado, zelo, correção e abnegação.

  2. Bondade: é a benevolência de Deus para com suas criaturas. Tudo o que Ele faz é essencialmente bom e legítimo, mesmo que o homem não compreenda (2Cr 30,18; Sl 86,5; 100,5; 119,68; At 14,17). Foi pelo impulso da Bondade Divina e do Amor Divino que Ele nos criou.

  3. Misericórdia: ela revela a compaixão e a piedade de Deus para com os miseráveis e angustiados (Ef 2, 4-5). Existem várias outras características de Deus que estão relacionadas ao atributo do amor, como por exemplo, a benevolência, a benignidade e a longanimidade. Tais atributos se mostram quando Ele dá ao justo mais do que ele merece e castiga o pecador menos do que merece.

  4. Sabedoria: Ele é infinitamente sábio, Ele próprio é a fonte da sabedoria. “Dele são a sabedoria e a força” (Dn 2,20; Jó 12,13; Jó 36,5; Sl 147,5; Is 40,28; Rm 11,33). A sabedoria de Deus é completamente superior à sabedoria dos homens (Is 55,8; Jó 28, 12-28; Jr 51, 15-17).

  5. Justiça: Ele é plenamente justo e perfeito em sua retidão. Ele é sempre correto, e seus juízos são perfeitos (Sl 11,7; Dn 9,7; At 17,31). Justiça é dar a cada um o que lhe é merecido.

  6. Santidade: Deus é completamente separado do pecado; Ele nunca compactua com o pecado e é totalmente comprometido com Sua honra. Ele nunca está relacionado a qualquer coisa impura ou a qualquer comportamento indigno (Is 40,25; Hc 1,12; Jo 17,11; Ap 4,8).

  7. Veracidade: Deus, e tudo o que provém d’Ele, é necessariamente verdadeiro, infalível e absolutamente confiável (Hb 10,23), de modo que Ele é o próprio Deus verdadeiro (Jo 17,3). Tudo o que Ele revelou de Si mesmo é genuíno, e por ser fiel, Ele nunca fará nada que afronte a Sua própria natureza ou contradiga Sua Santa Palavra.

  8. Liberdade: Deus não precisa de nada nem de ninguém para fazer o que quer, ou seja, Ele é completamente livre para executar Sua Vontade (Mt 11,26; Is 40, 13-14) de acordo com a perfeição de Sua natureza. Apesar de ser completamente independente e livre, isso não significa que Ele seja livre para pecar, mentir, deixar de ser Deus ou mesmo morrer, pois tais coisas contrariam Seu próprio Ser.

  9. Paz: revela que n’Ele próprio, ou em qualquer uma de Suas ações, não há nenhum tipo de confusão ou desordem. Ele é o mesmo, nunca se contradiz; Ele é o Deus da Ordem e, portanto, da paz que vem de Seus Decretos que nunca mudam. Isso foi o que fez o juiz Gedeão declarar: “O Senhor é paz” (Jz 6,24). A paz que Deus nos comunica vem do Seu atributo incomunicável da Imutabilidade.




Ponto II

Sob o império da Palavra de Deus,
Sob o influxo do Seu Amor, fomos criados,
Sob Sua Palavra e Seu Amor, fomos redimidos,
Sob Sua Palavra e Seu Amor vivemos e nos movemos,
Sem Ele, de fato, nada somos e nada seremos.

O Mundo ou o Universo é o conjunto de todos os seres criados, que são: os espíritos puros (anjos), os corpos e os compostos de matéria e espírito (homens).

Esse conjunto, o Universo, foi criado pelo Império (Domínio Soberano efetivo) da Sua Palavra e pelo Influxo (abundância) do Seu Amor.

(Baseado no Catecismo da Suma Teológica de São Tomás)

Assim, o Universo não é uma potência, não possui poder em si. O Universo é um conjunto de criaturas, umas mais elevadas e outras menos elevadas, que não são em si mesmas fontes de nenhum poder; são, no entanto, resultado da ação criadora da Voz Divina que ecoa nos ares e da abundância do Amor Divino que tudo abarca.


Salmo 28

Eis a voz do Senhor sobre as águas,
Sua voz sobre as águas imensas!
Eis a voz do Senhor com poder!
Eis a voz do Senhor majestosa,
Sua voz no trovão reboando!

Eis que a voz do Senhor quebra os cedros,
O Senhor quebra os cedros do Líbano.
Faz o Líbano saltar qual novilho,
E o Sarion como um touro selvagem!

Eis que a voz do Senhor lança raios,
A voz de Deus faz tremer o deserto,
Faz tremer o deserto de Cades.
Voz de Deus que contorce os carvalhos,
Voz de Deus que devasta as florestas!
No Seu templo os fiéis bradam: “Glória!”

É o Senhor que domina os dilúvios,
O Senhor reinará para sempre.
Que o Senhor fortaleça o Seu povo,
E abençoe com paz o Seu povo!



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"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




"Quem ama a disciplina, ama o conhecimento" - Provérbios 12, 1

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