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Salus in Caritate

Cultura Católica

 

Devocional catolico
Pintura: Johann Georg Meyer von Bremen


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O dom do Espírito Santo correspondente à virtude da prudência é o dom do conselho. 


Ainda que suponhamos o homem dotado de todas as virtudes infusas e adquiridas para melhor discernir o lícito do ilícito, é impossível que possa apreciar todos os casos particulares e contingentes, e a variedade quase infinita de circunstâncias capazes de modificar a sua moralidade. 


Tendo isto em conta, o dom de conselho é uma disposição ou qualidade transcendente da razão prática, em virtude da qual o homem abraça com prontidão e docilidade as ilustrações e moções com que o Espírito Santo vem em seu auxílio, quando se põe a meditar e discernir, no conglomerado de atos e práticas humanas, as que podem servir-lhe para alcançar a vida eterna. 


Este dom permanece na alma no Céu! Mas de uma forma muito particular e distinta da forma do dom quando na vida terrena. Pois este dom no Céu, consiste no conhecimento perfeitíssimo que têm os bem aventurados de tudo o que contribui para a felicidade que já possuem e com ela se relaciona, como propriedade e consequência da posse atual ou como meio para iluminar, auxiliar e socorrer os que neste mundo lutam por se lhes juntar no Céu. 


Baseado na Suma Teológica de São Tomás de Aquino em forma de Catecismo


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Pintura: Lição de Costura por Johann Georg Meyer von Bremen 


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Para que o homem possa gozar um dia do Céu, além de possuir as virtudes teologais (a fé, a esperança e a caridade), deve exercitar-se na prática das morais e de seus correspondentes dons. 


A primeira virtude moral é a prudência. A prudência é uma regra moral do senso prático que põe tato e discrição suficientes para ordenar a sua vida e mandar em cada caso, aos seus subordinados, o mais apropriado à observância das virtudes. 


Tem uma enorme importância pois sem ela é impossível praticar qualquer ato virtuoso. Ela tem a propriedade de congregar todas as virtudes, que de forma que nenhuma podem existir sem ela, nem ela pode existir sem o concurso de todas as outras. 


Para que o ato de prudência seja perfeito é necessário:


1- os elementos constitutivos ou partes integrantes essenciais: são eles; 

- a memória ou a recordação do passado; 

-a inteligência e o conhecimento do presente, quer seja em geral quer em particular; 

-docilidade e respeito ao disposto por antecessores sábios e prudentes; 

-sagacidade para saber o que no momento dado se pode esperar de alguém; 

-firmeza e segurança de juízo para aplicar as regras gerais aos casos particulares; 

-providência ou determinação do tempo e do lugar de cada ato para obter o fim desejado; 

-circunspecção ou conhecimento das circunstâncias;

-precaução contra tudo o que puder ser obstáculo ou comprometer o êxito da empresa. 


2- virtudes adjuntas e ordenadas para atos secundários: são elas a virtudes do conselho e as duas virtudes do bom senso prático, uma referente à maneira de portar-se nos casos e circunstâncias ordinárias e outra nas extraordinárias e de grande empenho. 


3- o ato principal: o ato próprio da virtude da prudência é o mandato executivo, portanto é uma virtude que serve para dirigir e mandar. O ato próprio da prudência consiste em mandar com energia e decisão quando chega o momento oportuno. 


As espécies de prudência são tantas, quantas as espécies de mandatos necessários, a respeito de atos difíceis na prática das virtudes. No entanto, podemos reduzi-las a quatro:


1- o mando e governo de nós mesmos;

2- mando e governo da família;

3- mando e governo da sociedade civil;

4- mando e governo militar.


A virtude é chamada em cada uma dessas espécies de: prudência individual, prudência familiar, prudência real, prudência militar. 


A prudência individual se refere ao que que cada um necessita para governar sua vida moral e procurar o bem próprio. 


A prudência familiar se refere ao que cada membro da família necessita para manter-se e atuar em sua própria esfera e sob a direção do chefe, para o bem e proveito da sociedade familiar. 


A prudência real se refere a virtude especial que necessita o chefe supremo de toda sociedade para governá-la como convém. 


Não é suficiente para que uma nação seja bem regida que os governantes sejam prudentes é preciso que os governados também tenham prudência. A prudência dos súditos está em submeter-se às ordens e decisões do governante, de forma que os seus atos sociais jamais sejam peia ou obstáculo à consecução do bem comum. 


A prudência militar é de maior importância, porque tem por destino assegurar a defesa eficaz do Estado contra os inimigos exteriores, para isso é preciso prudência delicada no mando e mais completa disciplina dos subordinados. 


Quem quer vencer um obstáculo deve armar-se da força do leão e da prudência da serpente. Píndaro, poeta grego, 438 a.C



Pai Santo, faze-me prudente e dá-me discernimento para a jornada cristã. Que eu leve o óleo precioso da fé – confirmada pelas obras – para me iluminar até que eu esteja junto ao Senhor para sempre. Ó Santo Anjo da Guarda, Ó Santíssima Virgem Maria, fazei-me fazer a Vontade de Deus.  + Amém . 

 


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A leitura é um dos meios de formação, humana e espiritual, mais eficazes. Boas leituras nutrem a mente e a alma, apresenta-nos novas realidades e situações, geram em nós um engrandecimento de alma; essa sensação que temos ao término de uma boa leitura, que a alma se alargou, que o intelecto se iluminou e que algo no nosso espaço interior mudou de lugar, é a maior prova da eficácia da leitura. Através dela adquirimos bagagem para ver a vida com olhos mais maduros e ainda ver mais adiante, uma vez que subimos nos ombros de gigantes e vemos com novos olhos algo novo ou cotidiano. 


A cada dia se torna mais simples entrar neste "portal literário" e podemos buscar, com alguma destreza, montar a nossa biblioteca pessoal. Você sabia que antigamente os livros eram deixados como herança? Pois eram em si mesmos obras de arte, pois os monges copistas passavam meses a escrevê-los com caligrafia impecável, depois faziam capas ilustradas à mão. Um livro era visto, de fato, como um trabalho de várias pessoas, talvez tenhamos perdido a percepção real da nobreza do conhecimento impresso num livro. 


A idéia de montar uma biblioteca pessoal tem este mesmo fundo respeitável: deixar para os futuros membros da família e amigos boas obras literárias (que, esperamos, tenha inspirado em nós boas obras existenciais). 


Portanto não se trata de um consumo desenfreado, antes se trata de investir em aquisições intencionais e acima de tudo edificantes. Listei abaixo algumas dicas sobre isso:


1- A escolha das obras


Faça uma lista com as obras ou os autores que deseja adquirir, isso ajuda a fazer uma escolha mais acertada. 


Dentre as coisas que podem lhe guiar na escolha das obras de sua biblioteca está: o gosto pessoal e os clássicos. 


Os clássicos são ferramentas importantes para formar a sua bagagem literária, deles saíram boa parte dos enredos de ficção. 


Também podemos considerar durante a escolha a possibilidade de possuir um biblioteca digital. O consumo de e-books tem aumentado muito nos últimos tempos, por conta da praticidade, talvez deva pensar nesta ferramenta para ajudar a compor a sua bagagem literária e ainda para ajudar a escolher as obras que realmente deseja ter em formato físico. Eu uso muito os e-books vendidos pela Amazon, que podem ser lidos no Kindle (o Kindle é um leitor digital). Acho muito bom pois podemos exportar os trechos grifados para o e-mail e (olha que alegria!) com isso você tem um resumo do livro, ou seja, um documento com as passagens que mais gostou. É muito rico reler os trechos grifados após o término da leitura, isso ajuda muito a assimilar o conteúdo.


E por fim para finalizar este tópico é sempre bom buscar materiais com resenhas e comentários sobre os livros, é uma forma de reter mais o conteúdo. O livro deve estar em sua estante física e/digital mas também deve estar em sua mente e alma, isso é ler de verdade. 


2-  A aquisição


Sabemos, no entanto, que livros não dão em árvore e que de fato temos que decidir investir nessa área, que nada mais é que investir em nossa formação. Acredite um livro pode ser um dos alimentos que você precisa para conseguir passar por esses tempos tão confusos com a sanidade mental em dia. 


Então para facilitar a aquisição de livros podemos usar cupons de desconto. Existem vários sites de cupons, eu acompanho o Cupom Válido, não é preciso cadastro e basta escolher a loja e logo aparecem os cupons disponíveis, vale lembrar que não trabalham somente com cupons para livros mas para outros setores também, mas no que se refere aos livros, você encontra cupons da Amazon, Submarino, Livraria Cultura. Você verá uma série de obras com cupons válidos e é uma ótima oportunidade para adquirir os clássicos (eu achei vários legais: Dante, Tolkien, Lewis e etc) com descontos muito bons, alguns livros clássicos que mesmo no formato de e-book são salgadinhos, com os cupons ficam bem mais interessantes. Se você deixar o seu e-mail no site, você receberá os alertas sobre os cupons e vale a pena ficar de olho. 



3- Organização




Quando as obras chegam é preciso ter alguma idéia dos livros lidos e ainda por ler, também é muito bom trabalhar o desapego e saber quais são os livros que não serão lidos nunca ou novamente (para doar). Essa primeira idéia já nos leva a um sistema simples de organização.


Depois é possível separar por ordem alfabética, por tamanho, por autor, por assunto, por cor, enfim (eu separo, nas categorias citadas acima - lidos e por ler - e depois por tamanho, tenho toc de livros sem algum padrão estético na estante). Mas, sinceramente, ordenar os livros para que saiba exatamente quantos livros ainda estão por ler é um ótimo auxílio tanto na aquisição de outras obras como na reestruturação do tempo dispensado para leitura. 


Espero que tenha lhe ajudado, 

Singelamente, Ana

















Devocional 46 Dom da Sabedoria correspondente à caridade e o vício oposto ao dom da sabedoria

Da avó, assinado e datado de Meyer von Bremen 1847


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O dom do Espírito Santo correspondente à caridade é o dom de sabedoria, o mais excelente dos dons. 


O dom da sabedoria é um dom do Espírito Santo, por ele o homem é capaz de formar juízo e opinião acerca das coisas, tomando por norma e regra a sua causa suprema, a ciência infinita de Deus na medida em que ele consegue conhecê-la pela revelação. 


Podemos afirmar que a virtude mais importante é a virtude da fé, uma vez que é o centro de todas as outras, e o dom mais importante é o da sabedoria. 


O dom da sabedoria nos traz um benefício em relação ao dom da ciência; este último, nos dá a faculdade de formar juízo acerca das verdadeiras relações das coisas com suas causas e fins imediatos, e o da sabedoria com a causa suprema e fim último, aos quais todos os outros estão subordinados. 


Logo, pelo dom da sabedoria, elevamo-nos ao mais alto grau de ciência que se pode alcançar neste mundo. 


O vício oposto ao dom da Sabedoria é: querer formar juízo cabal de uma coisa sem ter em conta o destino que Deus lhe assinalou, chamamos a este vício de insensatez e de necedade (afirmação que traduz falta de inteligência ou ignorância; nescidade). É um pecado muito comum, o cometem todos aqueles que forjam planos e ajustam projetos sem lembrar-se de Deus, ou prescindindo (desconsiderando) Deus. 


Existe uma oposição irredutível entre a sabedoria do mundo e a de Deus. A sabedoria do mundo considera o bem terreno com fim supremo, organiza a vida de modo que nada falte aqui na terra, ainda em coisas que redundam em detrimento e desprezo de Deus, Bem Supremo, prometido no Céu, ao passo que a sabedoria dos Filhos de Deus consiste em subordinar todos os bens da vida à futura posse da glória. 


Portanto, a prática das virtudes teologais e dos dons correspondentes constituem os únicos meios de que dispõem o homem para orientar-se e encaminhar-se para o seu verdadeiro fim último. 


Baseado no Catecismo da Suma Teológica de São Tomás de Aquino





Dai, nós vos pedimos, ó Deus todo-poderoso, que fulgure sobre nós o esplendor de vossa claridade e que a luz da vossa luz, pela iluminação do Espírito Santo, confirme os corações dos que renasceram pela vossa graça. Ó Deus, que hoje instruístes os corações dos fieis com a iluminação do Espírito Santo, dai-nos o reto saber, no mesmo Espírito, e o sempre gozar de sua consolação. Ó Deus, a quem é visível todo coração e compreensível toda vontade, e a quem nada permanece em segredo, purificai pela infusão do Espírito Santo os pensamentos de nossos corações, para que mereçamos amar-vos perfeitamente e louvar-vos dignamente. Ó Deus, por cujo Espírito somos governados, por cuja proteção somos guardados, estendei sobre nós a vossa misericórdia, e sede atento aos que vos suplicam, para que a fé dos vossos fieis em vós seja sempre auxiliada pelos vossos benefícios. 

Trechos da "Orações do Dia (Collectae)" retiradas do Missale Romanum, tanto na Forma Ordinária como na Extraordinária.



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Devocional 45 Dos Preceitos Relativos à Caridade (São Tomás de Aquino)

Johann Georg Meyer von Bremen.  Mother and Children in Prayer, 1880


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O preceito relativo à caridade existente na Lei de Deus é: "Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu ser e com todas as tuas forças" (Dt 6, 5).


Essas palavras nos mandam que nossas intenções terminem sempre em Deus; que a Ele estejam submetidos e por Ele regulados todos os nossos pensamentos e afetos sensíveis, e que a norma de nossas ações exteriores seja o cumprimento de sua Santíssima Vontade. 


Este preceito é de tão grande importância que é o resumo e o centro de todos os demais preceitos da Lei de Deus. 


Este preceito é anterior ao Decálogo, pois estes (os preceitos do Decálogo) estão destinados a assegurar o cumprimento dos da caridade. 


Este preceito faz parte da ordem natural do homem, logo é contrário ao Direito Natural (a teoria do direito natural tem, como projeto, avaliar as opções humanas com o propósito de agir de modo razoável e bom. Isso é alcançado através da fundamentação de determinados princípios do direito natural que são considerados bens humanos evidentes em si mesmos) e o bom emprego das potências afetivas (a faculdade da vontade) não amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. 


Retirado do livro: A Suma Teológica em Forma de Catecismo




A Caridade
Ela tinha no rosto uma expressão tão calma
Como o sono inocente e primeiro de uma alma
Donde não se afastou ainda o olhar de Deus;
Uma serena graça, uma graça dos céus,
Era-lhe o casto, o brando, o delicado andar,
E nas asas da brisa iam-lhe a ondear
Sobre o gracioso colo as delicadas tranças.

Levava pela mão duas gentis crianças.

Ia caminho. A um lado ouve magoado pranto.
Parou. E na ansiedade ainda o mesmo encanto
Descia-lhe às feições. Procurou. Na calçada
À chuva, ao ar, ao sol, despida, abandonada
A infância lacrimosa, a infância desvalida,
Pedia leito e pão, amparo, amor, guarida.

E tu, ó Caridade, ó virgem do Senhor,
No amoroso seio as crianças tomaste,
E entre beijos – só teus — o pranto lhes secaste
Dando-lhes leito e pão, guarida e amor.

Machado de Assis, in 'Crisálidas'




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Você tem problemas com a sua família? Veja o que a genealogia do Senhor Jesus nos ensina sobre isso.
Pintura: Johann Georg Meyer von Bremen. Alemã Meditando. 


Você, assim como eu e como tantas outras pessoas no mundo, talvez tenha nascido num lar sem piedade, muitas vezes com as orientações básicas da fé ou ainda nem mesmo as teve. Talvez você esteja agora passando por momentos difíceis, se sentindo estrangeiro em meio às pessoas que participam do lugar nominado como "lar". Pode ser que você tenha se tornando estranho para os seus parentes.

Também é possível que com o caminhar da vida espiritual, você tenha despertado um certo receio da sua linhagem, um medo de ser como os seus antepassados, de replicar o que parece costumeiro na sua família. Existem tantas camadas de purificação que devemos passar, não é mesmo? E algumas são tão profundas e escondidas que poucos lembram-se da sua existência. Essa questão sobre a influência dos padrões familiares em nós, é uma delas. 


Acredito que ninguém tenha dúvidas de que acabamos, quase sempre, reproduzindo os nossos pais, seja por repulsa, seja por imitação. Nós também acabamos vendo uma parte da vida com as lentes que por tanto tempo estiveram por perto. E de fato, quando o chamado do Pai Celestial chega, pode acontecer algumas mudanças nesta questão. 


A Paternidade de Deus é maior e mais profunda do que a paternidade ou maternidade terrena, portanto, sua ação atrativa e transformadora é maior e mais potente. Isso significa que a pessoa muda da água para o vinho e, é claro, ninguém a reconhece. Portanto, é normal essa reação da parte dos "observadores do milagre". 


No entanto, a questão está na reação do vinho, digo, da pessoa transformada. Muitas vezes nós nos esquecemos que fomos nós que mudamos, já o mundo, as pessoas, e nossos pais... não. Eu sei é horrível encarar a realidade, mas é a realidade. 


Partindo deste princípio eu sempre retiro um grande consolo ao ler a genealogia do Senhor nos Evangelhos. Eu sei, talvez você já tenha feito esta leitura e pode ser que tenha se enfadado com uma série de nomes desconhecidos e se perguntado porque raios aquela lista interminável foi feita. Bem, ela foi feita para nos mostrar que Deus é Supremo e Soberano e sua ação é capaz de fazer uma árvore com ramos ruins e doentes gerar um fruto bom e agradável ao Gosto Santo do Pai Celestial. E ainda mostrar que o fruto mesmo apodrecido pode ser transformado em fruto puro, bom. 


Veja só o que vemos na linhagem do Senhor:


Vemos mulheres com marcas de atos reprováveis: Tamar, coabitou com o seu próprio sogro Judá e gerou dele dois filhos gêmeos Perez e Zera; Raabe era prostituta em Jericó; Rute era moabita e Bate-Seba, mãe de Salomão, adulterou com Davi. Talvez muitos não citariam pessoas assim de sua família, mas os evangelistas mantiveram-nas para mostrar o poder da Redenção e da Misericórdia.  


Também vemos homens em cuja vida foi marcada pela mentira. Os patriarcas mencionados, Abraão, Isaque e Jacó tiveram momentos de fraqueza na área da mentira. Eles não só se omitiram, mas esconderam a verdade e inverteram os fatos com medo de sofrerem com as consequências de seus atos. Esses atos não foram apagados de suas vidas pois o Senhor é poderoso para usar os instrumentos mais fracos e inúteis, pois isso, inclusive, serve para mostrar o Seu Poder e Misericórdia.



Além disso vemos homens em cuja vida há marcas de violência. Davi, tinha as mãos cheias de sangue. Roboão governou Judá com truculência. O rei Acaz queimou seus filhos, perseguiu seu próprio povo e cerrou ao meio o profeta Isaías. Manassés foi muito violento, ele encheu Jerusalém de sangue. Poucos listariam entre seus parentes pessoas que cometeram crimes, não é mesmo? Mas desta linhagem marcada com sangue, saiu aquele que deu todo o Seu Sangue por nós e que incitou a sermos violentos para entrarmos no Céu. Aprendemos com o Senhor a tornar as marcas que "herdamos" em redenção e purificação para nós e para os outros. 



Outros ainda eram idolatras, ou seja, colocaram as coisas do mundo ou a si mesmos no lugar de Deus. Salomão, por causa de suas muitas mulheres, sucumbiu à idolatria. Roboão, fez um bezerro de ouro e construiu novos templos em Israel para desviar o povo de Deus. Acaz fechou a casa de Deus e encheu Jerusalém de ídolos abomináveis. Manassés foi astrólogo, idólatra e feiticeiro, levantou altares pagãos. Vemos assim exemplos de rebeldia na família do Senhor Jesus, pessoas desobedientes. Mas Ele veio como o Grande Obediente. Agora é a nossa chance de sermos sinais de obediência ao Pai Celestial em nossas famílias. 



Acredito que você tenha entendido a extensão do que desejo lhe dizer. Você pode ser descendente de pessoas ilustres, boas e até santas; mas pode, assim como eu, ter uma linhagem problemática. Talvez exista assassinos, ladrões, corruptos, rebeldes, mentirosos, violentos, viciados em sua família, talvez isso seja uma realidade bem próxima... talvez você tenha medo de replicar isso, talvez já tenha replicado. 



Mas eu realmente quero lhe dizer, tenha confiança, Deus é maior do que nossa família terrestre, Deus é maior do que a nossa linhagem, Deus é Soberano e Bom, Ele é o Nosso Pai Verdadeiro. Os que habitam o Céu são a Nossa Família Verdadeira. 



Tenha confiança, imite o Senhor e os Santos, nossos parentes de verdade, e tudo pela graça será diferente, pois se persistir Deus te fará canal de Sua Graça para purificar, retificar e alinhar a sua linhagem à partir de você, pois você é, de verdade, um Filho, uma Filha de Deus. 



"É tal a importância do Batismo... É um filho de Deus que acaba de nascer; um príncipe do Reino Celestial; e este nascimento não é devido às leis da natureza nem à vontade dos homens, mas unicamente à infinita misericórdia de Deus". 


"O Batismo não tem por único objetivo purificar a alma, santificá-la e elevá-la à adoção divina pela comunicação da graça santificante, das virtudes infusas e de todos os dons sobrenaturais, mas também e principalmente comunicar-lhe o Espírito Santo". 


"Não nos esqueçamos jamais da preciosa graça que nos concedeu de nos fazer filhos da Igreja e celebremos o aniversário do nosso Batismo... porque é este dia que nascemos para a verdadeira vida, em que nossa alma se tornou templo do Espírito Santo". 



"No Batismo contraímos vida sobrenatural... vivamos, portanto, sobrenaturalmente; que nossos pensamentos, palavras e obras, sejam pensamentos, palavras e obras sobrenaturais."



"... a Graça Santificante é o principio de toda dignidade... Por ela somos cidadãos do Reino de Jesus Cristo, membros de seu Corpo Místico, seu amigos, sua família, filhos de Deus e príncipes do Reino Celestial... o Pai Celestial estende até nós o amor que tem a seu Filho. Por este modo contraímos verdadeiro parentesco com Deus". 


Trechos do livro: O Dom do Pentecostes, Padre Maurício Meschler. Editora Cultor de Livros




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Primado de São Pedro por Santo Agostinho de Hipona




Assim já atestava a Igreja Primitiva a respeito do Primado de Pedro:



Distingamos, vendo-nos a nós próprios neste membro da Igreja, o que é de Deus e o que é nosso. Pois então não vacilaremos, então estaremos fundados sobre a Pedra, então estaremos fixos e firmes contra os ventos, e tormentas, e correntes, as tentações, quero dizer, deste mundo presente. No entanto vede este Pedro, que era então nossa figura; ora confia, ora vacila; ora confessa o Imortal, ora teme que Ele morra. Porquê? Porque a Igreja de Cristo tem tanto fracos como fortes ... Quando Pedro disse "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo" representa os fortes; mas quando vacila, e não admite que Cristo possa sofrer, ao temer a morte d`Ele, e não reconhece a vida, ele representa os fracos da Igreja. Naquele único Apóstolo então, ou seja, Pedro, na ordem dos Apóstolos primeiro e principal, em quem a Igreja estava figurada, ambos os tipos estavam representados, ou seja, tanto os fortes como os fracos; porque a Igreja não existe sem ambos. (Sermão 26.) (Cita del Dr. Saraví: Sermón 26)



“Cristo, como vês, edificou a sua Igreja não sobre um homem mas sobre a confissão de Pedro. Qual é a confissão de Pedro? "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Aqui está a pedra para ti, aqui está o fundamento, aqui é onde a Igreja foi edificada, a qual as portas do inframundo não podem conquistar.”(Sermão 229P.1) (Cita del Dr. Saraví: Sermón 229P.1)




“Não vamos ouvir aqueles que negam que a Igreja de Deus é capaz de perdoar todos os pecados. Eles estão errados, porque eles não reconhecem em Pedro a Rocha e eles se recusam a acreditar que as chaves do céu, a partir de suas próprias mãos, foram entregues à Igreja.” (Agustín de Hipona, Christian Combat, 31:33(A.D. 397), in JUR,3:51)



“Quando assim ele disse aos seus discípulos: “Você também me deixaram”, Pedro, a rocha, respondeu por todos: “Senhor, a quem iremos nós, só tu tens palavras de vida eterna” (Agustín de Hipona, Homilies on John, Tract 11:5(A.D. 417), in NPNF1,VII:76)




“Pedro, que havia confessado a ele como o filho de Deus, e que nessa confissão foi chamado de rocha sobre a qual a igreja devia a ser construída” (Agustín de Hipona, In Psalms, 69:4[PL 36, 869] (A.D. 418 ), in Butler, 251)



“... Mas essa rocha, o próprio Pedro, a grande montanha...” (Agustín de Hipona, In Psalms, 104[103]:16(A.D. 418 ),in NPNF1,VIII:513)




“... O primeiro e principal, na ordem dos Apóstolos, no qual a Igreja foi representada.” (Agustín de Hipona, Serm 76,3)




“Tal que a Igreja atua em bendita esperança para esta vida conturbada, e esta Igreja... foi personificada no Apóstolo Pedro, que tomou conta da primazia entre os apóstolos” (Agustín de Hipona, On the Gospel of John, Tract 124:5 (A.D. 416), in NPNF1, VII:450)



“São Pedro, o primeiro dos apóstolos, que amou ardentemente a Cristo, e que chegou a ouvir dEle as palavras: ‘por isso eu digo: Tu és Pedro’. Pois ele havia dito antes: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. E Cristo respondeu: ‘Por isso eu digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.’ Sobre esta pedra edificarei a esta mesma fé que professa. Sobre esta declaração você fez: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, edificarei a minha Igreja. Porque tu és Pedro’. ‘Pedro’ é uma palavra derivada de ‘pedra’, e não vice-versa. ‘Pedro’ vem de ‘pedra’, assim como ‘cristão’ vem de ‘Cristo’. O Senhor Jesus, antes de sua paixão, como você sabe, escolheu os seus discípulos, a quem deu o nome de apóstolos. Entre eles, Pedro foi o único que representava toda a Igreja em quase toda parte. Portanto, assim como ele representou em sua pessoa para toda a Igreja, pode escutar estas palavras: ‘Eu te darei as chaves do reino dos céus’. Porque estas chaves foram recebidas não para apenas um homem, mas toda a Igreja. Daí a excelência da pessoa de Pedro, como ele representava a universalidade e unidade da Igreja, quando ele disse: "vos dou", tratando se de algo que foi dado a todos. Bem, para que saibais que a Igreja recebeu as chaves do reino dos céus, ouvi o que o Senhor disse em outro lugar a todos os seus apóstolos: ‘Recebei o Espírito Santo’. E então: a quem perdoardes os pecados serão perdoados, que os retiverdes lhes são retidos. Nesse sentido, o Senhor, depois de sua ressurreição, confiou a Pedro suas ovelhas para apascenta-las. Não que ele era o único dos discípulos que tinham o encargo de apascentar o rebanho do Senhor, é que Cristo, em virtude de se referir a um, significava a unidade da Igreja, e, se direcionado a Pedro em detrimento de outros, é porque Pedro é o primeiro entre os apóstolos. Não fique triste,apóstolo, responde uma vez, responde duas, responde três. Fez por três vezes a sua profissão de amor, já que três vezes o medo venceu a sua presunção. Três vezes deve ser desligado o que três vezes você tinha ligado. Desligado através do amor o que você tinha ligado através do medo. Apesar da sua fraqueza, pela primeira, segunda, e terceiro vez, o Senhor confiou suas ovelhas a Pedro” (Agustín de Hipona. Serm. 295; PL 38,1348-1352)




“Não se pode crer que você guarda a fé católica, se não ensina que se deve guardar a fé romana”. (Agustín de Hipona, Serm.120 n.13)




“...cum se videret et Romanae Ecclesiae, in qua semper apostolicae cathedrae viguit principatus..”


"...ele [Ceciliano] viu-se com a Igreja Romana, na qual sempre floreceu a primazia da cátedra apostólica..." ( Augustine, Ep 43,3,7)




Trechos extraídos da pesquisa dos Apologistas Católicos



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"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




"Quem ama a disciplina, ama o conhecimento" - Provérbios 12, 1

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