instagram
  • Home
  • Projetos Preceptora: Educação Católica
  • Cursos Educa-te
  • Login Educa-te

Salus in Caritate

Cultura Católica




São inúmeras as demandas da vida. Mas recebemos outras tantas demandas da vida on-line. Cursos, promoções de livros, lives, textos, vídeos, podcasts, aulões e inúmeras reflexões e viradas de chave. Bem, nem todo mundo gerencia bem tantas oportunidades. 

Eu me lembro que, quando criança, ia até a biblioteca, pedia no balcão os livros que tratassem de determinado assunto e ficava horas sentada pesquisando, copiando, tirando cópias de três ou quatro páginas. 

Hoje estamos aqui, 20 anos depois, com uma enxurrada de assuntos que não precisam de pesquisa, já que o smartphone "escuta" nossos interesses e realiza uma curadoria dos mesmos. 

Antes gastavamos tempo pesquisando e procurando, hoje gastamos tempo gerenciando tudo que nos chega. Gastamos tempo escolhendo... ou não. 

Acredito que alguns pontos podem contribuir para a sua gestão on-line, como contribui para a minha: 

- não atole a sua agenda de coisas,
- leia os livros não lidos da estante antes de adquirir outros, talvez um projeto de leitura com os livros que tenha na estante, 
- não se inscreva em vários cursos ao mesmo tempo, ao menos que saiba que pode fazê-los,
- separe um tempo para assitir as aulas dos cursos que se matriculou, 
- tenha uma lista dos materiais on-line que deseja adquirir e vá ordenando a compra e realização conforme a sua prioridade, 
- evite buscar materiais complexos se sabe que precisa de materiais mais simples ou com didática mais compatível com o seu tempo,
- observe qual o seu método de absorção mais rentável e durável: ler, ler enquanto escuta, ver. Lembre-se que gostar e ser durável são coisas diferentes, existe quem aprecia um conteúdo visual mas armazena melhor um conteúdo escutado ou lido. Depois de descobrir priorize esse tipo de conteúdo digital. 
-você pode priorizar os canais, podcast, sites e trabalhos que deseja acompanhar de perto, assim você não se torna passivo no uso da internet, mas ativo. Alguém que escolhe. Para isso, talvez ajude visitar esses lugares uma vez por semana de forma intencional e buscar fazer algo com o conteúdo apreciado: como escrever um texto citando-o, comentar com alguém, iniciar uma conversa sobre aquele tema. Enfim, os conteúdos digitais são feitos para enriquecer as interações humanas, unir pessoas, gerar boas conversas, uma interação útil e bela na internet e fora dela.
- faça um detox tecnológico com certa frequência: uma vez ao ano por 20 - 30 dias ou uma vez a cada 7 ou 15 dias, a depender da sua necessidade ou do estado mental e espiritual. Algumas coisa que podem ser um sinal de alerta: ficar muito tempo no celular, consumir coisas muito superficiais e aleatórias, perceber que está mais ansioso, que não consegue se concentrar para ler ou sente que a vida está muito lenta, que as coisas estão demorando ou o tempo está lento, o peito apertado, certa letargia... são sinais de que algo não está bem, então é melhor dar um tempo, se visitar e ordenar a vida. 

🌻







"Ao ver Natanael se aproximando, disse Jesus: “Aí está um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade”.

Dentre os apóstolos sempre tive grande apreço por São Natanael por conta desse elogio que o Senhor lhe fez. "Em quem não há falsidade". Em algumas versões lê-se "que não tem falsidade diante de Deus" ou "em quem não há fingimento". Seria o suficiente receber essa sentença ao ver o Senhor. 

É um elogio que trás um ensinamento muito importante. Antes de falar com o Senhor Natanael disse "e sai algo bom de Nazaré?". Parece uma ofensa não? Mas, na verdade, era o que Natanael realmente pensava, ele falava exatamente o que passava em seu interior. Eu sei, parece impulsividade, mas neste caso não é. É um argumentação muito sincera.

Talvez num tempo tão sensível seja difícil notar a sinceridade de Natanael com as suas próprias percepções. Tanto que ao falar com o Senhor, assim que constata que ele é o Senhor, logo o diz. Honestamente e claramente. Ele foi um dos primeiros discípulos dizer isso, baseando-se em muito pouco, comparado a tudo que estava prestes a ver. Ele viu que o Senhor o viu e bastou. 

A Virtude da Verdade é uma virtude anexa à Virtude da Justiça. Trata-se de mostrar, na fala e no comportamento, aquilo que realmente somos. São Natanael fazia isso diante de Deus e do próximo. Ele não faltava com a verdade. 

A falsidade gera uma fragmentação na alma, uma duplicidade entre o que somos e o nosso discurso oral ou comportamental. Às vezes, isso pode acontecer quando não nos apresentamos devidamente munidos de honestidade diante de Deus. 

São Natanael tem muito a nos ensinar com sua postura franca e honesta, principalmente, no nosso tempo. 

Não existem muitos relatos dele, exceto uma versão que talvez tenha evangelizado até a Índia e outra, guardada pela Tradição, que sofreu martírio por esfolamento onde hoje é a Província Russa do Daguestão junto ao Cáucaso. No entanto, não vemos grandes obras registradas, mas mesmo assim nos parece que toda a sua vida se tornou a sua única frase registrada: "Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel". 

O verdadeiro israelita reconheceu o seu Senhor e Deus. 


 


Nós cremos, errôneamente, que o mundo gira em torno de nós. Isso se deve ao fato de vermos a vida em primeira pessoa. Na nossa vida nós somos os protagonistas. No entanto, todas as outras pessoas possuem a mesma sensação. Resultado: passamos a achar que tudo se refere a nós, que somos o centro. Mas não somos. 

Acredito que está aí o motivo para o encorajamento da caridade, da empatia e da ampliação da visão de mundo que a educação fornece. 

Veja bem, se não somos incentivados a olhar uns para os outros, passamos a vida achando que tudo se refere a nós. O que chamamos de egoísmo. 

Acontece que o egoísmo é mais que uma conduta de "pensar somente em si", é também o fato de se esquecer do outro. Completamente. Pois, não há problema em pensar em si mesmo, desde que se lembre do outro. 

Quando nos lembramos do outro passamos não só a fazer ações de caridade e desenvolver uma conduta empática, passamos também a adotar uma visão ampla da realidade: "o mundo não sou eu", "as coisas nem sempre tem relação comigo", "nem tudo é uma ofensa pessoal". 

Você sabia que o desenvolvimento cerebral pleno ocorre de forma gradativa até os 20 anos? Pois é. Acontece de forma postero anterior (da parte de trás do cérebro para a parte da frente). Na parte anterior fica a região das interações sociais, decisões e etc, ela é a última a se desenvolver plenamente. Sempre que me lembro deste tópico penso que talvez esteja a demorar mais tempo para a maturação, por conta da forma e estímulos que estamos, ou não, recebendo no processo educacional até os 20 anos.  

Bem, voltando, a maturidade é justamente a capacidade relacional. Atualmente, é muito comum que as pessoas se ofendam simplesmente pela vivência ou prática do outro. E saem ousadamente em defesa de si mesmos, baseados em algo que nem mesmo foi um ataque, afinal se trata de outra pessoa, outra vida. 



 E aí encontramos um agente importante: o filósofo. Realmente, no Brasil, e ainda nos grupos entitulados de direta, conservadores ou seja lá a placa que você acredite ser a melhor nomeação, o filósofo é uma figura nova, no que se refere a ser conhecido e escutado; não necessariamente em existir. Veja bem, o filósofo, o pensador, o estudioso é como um terapeuta social, ou seja, o que é um terapeuta no âmbito privado o é o filósofo no âmbito social. Desta forma é papel de ambos ser o agente que mostra regiões obscuras, ilumina as sombras e resumidamente tem certo dever de ser "desagradável" para poder gerar a reflexão necessária, também é seu papel encorajar as melhores coisas que podemos fazer e pensar. No entanto, uma coisa é preciso: a pessoa precisa estar disposta. Bem, é aí que está a dificuldade do filósofo, o nosso "terapeuta social". 

Como as pessoas estão ensimesmadas e pessoalmente ofendidas, não conseguem estabelecer aquele estado necessário para ver o movimento do todo. Afinal o filósofo é aquele que diz "você está vendo que estamos todos fazendo isso?", "pra quê?", "por que?", "pra quem?". Essas questões sociais refletem o estado pessoal e é sempre um movimento incômodo, que salvo excessões, sempre é recebido como uma ofensa pessoal, pois, a pessoa está no "mundo eu eu".

No entanto, essa atitude nos coloca muito atrás dos revolucionários, que são versados em se auto analisar, eles falam constantemente sobre seus pontos e suas condutas. É comum um cenário mais reflexivo entre eles, não em todos, mas em muitos grupos o filósofo não é estranho e suas palavras, não são recebidas como ofensa pessoal, mas como convite à reflexão, a sair do "mundo do eu eu". Então, veja bem a nossa situação, tanto no âmbito pessoal como no social esta defasagem tem mostrado o seu estrago. 

Por isso, vivo a pensar e a dizer que embora seja bom a produção de materiais de alto valor filosófico e intelectual, de obras de renome e etc; precisamos, com urgência, colocar um olhar atento sobre a maturidade efetiva do estado interior de reflexão e isso se dá pela presença e escuta do filósofo católico que está atento a realidade, que fala do tempo e de suas mazelas, convidando a todos a verem não só a mazela, mas o caminho humano e espiritual de resposta (isso somado a uma vida interior, claro). Tal escuta deve ser isentada de qualquer floreio apaixonado, preferências pessoais, acalentamento emocional ou apreciação material de status.  

Sem esta devida maturação, sem esse real enfoque na atitude reflexiva, podemos entrar num ativismo vazio com ares religiosos ou num catolicismo sem a devida maturação emocional e humana . 









Virtudes

"É sempre nas profundezas que se ocultam as grandes coisas.

A virtude tomada em seu conjunto é uma vida; cada virtude é um de seus órgãos. Cada uma possui sem dúvida suas belezas próprias, mas também se reveste da beleza de suas irmãs, em função da unidade da vida e da lei das permutas. Algumas, no entanto, participam desta vida de uma maneira mais próxima, mais ampla, mais contínua e mais indispensável; a vida, a própria vida, se move em cada parte do conjunto, mesmo na mais ínfima, mas não se estende e não brilha em cada uma dessas partes de maneira igual. 






Orgulho

O orgulho não é mais que um desvio de duas tendências legítimas:

- o sentimento de superioridade, busca pela primazia, será porventura o orgulho uma recordação de nossa grandeza originária? Seu erro seria então não estar mais dentro de seu contexto. Rei caído por sua falta, e orgulhoso sob seus farrapos, "um Deus caído que se recorda dos céus", assim nos apareceria o homem em sua tendência ao orgulho.

- ou desordem e vício, ao invés de ser a marca da coroa perdida, não seria porventura o estigma da revolta vencida?


"Sereis como deuses". 

A tensão teria sido assim transmitida ao sangue para turvá-lo. 

A humildade é a virtude encarregada de se opor a esses desvios. Ela é, portanto, verdade e justiça. Ela é verdade, e, enquanto tal, traça a regra de direção. Ela é justiça, e , enquanto tal, inclina a agir em conformidade com essa regra.

...a verdade reside na inteligência, enquanto a justiça, reside na vontade. Mas, dado que estas faculdades agem uma sobre a outra, todo desenvolvimento na luz aumenta a força da inclinação, e todo desenvolvimento na inclinação conduz a melhor busca e a melhor apreender os motivos e as regras da humildade. 

[Devemos buscar] colocá-las em situação mais favorável, ora, a situação mais favorável da inteligência é a convicção e a situação mais favorável da vontade é a propensão. 

A verdadeira noção desta virtude decorre dos nossos dogmas fundamentais e sua prática completa depende da graça, ela é portanto eminentemente sobrenatural. É necessário, no entanto, conceder um papel bastante amplo às faculdades naturais na aquisição da virtude.

A humildade visa regular e conservar a ordem em relação à estima pessoal e ao desejo de louvor.

Daí se vê que, em geral, nos adultos, a virtude será caracterizada pelo esforço. As virtudes sobrenaturais, não são feitas para deixar inativas as forças naturais, ou para substituí-las; mas para elevá-las, completá-las e sustentá-las. Elas as elevam à ordem sobrenatural por meio de sua presença; elas as completam e sustentam pelas graças atuais que atraem. 





A importância da convicção:

1) não é tão fácil determinar, mesmo teoricamente, o que é orgulho e o que é dignidade pessoal! O cuidado com a própria reputação, o dever de conservar a própria posição ou de defender as próprias ideias justas autorizam um grande número de atos, os quais espíritos mal informados tomam facilmente por orgulho. Quanto orgulho, inversamente, podem autorizar delicadas reservas!

2) ... na prática o discernimento se torna ainda mais difícil. Com efeito, nada é tão sedutor quanto o vício: ele se dissimula, se transforma, cresce e se estende de maneira lenta; quando abriu seu espaço, dificilmente o sentimos, e, quando o entrevemos, nós o desculpamos.

3) O orgulho inspira pouco horror. Sua feiura e sua malícia nos impressionam menos que a feiura e a malícia dos outros vícios. Seus perigos nos parecem ainda menos temíveis porque, entre os cristãos, o orgulho raramente constitui por si mesmo um pecado mortal, e, enfim porque poucos dentre nós levam este defeito ao extremo. E, no entanto, sua perniciosa influência é tamanha que os santos o chamam o pai de todos os outros. 


Como adquirir a virtude

1) Atos e atos... os atos generosos, são eles que se estabelecem na praça forte e aí fazem reinar a humildade. 

2)... nós possuímos o recurso inesgotável dos atos, seja interiores, seja exteriores, aos quais comandamos. 

3) as demonstrações exteriores não devem ser negligenciadas (a atitude curvada de um suplicante, as vezes beijar a terra...)


Graças a todos esses meios longamente empregados, a inclinação não é mais um simples assentimento da inteligência à verdade, uma simples determinação da vontade à justiça: ela é esse assentimento e essa determinação convertidos em hábito, fixados no seio de nossas potências desenvolvidas e fortalecidas. Trata-se de força permanente que confere a facilidade, o movimento, e até mesmo o gosto; pois é da natureza de toda força impelir à ação e encontrar um certo desfrute em seu livre exercício. 


Influência geral

A humildade é verdade e justiça. A verdade ilumina toda a ordem intelectual e a justiça domina toda a ordem moral. 

A verdade conduz ao belo e a justiça ao bem. Ao afirmar o dever a justiça faz da verdade uma virtude moral. O dever se sintetiza na submissão universal, esta é a aceitação da leis de Deus e a fidelidade a todas as inspirações. Por ela Deus passa em nossos atos e os conduz para Ele, realizando, assim, toda a justiça. 

A humildade abre de maneira mais ampla o caminho em direção ao perfeito.


Por fim...

Às duas tendências que a humildade tem o encargo de regular e de conduzir (a estima por si e o desejo da glória)... apresentemos-lhes objetos mais nobres a alcançar, aprovações mais deliciosas a conquistar: este ímpeto sublime os afastará ainda mais de todo orgulho. Admirável educação a buscar! Todas as verdades religiosas, todos os sentimentos piedosos, todas as graças do alto emprestarão conjuntamente sua assistência a esta obra que coroará a humildade. Sendo mais bela esta virtude encantará o coração de Deus; sendo mais penetrante, conferirá ao nosso uma paz divina, e talvez até mesmo alegrias desconhecidas".¹





Admirável Educação


A humildade, a simplicidade, não é o mesmo que mediocridade. A humildade não é uma virtude contraria à magnanimidade (grandeza), que também é uma virtude. Infelizmente, na conjuntura brasileira, estas duas virtudes são colocados como rivais. Na educação religiosa frequentemente existe uma preocupação maior em sufocar um possível orgulho a encorajar boas práticas ou bons propósitos e projetos. Perdemos muito com uma educação religiosa não encorajadora. Pessoalmente, vi somente um encorajamento na minha vida de fé, foi de um padre americano, ele disse "beautiful, beautiful" ao ver uma das moças usando o véu na fila de comunhão e o padre ao lado nos recebeu com um sorriso. Foi a única vez que vi um encorajamento assim. Bem... e ao mesmo tempo todos estão interessadíssimos nos jovens e em receber a todos... sem encorajar ninguém...


"O encorajamento inspira as pessoas a usarem as suas capacidades, a lapidarem seus talentos e a usarem mais dos seus recursos físicos e mentais. Mas para tal é preciso acreditar que as pessoas podem fazer e ser mais. Acreditar que todos são repletos de talentos e graças.


Quanto não se perde por um professor que não acredita no potencial dos próprios alunos e lhes oferece uma abordagem baixa pois "afinal eles não vão entender", quanto não perde um padre que por não acreditar no potencial do povo (e na ação da Graça) faz uma homilia sem preparo, utiliza termos de programas matinais da TV e não utiliza nem mesmo 1% do que aprendeu em 7 ou 10 anos de seminário, pois "afinal, eles não vão entender".

Quanto não se perde com essa visão derrotada, desencorajadora e cômoda."²

Devidamente encorajados seremos capazes de cumprir a nossa verdadeira e radical missão (e dever) de louvar a Deus e viver a virtude da grandeza e da humildade características dos Filhos de Deus:

"Há uma pequena parcela de martírio na vida de cada pessoa que se compromete a seguir a Cristo; que procura, dia após dia, viver com fidelidade... muitas vezes, é mais fácil morrer por Cristo, do que viver por Ele.

O verdadeiro zelo, porém, não se limita às orações. São as nossas ações que evidenciam, com mais clareza, o nosso zelo. Há muita coisa que podemos fazer por Deus, se prezamos verdadeiramente os Seus interesses.

As tentações contra a Fé mais frequentemente fatais são as originadas por conflitos morais, mais do que por obstáculos de doutrina." ³



Referências:


1) BEAUDENOM, L. A Formação para a Humildade, 2023. 17-30 p. Disponível em: https://amzn.to/3YCaMzt.

2) LOVASIK, L. O poder oculto da amabilidade. Cultor de Livros, 2022. 256 p. Disponível em: https://amzn.to/44cbHb4.

3) TRESE, L. Dizer sim a Deus e não a mediocridade. Cultor de Livros, 2015. 140 p. Disponível em: https://amzn.to/3DYpzuY.



Quando o assunto é comportamento todo tipo de vertente surge. O comportamento humano é profundamente enraizado na história pessoal e nas percepções que a cultura permite vislumbrar. 

Comumente somos direcionados a acreditar que a moral deve se encaixar na cultura. Ou seja, a cultura se torna o padrão de referência e a moral precisa se encaixar no padrão, como uma massinha de modelar. No entanto, não é este o ensinamento cristão sobre a busca de uma conduta santa. A moral não é uma massinha de modelar, pelo contrário, está fortemente alicerçada no Evangelho. Assim a cultura deve ser purificada pela moral cristã e não a moral cristã moldada pela cultura. 

Muito bem, tal reflexão já oferece muitos pontos de análise para temas polêmicos no assunto modéstia. No entanto, um olhar atento precisa ser colocado sobre a temática apontada no título. 

Existe um grupo de mulheres e homens que, preocupados com o crescimento da influência islâmica, tem atribuído a vivência da modéstia entre as católicas à assimilação dessa influência.

De fato, a influência islâmica cresceu absurdamente. Na Europa, por exemplo, é fácil encontrar alas nas lojas de roupas entituladas como "modesty". Nas redes sociais também é possível acompanhar suas escolhas e conteúdos, além do número significativo de mulheres cristãs admiradoras da atmosfera islâmica. Também é possível encontrar uma ou outra moça que, por algum motivo, passaram a usar o véu o tempo todo à moda judaica tradicional ou mesmo à moda islâmica. 


No entanto, cabe avaliar se isso torna a vivência da modéstia nos meios cristãos uma imitação, como alegado. Vale notar, primeiramente, que essa preocupação tem um fundo mais político-social do que religioso. Em nenhum momento se fala da virtude e se o faz é na percepção da moral como massinha de modelar. 


O fato é que esse avanço moral dos atos islâmicos e sua influência nos meios seculares se deve única e exclusivamente à incompetência das cristãs em viver o Evangelho. Não existe outro motivo. E como a conduta moral cristã se tornou uma massinha de modelar e a maior parte dos cristãos se habituou à vivência mundana, fica mais fácil colocar a moça católica vestida como católica no mesmo lugar que a muçulmana. Não é difícil encontrar comentários com esse teor.


Nós nos tornamos um povo sem moral e sem costumes que em parte admira o costume de outros ou simplesmente tem por isso profunda aversão. Mas a verdade é que nós temos tradições, costumes e moral, todos, resultados do preço que pagou o Nosso Senhor e Deus, Jesus Cristo. 

Quanto às moças católicas que usam o véu todo o tempo, cabe uma orientação simples para que reflitam sobre o motivo de tomarem outras religiões como modelo de conduta. Talvez seja por não encontrarem nada belo e digno de imitação na cultura ocidental, na "catolicidade moderna". De fato, não nos resta muitas referências de comportamento verdadeiramente pio. No entanto, ainda é possível ver as pastorinhas de Fátima e os costumes europeus da vida campestre. Digo isso, para alertar dos perigos de flertar com costumes não transfigurados pelo Sangue de Cristo, pelo Evangelho e pela Devoção Mariana. 

Eu, pessoalmente, entendo o interesse pelos costumes orientais. Eu mesma tenho mais afinidade com a Igreja Católica do Oriente que do Ocidente, pois minha formação foi iniciada com os Padres do Deserto. Particularmente, nutro um apreço sincero pelos santos do oriente e pelos costumes salutares preservados nas Igrejas Católicas Orientais. E é esta a sugestão que deixo aqui para estas moças. Existem muitos costumes que se perderam, se perdeu também muita beleza e zelo com isso, mas não quer dizer que não tenhamos tudo que precisamos na arca da Tradição Católica. Nós realmente temos tudo bem aqui, na nossa casa. Claro que hoje é preciso mais esforço para encontrar, mas tenha calma, está tudo na arca da Tradição. É só pedir ajuda e Deus conduz com calma e paz à beleza da conduta católica zelosa e santa. 

Assim, resumidamente, realmente o caminho do meio de São Tomás não é o caminho do mais ou menos. O que nos faz tomar decisões convictas quanto a conduta que iremos seguir cotidianamente e ao mesmo tempo nos tornarmos mais católicos ao vivencia-la fielmente. 



A pacata vida cotidiana é um terreno muito fértil para vivenciar a virtude. Estava agora mesmo arrumando a casa e me veio a ideia deste texto, mais precisamente enquanto tirava o pó da cômoda do meu quarto. Pensei em compartilhar algumas coisas simples que me fazem enraizar profundamente na decisão comprometida em vivenciar esta virtude fortemente educadora do corpo, da alma e da mente. 

Pequenas atitudes importam:

- limpar a casa em silêncio e escutar o barulho das coisas, o barulho da vida.
- tentar falar sempre num mesmo tom,
- escolher palavras cordiais,
- ver imagens da Santíssima Virgem em suas diversas aparições (observar sua fala, modos e vestes),
- escutar músicas calmas,
- tenho uma imagem de Padre Pio e Santa Gemma na minha cômoda (a dele me recorda de seus conselhos sobre a modéstia e a dela me recorda de sua vida fortemente entrelaçada à modéstia),
- cultivar plantas e observar a sua beleza sem ostentação ou afetação,
- ler a vida das Santas com alguma frequência,
- todos os domingos leio uma das cartas de São Paulo ou São Pedro que orientam sobre a conduta da mulher piedosa,
- uso água benta todos os dias,
- penso que minha escolha concreta desagrava o Coração de Jesus e Maria, além de ser uma forma de abençoar as pessoas com esse amor. 







 




 "Os livros são uma sociedade deliciosa. Se você entra em uma sala e a encontra cheia de livros, mesmo sem tirá-los das prateleiras, eles parecem falar com você, para lhe dar as boas-vindas." (William Gladstone)


Eu me lembro da primeira vez que consegui manusear muitos livros. Foi quando entrei na Biblioteca Municipal de Piracicaba, quando ainda ocupava o prédio ao lado da Capela de São Benedito (lugar nomeado pelo Dom Moacyr Vitti como a Praça dos Quatro Poderes em Piracicaba), e fiz a minha carteirinha da Biblioteca. Então, depois do curso de computação, veja bem, ia até a biblioteca, passava a catraca de entrada e entrava na linda área à esquerda (à direita era o balcão para pesquisa, que eu já conhecia, a sala da esquerda era nova na minha vidinha de 12 anos). Eu não sei quanto tempo ficava ali, só me recordo de levar quatro ou cinco livros para casa. Detalhe, eu ia sozinha. O resultado foi ter lido os clássicos brasileiros e alguns outros antes do ensino médio. E não, eu não tinha ninguém me ajudando, somente o meu anjo da guarda. Foi também na biblioteca que encontrei o livro a "Bíblia no meu dia a dia" do Padre Jonas (ele não era tão famoso) e fiz meu primeiro programa de leitura bíblica. Estimulada por um livro da Biblioteca.


Meus pais não são leitores, são pessoas muito simples, mas que respeitam o que eu chamo "nobreza do livro". Eu tenho até hoje uma edição que meu pai achou do livro Dom Casmurro, todo estrupiado, o coitado do livro, mas está aqui comigo, são e salvo, já há 20 anos.


Acho que desde nova percebi que os livros são importantes e nobres professores. E acredito que gradativamente comecei a semear uma cultura dos livros na minha vida. Bem, eu sou a irmã e tia e amiga e filha espiritual que só dá livros de presente. Alguns livros que presenteei a minha irmã mais nova estão hoje com minhas sobrinhas. E minha casa acabou por refletir essa acolhedora cultura.


Comecei este texto falando sobre a Biblioteca, pois sei que alguns acreditam que quem lê muito é rico ou sempre ganhou livros de presente ou sempre foi incentivado em casa ou qualquer outra coisa. Como vê não é bem assim. A cultura do livro é algo que se constrói. Devagar, com releituras, doações, trocas de livros, visitas à sebos e um olhar atento às editoras que auxiliam esta cultura.


Minhas sobrinhas ficam impressionadas porque em minha casa não tenho TV, quando elas chegam colocam o rostinho na estante e pegam um dos livros de contos, que elas já sabem que são delas. Quando vão embora já podem sair com um ou outro livro. Fico feliz quando alguém me visita e se sente mais encorajado a ler, a fugir da agitação e acumulo de informação lá fora. Para mim é um elogio enorme ver minhas sobrinhas dizendo que: "a casa da minha tia é uma biblioteca". Não é, mas fico feliz que elas sintam o que eu sentia ao entrar na Biblioteca Municipal da minha cidade: certo maravilhamento.


Ler exige disciplina, o ambiente doméstico cheio de livros é um aconchegante convite à leitura e nos ajuda a fugir da cultura do entretenimento chamativo. Um ambiente que cria espaço para leitura e conversas tranquilas, risadas genuínas e tranquilidade. Não é preciso muito: bons livros, chá ou café e um sofá. Pronto.


Antes das redes sociais eu mergulhava num livro, sinceramente, não me lembro de algo que gostasse mais, minhas memórias da infância, adolescência e férias da faculdade estão cheias de memórias de coisas que eu li. A cultura do livro me ajuda a não me esquecer do quanto isso foi edificante e fundamental para mim. Muito do que eu sou são os livros que eu li, muitas respostas de Deus chegaram até mim por um livro e muitos projetos que realizei começaram com um livro que deu fruto cinco, dez anos depois.


Se você percebe que gostaria de criar esta cultura em sua vida e casa, eu quero lhe encorajar. Primeiro reze a Deus por isto, é bem verdade o que conta os antigos judeus, sempre reze apresentando a sua dúvida e a resposta virá. Acredite, é verdade, e isso não é diferente para as leituras e estudos. Depois, seja um rato de sebos e boas editoras. Tenha certeza que você colherá ótimas coisas. Acredite na Providência e na Bondade do Senhor.


Talvez eu já tenha contado essa história, mas relembrar é viver. Em 2020 eu estava fazendo o Plano de Leitura Bíblica com comentário dos Doutores da Igreja, aqui neste site. Quando cheguei ao Antigo Testamento começou a dificuldade em encontrar bons autores e textos válidos. Fiz o que falei anteriormente. Depois de um tempo, achei na sacristia de um Igreja um saco preto cheio de edições de Bíblias comentadas, duas coleções inteiras, mais a coleção História dos Hebreus, também inteira. Os livros seriam enviados para alguma forma de descarte. Como também já aconteceu de encontrar no sebo um livro que eu só fui usar anos depois, num estudo ... havia comprado por pura intuição.


Então, se você quer fazer parte dos semeadores da cultura do livro, sugiro fortemente que se permita ser um pouco doido. Visite sebos sem intenção certa, peça para ver a biblioteca dos amigos, valorize livros antigos e gastos, fale sobre livros sem medo e presentei com livros sem acanhamento. Você verá como essa assembleia de amigos é respeitosa e grata com seus cultivadores.


















O Padre João Mohana escreveu o livro "A vida afetiva dos que não se casam". O livro foi publicado em 1998 e participou da série Educação para o Amor. 


O escrito pode ser dividido em duas partes. A primeira versa sobre a necessidade da abordagem do assunto. Como esperado, o autor espelha certa aversão ao que ele chama de "racionalização", tal aversão é característica da formação sacerdotal dos padres dessa época, o que pode ocasionar certa antipatia diante de olhares mais atentos, afinal o próprio autor era padre e médico, ou seja, ele próprio se dedicou aos estudos por pelo menos sete anos em cada área, além de ser chamado de erudito em várias edições. Portanto, essas falas sobre a erudição se tornam um tanto deslocadas (com umas doses de sarcasmo e certo deboche). A segunda parte toma ares mais sacerdotais, o autor passa a oferecer formas práticas para o exercício da afetividade do celibato. O que realmente torna o livro interessante. 


O autor parece se preocupar com homens e mulheres celibatários, mas parece se atentar um pouco mais à atual dinâmica de relacionamento clerical, o que é de fato uma abordagem interessante. Ele afirma que os seminaristas são instruídos a não ter amizades no seminário, por conta das circunstâncias relacionados ao homossexualismo, isso gera uma certa ação defensiva dos jovens que para se protegerem acabam por abraçar uma atitude de isolamento (já que mulheres e crianças, também não são escolha para amizades, pois o padre pode ser acusado de ter um caso ou de ser pedófilo). Assim, não fazem amigos quando jovens e acabam por não ter amigos na velhice, o que interfere na saúde emocional desse padre que irá se aposentar um dia. O Padre Mohana afirma que deveria ser incentivado as amizades por gosto e afinidade, no lugar dos encontros clericais forçados (na época eram feitos por sorteio, para impedir as amizades particulares, ou seja, amigos preferidos) entre pessoas que não tinham nada em comum. De modo geral, o autor salienta o problema que até hoje está sem uma resolução prática: os padres são pessoas e possuem uma dificuldade grande em manter a autoridade e serem acessíveis. Na prática o padre acaba escolhendo um dos pratos para equilibrar e o resultado é o padre que mantem a autoridade mas é um tanto inacessível e o outro que é acessível mas o povo acaba se esquecendo que ele é um padre (o autor tende a este grupo). São poucos os padres que conseguem um equilíbrio. Portanto, o livro trata em alguns momentos, desta tensão em que vivem os homens escolhidos para ficarem entre o Céu e a Terra. Após certa reflexão o autor chega a dizer que não ter amigos é um "suicídio vocacional", embora seja compreensível o prisma adotado, parece ser um pouco exagerado, já que o cerne da vocação está em Deus e não nas pessoas. Talvez seja resultado do atual modo sacerdotal que possui uma estreita ligação com a reação do povo, tendo como contribuição até mesmo a postura do padre na Santa Missa, em que ele é capaz de ver a reação de todas as pessoas... é uma situação que exige toda a energia para não agir, seguindo a parte humana, e tentar agradar tantos olhares ou se tornar dependente deles para viver a vocação. No entanto, o autor parece tomar um rumo diferente na segunda parte, um rumo melhor. 


Durante a escrita o autor oferece algumas atitudes praticas, mas não oferece nenhuma resposta aos problemas que aponta, traça somente algumas diretrizes pessoais, talvez por saber que o problema não será resolvido de outra forma.


ATENÇÃO: em um trecho do livro pode parecer (não sabemos se assim é) que o autor aprova a terapia chamada Constelação Familiar, no entanto, alertamos que segundo às orientações de bons padres e terapeutas tal terapia não é indicada para católicos, não sendo seu uso endossado por este apostolado, que inclusive, o desencoraja fortemente, devido aos caminhos que a técnica tomou. 


Alguns trechos do livro:


"A capacidade de amar, é natural no ser humano."


"Aceitar que o coração e cérebro devem viver afinados no mesmo eu".


"Uma situação como a de quem consagrou o sexo pode ser saudável. Não gerará angustia nenhuma. Ao contrário, não gerará desprazer, se estiver impregnada de um profundo significado existencial, que enriqueça a vida da pessoa, em lugar de empobrecê-la. Isso ocorre quando a opção por uma vida celibatária é encarada não como uma limitação para vivência de relacionamento sexual e para procriação, mas como uma forma de realização de valores mais profundos, que Frankl denomina "valores de atitude". 

Há três espécies de valores:

1- Valores de criação: Mozart, quando compunha uma sonata, gerava um valor de criação.

2- Valores de vivência e experiência: decorrem da experiência que a pessoa vive. Por exemplo: um emprego, uma viagem...

3- Valores de atitude: surgem da atitude que alguém adote diante de uma limitação na vida pessoal."


"Assim é possível que a vida se torne plena somente com os valores de atitude."


"A teoria frankliana nos leva a concluir que a sexualidade pode ser assumida e recanalizada de modo que oriente a energia dela à realização de um objetivo existencial altamente significativo para a pessoa."


"Não deixe de notar que o celibato autenticamente evangélico não consiste numa situação imposta e vazia de sentido, mas sim numa opção consciente e livre e repleta de significado existencial."


"Portanto, esses quatro fatores devem ser encontrados nos autênticos celibatários consagrados:

1- identidade: sou escolhido de Deus,

2- intimidade: sou um companheiro que mantém vinculo fraterno,

3- geratividade: gero vida no povo de Deus, tenho uma paternidade ou uma maternidade espiritual,

4- sentido ou significado: tenho uma missão existencial e minha missão é vasta precisamente por causa de meu celibato (valor de atitude)."



"Precisamente devido à porno-indústria, a consagração da libido por amor ao Reino de Deus assume, nesses dias supererotizados, uma urgência clamante."


"Segundo essa visão evangélica do consagrado, da consagrada, não é, pois, a castidade como voto, nem os outros votos, que criam a vida religiosa, o "estado" de consagrado. Não. É o Reino de Deus, é o próprio Evangelho proclamativo desse Reino. É Jesus Cristo."


"Se fosse o celibato que criasse a vida consagrada, o celibato passaria a ser um fim em si... a essência da consagração celibatária não é o celibato em si, mas o amor ao Reino de Deus como razão e sentido desse celibato. Como ideal que enche o coração... se a consagração radical da libido e da afetividade fosse um fim em si, não teria dimensão escatológica"


"Não existe solidão séria, demorada, nociva, para quem consagrou a libido e a afetividade, fazendo de sua consagração um relacionamento bilateral, diariamente motivado no convívio íntimo com Aquele que nos escolheu."


"Três tipos de atividades contribuem para que nosso coração se torne bosque em vez de deserto:

- Atividades espirituais: espiritualidade (vias de santidade), ideal vocacional (sempre alimentado por leituras de formação), competência especializada (estudo e prática).

- Atividades psicológicas: higiene mental (cultivo de pensamentos positivos), higiene emocional (cultivo de sentimentos construtivos), abertura discernida para com as artes e artesanato (música tranquila, poesia mística, pintura religiosa, etc).

- Atividades Físicas: esporte, horticultura (jardinagem com finalidade litúrgica ou para o beneficio da comunidade, oração enquanto cultiva)"


"Como nossa afetividade não paira solta no ar, é um dinamismo enraizado em todos os níveis da vida humana, dá para perceber porque, ignorando nossa natureza assumida pelo Verbo Encarnado, não podemos segui-lo nem imitá-lo como Verbo Consagrado. "


"Encarar toda e qualquer oração como um encontro com Jesus, não devemos dizer: "vou agora à capela" Não. Digamos: "Vou agora me encontrar encontrar com Jesus".

Não devemos dizer: "Vou agora rezar Vésperas". Não. "Vou agora encontrar com Jesus"... Este recurso não salva apenas a nossa oração. Salva o nosso coração". 


"Ser sentimental, portanto, é diferente de possuir sentimentos... vejamos como se sabe que um consagrado é sentimental:

- está sempre inconscientemente esperando retribuição afetiva,

- nada faz desinteressadamente,

- é muito suscetível,

- desculpa as mágoas com dificuldade,

- não gosta de razões para agir, prefere motivos do coração;

- abomina princípios éticos ou espirituais, pauta-se por circunstâncias;

- adora apelativos carinhosos;

- com muita facilidade trata os outros "amigo", "colega", "querido", enfatizando o lado sentimental da relação;

- vive praticamente para aqueles de quem gosta;

- resvala fácil na dependência"


O autor finaliza orientando a prática da leitura meditada da vida dos santos, a direção espiritual, pois, "sem acompanhamento, dificilmente, ou muito mais lentamente, a afetividade se integra na personalidade, do padre, freira ou qualquer um que não tenha se casado" e o cultivo da arte de presentear.


Encontre o livro aqui.


Sugestão de leitura complementar:

O poder oculto da amabilidade: aqui

Em busca de sentido: aqui

Podres de mimados: aqui

 























O livro é um best seller. Trata-se de um professor de Harvard que avaliou o desempenho dos alunos da universidade, suas metas e anseios. As afirmações do livro trazem algumas lembranças a quem tem uma formação católica. 

A leitura é tranquila, no entanto, não muito inovadora caso você já tenha alguma bagagem. O ponto central é a ênfase do autor no que eu chamo "estado interior" do estudante (as emoções e os pensamentos). Acredito ser este o principal problema da atual "intelectualidade católica". O estado interior está desajustado, afastado da meditação e contemplação, além de um foco acentuado nos problemas e não nas soluções. Como já ensina o padre Sertillager: 

“Querem compor uma obra intelectual? Comecem por criar em seu interior uma zona de silêncio, um hábito de recolhimento, uma vontade de desapego e despojamento, que os deixem disponíveis para a obra... sem esta disposição das faculdades mentais não farão nada ou nada que valha”



Deixo a seguir alguns trechos do livro: 


"ESCAPE DO CULTO DA MÉDIA

Se nos limitarmos a estudar a média, permaneceremos meramente medianos.


FOCADO DEMAIS NO NEGATIVO

Você pode passar a vida inteira estudando a gravidade sem aprender a voar. 

O padrão de manter foco no negativo permeia não apenas nossas pesquisas e instituições de ensino como também a nossa sociedade.

A questão é que, como veremos ao longo deste livro, o objeto ao qual dedicamos nosso tempo e focamos nossa energia mental pode de fato se transformar na nossa realidade.


MORRER DE FOME EM HARVARD

Mentes brilhantes algumas vezes fazem as coisas menos inteligentes possíveis. Diante do estresse, em vez de investir no maior fator preditor de sucesso e felicidade– sua rede social de apoio–, esses estudantes se privavam dele. Incontáveis estudos revelaram que os relacionamentos sociais constituem a melhor garantia de maior bem- estar e menos estresse, atuando tanto como antídoto para a depressão quanto como um impulsionador do alto desempenho.


A DEFINIÇÃO DA FELICIDADE

...as dez emoções positivas mais comuns: “alegria, gratidão, serenidade, interesse, esperança, orgulho, divertimento, inspiração, maravilhamento e amor”.


O BENEFÍCIO DA FELICIDADE NO TRABALHO

Um dos estudos longitudinais mais famosos sobre a felicidade tem uma origem bastante improvável: os antigos diários de freiras católicas. 180 freiras da School Sisters of Notre Dame, todas nascidas antes de 1917, foram solicitadas a anotar seus pensamentos em diários autobiográficos. Mais de cinco décadas depois, um grupo de pesquisadores sagazes decidiu codificar o conteúdo emocional positivo dos diários. Será que o nível de positividade dessas freiras aos 20 anos de idade poderia prever como seria o resto da vida delas? A análise constatou que sim. As freiras cujos diários apresentavam um conteúdo mais abertamente alegre viveram aproximadamente dez anos a mais que as freiras cujos diários eram mais negativos ou neutros. Aos 85 anos, 90% do quartil mais feliz de freiras ainda estava vivo, em comparação com apenas 34% do quartil menos feliz. As freiras que eram mais felizes aos 20 anos claramente não se sentiam assim porque sabiam que viveriam mais; a saúde melhor e maior longevidade só poderiam ser o resultado de sua felicidade, e não a causa.


MUDE O PONTO DE APOIO E A ALAVANCA DAS PESSOAS À SUA VOLTA

Procurar constantemente o negativo no mundo implica um custo muito alto. Esse hábito desgasta a nossa criatividade, eleva nossos níveis de estresse e reduz nossa motivação e nossa capacidade de atingir metas.


APLIQUE O EFEITO TETRIS EM CASA 

“as faculdades de direito ensinam os estudantes a procurar defeitos na argumentação e os treinam a serem críticos e não tolerantes”.

William James, “a minha experiência é o que concordo em dar atenção”.


SEU CÉREBRO COM UM FILTRO DE SPAM

Nós tendemos a não perceber o que não estamos procurando.


ENCONTRE AS OPORTUNIDADES NA ADVERSIDADE

Não é simplesmente enfrentar as adversidades, mas encontrar as oportunidades que se escondem atrás delas.


JUNTE TUDO

Como disse Aristóteles, para sermos excelentes, não podemos simplesmente pensar com excelência ou nos sentir excelentes, precisamos agir com excelência."


No geral, o livro conclui que a qualidade das emoções e pensamentos influência o trabalho e a permanência no mesmo. Assim como as relações com as pessoas influênciam a qualidade de estudo. As pessoas também são livros, é possível aprender muito numa pequena observação ou conversa, criando assim uma rede de apoio psíquico e uma rede de aprendizado da realidade. 

Encontre o livro aqui. 

Outras indicações: 

- O poder oculto da Amabilidade (aqui)
- A vida intelectual (aqui)




Maria Luiza Chaveut escreveu o livro " A Virgem Cristã em família e no mundo". Não sabemos nada sobre ela, só se sabe que escreveu um livro sobre o Celibato leigo, fora de uma comunidade, em 1927. Bem antes da variedade de lugares de consagração que hoje temos. 

É um dos meus livros favoritos sobre o assunto. A autora é sempre muito clara, gentil e firme na medida certa, uma professora de celibatárias. Sinto-me muito feliz ao ler seu escrito e tenho esperança que seja novamente publicado. Uma alma que escreveu o que vivia. Também acredito ser um bom manual para qualquer celibatária, mas principalmente, as que vivem fora de uma comunidade consagrada. 

O livro espanta por sua riqueza de detalhes e orientações práticas, que fazem notar a participação de um bom padre na vida diária da autora somada à sua determinação. Também espanta o fato de em 1927 o Celibato leigo fora de uma comunidade religiosa ser mais conhecido e orientado do que em 2023, inclusive por padres. O que me faz indicar este livro a todos os padres, pelo bem das almas.

A autora tem uma personalidade ímpar que não carece de nenhuma pontuação, ela pode falar por si mesma, mesmo estando há 80 anos de nós (e Deus o queira, agora no Céu), portanto deixo a seguir os melhores trechos de seu livro, segundo o meu olhar, é claro:

"A santidade da vida não consiste somente na isenção do pecado, mas também na prática das virtudes."

"Ele vos amará com um amor sem fim, com um amor sempre antigo e sempre novo, que nenhum século viu nascer e nenhum verá desaparecer."

"Certamente, mas em tudo isto há pouco mérito de nossa parte: Deus é quem opera e não nós. Pelo contrário, orar quando o espírito rebelde se perde no meio de mil distrações ; ocupar-se das obras de caridade, visita aos pobres, falando de Deus; exortar, instruir, quando se sente repugnância por tudo e quando o coração está mais frio do que o mármore: eis em que consiste o heroismo do amor, eis o que é mais sublime do que sorrir apertando na mão um feixe de espinhos. Um mês passado nestes embates e nestas penas dá mais mérito a uma alma..."

"Passos de prudência; evitae a menor liberdade em vossos sentidos; empregae-vos em ocupações sérias"

"A Virgem que vive no mundo tem uma missão a cumprir : deve exercer o apostolado do bom exemplo."

"Ela é a cidade edificada sobre a montanha, é a luz colocada no candelabro para alumiar a todos da casa. Assim sua humildade deve consistir não tanto em se ocultar e em viver ignorada, desconhecida de todos, mas em se considerar nas mãos de Deus, é como um instrumento para fazer o bem no meio da sociedade, fazendo reverter fielmente para Ele toda a glória que resultar do bem que ela praticar. Sem isso, detida por uma falsa humildade, ela não ousará empreender grandes coisas para a glória de Deus, nem comunicar o seu fervor aos que a cercam. Cairá nos escrúpulos de humildade que a encherão de temores, privando-a da liberdade de espírito e da coragem de praticar as obras de caridade."

"Quando Deus vos chamar para as obras humildes e modestas, procurae faze-las em silêncio, sentindo-vos feliz em poderdes esconder vossa vida em Deus com Jesus Cristo. Quando Deus vos chamar para as obras que vos expõem aos olhares dos homens, fazei-as com toda a simplicidade, para a glória de Deus, que exije de vós esse sacrificio, e para edificação do próximo, que é testemunha delas."

"A caridade interior consiste numa disposição de indulgência, de afeição, de bondade, nas relações para com o próximo seja qual fôr, que nos leva a desejar-lhe o bem, a desculpar seus defeitos..."

"Costuma-se dizer : visita por visita, gentileza por gentileza, atenção por atenção, cumprimento por cumprimento."

"Virgem cristã, não desdenheis de vos fazer a amiga intima, a companheira cotidiana da .. . vossa vassoura."

"Vossa piedade não deve ser restrita, pouco inteligente, mas uma piedade liberal, esclarecida, uma piedade de horizonte largo. Há pessoas que julgam poder ocultar a ignorância debaixo do véu da piedade. Mas esta santa ignorância não serve senão para si própria; pode edificar a igreja, mas não pode defendei-la."

"Sêde engenhosa em regularizar vossas ocupações, de modo que possaes empregar, cada dia, algum tempo na leitura e no estudo. Aprende não o que é vão, o que passa, mas aquilo que perdura, e que se encontra na eternidade."


"No dia de vosso aniversário podeis vir com toda a confiança receber seus carinhos. Os esposos da terra não deixam nessa ocasião de oferecer às esposas qualquer lembrança delicada; vinde a Jesus Sacramentado e pedi-lhe, como lembrança, qualquer dom precioso, de graça ou de virtude. Ele, que é o melhor dos Esposos, sentir-se-á feliz em testemunhar-vos seu amor, realizando vosso piedoso desejo."

"Oh! si como ele compreendesseis quantas glórias podeis dar a Deus e quantas graças podeis merecer para os vivos, para os mortos, para toda a igreja e particularmente para vós mesma, por meio de uma só missa assistida com fervor! Como não seríeis assídua aos pés do altar onde se oferece o adorável sacrifício."

"A missa é uma mina de inesgotáveis riquezas. Se fosseis fiel em ouvi-la devotamente, quantos pecadores, poderieis converter, quantos moribundos salvarieis e para quantas almas do purgatório não sereis a feliz libertadora! Não deixeis perderem-se estes tesouros tão preciosos."

"Vós que correis ainda mais perigo do que a lrmãs de Caridade, tendes necessidade de mais força e de mais virtude. Que vossa principal virtude esteja em comungar bem e com frequência. Quem sustentará vossa coragem, quem vos consolará nas tristezas do exílio, quem vos aperfeiçoará no amor divino, quem vos fortalecerá no meio das lutas da vida senão Jesus Sacramentado?"

"A Virgindade é semelhante a uma planta que se divide em três ramos, em cada um dos quaes deve desabrochar um lírio. O primeiro ramo é a virgindade do espírito, que se manifesta na pureza da intenção e no desejo de agradar a Jesus Cristo. O segundo é a virgindade do coração, que se manifesta pelas orações, jaculatórias e nos enlevos piedosos da alma para o seu Bem-Amado. O terceiro é a virgindade do corpo que se manifesta pelo sacrificio e pela mortificação."


A autora inicia pontuando de forma certeira questões práticas como comportamento e vestimenta, amigos e conversas e termina o livro dispondo um itinerário de intenções para a oração em cada dia da semana e outro para as festas litúrgicas, contribuições práticas muito edificantes.

⭐⭐⭐⭐⭐





Newer Posts
Older Posts

Visitas do mês

"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




"Quem ama a disciplina, ama o conhecimento" - Provérbios 12, 1

Abas Úteis

  • Sobre Ana Paula Barros, Portifólio Criativo Salus e Contato Salus
  • Projetos Preceptora: Educação Católica
  • Educa-te: Paideia Cristã
  • Revista Salutaris
  • Salus in Caritate na Amazon
  • Comunidade Salutares: WhatsApp e Telegram Salus in Caritate
"A língua dos sábios cura" - Provérbios 12, 18

Arquivo da década

  • ►  2025 (15)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (4)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (6)
  • ►  2024 (48)
    • ►  dezembro (16)
    • ►  novembro (4)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (1)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (4)
  • ▼  2023 (64)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (7)
    • ►  setembro (5)
    • ▼  agosto (10)
      • Coisas que eu faço para gerenciar bem a vida on-line
      • Em quem não há falsidade
      • Crônicas: A época em que tudo ofende
      • A Virtude da Simplicidade| Virtude do Mês de Agosto
      • A Modéstia Cristã poderia ser uma imitação das muç...
      • Atitudes cotidianas que me ajudam a viver a Virtud...
      • Crônicas: Criando uma cultura dos livros
      • A vida afetiva dos que não se casam
      • O jeito Havard de ser feliz
      • A Celibatária Cristã em família e no mundo
    • ►  julho (7)
    • ►  junho (8)
    • ►  maio (5)
    • ►  abril (3)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (6)
  • ►  2022 (47)
    • ►  dezembro (4)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (8)
    • ►  setembro (14)
    • ►  agosto (1)
    • ►  junho (2)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2021 (123)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (16)
    • ►  setembro (7)
    • ►  agosto (12)
    • ►  julho (7)
    • ►  junho (7)
    • ►  maio (10)
    • ►  abril (11)
    • ►  março (8)
    • ►  fevereiro (13)
    • ►  janeiro (25)
  • ►  2020 (77)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (7)
    • ►  outubro (8)
    • ►  setembro (7)
    • ►  agosto (8)
    • ►  julho (9)
    • ►  junho (10)
    • ►  maio (7)
    • ►  abril (6)
    • ►  março (8)
    • ►  janeiro (5)
  • ►  2019 (80)
    • ►  dezembro (43)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (4)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (5)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (10)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2018 (21)
    • ►  dezembro (3)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (6)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (1)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2017 (18)
    • ►  dezembro (4)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (3)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2016 (13)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (2)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  fevereiro (2)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2015 (1)
    • ►  dezembro (1)

Temas Tratados

  • A Mulher Católica (77)
  • Arte & Literatura (43)
  • Biblioteca Digital Salus in Caritate (21)
  • Cartas & Crônicas & Reflexões & Poemas (59)
  • Celibato Leigo (6)
  • Cronogramas & Calendários & Planos (10)
  • Cultura & Cinema & Teatro (7)
  • Devoção e Piedade (117)
  • Devoção: Uma Virtude para cada Mês (11)
  • Educação e Filosofia (76)
  • Estudiosidade (23)
  • Livraria Digital Salus (3)
  • Plano de Estudo A Tradição Católica (1)
  • Plano de Leitura Bíblica com os Doutores da Igreja (56)
  • Podcasts (1)
  • Total Consagração a Jesus por Maria (21)

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *


Popular

  • O que toda mulher católica deve saber sobre o Piedoso uso do Véu na Santa Missa
    O que toda mulher católica deve saber sobre o Piedoso uso do Véu na Santa Missa
  • Como montar o seu Altar Doméstico
    Como montar o seu Altar Doméstico
  • Acervo Digital Salus: Plano de Leitura Bíblica 2025 (Calendário Inteligente Antigo e Novo Testamento) + Comentários dos Doutores da Igreja
    Acervo Digital Salus: Plano de Leitura Bíblica 2025 (Calendário Inteligente Antigo e Novo Testamento) + Comentários dos Doutores da Igreja
  • Recém convertido ao Catolicismo: por onde começar
    Recém convertido ao Catolicismo: por onde começar
  • Resumão: Macabeus (I e II)
    Resumão: Macabeus (I e II)
  • Sedes Sapientiae: Cronogramas para a Total Consagração à Santíssima Virgem Maria 2025
    Sedes Sapientiae: Cronogramas para a Total Consagração à Santíssima Virgem Maria 2025
  • Ancorados no Senhor
    Ancorados no Senhor
  • Resumão: Livro de Ageu
    Resumão: Livro de Ageu
Ana Paula Barros| Salus in Caritate. Tecnologia do Blogger.

Ana Paula Barros SalusinCaritate | Distribuido por Projetos Culturais Católicos Salus in Caritate