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Salus in Caritate

Cultura Católica





Introdução

Este artigo foi produzido pela terapeuta Camila Lorenzetti. Há algum tempo tenho a intenção de  disponibilizar um estudo sobre esta Santa Doutora, acredito que sua vida e trabalho, são uma resposta a uma série de questionamentos da nossa perturbadora situação moderna. Conservando uma firme convicção de que na arca da Santa Tradição Católica podemos encontrar todas as respostas e os cuidados do Senhor para conosco (Ele que antecipa em sua Providência tudo que precisamos), apresento-lhes este artigo. Deus se desdobra em cuidados. 


Santa Hildegarda

Santa, Doutora da Igreja, Mística, Teóloga, Médica, Artista e Musicista.




“Em Santa Hildegarda de Bingen revela-se uma extraordinária harmonia entre a doutrina e a vida quotidiana. Nela a busca da vontade de Deus na imitação de Cristo expressa-se como uma prática constante das virtudes, que ela exerce com suma generosidade e que alimenta nas raízes bíblicas, litúrgicas e patrísticas à luz da Regra de São Bento: resplandece nela de modo particular a prática perseverante da obediência, da simplicidade, da caridade e da hospitalidade.” – Papa Bento XVI, 7 de Outubro de 2012.



Assim abrimos este artigo a respeito de Santa Hildegarda de Bingen, Santa Canonizada oficialmente¹ em 10 de maio de 2012, declarada Doutora da Igreja em 7 de outubro do mesmo ano, ambas ocasiões pelo Papa Bento XVI; para amparar no íntimo da Santa Igreja sua biografia, sua medicina, sua doutrina e sua mística.


Nasce uma menina predestinada 


Nascia no verão de 1089, no castelo de Böckekheim em Bermersheim, perto de Alzey (cidade na Renânia – Alemanha), uma encantadora menina, filha de pais de linhagem nobre e ricos proprietários de terras. Era décima filha concedida ao casal Hildebert e Matilde a quem batizaram com o nome de Hildegarda. Apesar de frágil saúde já manifestava sua aguda inteligência e inclinação para vida religiosa desde muito criança. Ela descreve “quando tinha três anos de idade foi-me dado ver uma luz tão extraordinária que a minha alma ficou abalada, mas, como era ainda muito pequena, não falei sobre isso a ninguém”. Deu sinais de sua vocação profética muito cedo com coisas cotidianas como descrever, e acertar, as manchas de um bezerro antes dele nascer.


Em 1106, com oito anos de idade seus pais a levaram a abadia beneditina de Disibodenberg, Hildegarda foi a oferta de gratidão a Deus por tantas bênçãos concedidas a eles. Lá foi aceita como oblata e colocada sob os cuidados de uma virtuosa condessa que abandonara a vida nobre para dedicar-se a vida espiritual, desta mulher que era abadessa, Jutta de Sponheim, recebeu educação monástica e piedosa. Em 1115, com 18 anos de idade, Hildegarda emitiu a profissão religiosa.


Em 1141 ela recebe de Deus a ordem de escrever seu primeiro livro SCIVIAS (Conhece os Caminhos do
Senhor). Ela relata como Deus lhe ordenou: “Escreve o que vês e ouves! Revela as maravilhas que te foram dadas a conhecer! Escreve-as e fala delas”. Em sua humildade ela não obedeceu imediatamente, pois também desconfiava de si. Deus permitiu que caísse doente, de cama, paralisada, e só retomou a saúde quando começou a escrever. Reconheceu neste fato uma advertência.

Depois de receber um conselho de São Bernardo de Claraval, contemporâneo de seu tempo, grande nome da Igreja que, na época já era conselheiro do Papa; ela decidiu começar a ditar a obra Scivias. Em 1147/48 o Papa Eugênio III reconhece, no sínodo de Tréveris, o dom da visão de Hildegarda, depois de ter examinado seus escritos. Ele abre o sínodo com trechos do livro Scivias.


No silêncio da clausura germina o fruto da providência


As comunicações sobrenaturais de que era objeto, iniciadas na primeira infância continuaram ao longo de toda a sua vida. Era um estado quase permanente, ela esclarece que não apresentava características de êxtase, pois seus sentidos mantinham-se despertos. “Estas coisas não as vejo com os olhos do corpo, nem as ouço com meus ouvidos; vejo-as unicamente com os olhos da alma.”

Essas visões deram a Hildegarda um discernimento profundo da criação, ação do bem e do mal, da graça e do pecado, da realização da vontade de Deus a que o homem é chamado e a facilidade que este tem em desprezar os desígnios divinos. Os ensinamentos de Santa Hildegarda possuem em nossos dias uma atualidade igual ou maior do que quando ela viveu, há mais de 800 anos. Isso é fruto do dom profético que Deus lhe deu!

Deus se faz conhecer através de uma alma cheia de ciência divina


“Deus, que fez todas as coisas por um ato de sua vontade e as criou para tornar conhecido e honrado o seu nome, não se contenta em mostrar através do mundo apenas o que é visível e temporal, mas manifesta nele aquelas realidades que são invisíveis e eternas. Isto é o que me foi revelado”.

A linguagem de Hildegarda, caracterizada por um estilo original e eficaz, recorre a expressões poéticas de grande carga simbólica, com fulgurantes intuições, analogias incisivas e metáforas sugestivas. Santa
Hildegarda fala a respeito da relação entre Deus e os homens, da Criação e do Juízo Final, e insiste sobre o papel da Igreja na história da salvação. Seu coração filial transborda em exaltações à Santíssima Trindade, não exclui vigorosas denúncias aos erros morais da humanidade e fala da importância dos sacramentos na santificação das almas.

A medicina de Santa Hildegarda é dirigida ao homem inteiro: corpo, alma e espírito. Está ligada a uma visão do mundo e a uma antropologia cristãs, ela deixa claro o papel do Pecado Original e que por sua própria culpa o homem torna-se corrupto, doente e sujeito à morte. Reúne, numa expressão chave, a noção universal da saúde, prosperidade e bondade que os latinos chamam de Integritas (integridade), ela chama Viriditas (o verdor). Esta é, segundo ela, a expressão do símbolo da existência saudável, virtude fundamental. Descreve a virtude da criação e das criaturas com este termo: a alma é a “força verdejante do corpo”, Maria Santíssima é “a virgem toda verdejante²”, e por sua integridade ainda diz que por ser mãe do Médico Divino, ela é Mater medicinae, Mãe da Medicina.

Santa Hildegarda ensina como voltar à origem, como buscar a integridade, o Viriditas! Para isso ela nos traz seis regras chamadas “Regras de Ouro”:

1- Que sua comida seja seu remédio;
2- Remédios naturais (ela ensina receitas e suas propriedades);
3- Equilíbrio entre trabalho e descanso;
4- Sono repousante e exercícios adequados;
5- Purificação do corpo das toxinas;
6- Transformação pessoal (espiritual e emocional);


Santa Hildegarda nunca dissocia a alma do corpo. Para ela a corporalidade é uma imagem do esplendor de Deus, o ápice de sua obra. O ser humano é o coração da criação, o centro dela. Sua Psicoterapia é profunda.


“O homem tornou-se estranho e rebelde, biologicamente deficiente. Pecou contra a terra, poluiu a atmosfera e perturbou a luz através duma pestilência abjecta”, diz. Na sua psicologia explica que é necessário estimular as forças da alma (virtudes) para resultar na cura. Considera as virtudes como as melhores e mais eficazes defesas contra todas as fraquezas e doenças físicas e psíquicas. Elas dão forças, organizam, e estimulam as funções vitais. Outras são orientadas pela reparação (penitência) e outras têm ação curativa sedativa (misericórdia). Em todos os seus escritos demostrou um profundo conhecimento nas relações entre o homem e o mundo, sua constituição espiritual e física, as propriedades benéficas dos seres vivos e o papel de toda a criação divina na saúde integral do homem.

Ela ditou um total de cinco livros grandes e sete menores, além de 77 obras musicais e uma extensa correspondência:

Conheça os Caminhos (Scivias, 1141-1151): trata da criação do mundo e do ser humano; o Ser e o desenvolvimento da Igreja até sua perfeição eterna, a história passada, presente e futura da espécie humana, seu desvio de Deus e seu retorno ao Pai. Descreve tudo em forma de Iluminuras e explica com detalhes tudo que viu e ouviu.


Livro dos méritos da vida (Liber vitae meritorum, 1158-1163): sobre o ser humano, como sendo livre tem que decidir continuamente a quem serve e o que faz. Aqui descreve 35 vícios que adoecem o homem e suas virtudes contrárias.

Livro das obras divinas (Liber divinorum operum, 1163-1174): descreve a Criação como uma obra de arte, e o ser humano como um microcosmo que integra tudo isso.

Physica (História Natural), também conhecido como Liber simplicis medicinee (Livro da Medicina Simples), que descreve a utilidade para o homem dos animais, plantas e minerais mais comuns, e pedras
preciosas. Este livro é dividido em nove livros internos.

Causae et Curae (Causas e Remédios) , também conhecido como Liber Compositae Medicinale (Livro da Medicina Complexa) com as causas das doenças, seus remédios e o funcionamento interno do corpo humano.

Sua obra poética e musical inclui:

A Harmonia Sinfonia das Revelações Celestiais (Symphonia armonie celestium Revelationum ), (1140 –
1150) composta por 77 peças musicais.

O Coro das Virtudes (Ordo virtutum ), (1150) auto sacramental.

Sua correspondência (1147-1179) consiste em mais de 300 cartas para toda a escala social da época: papas, imperadores, reis, nobres, bispos, monges e pessoas de todas as classes sociais que vieram a Hildegarda em busca de conselhos e ajuda, incluindo São Bernardo de Claraval.

Outras obras de Hildegarda são:
- Explicação da Regra de S. Bento;
- Explicação do Símbolo de S. Atanásio;
- Vida de S. Disibodo;
- Vida de S. Rupert;
- Língua desconhecida (Lingua ignota et Littere ignote), apenas parcialmente preservada, com uma língua cujas palavras contêm em si a essência das coisas;
- Respostas a 38 perguntas (Solutions XXXVIII questionum), com as respostas de Santa Hildegarda às
perguntas dos monges do mosteiro de Villers.
- Explicação do Evangelho ( Expositiones evangeliorum ).



Símbolo Feminista?


Na conjuntura da sociedade em que vivia a santa abadessa, e por ter se tornado tão importante, o fato de ser mulher chamou atenção de alguns historiadores que hoje a utilizam como símbolo do movimento feminista.

Alegam que ela sofreu preconceito por ser mulher, utilizam trechos de seus escritos fora de contexto para instrumentaliza-la. Não é bem assim que a história nos apresenta, pois vimos que homens do alto clero como o Papa e São Bernardo de Claraval, os quais ela se correspondia com muita frequência, a incentivaram a escrever tudo que via e ouvia. Ela se destacou em virtude de sua santidade, conhecimento e dons místicos. Os homens sábios de seu tempo souberam reconhecer nela o Espirito Santo agindo.

A partir de 1160, mais uma vez recebe a ordem divina de pregar ao que imediatamente não obedece e mais uma vez caiu doente até que obedeceu. Fez ressoar sua voz profética nas abóbadas das igrejas, apontar com sua sabedoria os erros de um século surdo à voz de Deus. Ela parte, já idosa, para pregar nas grandes catedrais repletas pelo clero, nobreza e povo, desejosos de ouvir suas justas admoestações. Com suas pregações, multiplicam-se as conversões e se espalha a fama da santa abadessa a cujas palavras seguiam-se os prodígios.


Nascida para o céu


Aos 81 anos, 17 de setembro de 1179, sem dobrar-se ante o peso das fadigas e dos sofrimentos, aquela que nunca recusou socorro aos filhos de Deus entregou sua alma em meio à grande paz e serenidade de seu mosteiro exatamente como havia descrito tempos antes.

Em pouco tempo, encheu-se de peregrinos o seu túmulo, multiplicaram-se os milagres, cresceu o número de seus admiradores e devotos. Foram tantos milagres que o Bispo de Mainz, foi ao seu túmulo e a proibiu de continuar com os milagres, invocando a santa obediência. Ela obedeceu! Passaram mais de 800 anos para outro bispo revogar esta proibição do seu Bispo antecessor. Com efeito, em 1857, o Bispo de Limburgo anulou a proibição e fez um reconhecimento oficial de seus restos mortais e escolheu como Santa padroeira da aldeia de Eibingen.

Em nossos dias, numerosos países contam com associações dedicadas a estudos de sua medicina natural. Sua medicina tem chegado aos quatro cantos do mundo. Na Europa médicos, farmácias e clínicas utilizam seus conhecimentos e relatam curas através dela.

Em sua biografia vemos que Santa Hildegarda, praticou heroicamente a virtude preciosa da humildade, que caracteriza aqueles que são os verdadeiros depositários dos tesouros de Deus. Nunca se vangloriou de seus dons ou utilizou em benefício próprio. Viveu para cumprir todos os desejos de seu amado Criador e ser para nós modelo de santidade!


“Nós, acolhendo o desejo de muitos Irmãos no Episcopado e de inúmeros fiéis do mundo inteiro, depois de ter recebido o parecer da Congregação para as Causas dos Santos, depois de ter refletido longamente e ter alcançado uma plena e segura convicção, com a plenitude da autoridade apostólica declaramos São João de Ávila, sacerdote diocesano, e Santa Hildegarda de Bingen, monja professa da Ordem de São Bento, Doutores da Igreja universal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” – Papa Bento XVI na ocasião em que Santa Hildegarda foi proclamada Doutora da Igreja juntamente com São João de Ávilla.


Notas

1) Logo após a sua morte abriu-se um processo de canonização, mas sua causa parou na beatificação. Entretanto, em 1584 o papa Gregório XIII autorizou a inclusão do seu nome no Martirológio Romano como Santa. O papa Bento XVI reafirmou oficialmente sua santidade em 10 de maio de 2012 e a proclamou Doutora da Igreja através de carta apostólica de 7 de outubro do mesmo ano.

2) O Dogma da Imaculada Conceição só foi oficializado em 8 de dezembro de 1854 porem Santa Hildegarda já de referia à Maria Santíssima como Virgem.


Bibliografia


Santa Hildegarda de Bingen - Mística e Doutora da Igreja; Regine Pernoud. Disponível em: https://amzn.to/3XoM98K
A Medicina de Santa Hildegarda; Helmut Posch
Scivias – Conhece os caminhos do Senhor; Santa Hildegarda de Bingen. Disponível em: https://amzn.to/3PsicTp
Carta Apostólica com a qual Hildegarda de Bingen é proclamada Doutora da Igreja (7 de outubro de 2012) | Bento XVI (vatican.va)

Por Camila Lorenzetti
Contato aqui

Ps:
"Vou deixar uma indicação para ajudar na sua alimentação que indico a todos os meus amigos e gostaria que você também pudesse melhorar a sua alimentação: aqui. Um abraço fraterno, Ana" 






Uma vocação

O Padre Sertillanges inicia sua abordagem sobre a Vida Intelectual¹ apontando que o intelectual é um consagrado e que a vida de estudo é uma vocação, um chamado.

A vocação é um chamado único, que somente a pessoa chamada escuta e que, normalmente, a faz parecer louca aos olhos dos demais. Portanto, a vocação não pode ser vista por nenhuma outra pessoa, e este é o grande dilema de toda busca vocacional. Esta reflexão sempre me faz pensar nas cartas escritas por Rainer Maria Rilke a um jovem poeta que lhe pediu conselhos e uma avaliação da sua poesia. Rainer, como um bom mestre, lhe adverte e orienta sobre diversas coisas; trocam cartas por longos anos, mas nunca lhe respondeu sobre sua poesia, pois ele mesmo diz ser isso impossível.

Ninguém o pode aconselhar ou ajudar, ninguém. Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranquila de sua noite: "Preciso mesmo escrever?” Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "preciso", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão.²


Este trecho traduz bem o que é uma vocação. É um constante ‘preciso’. Não se relaciona com as pessoas, as honras, os elogios ou as cusparadas, com estar ou não na moda. É uma necessidade para existir e ser você mesmo. Isso é uma vocação. E se encaixa muito bem na chamada Vida Intelectual. Basta se perguntar, na hora mais monótona da sua vida, ‘preciso mesmo estudar a razão das coisas?’, ‘preciso mesmo entender, ao menos em parte, o caos?’, ‘preciso falar sobre isso, escrever sobre isso?’. Se a resposta for um forte ‘preciso’, é uma vocação.


Tal vocação está presente em níveis na vida de todo cristão, já que algumas vocações pedem este chamado de forma mais ou menos radical (um professor, pais de família, padres ou religiosos, ou qualquer pessoa que se vê responsável por instruir). Cada um, dentro do seu ciclo, tem certa responsabilidade de estudo para bem servir. No entanto, a Vida Intelectual, da qual trato aqui, está realmente direcionada a responder a um chamado que gera uma necessidade existencial na qual se ancoram todas as outras atividades vocacionais. O estudo é sempre um dever para quem instrui, seja quem for, mas a Vida Intelectual é uma dedicação, uma consagração do tempo, da vida.


Não espere ser compreendido

 

Uma única coisa é necessária: a solidão. A grande solidão interior. Ir dentro de si e não encontrar ninguém durante horas, é a isso que é preciso chegar. Estar só, como a criança está só.²


A maioria das pessoas tem uma grande inclinação a querer ser compreendida… Bem, se você deseja estudar, habitue-se a uma certa solidão. A solidão dos que veem. Não é muito cômoda, realmente, mas ao menos faz parte da vocação; por isso, não é de todo angustiante. No entanto, as pessoas, no geral, não entendem o estudo. Mesmo nesta terra brasileira que diz valorizar imensamente o estudo, este é infinitamente visto como alvo de preconceito, até mesmo dentro do clero. Estudar é visto como emburrecedor em alguns ciclos. Portanto, acostume-se: as pessoas têm aversão ao saber. Por isso, iniciei este texto com a reflexão a respeito do ‘preciso’. Somente se for um chamado (ou uma dedicação pelo bem dos que lhe são confiados) você poderá passar por estas pequenas aversões com algum sorriso no rosto.


Temas



Interessantemente, a preocupação da maioria se resume aos temas de estudo, sendo que deveriam começar pelo seu interior. Pela resposta firme: ‘preciso’.

Quanto aos temas, é importante que sejam temas de interesse. Afinal, todas as temáticas são objeto de estudo: o amor, a amizade, a vida, a morte, a religião, a beleza, a feiura, a história, as emoções, a vida comum, os costumes; enfim, tudo pode ser estudado. E um assunto leva a outro.

Da mesma forma que não é possível lhe dizer se possui uma vocação ou não, também não é possível lhe dizer por onde começar exatamente. Existem aqueles que orientam Platão, outros alguns livrinhos. Mas o melhor é, na hora mais pacata do seu dia, se perguntar: ‘Eu me interesso pelo quê nesta vida?’ Esta área te levará a outras e, daqui a uns anos - cinco ou dez - você verá que, muito provavelmente, todos os assuntos que lhe interessam estão ligados a um fio condutor, a um tema mestre.

No entanto, é sempre importante partir de uma boa e sólida base catequética, visando proteger a mente com a verdade da fé e os ensinamentos da Igreja: a sã Doutrina Católica, as Sagradas Escrituras e os Comentários dos Doutores sobre as mesmas. 


"Tudo quanto é velocidade não será mais do que passado, porque só aquilo que demora nos inicia."
"O tempo não é uma medida. Um ano não conta, dez anos não representam nada. Ser artista não significa contar, é crescer como a árvore que não apressa a sua seiva e resiste, serena, aos grandes ventos da primavera, sem temer que o verão possa não vir. O verão há de vir. Mas só vem para aqueles que sabem esperar, tão sossegados como se tivessem na frente a eternidade."²


Tempo de Cultivo


Quero lhe implorar para que seja paciente com tudo o que não está resolvido em seu coração e tente amar as perguntas como quartos trancados e como livros escritos em língua estrangeira. Não procure respostas que não podem ser dadas porque não seria capaz de vivê-las. E a questão é viver tudo. Viva as perguntas agora. Talvez assim, gradualmente, você sem perceber, viverá a resposta num dia distante.²


Estudar é cultivar. É um tempo gasto em subir nos ombros dos gigantes para assim conseguir ver melhor; é buscar enraizar-se à beira do rio, buscando receber uma boa nutrição. Esse processo leva uma vida, por isso se diz ‘vida de estudo’, não ‘fase de estudo’. Por isso, também, o Padre Sertillanges chama essa atitude de consagração, pois toma tempo.

Este tempo nos faz fugir de opinadores e dos fragmentos desconexos; não é possível estudar a partir de fragmentos, de assuntos desconexos. Assim como nos situa longe de idealismos românticos e de realismos acachapantes.

Quem oferece tal propriedade de discernimento é o tempo de estudo. Tempo este que se relaciona a bem estudar os autores e livros, não na quantidade de livros, necessariamente.


Estudar bem se refere à capacidade de síntese e de absorção, depois à capacidade de interligar os temas estudados entre si (neste ponto, a maioria tem uma dificuldade considerável).

No entanto, o tempo de cultivo também se refere à vida espiritual.



Vida Espiritual


Um dito católico diz que ‘o doutor derrota o demônio’. Estudar é o ato de buscar a Verdade. Por isso, a virtude da estudiosidade nos livra das curiosidades vãs que embotam a mente e corrompem a alma em falsas realidades.

Assim, muito ingênuo é quem estuda, buscando a Verdade e não se fortalece numa vida espiritual e moral adequada.

Basta observar a história e vemos como vários pensamentos anticristãos se estabeleceram por uma ‘linha intelectual’, e isso só foi possível porque a ‘linha intelectual católica’ se tornou fraca, inexistente ou covarde. No entanto, muito provavelmente, sua fraqueza se originou na falta de vida de oração e não na vida de estudo.

A vida de oração é o adubo da vida de estudo. É nela que a árvore recebe os raios do sol, os clarões de lucidez, os vislumbres da realidade. É também pela vida de oração que podemos usufruir dos Dons do Espírito Santo que recebemos no Santo Batismo: o entendimento para ver as realidades com clareza e precisão, a ciência para vislumbrar os acontecimentos terrenos com acuidade, adquirindo uma clareza ‘sócio-política’, e a sabedoria para vislumbrar a direção (não os motivos) dos atos da Providência na História.

Por isso, antes de começar, certifique-se de sua vida espiritual, se está exposto e disposto aos raios de luz da Inteligência Divina que tudo rege e orienta. Só assim poderá estudar qualquer tema com a certeza de que o Senhor lhe guiará e protegerá. Também é preciso um comprometimento com a retidão moral. Um estudioso católico busca se firmar no terreno das virtudes, converter o estudo em atos elevados e dirigidos para a eternidade. O sábio é o virtuoso.


Referências


1- SERTILLANGES, A-D. A Vida Intelectual. É Realizações, 2010. Disponível em: https://amzn.to/43P15Q4
2- RILKE, Rainer Maria. Cartas a um jovem poeta. L&PM, 2006. Disponível em: https://amzn.to/3CJVChe
3- MESCHLER, Mauricio. O Dom de Pentecostes. Cultor de Livros, 2016. Disponível em: https://amzn.to/3PpmB9B







 


Pegue o seu pedalinho ou o seu barquinho...



Livro: O Carmelo Interior (John Wu)


"Podemos viver no mundo com espírito de claustro. Podemos levar uma vida ativa e viver em contemplação. Podemos tornar-nos santos".


"A vida na Graça é semeada sobre a terra, isto é na natureza humana. Assim a vida na Graça tem de crescer segundo o desenvolvimento normal dessa natureza e está sujeita a esse ritmo alternado da vida, que tem seu símbolo na sucessão do dia e da noite".


"Quem não avança, recua. A razão pela qual tantos cristãos se sentem frustrados e atrofiados está no seu desconhecimento da importância vital do contínuo progresso da vida interior e na pouca atenção prestada às leis que regem esse crescimento... parecem não ter tempo nem atração pelas coisas do espírito."


"Consideram (a vida espiritual) uma coisa parada, não como um processo dinâmico, uma realidade em movimento."


"Como diz São Tomás de Aquino: "É natural à razão humana progredir gradativamente do imperfeito ao perfeito". Assim se esse anseio de progresso não é levado em conta na vida espiritual, ele procura realizar-se em algum outro terreno."


"Se existe uma doutrina que favorece o harmonioso desenvolvimento da atividade humana e incita a liberdade a elevar-se continuamente para bem, é sem dúvida o dogma católico da santificação"


"O ideal cristão de perfeição é absoluto"



O autor correlaciona a primeira etapa da vida espiritual, a via purgativa, às duas primeiras bem aventuranças, os pobres em espírito e os mansos. Segundo São Tomás os pobres em espírito venceram a concupiscência e os mansos venceram a ira.


"Reconhecer a nossa inanidade é sinal de saúde, é a base de nossa santificação"

- inanidade: caráter fútil



A via iluminativa se correlaciona com as bem aventuranças dos que tem fome e sede de justiça e a dos misericordiosos. 


"É a parte mais central da nossa vida. A nossa casa já estando, mais ou menos, em ordem"


"Penetramos cada vez mais no Coração de Cristo, aumenta a devoção à Santíssima Virgem e o amor à Sagrada Comunhão."


"Com efeito nos esforçamos por fazer crescer os interesses de Jesus nas almas do próximo" (Padre Faber)


"Nenhum trabalho é mais nobre que do apostolado. É o supremo cargo que o homem pode aspirar: dá-lhe poder sobre a vida e a morte dos homens"


A via unitiva se correlaciona com a bem aventurança dos limpos de coração.


"Todo poder corrompe e o poder absoluto corrompe de maneira absoluta. Quantos zelosos missionários e apóstolos leigos ficam paralisados no seu desenvolvimento espiritual, porque se apegam excessivamente às suas realizações e se deixam inconscientemente contagiar por espírito partidário... enquanto não nos desapegamos completamente do fruto de nossas mãos, o nosso amor a Deus não é puro."


"Quase todos nós - diz Madre Saint Austin - vivemos na superfície de nosso ser, nas profundezas existe um insondável santuário, onde o Espírito vem encontrar o espírito: é o recesso secreto, onde o Amor que procede do Pai e do Filho - o Espírito Santo - se comunica a nós".









É, realmente as pessoas ficaram malucas. Às vezes me sinto como a Alice que diz ao Gato que não quer ficar entre gente maluca e o Gato responde que todos são malucos, inclusive ela. Talvez o único antídoto contra a maluquice seja outra forma de maluquice. Como o Chapeleiro e a Rainha de Copas. Mas antes que eu entre no País das Maravilhas com esse papo, falemos das maluquices cotidianas. 

A mentalidade revolucionária é caracterizada por três atos: 1) renega o passado e seus aprendizados, gerando uma busca por algo novo que irá mudar o rumo da história; 2) utiliza a autoridade para defender esta busca por novidade colocando todos os que não aceitam tal caminho como párias, o que gera uma dinâmica de grupos que lutam entre si (isso se chama demagogia), 3) o "pária" é excluído do meio em questão e o motivo da sua exclusão é a sua negação em acatar as novidades e as buscas pelo novo, ou seja, ele mesmo se excluiu. Che Guevara quando matava os que não estavam de acordo com ele dizia que não era ele quem matava, era a pessoa que se matava. 

Bem, a maioria de nós acredita que isso só acontece nos grupos revolucionários. Que se refere a uma forma de pensar do outro lado, ou seja, que estamos ilesos e sãos. Doce ilusão. Estamos todos soterrados em pensamentos revolucionários, por todos os lados. A diferença é que estão enrustidos.

Por isso, também é uma característica do pensamento revolucionário, não pertencer ao grupo x ou y, a mentalidade revolucionária é uma alteração mental e espiritual que pode acontecer - e acontece - em vários grupos, até mesmo nos mais bem intencionados. 

Exemplos notórios e enrustidos: 

O padre que não deixa um catequista ensinar a Doutrina e nega que este seja catequista, é a mentalidade revolucionária. O outro acredita que só o seu grupo pode trazer algo bom para a Igreja ou a sociedade, também é a mentalidade revolucionário. 

Quando um grupo é impedido de fazer um evento na Igreja porque é católico demais, é um impedimento de uma mentalidade revolucionária; mas quando um grupo excluí todos os outros membros da Igreja Católica, como inferiores em conhecimento, também é a mentalidade revolucionária. 

Quando uma moça quer ter atenção e "lugar de fala" defendido, calando os homens para que não abordem tais temas, é a mentalidade revolucionária; mas quando um homem acha que a mulher nem mesmo deva falar, que ela não tem lugar para falar, também é movido por uma mentalidade revolucionária. 

Quando uma mulher acredita que pode ensinar sobre doutrina no púlpito, isso vem da mentalidade revolucionária. Mas quando se acredita que  ela nunca deva abordar ensinos sobre doutrina, também há um movimento do pensamento revolucionário.

Quando se tem desdém do passado, caçoando e debochando dos costumes antigos, principalmente os religiosos, isso é resultado da mentalidade revolucionária. Mas também o é quando existe um excesso de idealização do passado numa tentativa de destruir tudo para construir algo novo compatível com o idealizado.

Quando não podemos falar sobre a Missa Tridentina, o último Concílio, os debates da época e somos orientados somente sobre as maravilhas atuais e o novo que buscamos (que nunca chega), este é um impedimento da mentalidade revolucionária. Mas quando não se vê como reais a realidade eclesiástica, quando existe uma tendência a excluir tudo que não pertença a determinado grupo, inclusive pessoas e almas, isso também é resultado da mentalidade revolucionária. 

Quando temos uma negação da transcendência e sacralidade, ficando somente no aqui e agora, isso é a mentalidade revolucionária. Mas quando temos uma diocese que não abraça a realidade da variedade das almas e acolhe somente uma forma de vivência espiritual, normalmente do grupo tal e tal, exigindo que todos se adaptem e engulam sem reclamar, isso é também a mentalidade revolucionária. 

Como vê a mentalidade revolucionária é bem comum, não pertence à um grupo específico, muitos de nós podemos desenvolver uma cadeia de pensamento com os três componentes já citados, que resultam numa incapacidade de abarcar a realidade, além de gerar obtusidades evidentes.

Por exemplo:

O padre que acredita que todos os caminhos dão no Céu e dois minutos depois reza por missionários, é uma obtusidade evidente.

Quando alguém defende a catolicidade da sociedade e não quer que cada leigo, homens e mulheres (me perdoe a redundância, mas se faz necessário) falem catolicamente em todos os meios, é uma obtusidade evidente.

Quando se defende a contra revolução em todas as possíveis realidades eclesiásticas e sociais, mas se evita o contato com esses mesmos meios, é uma obtusidade evidente.


Enfim, maluquices de cada dia. 











Senhor, que nos prometeu bons pastores, concedei-me a graça de um pároco e vigário conforme o Vosso Coração e às orientações da Santa Igreja. 

Rezo já por esse seu servo, que ele seja abençoado com sabedoria e graça, que ele se nutra dos sacramentos e da Palavra, que ele seja abençoado com todos os dons espirituais e humanos para guiar-me para o Céu, dá-lhe Amado Deus apreço pelas virtudes e amor à Tradição e Instrução Católica, dá-lhe zelo e obediência exata às orientações do Santo Sacrifício, que ele seja em tudo agradável aos Seus olhos. 

Concede-lhe fidelidade na vocação e força moral, amor paternal pelas ovelhas, temor do Senhor ao servir o altar.  

Dá-lhe também generosamente o dom de encorajar as almas no caminho das virtudes e da santidade, o dom de falar e orientar com Verdade, a capacidade de ver talentos e aperfeiçoá-los.

Afasta desse teu servo a preguiça, as más doutrinas, a covardia, a fraqueza interior, os maus padres e más influências, as tentações carnais naturais e antinaturais, as tentações vindas de cargos e ofícios, o respeito humano e a incapacidade de ver a diferença entre as almas e de amá-las. Ajude-o, Bom Pastor, em suas batalhas, vicissitudes, dúvidas, tentações, defeitos e imperfeições. 

Concede-lhe a graça de uma homilia abençoada pela Santa Doutrina, uma vida sacerdotal e uma morte santa.

Dá-lhe Senhor o dom de ser instrumento da Vossa Paternalidade. E que no Céu ele contemple a Vossa Face e vislumbre o resultado do ofício que por Vós cumpriu nas almas. 

Pelo desejo que tenho de ver santificado o Vosso Santo Nome e pela intercessão de Nossa Senhora do Bom Sucesso, atendei Senhor o meu pedido. Amém 








Introdução


Em abril de 2017, durante a Brazil Conference em Harvard, o filósofo Olavo de Carvalho afirmou que 80% dos formandos de universidades brasileiras são analfabetos funcionais. Ao final, ele foi contestado por uma integrante da plateia, que apresentou um dado muito diferente: o índice entre os universitários seria de apenas 1%. Objetivamente, quem está certo? A resposta curta é esta: nenhum dos dois.

De forma geral, o analfabetismo funcional costuma ser definido como a incapacidade de compreender e interpretar textos ou fazer operações matemáticas com um grau mínimo de complexidade.

Hoje, as avaliações que medem os graus de analfabetismo incluem quatro ou cinco categorias (geralmente divididas entre analfabetismo total e níveis como alfabetização rudimentar, básica, intermediária e proficiência). Somente as duas primeiras categorias são consideradas analfabetismo funcional.

O Instituto Paulo Montenegro, que é referência no assunto e mede regularmente o nível de alfabetização dos brasileiros, sustenta que 4% dos que cursam ou cursaram uma faculdade são analfabetos funcionais. O percentual na população geral fica em 27%.

Por outro lado, o Instituto Paulo Montenegro identificou que apenas 22% dos universitários ou graduados são proficientes em leitura. Uma matemática simples leva à conclusão de que quase 80% dos universitários brasileiros não atingiram o nível ideal de alfabetização. Isso é diferente da definição clássica de analfabetismo funcional. Mas, como os números evidenciam, a situação é ruim¹.

Proficiência é ter a capacidade e habilidade de ler e compreender.

Eu me lembro do período em que lecionava em sala de aula (até 2017). Sempre fui professora de adultos, alunos de cursos técnicos (sim, eu estava lá quando a Dilma desenvolveu uma obsessão pelo Pronatec, lembra? Pois é… foi traumático). E como você, professor, já sabe, esse número (80%) não é ilusório, é a pura realidade. Se não desenharmos, não existe compreensão. Esta é a raiz do surgimento da necessidade de professores que precisam fazer praticamente um espetáculo de circo para “prender a atenção do aluno” para que ele “compreenda ludicamente”. O TikTok já existia em algumas salas de aula, acredite.


Características do Analfabeto Funcional

"O analfabeto funcional lê todas as sentenças em sentido absoluto, material e chapado, como se fossem juízos atomísticos num manual de química. É insensível às nuances, imprecisões e ambiguidades que tornam possível a linguagem literária. Objeções levantadas por um analfabeto funcional são irrespondíveis, pois versam sobre objetos da sua própria invenção, alheios àquilo que ele imagina questionar."²



O analfabeto funcional, e todos nós somos ou já fomos, parece ter uma nuvem mental que o impede de ler e entender o que está escrito. Como não possui a capacidade de realmente receber a mensagem do autor, constrói interiormente uma série de interpretações, baseadas exclusivamente em sua vida e visão; é a interpretação de texto baseada no próprio umbigo. O resultado são as interpretações fragmentadas, baseadas na emoção que o leitor tem ao, forçosamente, adaptar algo que leu ou ouviu à sua vida e buscar trechos de auto confirmação. Como a interpretação é puramente emocional e forçosamente adaptada a uma realidade diferente da apontada pelo autor do texto, qualquer objeção apontada pelo analfabeto funcional não tem resposta, dado que ele inventou uma interpretação, criou um cenário de interpretação.

É um monólogo numa sala cheia de espelhos distorcidos.

"Os analfabetos funcionais ajudam uns aos outros a não perceber que o são."²

O resultado dessa Babel interpretativa é a incapacidade generalizada de aprender.

O Aprendizado

Para aprender, é preciso se abrir a uma outra percepção. É preciso se esforçar para entender a apresentação de um outro pensamento fora do nosso. É a capacidade de absorver outro prisma, de atravessar um portal e ser apresentado a um outro feixe de luz de conhecimento. Obviamente, isso se torna impossível sem a capacidade de realmente ler o pensamento do autor. O primeiro passo é receber o pensamento do autor e, depois, num segundo momento, verificar algo do ensinado na própria vida, se existir, sem fazer adaptações forçadas.

"A lógica é a arte de pensar; a gramática, a arte de inventar símbolos e combiná-los para expressar pensamento; e a retórica, a arte de comunicar pensamentos de uma mente a outra, ou de adaptar a linguagem à circunstância."³


Os textos expressam a linha de pensamento de uma pessoa; a linguagem literária possui nuances. Quando um autor escolhe uma palavra e não outra, quando evidencia uma sentença com vírgulas, quando termina um pensamento com reticências, cada uma dessas escolhas tem um motivo e leva uma mensagem ao leitor. Ser capaz de interpretá-las, de ler os pensamentos contidos nas palavras, isso é o que chamamos proficiência na leitura.


O segundo passo é ser capaz de sintetizar os ensinamentos apresentados. O poder de síntese torna o aprendizado parte de nós mesmos, como uma mão ou um pé.

O terceiro passo se refere a interligar ou contrapor leituras/conhecimentos já sintetizados, criando uma grande teia de conhecimento mental.

Existem aqueles que possuem dificuldades distintas em todos ou em um desses passos.


Cabe aqui a humildade de reconhecer as próprias limitações e buscar ordenar cada um desses pontos. O que, sim, pode levar alguns anos.

É normal, no entanto, ao iniciar um estudo ou ao ler algo novo, se sentir um pouco burro. É normal e sadio. Nos parece que a mente une as letras, mas não entende o conteúdo. Isso é reduzido quando retrocedemos um pouquinho e lemos coisas mais simples sobre o tema, buscando assim nos acostumar com o vocabulário, até que, finalmente, o “texto difícil” se torna menos complicado. Já que o “difícil”, normalmente, é interpretar o pensamento do autor, ler verdadeiramente.


Ler ou escutar uma aula de forma emotiva produz um arquivo mental distorcido e ilusório. 




Portanto, alguns comportamentos remediadores se tornam necessários:
  • perseverança,
  • ler os textos, livros e escutar as palestras na íntegra,
  • detectar os pontos-chave do pensamento do autor e não dos próprios pensamentos,
  • contrastar os ensinamentos do autor com os próprios pensamentos,
  • intercalar ou contrapor o apresentado com outros autores.

O resultado desse processo é a ampliação da teia de conhecimento e não uma autoconfirmação das próprias emoções e percepções da realidade.


Referências


1- CASTRO, Gabriel de Arruda. Nem 1%, nem 80%: a real taxa de analfabetismo funcional entre universitários. Gazeta do Povo, 2017.
2- CARVALHO, Olavo. Analfabetos funcionais, 2017
3- JOSEPH, M. O Trivium: as artes liberais da Lógica, Gramática e Retórica: entendendo a natureza e função da linguagem. São Paulo: É Realizações, 2008 in Sérgio, Maurício & Souza. O Método de Educação Clássica e os Paradigmas do Modelo Educacional Brasileiro, 2020. 








Ó Senhor, não me prive de seus abençoados dons celestiais,

Ó Senhor, me defenda e me livre dos tormentos eternos,

Ó Senhor, se eu pequei com minha mente, com meus pensamentos, com minhas palavras ou minhas ações, me perdoe e cure minha alma,

Ó Senhor, concede-me amar-te com toda a minha alma e mente,

Ó Senhor, livra-me da ignorância, esquecimento, da covardia e do tédio,

Ó Senhor, não me deixe cair e me livre de toda tentação,

Ó Senhor, ilumine meu coração obscurecido pelos desejos do maligno,

Ó Senhor, concede-me amar-te com toda a minha alma e mente,

Ó Senhor, como homem que sou, pequei, mas Tu, como Deus amado e benevolente, tem piedade da minha alma, vendo as fraquezas do meu coração,

Ó Senhor, envia Tua Misericórdia para minha ajuda, para que eu possa glorificar Teu Santo Nome,

Ó Senhor Jesus Cristo, inscreva Seu servo no Livro da Vida e conceda-me uma morte em paz,

Ó Senhor, concede-me amar-te com toda a minha alma e mente,

Ó, meu Deus! Embora eu não tenha feito nada de bom, estenda sua mão, ajude-me com sua graça para começar a fazer todo o bem,

Ó Senhor, cubra meu coração fraco com o orvalho do seu amor,

Ó Senhor do céu e da terra, lembra-te de mim, teu servo pecador, impuro e frio de coração, em teu reino,

Ó Senhor, concede-me amar-te com toda a minha alma e mente,

Ó Senhor, aceite meu sincero arrependimento,

Ó Senhor, pelo bem da minha alma, não me abandone,

Ó Senhor, mantenha-me longe da tentação,

Ó Senhor, concede-me amar-te com toda a minha alma e mente,

Ó Senhor, conceda-me pensamentos nobres e puros,

Ó Senhor, conceda-me as lágrimas do arrependimento, a memória da morte e a sensação de paz,

Ó Senhor, conceda-me humildade, caridade e obediência para agir em Seu Nome,

Ó Senhor, concede-me amar-te com toda a minha alma e mente,

Ó Senhor, conceda-me a confissão e perdão dos meus pecados,

Ó Senhor, conceda-me paciência, magnanimidade e doçura,

Ó Senhor, coloque em mim a fonte de todas as bênçãos e o temor de Vós em meu coração,

Ó Senhor, concede-me amar-te com toda a minha alma e mente,

Ó Senhor, conceda que eu possa te amar com todo meu coração e toda minha alma, e que eu sempre obedeça sua palavra,

Ó Senhor, proteja-me de provocadores, demônios, paixões corporais e tudo o que não leva a Ti,

Ó Senhor, eu sei que ages como desejas; assim, que seja feito em mim, pecador, a tua vontade, porque Abençoado és para todo o sempre.


Amém.






"A alma cristã abraça a pureza pelo desejo de ser mais livre no seu voo para Deus, na prática do amor divino... não há virtude verdadeira e perfeita senão a que conduz a Deus sob o impulso da caridade.

Assim compreendida, a castidade ou pureza é uma virtude especial que tem objeto próprio, distinto do de qualquer virtude.

A nossa alma, criada para amar e pertencer só a Deus inclina-se, entretanto, a aderir às criaturas e a procurar nelas a sua felicidade. Ora, toda afeição desse gênero é desordenada quando se afasta de Deus; mancha a alma culpada e faz dela, em relação a Deus, uma esposa infiel. É, pois, possível conceber-se uma castidade, uma pureza espiritual que consiste em interditar-se qualquer apego desordenado à criatura e em procurar a sua glória só em Deus pela prática da divina caridade. Ao contrário, todo pecado, toda afeição desordenada, podem ser considerados como uma fornicação espiritual, como ensina o doutor angélico (2º, 2º q. 151).

Essa castidade, porém, essa pureza espiritual não é virtude especial; mas é como estado de alma, o resultado do esforço de todas as outras virtudes, que desembaraçam a alma, cada uma em sua esfera, das afeições desordenadas. Assim, a pobreza impede a alma de procurar o gozo no amor das riquezas; a humildade arranca-a às falsas alegrias do orgulho. Mas essa pureza resulta, sobretudo, diz Santo Tomás, das virtudes teologais, e especialmente da caridade que, unindo a alma intimamente a Deus, não só a afasta do amor desregrado das criaturas e a preserva de toda mancha, mas lhe outorga ainda todo o brilho da beleza de Deus."¹





Corações Despedaçados

Na reflexão do mês de maio vimos os males da concupiscência, que nos faz ver o mundo - e os outros - com lentes deturpadas e maldosas, fragmentadas e cheias de ideias pré concebidas que não são amplas para abarcar a proposta salutar do evangelho. 

Passamos a andar cegados pela concupiscência e isso nos fez carregar um coração despedaçado, infiel às atitudes amáveis e amigáveis, aos bons sentimentos e altos ideais, às palavras do evangelho e a culta, alta e calma instrução cristã. Ideias turbulentas, apegos passageiros e tantos pecados nos fizeram fragmentar "a sede do ser" que é o nosso coração. 

Tantos males só poderiam ser solucionados por Aquele  a quem tudo está subordinado e por Sua morte e ressurreição nos ofereceu remédio salutar. No entanto, ainda estamos neste vale de lágrimas, nesta barca em mar turbulento, nesta terra de ilusões. Antes que o Senhor subisse ao Céu rezou por nós, para nos "consagrar à verdade" e pediu para que o Pai nos protegesse do Maligno. 

Consagrados à verdade e não ao amor, veja bem, sendo Ele Caminho, Verdade e Vida. Somente a verdade pode nos tirar dessa perspectiva ilusória do mundo e nos abrir os olhos para as realidades espirituais, que são maiores e mais eficazes do que o mundo material. Veja bem, existem mais anjos do que seres humanos, o mundo espiritual é maior e mais efetivo que o material. O mundo espiritual é a realidade, a nossa realidade. Estamos consagrados à essa Verdade e protegidos, por isso, do Maligno que é o mestre das ilusões.



Amizades que nos defendem do Mal ou que nos associam ao Mal


"A modéstia dos olhos pouco nos servirá se não vigiarmos sobre o nosso coração.


“Aplica-te com todo o cuidado possível à guarda de teu coração, diz o Sábio (Pr 4, 27), porque é dele que procede a vida”

É aqui o lugar apropriado para se dizer algumas palavras sobre as amizades e, primeiramente, sobre as santas, depois sobre as puramente naturais e, enfim, sobre as perigosas.

1) Descrevendo São Paulo a corrupção moral dos gentios, enumerava entre seus vícios a falta de sentimentos e de susceptibilidade para a amizade. A amizade, segundo Santo Tomás, é mesmo uma virtude. A perfeição não proíbe se entretenham amizades, diz São Francisco de Sales; exige somente que sejam santas e edificantes, a saber, só devem ser mantidas aquelas uniões espirituais por meio das quais duas, três ou mais pessoas comunicam entre si seus exercícios de devoção, seus desejos piedosos e sentimentos nobres, tornando-se como que um só coração e uma só alma para a glória de Deus e o bem espiritual próprio ou alheio. Com toda a razão podem tais almas exclamar:

“Vede quão bom e suave é habitarem os irmãos em união” (Sl 132, 1)

São Francisco de Sales diz mais que, em tal caso, o suave bálsamo da piedade destila de coração em coração, por meio dessas mútuas comunicações, e bem se pode dizer que Deus lança Sua bênção sobre tais amizades por toda a eternidade (Filotéia, parte 3, c. 19).

Tais amizades são recomendadas pela Escritura mesma em termos eloquentes:


“Nada se pode comparar com um amigo fiel e o valor do ouro e da prata não iguala a bondade de sua fidelidade” (Eclo 6, 10)

“Um amigo fiel é um remédio para a vida e a imortalidade, e os que temem o Senhor encontram um tal” (Idem)

Mas como podeis aconselhar as amizades particulares, dirá alguém, quando elas são tão rigorosamente condenadas por todos os ascetas? Respondo: As amizades particulares são proibidas unicamente nos claustros e com toda a razão, pois é imperiosamente necessário que todos os religiosos se amem mutuamente com amor fraterno, para que haja uma vida comum clausural. Ora, num claustro, as amizades particulares podem facilmente ocasionar perturbações dessa mútua caridade, dando ocasião a invejas, suspeitas e outras misérias humanas. São Basílio não hesitou em dizer que as amizades particulares em um convento são uma sementeira perpétua de invejas, de suspeitas, de desconfianças e inimizades. O mesmo acontece nas famílias em que o pai ou a mãe tem mais carinhos para um filho que para os outros. Os filhos de Jacó odiavam a seu irmão José, porque seu pai lhe dedicava um amor especial.

Não há, além disso, nenhum motivo de se alimentar tais amizades num estado religioso, pois, num convento, onde reinam a disciplina e a ordem, todos os membros tendem ao mesmo fim, à perfeição, e não é necessário travar amizades particulares para animar-se mutuamente ao serviço de Deus e ao trabalho do aperfeiçoamento próprio.

Os que, vivendo no mundo, desejam dedicar-se à prática da virtude verdadeira e sólida, precisam, pelo contrário, de se unir aos outros por uma amizade santa e edificante, para poderem, por meio dela, se animar, se auxiliar e se estimular ao bem. Há no mundo poucas pessoas que tendem à perfeição e muitas que não possuem o espírito de Deus e, por isso, é preciso que os bons, quanto possível, evitem os que podem, impedir seu adiantamento espiritual e travam amizade com os que os podem auxiliar na prática do bem.

2) Quanto às amizades puramente naturais, deve-se dizer que elas têm seu fundamento na nossa natureza, que nos compele a amar a nossos pais, nossos benfeitores e todos aqueles em quem vemos belas qualidades e com quem simpatizamos. Esta espécie de amizade é o laço da família e da sociedade, mas facilmente degenera em amizades falsas; por exemplo, se os pais, por um carinho demasiado, toleram as faltas de seus filhos, ou se um amigo ofende a Deus para agradar a seu amigo, etc. Quanto à essas amizades, devemos notar que só são agradáveis a Deus, se as santificarmos por meio da boa intenção; por exemplo, amando a nossos pais e amigos por amor de Deus.

3) Por amizades perigosas entendem-se, em particular — as sensuais — isto é, aquelas que se baseiam sobre uma complacência sensual, sobre a fruição comum de prazeres sensuais, sobre certos dotes fúteis e vãos de espírito e coração. Essas amizades são já por si perigosas, mesmo que, no começo, nada tenham de inconveniente, e devemos guardar nosso coração desembaraçado, delas.

a) “Quem não evita relações perigosas, cai facilmente no abismo”, diz Santo Agostinho (Sermo 293). O triste exemplo de Salomão bastaria para nos encher de terror. Depois de ter sido amado tanto por Deus, servindo ao Espírito Santo de mão para escrever, travou relações com mulheres pagãs, já na sua velhice, e caiu tão profundamente que chegou a sacrificar aos deuses. Isso, porém, não nos deve estranhar, pois, será para admirar que alguém se queime, pergunta São Cipriano (De sing. cler.), permanecendo no meio das chamas?"²





Pureza Espiritual


A pureza espiritual é a harmonia entre o nosso comportamento e a nossa fé, quando os nossos comportamentos são uma expressão fiel do que acreditamos, há pureza, se existe uma fragmentação entre o comportamento e a fé, existe uma impureza, que também chamamos de desvio moral. Estas fragmentações geram erros de doutrina, imoralidade e contaminação mundana. Portanto, a pureza espiritual não se realiza num terreno etéreo e imaterial, mas sim na realidade concreta, pois, o ser humano é corpo e alma e como um conjunto de matéria e espírito, consagrado à Verdade, tem o papel de expressar em si a harmonia da matéria e da fé em ato concreto.

No entanto, diversas são as atitudes diante da contaminação. 

Jacó tinha uma filha (lembra?), o nome dela era Diná. Quando Jacó se estabeleceu entre os cananeus, em Siquém, Diná foi tomada por um heveu, príncipe da região. Apesar das ordens expressas do Senhor para que não houvessem relações entre eles e os pagãos. Jacó não foi atento e Diná foi tomada e corrompida. Além do aspecto humano do texto (talvez tenha sido um estupro), existe uma lição muito profunda sobre a pureza espiritual. Jacó não zelou pela pureza espiritual do seu clã e - veja bem - quando soube, se calou. Já seus filhos primogênitos, levados pela ira, mataram todos do clã de Siquém, para vingar Diná. Rubens perdeu a benção da primogenitura (que foi dada a Judá) por conta disso. 

Diante da impureza espiritual, pessoal e eclesiástica, podemos nos associar a Jacó ou a Rubens... os dois estavam errados. Não houve uma boa resposta para a impureza, nenhum deles pediu a Deus a resolução da situação da pobre Diná que tinha um pai patriarca e 12 irmãos e mesmo assim ninguém a estava protegendo. Depois, um se calou e dois se rebelaram, o restante só Deus sabe. 

Talvez esteja acontecendo a mesma coisa com a Doutrina ou com o nosso comprometimento numa pureza espiritual. Falta de zelo e vigilância geram um comodismo silencioso ou agitação desordenada diante da contaminação. 

No entanto, algo realmente precisa ser feito... 



Proteja a sua mente


"Tomai o capacete da salvação" (Efésios 6, 17)

Só precisa de armadura quem está em ambiente sem segurança. Só precisa de capacete quem sabe que  sua cabeça corre algum risco ou que alguém lhe mira a cabeça. Portanto, não receberíamos orientação de nos revestir de uma armadura completa se estivéssemos sem perigo eminente de receber alguns golpes. O inimigo mira a sua cabeça, a sua mente, os seus pensamentos. Este é um dos motivos de recebermos tantas informações e não conseguirmos convertê-los em conduta santa. Os pensamentos, ainda que enriquecidos de instrução, não se fortaleceram na meditação. 

A meditação é o tempo dedicado em pensamentos devotos e de amor a Deus, pensamentos que fluem da nossa fé na salvação, pensamentos que provêm do grande fluxo salvífico que o Senhor abriu para nós. Tais pensamentos nos protegem e nos fazem converter o ensinamento em conduta santa. Uma hora de meditação vale mais que muitos livros, é mais forte que muitos conhecimentos.

A meditação é capaz de converter a força dos ensinamentos em uma unidade concreta que tem uma grande ação no mundo visível. Esse tempo de cultivo pela oração mental é o que faz usar bem a espada da Palavra e o escudo da Fé. 

Esta concretude é antes de tudo para a própria vida. Purificar os próprios pensamentos, cultivar um período de elevação da mente em piedosos e devotos pensamentos e por fim transformar os ensinamentos, fortalecidos no cultivo da oração mental, em atos concretos. E então começamos a construir a fortaleza de uma mente forte. 

O inimigo mira a tua cabeça, a tua mente, para aprisioná-la às coisas baixas e vis. 

Se nos dedicamos ao cultivo de pensamentos elevados, à construção dessa muralha, já começamos, através desta constante união com Deus, a viver em pureza espiritual e gerar dardos de pureza espiritual no mundo e na Igreja. Como um raio luminoso que dissipa as trevas, simplesmente por existir.



Dissipando as trevas da mente


Os pensamentos pecaminosos só podem ser vencidos por pensamentos piedosos, se a mente está repleta de um não tem espaço para o outro. No entanto, vivemos num mundo que realmente nos puxa para o lodo. Mas podemos nos munir de alguns bons comportamentos que nutrem bons pensamentos e que (como num ciclo) geram comportamentos ainda melhores.

- Confissão dos pensamentos que, mesmo sem serem praticados (portanto, não são pecado), rondam a mente e o coração,
- Bons livros,
- Boas amizades,
- Meditação,
- Tempo dedicado para tal,
- Boa música,
- Um altar em casa (com vela e incenso, de preferência),
- Verificar se a nutrição corporal está boa (falta de boa nutrição gera "nuvem mental")
- Vida ascética dentro do estado de vida,
- Uso de sacramentais com frequência: água benta, sal bento.
- Se for uma perturbação mental passageira, verificar donde vem e se afastar dela.
- Cordão de São José
- Oração de São João Crisóstomo



Referências


1) AZEVEDO C.SS.R., Padre Oscar das Chagas. As Doze Virtudes para cada Mês do Ano. Editora Vozes, p. 102-118

2) OMER C.SS.R., Padre Saint. Escola da Perfeição Cristã para Seculares e Religiosos: Obra compilada dos escritos de Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja. Editora Vozes, 1955, p. 186-204


3) JERUSALÉM, B. de. Bíblia de Jerusalém. 10. ed. São Paulo: Paulus, 2015.

















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"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

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