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Salus in Caritate

Cultura Católica

livro das lamentações

Xilografia de Lamentações de Jeremias (1860), por Julius Schnorr von Carolsfeld.



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Visão geral do Livro de Lamentações


O Livro das Lamentações, ou איכה (ʾêkāh) cuja tradução literal é "Oh! Como!" em hebraico, é um conjunto de cinco poemas, em estilo elegíaco, provavelmente escritos após a queda e destruição de Jerusalém por Nabucodonosor II nos anos 587-586 a.C. 

No livro o au­tor se lamenta acerca da si­tua­ção miserável e humilhante em que se encontra o povo e as instituições de Israel, em decorrên­cia do mau proceder do povo e da sua infi­de­lidade à Aliança. Pode ser interpretado como um castigo e um tempo de purificação, e a esperança de que Deus olhará com clemência para o povo, consoante fim da quinta Lamentação.

As Lamentações são usadas na Liturgia da Igreja Católica por ocasião da Semana Santa, para lembrar o sofrimento de Jesus. A tradição popular conservou, durante a procissão da Sexta-feira Santa, no canto de Verônica, em que Verônica canta um trecho das Lamentações, posto na boca de Jesus: "Vocês todos que passam pelo caminho, olhem e prestem atenção: haverá dor semelhante à minha dor?" (1,12)

Os judeus recitam o livro no grande jejum que lembra a destruição do Templo de Jerusalém, no dia 9 do quinto mês do Calendário judaico.




 

Visão Geral Livro de Habacuc


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Visão geral do Livro de Habacuc



Habacuque ou Habacuc é o livro bíblico cuja autoria é atribuída ao profeta de mesmo nome.

Discute-se a data em que o livro foi escrito, havendo duas hipóteses:
  • o livro foi escrito pouco antes da queda de Nínive em 612 AC; nessa hipótese, os opressores seriam os Assírios;
  • o livro foi escrito entre a Batalha de Carquemis em 605 AC e o primeiro cerco a Jerusalém em 597 a.C.; nessa hipótese, os opressores seriam os caldeus.

Habacuc significa "abraço", e está incluso na subdivisão da Bíblia chamada de Profetas Menores, sendo um livro de apenas três capítulos. Provavelmente tenha sido escrito no século V a.C..

Habacuc nos sugere que observava a sociedade judaica a partir do Templo, onde possivelmente servia como levita, isto é cantor, ornamentador, prontificador do templo (ver Números 3, 6-10). Podemos notar que o capítulo três de seu livro é uma canção, sendo que os últimos versos são considerados uma das maiores expressões de fé do Antigo Testamento.

O livro de Habacuc é diferente dos demais livros dos profetas em seu estilo literário, pois em momento algum há profecias contra esta ou aquela nação ou pessoa em particular, porém o que se pode ver é um diálogo entre o profeta e Deus.


O profeta Habacuc inicia o livro interrogando a Deus e pedindo socorro, pois está cansado de ver o seu país sofrer opressão violenta, onde a Lei enfraquece e o direito está distorcido (1, 2-4). A resposta de Deus é a intervenção de um grande império, que deveria corrigir os desmandos (1, 5-10). Isso, porém, não satisfaz o profeta, pois o invasor não vem para fazer justiça, mas para substituir uma opressão por outra pior (1, 12-17).

Habacuc continua esperando uma resposta satisfatória de Deus. A resposta definitiva é dada, agora, com mais clareza Deus expõe ao profeta seu plano. Que exige paciência, mas que não falha: "O justo viverá por sua fidelidade" (2, 4). Com isso, os que sofrem as consequências da violência são chamados a ser agentes na história, opondo-se firmemente aos que não são corretos. Tal acontecerá somente se esse grupo for fiel ao projeto de Deus; se estiver permanentemente vigilante na realização da justiça.



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Visão geral do Livro de Jeremias

Jeremias foi um profeta hebreu conhecido por sua integridade e discursos duros contra o pecado.

Filho do sacerdote Hilquias (ou Helcias), da Tribo de Benjamim, nasceu entre 650 a.C. e 640 AC em Anadote da Tribo de Benjamim, um pequeno povoado a nordeste de Jerusalém, e morreu no Egito, em 580 a.C.. Foi sacerdote do povoado de Anadote e previu, entre outras coisas, a invasão babilônica - Nabucodonosor atacou Israel em 597 a.C. e novamente em 586 a.C., quando os caldeus destruíram Jerusalém e queimaram o Templo.

Embora de família sacerdotal, está ligado às tradições proféticas do Norte, principalmente a Oseias, e não às tradições do sacerdócio e da corte de Jerusalém. Como Miqueias, ele pertence ao mundo camponês, de maneira crítica, ele traz consigo a visão dos camponeses sobre a situação do país.


Acredita-se que o livro tenha começado a ser escrito por volta de 605 a.C., quando Jeremias, preso, começa a ditá-lo a seu secretário Baruc (36,1.2.4), no quarto ano do reinado de Joaquim, quando iniciou-se efetivamente o ministério do profeta, e Deus teria lhe ordenado que escrevesse suas experiências num rolo. Contudo, a obra só foi completada após a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor II, sendo que os acontecimentos narrados não se acham em ordem cronológica no livro.

Por outro lado, a Edição Pastoral da Bíblia sustenta que a atividade profética de Jeremias se iniciou entre os anos de 626 ou 627 AC (1,2; 25,3), quando ele ainda era jovem (1,6).


Pode-se dizer que a missão de Jeremias fracassou em querer que seu povo retornasse à genuína aliança com Deus. Ele se tornou uma espécie de Moisés fracassado, que viu seu povo perder suas instituições e a própria terra. Se apresenta como um grande solitário (15,17), incompreendido e perseguido até pelos membros de sua família (12,6; 20,10; 16,5-9), nunca chegou a ser pai (16,1-4), foi arrastado contra a sua vontade para o Egito, nenhum vestígio restará de sua tumba.

No entanto, sua confiança no Deus que é sempre fiel lhe deu a capacidade de mostrar, ao povo e a nós, que esse mesmo Deus manterá seu relacionamento conosco, sem precisar de instituições mediadoras (31,31-34). Ao colocar em primeiro plano os valores espirituais, destacando o relacionamento íntimo que a alma deve ter com Deus, ele antecipou elementos da Nova Aliança; e sua vida de sofrimentos a serviço de Deus, pode ter inspirado a construção da Imagem do Servo (Isaías 53) que a prefiguração da imagem de Nosso Senhor Jesus Sofredor. 








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Visão geral do Livro de Sofonias




O nome Sofonias significa "o Senhor o escondeu" ou "o Senhor escondeu-se". Ele era tetraneto de Ezequias o rei. Sofonias filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá (Sofonias 1,1). O rei Ezequias, teve um filho Manasses, que nasceu em sua velhice após ter recebido de Deus mais 15 anos de vida . “Naquele tempo Ezequias ficou doente e quase morreu. O profeta Isaías, filho de Amoz, foi visitá-lo e lhe disse: "Assim diz o Senhor: 'Ponha em ordem a sua casa, pois você vai morrer; não se recuperará' ". Ezequias virou o rosto para a parede e orou ao Senhor: "Lembra-te, ­Senhor, como tenho te servido com fidelidade e com devoção sincera. Tenho feito o que tu aprovas". E Ezequias chorou amargamente. Antes de Isaías deixar o pátio intermediário, a palavra do Senhor veio a ele: "Vol­te e diga a Ezequias, líder do meu povo: Assim diz o Senhor, Deus de Davi, seu predecessor: 'Ouvi sua oração e vi suas lágrimas; eu o curarei. Daqui a três dias você subirá ao templo do Senhor. Acrescentarei quinze anos à sua vida. E livrarei você e esta cidade das mãos do rei da Assíria. Defenderei esta cidade por causa de mim mesmo e do meu servo Davi'" (2 Rs 20) . O seu ministério ocorreu no tempo do rei Josias em 640 a.C. - 609 a.C. tendo profetizado, provavelmente antes da reforma desse rei em 621 a.C..


O profeta Sofonias viveu e exerceu a sua atividade num momento em que Judá era disputado pelas grandes potências da época. Dentro do país se formaram dois partidos: um querendo ficar sob a influência do Egito, outro da Assíria. Durante longo período, nos reinados de Manassés e Amon, a Assíria predominava. Uma tentativa de mudar a situação a favor do Egito, através de uma revolta de oficiais da corte, não obteve sucesso, porque cidadãos de grande influência econômica reagiram e colocaram no trono Josias, que ainda era menor de idade. Esse rei promoveu uma grande reforma, mas a situação voltaria a ser a mesma: o que era bom para a Assíria, era bom para Judá, inclusive a maneira de vestir (Sf 1,8)

Nesse contexto, Sofonias exerce seu ministério entre os anos 640-630 AC, durante a menoridade de Josias e antes de sua reforma religiosa e do ministério de Jeremias. Ele mostra como pesa, sobre toda essa situação, o Julgamento de Deus (Sf 1,2-18). O Dia de Javé ou O Dia do Senhor não é essencialmente o fim do mundo e da história, mas a transformação do povo de Deus e o fim de uma era de idolatria. Para o profeta, são ídolos não somente as divindades estrangeiras, mas também a absolutização das grandes potências, do dinheiro e do poder. Esses ídolos estão presentes, tanto nas outras nações quanto na cidade de Jerusalém, seja no palácio real, seja no Templo e nos bairros da cidade (Sf 2,4-3,8). A única possibilidade de salvação que Sofonias vislumbra para escapar à ira divina são os pobres da terra (Sf 2,3), isto é, os destituídos de poder e riqueza, que depositam sua confiança no verdadeiro Absoluto e clamam por justiça. São eles os únicos que poderão formar um resto para conduzir na história o projeto de Deus, e assim fazer com que o Dia de Javé se torne dia de alegria e restauração, e não de destruição (Sf 3, 9-20).

A catástrofe anunciada atingiria tanto as nações quanto o Judá inspiradas pelo orgulho (3,1.11) o castigo seria uma advertência (Sf 3,7) que deveria conduzir o povo à obediência e a humildade (Sf 2,3), sendo a salvação reservada aos humildes, que põem em prática a vontade do Senhor (Sf 3,12-13).



Esse livro inspirou o versículo 41 do capítulo 13 do Evangelho de São Mateus, e a descrição do Dia de Javé (1,14-18) inspirou o profeta Joel.  





 

Catequese com Contos 5: Olhando só para ele


CONTO

 Olhando só para ele


Conta-se que Ciro, Rei da Pérsia, durante uma de suas campanhas, venceu e aprisionou um príncipe da Líbia. 

O príncipe foi levado ao Rei vencedor, juntamente com sua esposa e filhos. Ciro perguntou-lhe: 

-  Que me darás se te conceder a liberdade? 
-  A metade do meu reino. – foi a resposta. 
- E se der, também, a liberdade a teus filhos?
- Entrego-te, nesse caso, a outra metade do meu reino.
- Que me darás, então, pela liberdade de tua esposa? – tornou a perguntar o rei persa. 

Percebendo que agira precipitadamente ao oferecer tudo o que tinha, esquecido de sua companheira, o príncipe, depois de meditar um pouco, disse-lhe: 

- Entrego-me a mim mesmo pela liberdade de minha senhora.

O grande rei ficou tão surpreso ao ouvir esta resposta que concedeu liberdade a toda a família sem exigir resgate nem fiança. Ao regressar a casa, perguntou o príncipe a sua esposa se não havia reparado na fisionomia serena e altiva do soberano persa. Ela respondeu: 

- Não olhei, absolutamente, para o Rei, nem para os nobres que o cercavam, pois tinha meus olhos fixos naquele que estava disposto a dar-se a si mesmo pela minha liberdade. 


CANFIELD J. e HANSEN M. V. Chicken Soup for the Soul. Florida. Health Comunications, Inc., 1993 Tradução: Agnes G. Milley




CATEQUESE

O amor mútuo entre os cônjuges

Sermão para o 3º Domingo depois da Epifania

26.01.2014 – Padre Daniel Pinheiro




Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

Ave Maria…

“A Terra inteira adorar-vos-á, Senhor.” (Introito da Missa)

Caros Católicos, falamos já do matrimônio e de seus bens – filhos, fidelidade e indissolubilidade – no domingo dentro da oitava do Natal. Tivemos no domingo passado o Evangelho das Bodas de Caná, que faz referência ao matrimônio e tivemos no domingo precedente, a Festa da Sagrada Família, que esse ano não foi festejada em virtude da transferência da Festa da Epifania. É oportuno, porém, tratar de outro aspecto muito importante da união matrimonial: o amor mútuo que deve haver entre os cônjuges e que é fim secundário do matrimônio.

A Igreja sempre afirmou que no matrimônio existe uma hierarquia das finalidades. O fim primário do matrimônio é a procriação com a consequente educação dos filhos. Os fins secundários são o amor mútuo, ou aperfeiçoamento dos esposos, e o remédio para a concupiscência. É bom deixar isso claro: não se pode ir contra o fim primário do matrimônio para favorecer o amor mútuo. O amor mútuo está subordinado ao fim primário, que é a procriação. O amor mútuo, na realidade não é favorecido, mas muito prejudicado pela contracepção, pois deixa de ser um amor mútuo para tornar-se um amor egoísta e fechado a todo fruto, que são os filhos. A inversão na hierarquia dos fins, muito presente em nossa sociedade e muito presente mesmo no meio católico, conduz facilmente ao divórcio e abre o caminho para todas as aberrações na ordem sexual. É muito comum ouvirmos, por exemplo, sobre o casamento homossexual: “eles podem casar, pois se amam”. É evidente que aqui se trata de um amor falso, pois não visa o verdadeiro bem do outro que é a salvação, mas, sobretudo, não pode haver essa união porque a finalidade primária do casamento de duas pessoas é a procriação por meio da união dos corpos, o que não pode nem nunca poderá ocorrer nessas uniões contra a natureza, que clamam ao céu por vingança.

Compreendida essa subordinação do fim secundário – amor mútuo – ao fim primário – procriação – devemos compreender qual é esse amor que deve reinar entre os cônjuges. Quando falamos, porém, de fim secundário, não estamos falando de algo supérfluo ou sem muita importância. Não, o fim secundário do matrimônio, que é o amor mútuo entre os cônjuges é também importantíssimo. Mas o que é exatamente esse amor mútuo que deve existir entre os cônjuges, entre marido e mulher?

Esse amor conjugal deve ser uma amizade, compreendida no seu sentido profundo e verdadeiro. A amizade é o tipo de amor mais perfeito que existe, de forma que a própria caridade é uma amizade. Para que haja amizade, são necessárias basicamente cinco condições:

1) A primeira condição é que exista um bem em comum, algo que seja comum entre os amigos e que é a base da amizade. Esse bem pode ser algo prazeroso, como, por exemplo, o gosto por comer pizza, ou pode ser alguma utilidade, quando se busca o contato com alguém para conseguir dele algo que nos é útil. Esse bem pode ser, finalmente, a virtude. A verdadeira amizade se baseia, é claro, na virtude. O bem comum entre os verdadeiros amigos e que funda a amizade deve ser a virtude. E só essa amizade pode ser realmente chamada de amizade. A base da amizade deve ser sólida e duradoura. A virtude é sólida e duradoura, pois ela é, justamente, uma inclinação profunda da nossa alma para fazer o bem, adquirida pela repetição das boas obras e que não se perde facilmente. Já uma amizade baseada em algo prazeroso é passageira, pois nossos gostos podem mudar com certa facilidade. Também a amizade baseada na utilidade é passageira: quando o bem desejado é alcançado, a amizade termina. Sem falar que o bem prazeroso ou útil pode ser um bem somente aparente, ele pode ser pecaminoso. Quantas supostas amizades não existem para facilitar o pecado? Assim, a verdadeira amizade deve ser baseada na virtude. Os amigos querem a mesma coisa: a virtude, a salvação. Os amigos rejeitam a mesma coisa: o pecado, o vício. Dessa forma, é próprio dos amigos a concórdia, a união de corações (idem velle, idem nolle).

2) A segunda condição para que haja verdadeira amizade é que se queira o bem do amigo e que se faça o bem para ele. Não qualquer bem, mas o bem da virtude, em última instância o bem da salvação do amigo. O querer bem do outro não é fazer todas as suas vontades e caprichos, como é muito comum ouvirmos: “tal pessoa ama muito a outra, ela faz sempre tudo o que ela quer…” E esse querer bem é tão intenso que nos leva a nos esquecer de nós mesmos para buscar o bem do amigo.

3) A terceira condição para que haja amizade é que esse querer bem, que esse fazer bem ao outro seja recíproco. A verdadeira amizade supõe reciprocidade. Não basta que uma pessoa queira o bem da outra, mas é preciso que a outra também queira o bem da pessoa. A reciprocidade é essencial para uma verdadeira amizade.

4) A quarta condição para a amizade é que esse querer bem recíproco seja manifesto, conhecido de ambas as partes.

5) Finalmente, a quinta condição para que haja amizade é que haja justamente convivência entre amigos, que haja comunicação frequente entre eles, que conversem e se conheçam bem.

Vemos que a amizade é algo rara, pois rara é a virtude e rara a presença das outras condições. A amizade é importantíssima para a vida espiritual, pois ela vem da virtude e conduz para a virtude. Quem acha um amigo, acha um tesouro, nos diz a Sagrada Escritura.

Aqui nós já temos elementos suficientes para compreender bem o amor que deve reinar entre os cônjuges. Esse amor deve ser baseado na virtude, tendo em vista a salvação do outro. É um amor que deseja o bem do outro e que age para o bem do outro, para que o outro adquira a virtude, para que possa progredir na vida espiritual. Esse amor deve fazer com que o cônjuge se esqueça de si mesmo, e faça sacrifícios pelo outro, até o sacrifício de dar a própria vida, se for o caso, para a salvação do outro. O amigo não busca diretamente seu próprio bem, mas o bem do amigo. Não busca simplesmente a deleitação ou algo útil para si. Não, ele busca primeiramente o bem do amigo, e isso lhe traz alegria e é útil para o seu próprio progresso na virtude. E é claro que esse amor deve ser recíproco entre os cônjuges, deve ser mútuo, cada um procurando ajudar o outro em todas as coisas, mas, sobretudo, na prática da virtude. É preciso também que esse amor seja manifesto entre os cônjuges e que ele se manifeste mesmo em pequenas ações, em ações simples, mas que demonstram o amor de um pelo outro. Finalmente, é preciso que os cônjuges se comuniquem, conversem, convivam realmente. E é claro que essa amizade entre os cônjuges deve ser muito mais profunda do que outra amizade qualquer. Essa amizade entre os cônjuges é bem particular, pela natureza da união entre eles, a união matrimonial: união exclusiva entre eles, união indissolúvel, união dos corpos. Os cônjuges devem formar uma só alma, pela concórdia, pela amizade, e uma só carne pela união dos corpos. Que tesouro insondável é o amor de amizade entre os cônjuges.

Muitas vezes esse amor vai pouco a pouco perdendo o seu verdadeiro sentido, pois a base do amor, com o tempo, tende a passar da virtude para algo egoísta, ou puramente deleitável ou útil e já não se deseja e não se trabalha pelo verdadeiro bem do outro cônjuge. Outras vezes o amor ainda existe, mas vai deixando de ser manifestado de forma mais clara, o que termina diminuindo o amor entre os cônjuges. Outras vezes é a falta de convivência, de comunicação, de conversa entre os cônjuges que vai pouco a pouco diminuindo o amor mútuo. Falta de comunicação que, por vezes, deixa acumular pequenas questões, que vão tomando proporções maiores. Os cônjuges devem sempre se lembrar porque casaram: casaram-se, em última instância, para chegarem ao céu, para cooperarem na salvação um do outro, por meio da geração e educação dos filhos e pelo amor mútuo. Talvez até não tivessem essa clareza no momento em que casaram. É preciso remediar a isso agora.

A vida matrimonial, como qualquer estado de vida, tem suas cruzes próprias, em particular o desentendimento que surge entre os cônjuges. Para que essas cruzes não sejam causa de tropeço, mas ocasião de progresso na virtude, ocasião de progresso na união do casal e na união do casal com Deus, é preciso esse amor de amizade conjugal, que nada mais é do que uma espécie particular de caridade. Com esse amor e lembrando que a finalidade última do casamento é a salvação de cada um dos membros da família, as cruzes poderão ser superadas.

O exemplo do amor entre os cônjuges é o amor existente entre Cristo e a Igreja. É um amor baseado na santidade, Cristo santifica a Igreja, e a Igreja busca glorificar a Cristo, convertendo as almas. Cristo foi até a morte e morte de Cruz pela Igreja. A Igreja forma seus membros para morrerem por amor a Cristo e a Igreja é perseguida pelo mundo por amor a Cristo. Esse amor entre ambos é manifesto. Cristo o manifesta por todo o bem que faz em favor da Igreja, pela instituição dos sacramentos, sobretudo, o sacramento da Eucaristia, e não deixando a Igreja sucumbir diante das portas do inferno. A Igreja manifesta seu amor especialmente pela liturgia, em particular pela Missa. Como diz São Paulo: “Maridos, amai as vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja e por ela se entregou a si mesmo, para a santificar”. (Efésios V, 25). E o apóstolo diz também: “E como a Igreja está sujeita a Cristo, assim o estejam também as mulheres em tudo [o que não é contra a lei de Deus]” (Efésios V, 24) Em outra oportunidade veremos melhor a função de cada um dentro da família. Cristo e a Igreja estão em profunda união, têm o mesmo coração, formam um só corpo, do qual Cristo é a cabeça e a Igreja os membros. Deve ser esse o modelo do amor entre os cônjuges.

É preciso buscar e manter esse amor. Por mais que no início exista uma grande harmonia, não há instrumento que com o tempo não comece a desafinar. O mesmo ocorre no matrimônio. Para que essas dissonâncias não se tornem uma cacofonia, é preciso a boa vontade mútua, a compreensão, a paciência, e afastar desconfianças infundadas, afastar ressentimentos, saber perdoar. Não se deve dar ouvido a intrigas alheias. Essa harmonia que é o acordo sobre o ideal de virtude e de santidade não pode desmoronar. É preciso que haja mútua colaboração e mútua compreensão, com generosidade de ambas as partes, sem, porém, confundir os papéis de cada um. Para alcançar esse amor e mantê-lo é também necessária a confiança mútua, abertura de coração, simplicidade mútua para comunicar as aspirações de cada um, a preocupações, alegrias e tristezas. Essa comunicação é alimento essencial da felicidade conjugal. Como dissemos, é preciso que o amor se manifeste e que haja comunicação entre os amigos, entre os cônjuges. É preciso também rezar e rezar em família, como Tobias e Sara na Sagrada Escritura. Rezar o Santo Terço em família, com os filhos, e ter devoção familiar ao Sagrado Coração de Jesus, entronizando-o, e mantendo práticas de devoção a Ele, como, por exemplo, a recitação das ladainhas do Sagrado Coração de Jesus, às sextas-feiras, e renovando mensalmente a entronização, para que o Sagrado Coração seja realmente o rei do lar. É preciso frequentar os sacramentos e, como esse amor se baseia na virtude, na santidade, é preciso praticar a virtude e querer ser realmente santo. A família deve rezar para a Sagrada Família, pedindo para que realize no próprio lar aquilo que Jesus, Maria e José realizaram.

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.




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CONTO

 O Monge piedoso e o barrilzinho


Habitava nos confins da Normandia um destemido cavaleiro, cujo nome causava terror na região. De seu castelo fortificado junto ao mar, não receava nem mesmo o rei. De grande estatura e belo porte, era no entanto, vaidoso, desleal e cruel, não temendo a Deus nem aos homens. Não fazia jejum nem abstinência, não assistia à Missa nem ouvia sermões. Não se conhecia homem tão mau. Numa Sexta-feira Santa, bradou ele aos cozinheiros: 

— Aprontai-me para o almoço a peça que cacei ontem. 

Ouvindo isto, seus vassalos exclamaram: 

— Senhor, hoje é Sexta-feira Santa. Todos jejuam, e vós quereis comer carne? Crede-nos: Deus acabará por vos punir.

 — Até que tal aconteça, terei enforcado e roubado muita gente.

— Estais seguro de que Deus tolerará mais isso? Vós devíeis arrepender-vos sem demora. Em um bosque vizinho há um padre eremita, varão de grande santidade. Vamos até lá e confessemo-nos — insistiram os vassalos. 

— Confessar-me? Aos diabos! — respondeu com desprezo o senhor. 

— Vinde ao menos fazer-nos companhia.

 — Para me divertir, concedo. Por Deus, nada farei. 

E puseram-se a caminho. Na floresta solitária e quieta encontraram o santo varão na ermida. Advertido pelos vassalos, que se confessaram, saiu o eremita ao encontro do orgulhoso senhor, que ficara montado. E disse-lhe:

— Sede bem-vindo, senhor. Visto que sois cavaleiro, deveis ser cortês. Desmontai e vinde falar comigo.

 — Falar convosco? Por que diabos? Estou com pressa. 

— Entrai e conhecei minha capela e minha morada. 


Muito a contragosto e resmungando, o cavaleiro apeou. O eremita tomou-o pelo braço, conduziu-o diante do altar e disse-lhe: 

— Senhor, matai-me, se quiserdes, mas daqui não saireis sem antes confessar-vos. 

— Não contarei nada! E não sei o que me impede de matar-vos.

— Irmão, dizei-me um só pecado. Deus vos ajudará a confessar os demais. 

— Diabos! Não me dareis sossego? Eu o farei, mas de nada me arrependerei. E com grande arrogância contou de um só lance todos os pecados. 


Depois de ouvi-lo, o eremita propôs: 

— Senhor, pelo menos sujeitai-vos a uma penitência. 

— O quê!? Penitência!? Caçoais de mim! — vociferou furioso o cavaleiro. 

— Jejuareis todas as Sextas-feiras durante três anos. 

— Três anos! Estais louco! Jamais! 

— Então, um mês. 

— Também não.

— Ireis a uma igreja e direis aí um Padre-Nosso e uma Ave-Maria.

— Para mim seria enfadonho, e ademais, tempo perdido. 

— Pelo amor de Deus todo poderoso, pegai pelo menos este barrilzinho, enchei-o no regato próximo e trazei-o de volta para mim. 

— Bem, isto não me custa tanto. E sobretudo para ficar livre de vós, concedo. 


Saiu o cavaleiro em direção à fonte, e de um só golpe afundou na água o barrilzinho. Mas neste não entrou uma gota sequer. Tentou novamente de um jeito, de outro... Nada! Intrigado e rangendo os dentes de raiva, voltou à ermida e esbravejou:

— Barril enfeitiçado! Não consigo meter-lhe uma só gota de água! 

— Senhor, que triste estado é o vosso! Uma criança o teria trazido transbordando. Isto é um sinal de Deus, por causa de vossos pecados.

— Pois eu vos juro que não lavarei minha cabeça, não farei a barba nem cortarei as unhas enquanto não encher este barril, ainda que tenha de dar a volta ao mundo. 

E nisto empenho minha palavra! E assim partiu o cavaleiro com o barrilzinho, levando só a roupa do corpo. Em todos os poços e regatos, cascatas e rios, lagos e mares, experimentava encher o pequeno tonel, mas sempre em vão. Caminhando sem cessar, passando frio e calor, por planícies e montanhas, percorreu ele muitos países. Maltrapilho e sujo, curtido pelo sol, obrigado a mendigar, sofreu fome, insultos e chacotas, pois muitos desconfiavam dele. Seu corpo ia definhando, e o barrilzinho pesava-lhe enormemente, amarrado ao pescoço. Ao cabo de um ano de fracassos, decidiu voltar à ermida, onde por fim chegou, exatamente na Sexta-feira Santa. O eremita, não o reconhecendo, perguntou:

— Caro irmão, quem vos deu esse barrilzinho? Há um ano entreguei-o a um belo cavaleiro, que não voltou mais aqui. Nem sei se ainda vive.

— Esse cavaleiro sou eu, e este é o estado em que me colocaste! — respondeu cheio de cólera o desgrenhado peregrino, contando a seguir suas desventuras. 

O santo homem indignou-se ante tanta dureza de alma, bradando: 

— Vós sois o pior dos homens! Um cão, um animal qualquer teria enchido o barril. Ah! bem vejo que Deus não aceitou vossa penitência, porque não vos arrependestes! 

E pondo-se a chorar, rogou à Santíssima Virgem que intercedesse por aquele pecador empedernido. Enquanto o eremita soluçava em sua longa oração, o cavaleiro, quieto, foi tocado pela graça. Seu coração tão duro comoveu-se. Os olhos se lhe turvaram. Uma grossa lágrima rolou-lhe pela face ressequida, caindo diretamente dentro do barrilzinho, que trazia amarrado ao pescoço. E esta única lágrima encheu-o até os bordos. Sinceramente arrependido, o cavaleiro pediu para confessar-se. O eremita, maravilhado, abraçou-o em prantos de alegria. Após ministrar a absolvição sacramental ao penitente, o eremita perguntou-lhe se queria receber a comunhão. 

— Sim, meu pai. Mas apressai-vos, porque sinto que vou morrer. Tendo recebido o Santíssimo Sacramento, com a alma purificada, o cavaleiro agradeceu comovido ao eremita, e colocou-se em suas mãos. Pouco depois exalava o último suspiro. A capela iluminou-se, e os anjos levaram sua alma ao Paraíso. Diante do altar, o eremita velou longamente aquele corpo coberto de andrajos, tendo junto de si o prodigioso barrilzinho. 


Fonte: Catolicismo, nov. 1978 - Adaptado de "Poètes et prosateurs du Moyen Âge", Hachette, Paris, 1921.

 

 

CATEQUESE


I) Que é o Pecado?


O pecado é um não a Deus, isto é, uma desobediência consciente e deliberada da Lei de Deus, cometida por pensamentos, palavras, atos e omissões.




1- Pecado Original


Chama-se "pecado original" a privação da Graça Santificante, isto é, o estado de decadência, a falta de uma qualidade essencial que deveríamos possuir e, por conseguinte, uma nódoa ou mácula moral, que nos afasta do Reino dos Céus. Foi "pecado pessoal" dos nossos pais, Adão e Eva, no entanto, nós também ficamos culpados, pois pecamos neles. Tal pecado é remediado no Batismo, mas sofremos as sequelas e feridas do pecado original: a morte, a ignorância e a concupiscência; que são remediadas pela esperança da salvação, pela busca das virtudes e pela busca da Verdade, ensinada pela Igreja de Cristo, a Igreja Católica Apostólica Romana. 



2- Três tipos de pecado atual, isto é, pessoal.


- Pecado contra o Espírito Santo: é a recusa explicita do perdão e da graça de Deus: "pecado para a morte" (I Jo 5, 16).

- Pecado mortal ou grave: ocorre quando se preenchem três condições:
a) matéria grave, importante
b) conhecimento de causa
c) vontade deliberada

É dito mortal porque leva à perda da vida sobrenatural, isto é, da graça santificante. Quem está em pecado mortal desce a escada que leva a morte eterna. Sua vida da graça esta extinta, até que se arrependa. Assim qualquer mérito das boas obras feitas em pecado mortal não são atualizados e é como se não o tivesse feito, já que esta alma rompeu por vontade própria a relação com Deus que é a fonte de toda Bondade, a alma só volta a ter os benefícios espirituais das boas obras que fez se arrepender-se e confessar-se. 

- Pecado venial ou leve: se dá quando falta um dos três requisitos acima. Não tira a vida da graça, mas contribui para torná-la anêmica, a alma se torna gradativamente mais fraca na batalha contra o mal.



3- Quatro tipos de pecados?


A distinção de quatro tipos de pecado:

a) contra o Espírito Santo
b) mortal
c) grave
d) venial

Proposta ultimamente, segundo a qual o pecado grave não extinguiria a vida da alma, foi repetidamente rejeitada pelo Magistério da Igreja (Reconciliatio et Paenitentia, 17, 1984). Portanto, a distinção entre pecado grave e mortal, como se o primeiro fosse um "pecado médio", não existe. O pecado ou é venial ou é mortal, mortal e grave são a mesma coisa.



4- Pecado pessoal e pecado social?


"O pecado é sempre um ato de pessoa individualmente considerada. Esta pode ser condicionada por fatores externos como por tendências da sua personalidade. Não digamos, porém, que o ser humano é tão condicionado que careça de livre arbítrio; resta sempre a cada individuo sadio a capacidade de opção em meio às pressões de cada dia. Por conseguinte, não devemos atribuir os pecados às estruturas e as sistemas, como se não fossem atos de pessoas" (Reconciliatio et Paenitentia, 16, 1984).




5- Os pecados contra o Espírito Santo são seis: 


1) desesperar da salvação
2) presunção de se salvar sem merecimento
3) combater a Verdade conhecida
4) ter inveja das graças que Deus dá a outrem
5) obstinar-se no pecado
6) morrer na impenitência




6- Os pecados que bradam ao Céu e pedem vingança a Deus são quatro:


1) homicídio voluntário
2) pecado impuro contra a natureza
3) opressão dos pobres principalmente órfãos e viúvas
4) não pagar o salário a quem trabalha

Diz-se que esses pecados pedem vingança a Deus, porque o diz o Espírito Santo, e porque a sua malícia é tão grave e manifesta, que provoca o mesmo Deus a puni-los com os mais severos castigos.

 "A perda do sentido do pecado é uma forma ou um fruto da negação de Deus: não só da negação ateísta, mas também da negação secularista. Se o pecado é a interrupção da relação filial com Deus para levar a própria existência fora da obediência a Ele devida, então pecar não é só negar a Deus; pecar é também viver como se Ele não existisse, bani-lo do próprio cotidiano. Um modelo de sociedade mutilado ou desequilibrado num ou noutro sentido, como é frequentemente veiculado pelos meios de comunicação, favorece bastante a progressiva perda do sentido do pecado." (Reconciliatio et Paenitentia, 18, 1984)




II) O que é Penitência?


A Penitência, chamada também confissão, é o Sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecadores cometidos depois do Batismo. 




1- Instituição da Penitência.


A Penitência foi instituído na tarde do dia da Ressurreição, quando Jesus, depois de entrar no Cenáculo, deu solenemente aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados, dizendo: "Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23)



2- Jesus ensina-nos a confessar bem


Com a parábola mais linda do Evangelho, a do filho pródigo, Jesus ensina-nos a fazer uma boa confissão, com a alma cheia de confiança no Amor Misericordioso do Pai. Vale a pena ler e meditar a parábola: Lc 15, 11-26.



3- Para uma boa Confissão requerem-se cinco coisas:


1ª) Exame de consciência, isto é, rezar e pensar nos pecados cometidos por pensamentos, palavras, atos e omissões ("caindo em si, disse..." Lc 15, 17);

2ª) Arrependimento dos pecados (também dos já perdoados); ("quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morrendo de fome" Lc 15, 17);

3ª) Propósito de nunca mais pecar (antes morrer do que tornar a pecar); (Vou-me embora, procurar o meu pai" Lc 15, 18);

4ª) Confissão, isto é, contar os pecados ao confessor: (em espécie, número e circunstâncias), ("Pai, pequei contra céu e contra ti" Lc 15, 21);

5ª) Satisfação, isto é, execução da penitência imposta pelo confessor, se possível imediatamente ("Já não sou digno de ser chamado teu filho" Lc 15, 21) (Código de Direito Canônico 981, 987 e 988).




4- Arrependimento dos pecados


Das cinco coisas necessárias para fazer uma boa confissão, é o arrependimento dos pecados a mais importante. Este pode ser de três espécies:

Natural (produzido por motivos meramente humanos): não apaga nenhum dos pecados. 

Sobrenatural imperfeito (atrição; é produzido principalmente pelo medo dos castigos de Deus): sem a confissão, apaga os pecados veniais; com a confissão, apaga também os pecados mortais.

Sobrenatural perfeito (contrição; é produzido principalmente pelo amor para com Deus): unido ao propósito ou ao desejo de confessar-se, apaga todos os pecados, mas fica de pé  a obrigação de acusar os pecados mortais já perdoados, na próxima confissão, sem a qual não é lícito comungar.



5- Confissão frequente


"A acusação dos pecados graves é necessária; a confissão frequente continua a ser uma fonte privilegiada de santidade, de paz e de alegria!" (Paulo VI - Exortação apostólica sobre a Alegria Cristã - 09 - 05 - 1975). 

"Por inspiração do Espírito Santo foi introduzido na Igreja o uso piedoso da Confissão frequente, com a qual: 

- aumenta-se o reto conhecimento de nós mesmos;
- desenvolve-se a humildade cristã;
- arranca-se a perversidade dos costumes;
- resiste-se à negligência e ao torpor espiritual;
- purifica-se a consciência;
- procura-se a salutar direção da consciência;
- fortalece-se a vontade;
-aumenta-se a graça por força do próprio Sacramento"

Pio XII, Encíclica Mystici Corporis


Para um cristão, o Sacramento da Penitência é a via ordinária para obter o perdão e a remissão dos seus pecados graves cometidos depois do Batismo (Encíclica Redemptoris Mater, São João Paulo II, sobre a Bem Aventura Virgem Maria; 31 - 02-12-1984). 


Faculdade da Vontade 


O corpo vive das potências vegetativas, que são três: o poder de nutrição, o do crescimento e de reprodução.

E sente por virtude das potências sensitivas que são se dividem em duas classes: cognoscitiva e afetiva.



Das cognoscitivas


1- Cognoscitivas (com sentidos exteriores) que são cinco sentidos

2- Cognoscitivas sensíveis (sem órgão externo) que são o senso comum, a imaginação, o instinto e a memória.

O homem possuí também outra faculdade cognoscitiva chamada de inteligência ou razão, que são uma só potência, no entanto, tem dois nomes pois há verdades que o entendimento compreende de um só golpe e outras que necessita de raciocínio.

O homem possuí assim a capacidade de discorrer (entender pelo raciocínio), tal habilidade é uma perfeição do homem em relação a outros seres, pois pode chegar a verdade por esse meio. E imperfeição, comparado a Deus e aos anjos, pois pode ainda cair no erro.

A verdade é o conhecimento do que existe. 

A ignorância é a carência de conhecimento sobre algo. 

O erro é atribuir existência ao que não a teve ou tem. 

A verdade pode ser conhecida a partir da idade da razão, 7 anos. No entanto, não é possível, mesmo por investigação, adquirir o conhecimento de todas as verdades; mas poderá conhecer naturalmente as coisas sensíveis e as verdades que deste conhecimento se derivam.



Das Afetivas: o Livre Arbítrio


As faculdades afetivas é o poder que o homem tem de propender para o que as faculdades cognoscitivas lhe apresentam como bom e de fugir do que como mau lhe põem diante dos olhos.

Existem duas classes de faculdades afetivas: o apetite sensitivo e a vontade (que é um apetite, mas mais nobre e espiritual) e portanto mais perfeito.


Baseado no Catecismo da Suma Teológica de São Tomás de Aquino, Doutor da Igreja






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Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




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