Carta 7: Nós somos o que perdemos

by - janeiro 15, 2021

Carta 7 Nós somos o que perdemos



Piracicaba, 01 de maio de 2019

Paz e Bem!

O que você pensa quando vê uma postagem minha nas redes sociais? Essa é uma pergunta que constantemente me faço e tenho receios da resposta. Existe uma tendência natural, mas nem por isso saudável, principalmente aqui no Brasil de: 1) valorizar sucessos; 2) nunca escutar de forma natural sobre fracassos, perdas e toda a cartela de, enfim, humanidades; 3) ao mesmo tempo ser extremamente sensível quando o assunto é superar tudo isso ou ainda falar de forma absurdamente sentimental sobre tudo isso.

Problemas com fracassos e com sucessos, medo dos dois, o primeiro por ser em si ruim e o segundo por ser bom demais.

Aí entra as redes sociais... E raras são as pessoas que pensam diante de alguém inteligente ou alguém seja lá o quê: "poxa, essa pessoa deve ter fracassado várias vezes e se levantado por isso ela é assim... nossa". Isso é raro, a maioria pensa: "qual será o livro (1 único) que tal pessoa leu?" , "quem será o padre dela?", "se eu vivesse lá onde tal pessoa vive seria assim também", "quem será que lhe ajudou a chegar lá?"... 

Eu não entendo muito bem as razões que fizeram do brasileiro tão ávido por ostentações e o resto "o que eu ganho e o que eu perco, ninguém precisa saber", mas isso não pode ser bom, pois simplesmente é contra a realidade. É justamente o que perdemos que nos torna quem somos. Isso, inclusive, todos falam mas na verdade sempre querem ter sucesso para ostentar o mais rápido possível. Todos nós somos assim, o primeiro passo é conseguir ver... (eu sei, eu sei você está ficando incomodado de ler isso, pois te tira do conforto do discurso motivador). No entanto, até disso arrancamos ostentação, com o nome de vitimização. As perdas deixam de ser construtivas e se tornam bandeiras com a frase "eu passei por isso, tadinho de mim, me respeite e me ame e me dê coisas". O que só dificulta a tarefa de ser um ser humano dotado de inteligência e vontade e ser visto como tal. Um ser humano que, longe desse pensamento que está passando pela sua mente que leva a uma dó interior, deve sempre buscar superar-se, não gloriando-se em suas próprias forças mas nas suas fraquezas e perdas receber poder de Deus para se fazer novo.

Singelamente, Ana



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