Resumão: Santo Tomás de Aquino - uma biografia (Chesterton)

by - setembro 19, 2022

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Autor: Gilbert Keith Chesterton, mais conhecido como G. K. Chesterton, foi um popular ensaísta, romancista, contista, teólogo amador, dramaturgo, jornalista, palestrante, biógrafo, e crítico de arte inglês. Chesterton é muitas vezes referido como o "príncipe do paradoxo". Nasceu em 1874 e faleceu em 1936.

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Resumo: São Tomás: uma biografia (Chesterton) – Ana Paula Barros




Todo santo é homem antes de ser santo e a graça pode produzir um santo a partir de qualquer tipo humano.


“O santo é um remédio por ser um antídoto”, por isso, é comum que se confunda o santo com um veneno, porque é um antídoto, restaura a sanidade do mundo falando sobre o que o mundo despreza naquela época, fala o que precisam não o que querem. Cada geração procura por instinto o seu santo, pois se o mundo fica mundano demais, ele pode ser repreendido pela Igreja, mas se a Igreja ficar mundana demais ela não poderá ser repreendida pelo mundo. Atualmente o mundo precisa de um santo e de um filósofo, pois estamos na era da falta de bom senso. 



ABADE FUJÃO



Europeu até a medula, italiano, francês, alemão, primo do Imperador do Sacro Império Romano germano, para São Tomás toda briga internacional era uma briga de família. Frederico Barba Rosca era seu tio avô (Educandos, lembram dele?).


São Tomás nunca se descontrolava exceto quando os irmãos o sequestraram e lhe mandaram uma mulher, ele pegou um tição da lareira e usou como uma espada ardente, a mulher saiu correndo e ele traçou um sinal da cruz na porta. Por fim, voltou a sua calma habitual. Tudo isso porque decidiu ser monge e não abade, não queria cargos e assim ficou até o fim da vida.



REVOLUÇÃO ARÍSTOTÉLICA



O boi mudo

tomaram-no como estúpido, mas o “amor a verdade supera sua humildade”, mesmo imerso em teorias e distraído, era dotado de enorme bom senso, Alberto, seu professor disse: “Vós o chamais de boi mudo, eu vos digo que esse boi mugirá tão alto que seus mugidos ecoarão pelo mundo”.


Em épocas conturbadas é justamente quem tenta conservar as coisas o acusado de desconcertá-las, assim foi com ele também. A Igreja começou sendo platônica, na Idade Média superou o platonismo e o aristotelismo, mas no século XIX o homem moderno se apaixonou-se pelo antigo grego e romano, descartando a Idade Média e intitulando-a como infecunda. As ideias pré-medievais comicamente ainda persistem na mente moderna, é a ideia, por exemplo, de que os astros governam nossas vidas e de que somos todos um, que o homens compartilham uma única mente!


São Tomás fez uma revolução aristotélica religiosa, “converteu Aristóteles”, fez isso pois viu que o povo estava deixando escapar a doutrina com ideias como as anteriores. Isso causou muita confusão, mas São Tomás, com calma característica empreendeu um trabalho colossal. Era franco e apresentou tudo sem colorido, não um poético com o era Santo Agostinho, mas ainda poético em sinceridade e calma. Até a sua segunda onda de indignação que aconteceu diante da tese de Siger Brabante.


Resumidamente: São Tomás diz que existe uma verdade e que esta não pode se contradizer, Brabante dizia, por sua vez, que podiam existir verdades contraditórias (por exemplo, "todos os caminhos levam a Deus") essa foi a última batalha do boi mudo e como na primeira ele achou um tição ardente apropriado: “Vide nossa refutação do erro, não se baseia em documentos da fé, mas nas razões e declarações dos próprios filósofos. Se depois disso houver alguém que, orgulhoso de sua presumida sabedoria, deseje contestar o que escrevemos, que o faça não pelos cantos ou diante de meninos, que não tem o poder de julgar questões tão difíceis. Que responda abertamente, se ousar. E virá então confrontá-lo não apenas eu, que sou o mais insignificante dos homens, mas muitos outros que se dedicam ao estudo da verdade, nós combateremos seus erros ou curaremos sua ignorância.”


São Tomás acreditava em argumentar nos termos do oponente, por exemplo, não adianta dizer a um ateu que ele é um ateu, por isso, São Luís, o Rei da França dizia que devemos argumentar com os infiéis como verdadeiros filósofos ou “enfiar-lhe a espada no corpo o mais fundo que puder”. 


Era uma mente absorta em seus pensamentos

Um dia em um jantar com o rei São Luís, São Tomás, absorto em pensamentos esmurra na mesa e brada: “E isso silenciará os Maniqueu”. São Luís, mesmo vendo o espanto dos convidados, manda que busquem papel para que São Tomás anote a ideia que teve.


A parte fundamental da filosofia tomista, fruto dessa mente laboriosamente calma, é o louvor a vida. São Tomás diante da fórmula “ser ou não ser” diria certamente “ser”. Se basear na vida dentro do contexto da queda, sem jamais aparta-se da bondade da Criação, é um ponto fundamental para entender a filosofia católica.



VIDA REAL DE SANTO TOMÁS



“Pode-se dizer que a coisa que separa o santo dos homens ordinários é sua prontidão em se confundir com os homens ordinários”. 

Ordinário vem da palavra “ordem”. O santo abandonou o desejo de se destacar, é o superior que jamais quis ser superior. Santo Tomás era um homem corpulento e generoso, distraído numa contemplação ativa, quando não estava lendo estava andando de um lado para o outro no claustro travando debates em pensamento. O absorto, prático e místico. Ele pensava de forma contemplativa sem nunca perder a calma característica. Um aristocrata intelectual não um esnobe intelectual.


Uma presença que se torna detectável gradualmente, mas que provavelmente tinha uma vida mística que se esforçava para esconder. Um dia ao escrever sobre a Santa Eucaristia, depois de orações e pedir por orações, foi até o altar, jogou o pergaminho aos pés do crucifixo e se virou para a oração, o Senhor desceu da cruz e pairou sobre o pergaminho e disse: “Tomás, escrevestes bem sobre o Sacramento do meu corpo”, assim contam os monges que viram a cena ao espiá-lo.


Foi dito que ele poderia restaurar filosofia inteira sozinho se um incêndio a tivesse destruído. Em seus debates pensava em duas coisas: a clareza e a cortesia. Acreditava que essas qualidades práticas influenciavam a conversão.


E assim fez até o seu último combate, encerrado com santo furor, em amor pela verdade que não se contradiz. Possuía um coração tão puro, que o confessor de sua última confissão, pouco tempo depois do último combate com Brabante, disse que parecia a confissão de um menino de cinco ano.


Esse santo homem supriu a necessidade de um homem normal por uma filosofia normal, baseada na realidade: a existência existe, uma coisa não pode ser e não ser, que existirá um falso e um verdadeiro, que não pode haver dúvidas do ser mesmo com a mutabilidade à vista, que tudo que se move é movido por outro, que um ovo é um ovo e não uma pedra.


Para ele mesmo as coisas leves eram graves, pois dedicava atenção ao que fazia, tudo importa, por isso sua obra abarca praticamente os atos grandes e pequenos de um homem. 

Buscava nos deixar um cristianismo sobrenatural e não antinatural, uma filosofia imortal.



Resumo: Ana Paula Barros

Transcrição de texto: Bruna Rodrigues

Revisão: Ana Paula Barros

Edição de áudio: Alexandra Bitencourt




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