Existe na Lei Divina preceitos que são relativos à virtude da esperança ou ao dom do temor, no entanto, explica São Tomás, eles não se deram na forma de preceitos explícitos e sim na forma de promessas no que se refere à esperança e de ameaças no que se refere ao temor. 

Se deram deste modo pois era preciso preparar o homem para receber com fruto os mandamentos. Pois, antes de promulgar a lei, era necessário primeiramente, que o homem reconhecesse e acatasse o seu Autor, e que, depois, se lhe propusesse o quadro de recompensas e castigos como incentivo para observá-la; o primeiro se conseguiu mediante os preceitos relativos à fé, o segundo mediante os relativos à esperança e ao temor. 

Os preceitos que constituem a substância da lei, quando já realizada a preparação de que falamos, são os que dão regras para ordenar e governar a vida, especialmente no que se refere a virtude da justiça. Estes preceitos são os mesmo que formam o Decálogo. 

Os preceitos relativos à fé e à esperança não fazem parte do Decálogo, propriamente, pois o seu objetivo primitivo foi o de preparar o homem para o advento e promulgação do Decálogo, no entanto, depois que o Senhor Jesus e os Apóstolos os explicaram tomaram a forma de conselho e, não raro, de preceitos formais complementares. 

A Suma Teológica de Santo Tomás em forma de Catecismo