Download Gratuito: Guia "definitivo" sobre modéstia (sem relativismo)

by - dezembro 05, 2019





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Temas abordados : 1. Apresentação 2. Os princípios da moral católica 2.1 Moral Católica x Moral Puritana 3. As virtudes 4. A virtude da modéstia e do pudor 5. A modéstia e o pudor no comportamento 6. A modéstia e o pudor nas roupas 7. Seleta de textos sobre Modéstia


Apresentação

Este trabalho visa responder aos leitores e também a alguns textos mal feitos sobre o assunto que circulam pela internet, mostrando como alguns entendimentos sobre a modéstia é muitíssimo aquém da definição que a Igreja sempre deu ao nome: virtude. 

Princípios da Moral Católica
(Teologia Moral)

A teologia moral faz parte da teologia sistemática (que formula descrições ordenadas sobre a fé a as crenças baseadas na teologia dogmática, na teologia filosófica e na teologia doutrinal), mas também se une a teologia prática (que é a aplicação das orientações da teologia na vida cotidiana). 

A teologia dogmática é a parte da Teologia Católica que trata, sistematicamente, do conjunto das verdades reveladas por Deus (reunidas na chamada Tradição, que inclui a Bíblia) e como tal propostas pelo Magistério da Igreja Católica. 


O magistério se divide em:

§ -  o ordinário, exercido continuamente pelos bispos e pelo Papa (ex: através de encíclicas e outros tipos de documentos e de meios), mas que não está imune ao erro. Mesmo assim, o magistério ordinário deve ser reverenciado pelos fiéis em termos de vontade e razão; o fato de não estar imune ao erro não significa que, de fato, os possua. O magistério ordinário torna-se infalível só quando o Papa e o Colégio Episcopal, dispersos por todo o mundo, concordarem em emitir uma sentença definitiva sobre fé e moral aplicável a toda a Igreja.
§  - o extraordinário, exercido somente em situações pontuais e necessárias pelo Papa ou por todo o episcopado reunido em torno do Papa, num concílio ecumênico. Quando se tratar de juízos referentes à fé e à moral (os chamados juízos dogmáticos), o magistério extraordinário ou supremo torna-se infalível, sendo os seus ensinamentos imutáveis nestas matérias dogmáticas. Esses juízos dogmáticos, que podem não conter dogmas novos, podem ser expressos em anátemas (ou não), decretos, constituições dogmáticas e outros documentos.

Portanto a moral católica deve ser sempre embasada na Sagrada Tradição (que os apóstolos e o colégio apostólico orientou pelos séculos), no Sagrado Magistério (pronunciamentos papais e dos bispos sobre a reta interpretação das Escrituras e da Tradição, também pelos séculos) e na Sagrada Escritura. Ainda temos, por graça divina, um grupo seleto entre os membros da Igreja, os santos, que em suas vidas expressaram a eficácia da Palavra de Deus e do seguimento da Santa Tradição da Igreja. Dentre eles, Deus nos concede mais um aporte de sua graça, nós temos os Doutores da Igreja, tais membros são santos e ofereceram ao depósito da fé uma abordagem teológica tão acertada que a Igreja abraçou como sua tais doutrinas, podemos dizer que os 36 Doutores da Igreja possuem um peso considerável em qualquer abordagem teológica moral, doutrinal e filosófica; pois que todos os membros do magistério recorrem a eles, em casos de dúvidas ou discrepâncias. 

O objetivo da teologia moral é levar as virtudes cristãs à excelênciaaté o fim das vidas de cada católico, como está expresso na própria definição da palavra virtude no Catecismo (que é um compêndio, um resumo, dos ensinamentos da Igreja): "a virtude é uma disposição habitual e firme para praticar o bem. Permite à pessoa não somente praticar atos bons, mas dar o melhor de si mesma. A pessoa virtuosa tende para o bem com todas as suas forças sensíveis e espirituaisprocura o bem e opta por ele em atos concretos. O fim duma vida virtuosa consiste em tornar-se semelhante a Deus" (CIC 1803). E o ato concreto de Deus por nós foi dar-se todo na cruz.

Assim a teologia moral nos ensina que os ensinamentos do Senhor devem ser praticados no cotidiano,  numa teologia prática, numa doação total a Deus nos pequenos atos como uma expressão da receptividade ao Evangelho e da vontade de Deus para a humanidade. O centro da ética e moral católica são os Dez Mandamentos. 

O estudo da matéria de Teologia Moral é a mais importante na vida prática, mas antes cabe esclarecer o que é Moralidade Cristã e para tal recorremos a São Tomás, Doutor Angélico da Igreja.

A Moralidade Cristã são os atos e comportamentos que nos levam ao Sumo Bem, "uma ciência das virtudes, um receituário dos costumes cristãos, com a indicação de remédios naturais e sobrenaturais para os desvios de curso que aviltam a inteligência e a vontade humanas" (Professor Silvio Silveira, tomista). Portanto, moral é o que nos aproxima de Deus e imoral o que nos afasta de Dele. A moralidade, os atos e comportamentos, devem ser matéria de edificação pessoal e social; é a vida ética vivenciada em seu sentido mais elevado; dessa forma ela não deve ser rebaixada a uma casuística (que depende de casos particulares). 

A Teologia Moral como ensina muitos doutores da Igreja são princípios universais para a vivência das virtudes cristãs no cotidiano. E dentre os seus Doutores nesse assunto estão: São Tomás de Aquino, Santo Afonso Maria de Ligório (principalmente) e São Francisco de Sales. 

As abordagens pouco claras a esse respeito, que dispensam tais doutores e toda a Tradição da Igreja; torna a vivência das virtudes, como nos pede a Igreja em seu Catecismo, praticamente inexistente. Ou seja para alguns: nada é exigido, nada é ruim, tudo depende do ponto de vista, tudo depende do coração da pessoa. 

Por isso coloquei de forma bem humorada no título desse material a palavra "definitivo", pois é ridículo acreditar que um guia definitivo pode ser feito num post de blog, nem num livro isso é possível, dado a extensão dos problemas nessa área. 



Moral Católica x Moral Puritana

A Moral Católica como vimos não rejeita orientações claras, inclusive existem volumes densos de Teologia Moral para nos provar que afinal não é assim a "festa do tudo pode, desde que meu coração diga que pode". 

Veja bem, São Tomás nos orienta sim em relação a intenção, o pecado mortal só acontece quando você tem intenção de pecar, quando faz sabendo que é pecado. O Mortal, veja bem. 

Portanto de fato, um homem que se veste de mulher ou uma mulher que se veste de homem com intenção de se portar fora das leis de Deus, peca mortalmente. Quem, por outro lado, veste tais vestimentas por algum motivo mesmo sabendo ou descobrindo que são inadequados, peca venialmente. Quem veste na ignorância, pois lhe coloram a roupa e ela nunca foi orientada sobre tal, não peca (Suma Teológica, II-II, qq. 160 e 168-170)

Indo verdadeiramente além, a Igreja nos orienta que " a pessoa virtuosa tende para o bem com todas as suas forças sensíveis e espirituaisprocura o bem e opta por ele em atos concretos".

Dessa forma uma pessoa pode cometer um falta ou até mesmo um pecado venial se porventura assume atos e comportamentos que ao longo do tempo pode fazê-la cair mais gravemente.

Nesse ponto está toda a vivência da moral católica: os atos concretos voltados para o bem usando todas as forças para isso. Como vê o ensino da Igreja não é laxo, pois o Evangelho não é laxo. 

A moral protestante, de fato possuí uma influência Kantiana, que centraliza a ação do homem no cumprimento de regras. Mas veja que o equivoco não está na existência de alguma regra, mas na vivência delas sem o espírito de doação e entrega, pois é necessário uma dose de lapidação, um espirito de penitência e sacrifício pelo que se ama. 

E disso já nos defende a Santa Doutrina da Igreja que nos orienta a tudo vivermos por amor, nada é pesado para quem ama, nada é pesado para quem vê a Cruz, nada é muito para quem vê o Corpo do Senhor flagelado.

E o que é o amor? O Amor é Jesus. E segundo São João: 

"E sabemos que O conhecemos por isto: se guardamos os seus mandamentos"
"Aquele que diz que permanece nEle deve também andar como Ele andou" (1 João 2, 3-6)

O assunto da modéstia está incluso no VIº e IXº mandamentos: não pecar contra a castidade e não desejar a mulher do próximo (Ex 20, 14-17). Tais mandamentos condenam: as conversas impuras (Ef 5, 3-4), olhares, toques, leituras, divertimentos, músicas, amizades, vestimentas que possa oferecer ocasião aos outros de pecar contra a castidade, suscitar pensamentos e desejos voluntários contra a castidade (Mt 5, 28).

"Pois este é o amor de Deus: observar os seus mandamentos. E os mandamentos não são pesados pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo" (1 João 5, 3-4). 

"Toda iniquidade é pecado" (1 João 5, 17)

Iniquidade é uma ação ou coisa contrária a moral e a religião. 

Portanto a moral não pode ser descreditada por medo do puritanismo. 


Virtudes

A virtude da modéstia é oriunda da virtude cardeal (também chamada virtude moral) da temperança. Sobre ela o Catecismo nos ensina no ponto 1809:

"A temperança é a virtude moral que modera a atração dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração. No Novo Testamento, é chamada "moderação", ou "sobriedade". Devemos "viver com moderação, justiça e piedade no mundo presente" (Tt 2, 12).

A modéstia e o pudor são virtudes que moderam o comportamento para se conformarem a vontade de Deus e a dignidade que Ele nos deu ao se encarnar e nos resgatar a preço de sangue. 

Veja que vimos que a teologia moral é a orientação da Igreja em relação a atos e comportamentos, uma direção para praticar as virtudes. Portanto, a teologia prática passa pela vivência do pudor e da modéstia. 

As virtudes são definidas como atos concretos, dessa forma será sempre errado dizer que "a modéstia não se resume ao exterior" como uma forma de não fazer mudanças externas, num uso de palavras bem relativista. Como foi dito a modéstia modera o comportamento, toda a forma de expressão. E se é expressão, é externa. 

Vestir-se é entendido como uma expressão, assim como também uma forma de auxiliar na moderação de outras nuances do comportamento, isso se chama "cognição da indumentária".

No entanto, podemos ir além, por exemplo alguém que faz barraco, grita, é um ato exterior, é uma expressão e é imodesto. 

Alguém que bebe muito, que bate na esposa ou tem atitudes grosseiras, realiza um ato exterior, uma expressão desordenada  e é portanto imodesto.

Sempre será errado e um tanto desonesto dizer "a virtude não é só exterior" numa tentativa de separar a expressão no vestir-se, do restante do comportamento (falar, andar, etc.). A modéstia modera o comportamento como um todo, tudo unido, num trabalho de lapidação até a morte. 

"O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado à castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união” (CIC 2521).

“a pureza do coração exige o pudor, que é paciência, modéstia e discrição” (CIC 2533).

"Protege o mistério das pessoas e de seu amor. O pudor é modéstia, inspira o modo vestir, mantém o silêncio ou certa reserva quando se entrevê o risco de uma curiosidade malsã. Torna-se discrição” (CIC 2522).

“Existe um pudor dos sentimentos, como existe o do corpo. O pudor, por exemplo, protesta contra a exploração do corpo humano em função de uma curiosidade doentia (como em certo tipo de publicidade), ou contra a solicitação de certos meios de comunicação a ir longe demais na revelação de confidências íntimas. O pudor inspira um modo de viver que permite resistir às solicitações da moda e à pressão das ideologias dominantes” (CIC 2523).


A modéstia e o pudor nas roupas

Segundo São Tomás de Aquino: “os movimentos exteriores são sinais das disposições interiores.” ou ainda “anima forma corporis”(a alma forma o corpo, o corpo forma a alma)


Recentemente li um texto, muito ruim, sobre a visão do pudor nas diferentes civilizações, o texto relativizava o pudor dizendo que afinal não é falta de pudor entre os índios estar pelado, mas é falta de pudor entre os árabes mostrar os cabelos. Isso existe, existe. Aqui no Brasil não é falta de pudor sair uma vez ao ano vestida de glitter, também não é falta de pudor falar palavrões na rua. 

Mas quem mostra o que é verdadeiramente certo? A realidade de cada povo ou algo acima, que leva os homens a um bem maior e mais elevado? Se formos seguir as diretrizes do nosso tempo, todos deveriam sair com frases de ordem, peludas pelas ruas. Ou ostentando um celular de última geração e roupas minúsculas. A cultura moderna seria mesmo uma boa professora no que se refere a moralidade? Estaríamos mesmo melhores seguindo a inclinação do tempo atual?

Me parece que tais exemplos, muito reais, pouco podem nos ajudar na vivência da moralidade cristã, já que a atual sociedade nem cristã é.

Também já li o triste argumento que "a intenção é o que importa", se referindo a São Tomás, quando este esta a falar sobre o pecado e a vestimenta. Você pode ter um coração ingênuo "recém saído do jardim de infância" mas, acredite, suas atitudes podem gerar maus pensamentos nas pessoas; pode não ser pecado mortal no seu caso, mas a realidade está aí para dizer que é verdade; pois seu irmão pode pecar mortalmente por sua causa. 


Documentos sobre o assunto

Foi abordado anteriormente o local dos documentos emitidos pelos membros do Magistério em relação à fé ou costumes. Ou seja, são importantes como orientações da Igreja sobre aquele assunto e, como vimos, sabemos que é de fato uma orientação da Igreja se possuí as três notas da Igreja, ou seja, a presença do Sagrado Magistério, da Sagrada Tradição e das Sagradas Escrituras. O Magistério é responsável por passar o que está no depósito da fé a respeito de determinado assunto, justamente em momentos de crise (ato raro, atualmente). Portanto, dizer que um pronunciamento é pontual e não vale para essa época é descabido, já que os documentos conciliares, por exemplo, foram emitidos numa determinada época em determinada situação de conflito, os livros dos doutores também; é o mesmo que dizer que tudo que temos como herança é inválido. Como se a doutrina tivesse vindo do além e pudesse ser interpretada de um jeito diferente a cada tempo. Portanto, é uma abordagem bem relativista não considerar os pronunciamentos dos papas, cardeais, bispos e membros ilustres da igreja e considerar somente alguns que lhes apetece.

É o que acontece atualmente. Quando falamos de tais pronunciamentos e até mesmo trechos dos textos dos santos doutores, temos os seguintes argumentos:

1- não é doutrina
2- não é doutrina
3- não é doutrina

Pois não está escrito explicitamente no Catecismo, lembra muito a forma dos protestantes de verem as coisas.

E algumas vezes vemos ainda tal expressão "tal santo não deixou claro a que se refere" ou "é uma orientação pastoral", numa atitude tão desonesta que me vejo impossibilitada de usar termos amenos, já que logo depois cita Dom Estevão Bitencourt, em pronunciamentos que (olha a surpresa!) verdadeiramente não são doutrina como também é um membro menor na hierarquia. Uma ação pastoral de um Papa em conformidade com a Tradição da Igreja é mais valiosa que a opinião de alguém abaixo dele. 

 Por exemplo, tais trechos são colocados em descrédito ou vistos como "não podemos saber do que ele estava falando":

“Desde este ponto de vista não podemos deixar de condenar a cegueira de quantas mulheres de todas as idades e condição; feitas tontas pelo desejo de agradar, elas não veem a que nível a indecência de suas vestes chocam a todo homem honesto, e ofendem a Deus. A maioria delas teriam, em outras épocas, se envergonhado com esses estilos por grave falta contra a modéstia Cristã; e já não é suficiente que elas se exibam na via pública; elas não tem medo de cruzar as portas da Igreja, a assistir o Santo Sacrifício da Missa, e até de levar a comida sedutora das suas paixões vergonhosas até o Altar da Eucaristia onde recebemos o Autor celeste da pureza. E nós não estamos falando das exóticas e bárbaras danças recentemente importadas dos círculos fashion, cada uma mais chocante que a outra; não podemos imaginar nada mais apropriado para banir o que resta da modéstia”. (Encíclica Sacra Propediem (1921) do Papa Bento XV)

“Seu apostolado será realizado, acima de tudo pelo bom exemplo. Será o dever de seu amado Presidente, de seus líderes sábios, ensinar-lhes que antes de vocês colocarem um vestido, vocês devem se perguntar o que Jesus Cristo iria pensar disso; eles vão avisá-las que, antes de aceitar um convite, vocês devem considerar se o seu invisível guardião celestial poderá acompanhá-las, sem cobrir seus olhos com suas asas; eles vão dizer-lhes quais teatros, quais companhias, quais praias evitar; eles vão mostrar a vocês como uma garota pode ser moderna, culta, esportiva, cheia de graça, naturalidade e distinção, sem ceder a todas as vulgaridades de uma moda doentia, mas preservando uma aparência que não tem artificialidades, assim como a alma que essa aparência reflete, um semblante sem sombra, quer interior quer exterior, mas sempre reservado, sincero e franco. Recomendamos, acima de tudo, rezar para a corajosa e ativa defesa de sua pureza. Recomendamos especialmente a devoção à Eucaristia e à Virgem Maria Imaculada, a quem vocês estão consagradas.” (Papa Pio XII, Alocução às Meninas da Ação Católica, 6 de outubro de 1940, sobre moda e modéstia.)


Tudo isso é visto como uma abordagem "antiga" e mudada magicamente por São João Paulo II. Parecem os pagãos que a cada Papa acham que todo o passado foi enterrado com ele e pronto! Podemos fazer uma Igreja nova! 

Vamos lá: a Igreja sempre diz a mesma coisa, o problema são as pessoas que fazem suas próprias interpretações de algo escrito com clareza. Os documentos antigos eram mais claros que os de hoje, já que atualmente estão tão filosóficos que ninguém os entende, a ponto que cada um interpreta como quer. 

Quanto ao "não sabemos do que estão falando" basta procurar as vestes desse tempo e ver o que eles consideravam ruim e comparar com as vestes atuais, não é difícil, mas exige honestidade interior e também a única forma de modéstia interior que existe: humildade.




Padre Pio e Textos Marianos

Também são questões os textos de Padre Pio e os textos as filhas de Maria. 

Sobre o primeiro, podemos ver que o homem é santo, logo seus pensamentos e suas orientações lhe ajudaram a ter fé, esperança e caridade; assim como Santa Rita de Cássia, Santa Gema Galgani e outros santos que não falavam, pois não tinham a missão de cura de almas como um padre, mas eram muito modestas. Portanto, entre um santo e um não santo que desdenha o santo, basta escolher. ]

Sobre as normas das filhas de Maria sobre a Modéstia, é simples, Maria é o nosso exemplo de mulher, basta ver as orientações do próprio Papa São João Paulo II sobre isso:

"Pode, portanto, afirmar-se que a mulher, olhando para Maria, nela encontrará o segredo para viver dignamente a sua feminilidade e levar a efeito a sua verdadeira promoção. A luz de Maria, a Igreja lê no rosto da mulher os reflexos de uma beleza, que é espelho dos mais elevados sentimentos que o coração humano pode albergar: a totalidade do dom de si por amor; a força que é capaz de resistir aos grandes sofrimentos; a fidelidade sem limites, a laboriosidade incansável e a capacidade de conjugar a intuição penetrante com a palavra de apoio e encorajamento.” ( Redemptoris Mater, 46)

Não faz o menor sentido tirar Nossa Senhora como nosso modelo, Ela nos orienta no caminho da virtude. Se estamos aqui para viver somente a decência que o mundo diz que é cool, não precisamos de tanto trabalho, muitos programas de moda na tv já fazem isso. O objetivo da Igreja e dos católicos deve ser propagar o bom fermento das virtudes, das práticas concretas que aproximam de Deus e dignificam o ser humano como filhos amados e resgatados por Deus que se fez homem. 

Por favor, sejam honestos!

Quanto ao uso de calças, deixarei para falar em um livro sobre isso mais profundamente, pois já falei sobre a questão do pecado e que nesse tópico realmente é verdade dizer que a modéstia é ir além do não pecado, é buscar ter uma vida virtuosa e santa, sendo como Deus o fez em sua sexualidade e a expressando verdadeiramente em seu comportamento (que inclui a vestimenta como já vimos). Mas vale lembrar que é errado o argumento de que quando a Igreja diz que "a mulher deve vestir roupas de mulher" ela não especifica o que é. Se assim fosse São Paulo não teria orientado as vestes das mulheres na comunidade dos Corintios (ler primeira Carta de São Paulo aos Corintios) ou os jesuítas não teriam ensinado as mulheres nas aldeias a se vestirem com vestidos. A Igreja sabe muito bem do que fala e quem lê também, é a falta de honestidade que faz alguém dizer tais coisas. 

Qualquer um que escuta isso, já sabe o que quer dizer "se vestir como mulher". 

Também não é difícil entender que ao dizer que devemos imitar Nossa Senhora, passamos a um nova forma de ver nossas escolhas, nas coisas mais pequenas como roupas, porte, tom da voz, posicionamento de ideias, até mesmo maquiagem, unhas, portar-se em praias; enfim. Como disse passamos do "será que é pecado?" para o "Nossa Senhora faria isso?", passamos a mirar um exemplo mais perfeito e acabado, um exemplo que pode nos mostrar a pureza e delicadeza de sermos mulheres. Não é difícil, mas é preciso ter contato com Ela, não se imita quem não se conhece. 

Para isso é preciso, como ensina São Maximiliano Maria Kolbe: a oração, o estudo e a humildade. Contemple a Mãe do Senhor, olhando-a e pedindo a Ela a Graça de ser uma mulher que agrada a Deus, um homem que agrada a Deus em tudo, Ela não tardará em atendê-la (o).

Seja honesta (o), não use os santos de forma duvidosa para se desviar das responsabilidades de ser um testemunho vivo do Evangelho e da dignidade que Deus nos deu. 

A modéstia é uma virtude. A modéstia é a imitação de uma pessoa: Nossa Senhora.

E isso vale para todas as mulheres, principalmente, independente de ser "mariana" ou não, ser consagrada a Nossa Senhora ou não, devemos mirar a mulher mais agradável diante de Deus e imitá-la, seja você casada ou religiosa, moderninha ou vintage, tímida ou extrovertida; todas devem entrar na escola de feminilidade que é Nossa Senhora e buscar a cada dia mais imitar a Mãe do Senhor.

A nossa salvação e a edificação das famílias depende disso. 

"Quero que as mulheres usem traje honesto, ataviando-se com modéstia e sobriedade. Seus enfeites consistam não em primorosos penteados, ouro, pérolas, vestidos de luxo, e sim em boas obras, como convém a mulheres que professam a piedade" (I Tm 2,9-10)

"O ornamento das mulheres virtuosas deve consistir em levar uma vida irrepreensível, entreter-se muitas vezes com Deus na oração, ser assídua e aplicada ao trabalho para fugir da ociosidade, resguardar os olhos e refrear a língua com a modéstia e o silêncio". (Santo Afonso Maria de Ligório citando São Gregório Nazianzeno). 

 "Não te afastes da mulher sensata e virtuosa (...); pois a graça de sua modéstia vale mais do que o ouro" (Eclo 7,21) 

"A graça de uma mulher cuidadosa rejubila seu marido, e seu bom comportamento revigora os ossos. É um dom de Deus uma mulher sensata e silenciosa, e nada se compara a uma mulher bem-educada. A mulher santa e honesta é uma graça inestimável; não há peso para pesar o valor de uma alma casta" (Eclo 26,16-20)





Para estudo as referencias do que foi abordado brevemente
E-books de apoio de minha autoria ou participação:

Modéstia: O Caminho da Beleza e da Santa Ordem (e-book aqui e livro físico aqui)


Pronunciamentos Papais e da Sagrada Congregação do Concílio: 









Pronunciamento de Santos













Pronunciamento de Cardeais, Bispos, Monsenhores, Cônegos e Padres




4. Soldados da pureza, por Dom Tihamér Tóth




8. Maria - Modelo acabado do mundo feminino, pelo Padre Hardy Schilgen

9. Modéstia no vestir - Cuidado com a moda!, pelo Padre Hardy Schilgen


11. A modéstia: I - No porte e nos olhares / II - Nas conversas e recreios, pelo Padre F. Maucourant


13. Castidade / Modéstia / Castidade do coração, pelo Padre Gabriel de Santa Maria Madalena


15. Vestidas com o sol, pelo Padre Geraldo Pires de Souza

16. Eu e minha toilette... Algemas da moda!, pelo Padre Geraldo Pires de Souza



19. Relatividade do pudor?, pelo Padre Geraldo Pires de Souza

20. Com teus vestidos, pelo Padre Geraldo Pires de Souza



23. Grandes tesouros para a donzela cristã: modéstia e humildade, pelo Padre J. Baetman



26. O coquetismo, pelo Padre J. Baetman


28. Vaidade feminina, pelo Padre Manuel Bernardes

29. Ambição e moda, pelo Padre Luis Chiavarino

30. Conversas, pelo Frade Frutuoso Hockenmaier






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4 comments

  1. Só quero agradecer por tanto ensinamento!
    Que Jesus e Santíssima Virgem lhe abençoe ❤️

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  2. Olá, Ana, não consegui baixar o e-book :( Apareceu erro 404 e página não encontrada. O que posso fazer? Desde já muito obrigada, Deus lhe abençoe <3

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Olá, Paz e Bem! Que bom tê-lo por aqui! Agradeço por deixar sua partilha.