Catequese com Contos Medievais 2: O Anjo que apagava os pecados
CONTO
O Anjo que apagava os pecados
S. João Clímaco foi Pai e Mestre do Mosteiro do Monte Sinai, no século VII. Naquele deserto viviam centenas de monges que passavam santamente a vida a rezar e a trabalhar.
Certo dia chegou ao Mosteiro um rapaz. Bateu e abriram-lhe aquelas portas que para ninguém se fechavam. Dirigiu-se ao Superior, a quem disse:
-- Meu Padre, sou um grande pecador, mas Deus tocou-me o coração. Venho arrependido, fazer penitência neste Mosteiro. Quero que o exemplo de tantos santos que aqui vivem me encoraje, a fim de me fazer santo também. Meu Padre, tenha pena de mim e receba-me no número dos seus servos.
-- Meu filho, - respondeu S. João Clímaco - bendito seja Deus que te abriu os olhos para conheceres a gravidade das tuas culpas. Entra neste santo abrigo e procura com a oração e a penitência reparar os antigos erros.
-- Meu Padre - acrescentou o jovem penitente - Deus lhe pague tanta caridade. Vou pedir-lhe um favor: quero que me dê licença de fazer uma confissão pública. Quero confessar todos os meus pecados diante destes piedosos monges. Ao ouvirem tantas misérias, terão compaixão de mim e rezarão pela minha perseverança.
S. João Clímaco julgou conveniente satisfazer os desejos daquele jovem arrependido, e mandou que os frades se reunissem na sala do convento. Já estão todos sentados nos bancos de madeira, as cabeças cobertas com os capuzes e as mãos escondidas nas mangas dos hábitos. O rapaz pôs-se de joelhos no meio da sala, e quando dos olhos brotaram duas lágrimas, começou a declarar os seus enormes desvarios. Havia naquele grande salão um altar e sentado ao seu lado encontrava-se um velho frade a quem todos veneravam como santo. Enquanto o pecador ia dizendo as suas faltas, o santo velhinho tinha os olhos cravados no altar, como se estivesse a contemplar alguma cena. E sorrindo com muita suavidade, dava sinais de grata surpresa. Acabada a confissão pública, os piedosos monges voltaram para a vida diária dando graças a Deus pela Sua misericórdia, que assim convertia os corações afundados no negro abismo dos pecados, fazendo brilhar neles a luz da santidade.
S. João Clímaco chamou à parte aquele santo velho que tinha estado todo o tempo a contemplar qualquer coisa no altar com os olhos radiantes de gaudio. E perguntou-lhe se o Senhor Deus o tinha favorecido com alguma visão.
-- Sim, meu Padre - respondeu o velhinho - enquanto aquele jovem penitente ia declarando suas faltas confessando-as com tantas lágrimas, contemplei um Anjo no altar. Tinha um livro na mão no qual estavam escritos todos os desmandos daquele jovem. À medida que ele os ia declarando, vi que o Anjo os apagava com a sua mão bendita. E o livro ficou limpo e branco, como a alma daquele pecador arrependido.
S. João Clímaco chamou o rapaz e contou-lhe aquela graça, para que assim aumentasse a sua consolação e a confiança na misericórdia de Deus. E concluiu:
-- Coragem, meu irmão! Agora está limpo. Tens a alma branca como no dia do teu Batismo. Persevera na oração e na penitência para agradeceres ao Senhor a sua infinita bondade. Jesus veio ao mundo, como Ele próprio disse, “não para condenar, mas para salvar o mundo” (Jo 3, 16).
Revista Cruzada - Braga – Portugal
CATEQUESE
I) Que é o Pecado?
1- Pecado Original
2- Três tipos de pecado atual, isto é, pessoal.
3- Quatro tipos de pecados?
4- Pecado pessoal e pecado social?
5- Os pecados contra o Espírito Santo são seis:
6- Os pecados que bradam ao Céu e pedem vingança a Deus são quatro:
"A perda do sentido do pecado é uma forma ou um fruto da negação de Deus: não só da negação ateísta, mas também da negação secularista. Se o pecado é a interrupção da relação filial com Deus para levar a própria existência fora da obediência a Ele devida, então pecar não é só negar a Deus; pecar é também viver como se Ele não existisse, bani-lo do próprio cotidiano. Um modelo de sociedade mutilado ou desequilibrado num ou noutro sentido, como é frequentemente veiculado pelos meios de comunicação, favorece bastante a progressiva perda do sentido do pecado." (Reconciliatio et Paenitentia, 18, 1984)
II) O que é Penitência?
1- Instituição da Penitência.
2- Jesus ensina-nos a confessar bem
3- Para uma boa Confissão requerem-se cinco coisas:
4- Arrependimento dos pecados
5- Confissão frequente
Para um cristão, o Sacramento da Penitência é a via ordinária para obter o perdão e a remissão dos seus pecados graves cometidos depois do Batismo (Encíclica Redemptoris Mater, São João Paulo II, sobre a Bem Aventura Virgem Maria; 31 - 02-12-1984).
III) Os Anjos
1- Criação dos Anjos
2- Natureza dos Anjos
3- A vida intima dos Anjos
A vida intima dos anjos consiste em conhecer e amar, possuem, no entanto, um conhecimento intelectual, carecem absolutamente do sensitivo, pois são incorpóreos.
Seu conhecimento é mais perfeito, muito mais que o nosso, pois numa só visão abrangem o principio e a consequência das coisas.
Tal ciência, não é infinita, não podem conhecer os pensamentos nem os segredos dos corações, só o conhecem por revelação de Deus ou pela manifestação do agente, ou seja, pela oração. No entanto, como são mais antigos e mais sagazes, podem intuir certas coisas por observação, afinal eles foram criados no começo dos tempos, viram gerações e gerações de seres humanos sobre a terra.
Também não sabem o futuro, somente por revelação divina. Amam a Deus, a si mesmos e as criaturas. Vivem nesta ordem natural do amor.
4- A ação dos Anjos no Homem: o Anjo da Guarda
Os anjos podem influenciar os homens pois são de natureza puramente espiritual e, portanto, superior à humana. Pois, em tudo o que é devidamente ordenado, o superior influi no inferior. Eles podem iluminar a nossa inteligência, dando-lhe vigor e pondo ao nosso alcance a verdade puríssima que eles contemplam. No entanto, não podem intervir diretamente na nossa vontade, pois a ação de decidir, de escolher, é um movimento interior que só Deus pode alterar.
Deus pode atuar diretamente e mudar o movimento da vontade humana, assim o fez com o coração do Faraó. Ele pode, sim, mudar os corações, no entanto, como nos deu liberdade, mesmo tendo poder de mudar nossos corações, Ele escolhe respeitar a nossa vontade, descarregando, mesmo assim, uma chuva de oportunidades de redenção, mesmo ao pecador mais empedernecido, pois assim age sempre em sua Misericórdia, para que a alma se converta. Ele nos deu liberdade por amor e a respeita por amor. Assim os anjos não podem intervir em nossa vontade, já que Deus, mesmo podendo, muitas vezes não o faz. Mas lembre-se não existe nenhum lugar interior e profundo em que Deus não possa agir.
Os anjos podem também excitar a imaginação e as demais faculdades sensitivas, pois estão ligadas ao mundo corpóreo e assim submetidas à ação dos anjos. Eles também podem impressionar os sentidos externos.
Os anjos podem, por consequência disso, dificultar ou impedir a ação dos demônios, porque a justiça submeteu os demônios, como castigo de seus pecados, ao domínio dos anjos.
Assim Deus se serve dos anjos para promover o bem e para executar os seus desígnios junto dos mortais.
Mas nem todos os anjos são enviados para este fim. Os anjos da primeira hierarquia nunca são enviados, pois é seu privilégio permanecer constantemente junto ao Trono de Deus. Esses anjos são chamados de Anjos Assistentes.
Portanto, os enviados aos homens são os anjos da segunda e terceira hierarquia, porém note-se que o coro das Dominações presidem a ordenação dos decretos divinos, e as outras ordens - Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos - são os executores.
Alguns Anjos são destinados para a guarda dos homens, porque a Divina Providência decretou que o homem, ignorante no pensar, inconstante e frágil no querer, tivesse como guia protetor, na sua peregrinação até ao Céu, um daqueles espíritos ditosos, confirmados para sempre no bem.
Deus destina um anjo para cada ser humano, porque Deus ama mais uma alma do que todas as espécies de criaturas materiais. Mas apesar disto, Deus determinou que cada espécie tivesse um anjo custódio encarregado de seu governo. Estes - anjos custódios de cada ser humano e de cada espécie - são os Anjos da Guarda, que pertencem ao último coro (ordem) da Terceira Hierarquia Angélica.
De fato - e que maravilhoso! - todos os seres humanos possuem, cada um, um anjo custódio, enquanto vivem neste mundo, em atenção aos obstáculos e perigos do caminho que têm de percorrer até chegar ao fim.
Pode se perguntar se Nosso Senhor Jesus Cristo teve um anjo da guarda. Considerando que era a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, não convinha, mas teve anjos com a nobre e feliz missão de O servir.
Os anjos da guarda começam seu ministério assim que o ser humano nasce e a executam sem interrupção até que exale o último suspiro.
Eles vêem as tribulações e os males que seus protegidos passam mas não se afligem, pois depois de fazerem o que está em suas mãos para evitá-lo se recolhem e adoram neles - seus protegidos- o mistério insondável dos Juízos de Deus. Pois, ainda pode a alma, apesar dos esforços de seu Anjo Guardião, escolher livremente o que é mal, ou ainda, não existir um meio ao alcance do anjo para impedir o sofrimento ou a tribulação, pois que esses também são caminhos de conversão, purificação e santificação.
Portanto, sempre nos acode os Anjos da Guarda quando o invocamos, mas sua ação sempre estará de acordo com os decretos divinos e fará todas as coisas em harmonia com a glória de Deus.
4- A ação dos Anjos bons no mundo corpóreo
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