A Virtude da Amabilidade| Parte 3: Corrija com amabilidade

by - março 08, 2023

 




Introdução


Este artigo visa suscitar o tema da Virtude da Amabilidade utilizando como texto base o livro "O Poder Oculto da Amabilidade" (aqui). O desejo da divulgação mais reflexiva sobre este tema, a escuta atenta dos discursos vigentes (seja dos intitulados conservadores, seja dos progressistas), a crítica de cultura necessária diante dos discursos que visam uma deturpação da Virtude da Amabilidade pelo excesso ou pela escassez, assim como o entendimento equivocado da amabilidade na prática cotidiana, como se fosse "uma obrigação cristã a ser bobinho e bonzinho", foram alguns motivadores deste artigo que terá 4 partes. 


Autor do livro


Padre Lovasik foi ordenado em 1938 na Sociedade do Verbo Divino, fundou a congregação feminina "Sisters of the Divine Spirit" e o instituto secular "Family Service Corps". Conduziu missões nos EUA por quarenta anos.


O livro "O Poder Oculto da Amabilidade"


O autor dividiu o tema da Virtude da Amabilidade em três partes: 

Parte 3- Corrija com Amabilidade
Parte 4 - Demonstre seu amor com atitudes amáveis



Corrija com amabilidade

Corrigir ou repreender é o ato de advertir o outro com autoridade, de modo aberto e direto, por um erro cometido. É uma expressão direta de desaprovação à pessoa corrigida e, evidentemente, é um dever daqueles que possuem a responsabilidade de governar os outros, tais como autoridades eclesiásticas, representantes da lei, pais, empregadores, professores e todos os que possuem o dever de proteger os interesses autênticos das atividades em geral. 


O autor inicia a abordagem sobre a correção fraterna definindo o que é e de quem é o dever de corrigir. No entanto, não é abordado que a correção deve ser feita não embasada no "ser autoridade" e sim na avaliação da conduta da pessoa segundo os parâmetros cristãos e seu ensino moral. Me parece necessário pontuar tal diferença para nos posicionarmos de forma acertada diante de abusos de autoridade em prol da defesa de condutas morais contra a doutrina e ensino católico. Afinal, se tornou comum o uso do microfone e da autoridade investida para semear correções, diretas ou indiretas, contra atos de piedade e escolhas moralmente boas e edificantes.



Se a caridade o exigi não tenha medo de corrigir, mas não se precipite. Primeiramente, pondere se vale a pena fazê-lo, pois algumas pessoas gostam de corrigir por meras ninharias. São Paulo diz a Timóteo: exorta com toda paciência e empenho em instruir. O resultado de uma correção apressada é que ela perde sua eficácia ou produz um efeito contrário. 


O ato de instruir é abordado somente na perspectiva da ignorância, ou seja, aqui se trata de instruir os ignorantes, aqueles que por ventura não receberam alguma bagagem moral ou educacional e que portanto, são objeto de caridade intelectual, para tal é necessário apontar a conduta mais acertada e fazê-lo desvendado os lugares de equivoco, mostrando assim, com clareza e cortesia, os erros. Isso deve ser feito sem medo, pois o medo tira a percepção e maravilhamento que a convicção, por si só, gera no outro.


No entanto, o autor não aborda a correção dos que tem o conhecimento. Afinal, existe os que decidem agir contrariamente ao que lhes foi ensinado, é uma decisão, não uma ignorância. Neste caso é importante ficar com o seguinte ensino "pondere se vale a pena fazê-lo". Uma pessoa que tem o conhecimento e mesmo assim tomou uma decisão contrária, selecionou para isso os pensamentos que lhe são caros. Por exemplo, eu como professora católica ensino o que é moralmente correto, ensino o ensino milenar católico, mas não posso obrigar os que escutam a segui-lo, esta é a grande limitação da evangelização. Se a pessoa escolheu não seguir, é porque eu não estou entre os pensamentos importantes para ela. As pessoas só seguem os conselhos de pessoas que são importantes para elas, se eu não estou entre estas pessoas, não vale a pena corrigir. Esta é a pior parte de ensinar... quando as pessoas rejeitam solenemente o ensino, para elas não tem importância.


Para isso o autor diz "não permita que a sua correção seja resultado da preguiça espiritual, por não se dar ao trabalho de encontrar outras formas de ajudar". Existem outras formas de ajudar os que escolheram o erro (ou o minimamente bom) mesmo sabendo a verdade (ou o melhor a ser feito): interceder, fazer penitência, incentivar que lembrem das belezas do que é certo ou do que é melhor e suportar a limitação das pessoas.


"Faça com que a sua correção brote do amor e não da irritação". 




Para corrigir o autor oferece o seguinte itinerário ao que corrige:




1) Comece com elogios,

2) Fale sobre seus próprios erros antes de criticar os dos outros,

3) Faça perguntas em vez de dar ordens diretas,

4) Proteja a boa fama das pessoas,

4) Incentive, mostrando que, na verdade, é fácil acertar os pontos errados.







Ao que recebe a correção:

1) Ouça sem interromper,

2) Esteja disposto a considerar o assunto,

3) Evite reações violentas,

4) Cultive a gratidão a Deus (neste ponto o padre diz sobre a "oportunidade de sofrer injustiça", no entanto, também é matéria de gratidão ser corrigido por alguém sábio).







Singelamente, Ana



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