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Salus in Caritate






Virtudes

"É sempre nas profundezas que se ocultam as grandes coisas.

A virtude tomada em seu conjunto é uma vida; cada virtude é um de seus órgãos. Cada uma possui sem dúvida suas belezas próprias, mas também se reveste da beleza de suas irmãs, em função da unidade da vida e da lei das permutas. Algumas, no entanto, participam desta vida de uma maneira mais próxima, mais ampla, mais contínua e mais indispensável; a vida, a própria vida, se move em cada parte do conjunto, mesmo na mais ínfima, mas não se estende e não brilha em cada uma dessas partes de maneira igual. 






Orgulho

O orgulho não é mais que um desvio de duas tendências legítimas:

- o sentimento de superioridade, busca pela primazia, será porventura o orgulho uma recordação de nossa grandeza originária? Seu erro seria então não estar mais dentro de seu contexto. Rei caído por sua falta, e orgulhoso sob seus farrapos, "um Deus caído que se recorda dos céus", assim nos apareceria o homem em sua tendência ao orgulho.

- ou desordem e vício, ao invés de ser a marca da coroa perdida, não seria porventura o estigma da revolta vencida?


"Sereis como deuses". 

A tensão teria sido assim transmitida ao sangue para turvá-lo. 

A humildade é a virtude encarregada de se opor a esses desvios. Ela é, portanto, verdade e justiça. Ela é verdade, e, enquanto tal, traça a regra de direção. Ela é justiça, e , enquanto tal, inclina a agir em conformidade com essa regra.

...a verdade reside na inteligência, enquanto a justiça, reside na vontade. Mas, dado que estas faculdades agem uma sobre a outra, todo desenvolvimento na luz aumenta a força da inclinação, e todo desenvolvimento na inclinação conduz a melhor busca e a melhor apreender os motivos e as regras da humildade. 

[Devemos buscar] colocá-las em situação mais favorável, ora, a situação mais favorável da inteligência é a convicção e a situação mais favorável da vontade é a propensão. 

A verdadeira noção desta virtude decorre dos nossos dogmas fundamentais e sua prática completa depende da graça, ela é portanto eminentemente sobrenatural. É necessário, no entanto, conceder um papel bastante amplo às faculdades naturais na aquisição da virtude.

A humildade visa regular e conservar a ordem em relação à estima pessoal e ao desejo de louvor.

Daí se vê que, em geral, nos adultos, a virtude será caracterizada pelo esforço. As virtudes sobrenaturais, não são feitas para deixar inativas as forças naturais, ou para substituí-las; mas para elevá-las, completá-las e sustentá-las. Elas as elevam à ordem sobrenatural por meio de sua presença; elas as completam e sustentam pelas graças atuais que atraem. 





A importância da convicção:

1) não é tão fácil determinar, mesmo teoricamente, o que é orgulho e o que é dignidade pessoal! O cuidado com a própria reputação, o dever de conservar a própria posição ou de defender as próprias ideias justas autorizam um grande número de atos, os quais espíritos mal informados tomam facilmente por orgulho. Quanto orgulho, inversamente, podem autorizar delicadas reservas!

2) ... na prática o discernimento se torna ainda mais difícil. Com efeito, nada é tão sedutor quanto o vício: ele se dissimula, se transforma, cresce e se estende de maneira lenta; quando abriu seu espaço, dificilmente o sentimos, e, quando o entrevemos, nós o desculpamos.

3) O orgulho inspira pouco horror. Sua feiura e sua malícia nos impressionam menos que a feiura e a malícia dos outros vícios. Seus perigos nos parecem ainda menos temíveis porque, entre os cristãos, o orgulho raramente constitui por si mesmo um pecado mortal, e, enfim porque poucos dentre nós levam este defeito ao extremo. E, no entanto, sua perniciosa influência é tamanha que os santos o chamam o pai de todos os outros. 


Como adquirir a virtude

1) Atos e atos... os atos generosos, são eles que se estabelecem na praça forte e aí fazem reinar a humildade. 

2)... nós possuímos o recurso inesgotável dos atos, seja interiores, seja exteriores, aos quais comandamos. 

3) as demonstrações exteriores não devem ser negligenciadas (a atitude curvada de um suplicante, as vezes beijar a terra...)


Graças a todos esses meios longamente empregados, a inclinação não é mais um simples assentimento da inteligência à verdade, uma simples determinação da vontade à justiça: ela é esse assentimento e essa determinação convertidos em hábito, fixados no seio de nossas potências desenvolvidas e fortalecidas. Trata-se de força permanente que confere a facilidade, o movimento, e até mesmo o gosto; pois é da natureza de toda força impelir à ação e encontrar um certo desfrute em seu livre exercício. 


Influência geral

A humildade é verdade e justiça. A verdade ilumina toda a ordem intelectual e a justiça domina toda a ordem moral. 

A verdade conduz ao belo e a justiça ao bem. Ao afirmar o dever a justiça faz da verdade uma virtude moral. O dever se sintetiza na submissão universal, esta é a aceitação da leis de Deus e a fidelidade a todas as inspirações. Por ela Deus passa em nossos atos e os conduz para Ele, realizando, assim, toda a justiça. 

A humildade abre de maneira mais ampla o caminho em direção ao perfeito.


Por fim...

Às duas tendências que a humildade tem o encargo de regular e de conduzir (a estima por si e o desejo da glória)... apresentemos-lhes objetos mais nobres a alcançar, aprovações mais deliciosas a conquistar: este ímpeto sublime os afastará ainda mais de todo orgulho. Admirável educação a buscar! Todas as verdades religiosas, todos os sentimentos piedosos, todas as graças do alto emprestarão conjuntamente sua assistência a esta obra que coroará a humildade. Sendo mais bela esta virtude encantará o coração de Deus; sendo mais penetrante, conferirá ao nosso uma paz divina, e talvez até mesmo alegrias desconhecidas".¹





Admirável Educação


A humildade, a simplicidade, não é o mesmo que mediocridade. A humildade não é uma virtude contraria à magnanimidade (grandeza), que também é uma virtude. Infelizmente, na conjuntura brasileira, estas duas virtudes são colocados como rivais. Na educação religiosa frequentemente existe uma preocupação maior em sufocar um possível orgulho a encorajar boas práticas ou bons propósitos e projetos. Perdemos muito com uma educação religiosa não encorajadora. Pessoalmente, vi somente um encorajamento na minha vida de fé, foi de um padre americano, ele disse "beautiful, beautiful" ao ver uma das moças usando o véu na fila de comunhão e o padre ao lado nos recebeu com um sorriso. Foi a única vez que vi um encorajamento assim. Bem... e ao mesmo tempo todos estão interessadíssimos nos jovens e em receber a todos... sem encorajar ninguém...


"O encorajamento inspira as pessoas a usarem as suas capacidades, a lapidarem seus talentos e a usarem mais dos seus recursos físicos e mentais. Mas para tal é preciso acreditar que as pessoas podem fazer e ser mais. Acreditar que todos são repletos de talentos e graças.


Quanto não se perde por um professor que não acredita no potencial dos próprios alunos e lhes oferece uma abordagem baixa pois "afinal eles não vão entender", quanto não perde um padre que por não acreditar no potencial do povo (e na ação da Graça) faz uma homilia sem preparo, utiliza termos de programas matinais da TV e não utiliza nem mesmo 1% do que aprendeu em 7 ou 10 anos de seminário, pois "afinal, eles não vão entender".

Quanto não se perde com essa visão derrotada, desencorajadora e cômoda."²

Devidamente encorajados seremos capazes de cumprir a nossa verdadeira e radical missão (e dever) de louvar a Deus e viver a virtude da grandeza e da humildade características dos Filhos de Deus:

"Há uma pequena parcela de martírio na vida de cada pessoa que se compromete a seguir a Cristo; que procura, dia após dia, viver com fidelidade... muitas vezes, é mais fácil morrer por Cristo, do que viver por Ele.

O verdadeiro zelo, porém, não se limita às orações. São as nossas ações que evidenciam, com mais clareza, o nosso zelo. Há muita coisa que podemos fazer por Deus, se prezamos verdadeiramente os Seus interesses.

As tentações contra a Fé mais frequentemente fatais são as originadas por conflitos morais, mais do que por obstáculos de doutrina." ³



Referências:


1) BEAUDENOM, L. A Formação para a Humildade, 2023. 17-30 p. Disponível em: https://amzn.to/3YCaMzt.

2) LOVASIK, L. O poder oculto da amabilidade. Cultor de Livros, 2022. 256 p. Disponível em: https://amzn.to/44cbHb4.

3) TRESE, L. Dizer sim a Deus e não a mediocridade. Cultor de Livros, 2015. 140 p. Disponível em: https://amzn.to/3DYpzuY.



Quando o assunto é comportamento todo tipo de vertente surge. O comportamento humano é profundamente enraizado na história pessoal e nas percepções que a cultura permite vislumbrar. 

Comumente somos direcionados a acreditar que a moral deve se encaixar na cultura. Ou seja, a cultura se torna o padrão de referência e a moral precisa se encaixar no padrão, como uma massinha de modelar. No entanto, não é este o ensinamento cristão sobre a busca de uma conduta santa. A moral não é uma massinha de modelar, pelo contrário, está fortemente alicerçada no Evangelho. Assim a cultura deve ser purificada pela moral cristã e não a moral cristã moldada pela cultura. 

Muito bem, tal reflexão já oferece muitos pontos de análise para temas polêmicos no assunto modéstia. No entanto, um olhar atento precisa ser colocado sobre a temática apontada no título. 

Existe um grupo de mulheres e homens que, preocupados com o crescimento da influência islâmica, tem atribuído a vivência da modéstia entre as católicas à assimilação dessa influência.

De fato, a influência islâmica cresceu absurdamente. Na Europa, por exemplo, é fácil encontrar alas nas lojas de roupas entituladas como "modesty". Nas redes sociais também é possível acompanhar suas escolhas e conteúdos, além do número significativo de mulheres cristãs admiradoras da atmosfera islâmica. Também é possível encontrar uma ou outra moça que, por algum motivo, passaram a usar o véu o tempo todo à moda judaica tradicional ou mesmo à moda islâmica. 


No entanto, cabe avaliar se isso torna a vivência da modéstia nos meios cristãos uma imitação, como alegado. Vale notar, primeiramente, que essa preocupação tem um fundo mais político-social do que religioso. Em nenhum momento se fala da virtude e se o faz é na percepção da moral como massinha de modelar. 


O fato é que esse avanço moral dos atos islâmicos e sua influência nos meios seculares se deve única e exclusivamente à incompetência das cristãs em viver o Evangelho. Não existe outro motivo. E como a conduta moral cristã se tornou uma massinha de modelar e a maior parte dos cristãos se habituou à vivência mundana, fica mais fácil colocar a moça católica vestida como católica no mesmo lugar que a muçulmana. Não é difícil encontrar comentários com esse teor.


Nós nos tornamos um povo sem moral e sem costumes que em parte admira o costume de outros ou simplesmente tem por isso profunda aversão. Mas a verdade é que nós temos tradições, costumes e moral, todos, resultados do preço que pagou o Nosso Senhor e Deus, Jesus Cristo. 

Quanto às moças católicas que usam o véu todo o tempo, cabe uma orientação simples para que reflitam sobre o motivo de tomarem outras religiões como modelo de conduta. Talvez seja por não encontrarem nada belo e digno de imitação na cultura ocidental, na "catolicidade moderna". De fato, não nos resta muitas referências de comportamento verdadeiramente pio. No entanto, ainda é possível ver as pastorinhas de Fátima e os costumes europeus da vida campestre. Digo isso, para alertar dos perigos de flertar com costumes não transfigurados pelo Sangue de Cristo, pelo Evangelho e pela Devoção Mariana. 

Eu, pessoalmente, entendo o interesse pelos costumes orientais. Eu mesma tenho mais afinidade com a Igreja Católica do Oriente que do Ocidente, pois minha formação foi iniciada com os Padres do Deserto. Particularmente, nutro um apreço sincero pelos santos do oriente e pelos costumes salutares preservados nas Igrejas Católicas Orientais. E é esta a sugestão que deixo aqui para estas moças. Existem muitos costumes que se perderam, se perdeu também muita beleza e zelo com isso, mas não quer dizer que não tenhamos tudo que precisamos na arca da Tradição Católica. Nós realmente temos tudo bem aqui, na nossa casa. Claro que hoje é preciso mais esforço para encontrar, mas tenha calma, está tudo na arca da Tradição. É só pedir ajuda e Deus conduz com calma e paz à beleza da conduta católica zelosa e santa. 

Assim, resumidamente, realmente o caminho do meio de São Tomás não é o caminho do mais ou menos. O que nos faz tomar decisões convictas quanto a conduta que iremos seguir cotidianamente e ao mesmo tempo nos tornarmos mais católicos ao vivencia-la fielmente. 



A pacata vida cotidiana é um terreno muito fértil para vivenciar a virtude. Estava agora mesmo arrumando a casa e me veio a ideia deste texto, mais precisamente enquanto tirava o pó da cômoda do meu quarto. Pensei em compartilhar algumas coisas simples que me fazem enraizar profundamente na decisão comprometida em vivenciar esta virtude fortemente educadora do corpo, da alma e da mente. 

Pequenas atitudes importam:

- limpar a casa em silêncio e escutar o barulho das coisas, o barulho da vida.
- tentar falar sempre num mesmo tom,
- escolher palavras cordiais,
- ver imagens da Santíssima Virgem em suas diversas aparições (observar sua fala, modos e vestes),
- escutar músicas calmas,
- tenho uma imagem de Padre Pio e Santa Gemma na minha cômoda (a dele me recorda de seus conselhos sobre a modéstia e a dela me recorda de sua vida fortemente entrelaçada à modéstia),
- cultivar plantas e observar a sua beleza sem ostentação ou afetação,
- ler a vida das Santas com alguma frequência,
- todos os domingos leio uma das cartas de São Paulo ou São Pedro que orientam sobre a conduta da mulher piedosa,
- uso água benta todos os dias,
- penso que minha escolha concreta desagrava o Coração de Jesus e Maria, além de ser uma forma de abençoar as pessoas com esse amor. 







 




 "Os livros são uma sociedade deliciosa. Se você entra em uma sala e a encontra cheia de livros, mesmo sem tirá-los das prateleiras, eles parecem falar com você, para lhe dar as boas-vindas." (William Gladstone)


Eu me lembro da primeira vez que consegui manusear muitos livros. Foi quando entrei na Biblioteca Municipal de Piracicaba, quando ainda ocupava o prédio ao lado da Capela de São Benedito (lugar nomeado pelo Dom Moacyr Vitti como a Praça dos Quatro Poderes em Piracicaba), e fiz a minha carteirinha da Biblioteca. Então, depois do curso de computação, veja bem, ia até a biblioteca, passava a catraca de entrada e entrava na linda área à esquerda (à direita era o balcão para pesquisa, que eu já conhecia, a sala da esquerda era nova na minha vidinha de 12 anos). Eu não sei quanto tempo ficava ali, só me recordo de levar quatro ou cinco livros para casa. Detalhe, eu ia sozinha. O resultado foi ter lido os clássicos brasileiros e alguns outros antes do ensino médio. E não, eu não tinha ninguém me ajudando, somente o meu anjo da guarda. Foi também na biblioteca que encontrei o livro a "Bíblia no meu dia a dia" do Padre Jonas (ele não era tão famoso) e fiz meu primeiro programa de leitura bíblica. Estimulada por um livro da Biblioteca.


Meus pais não são leitores, são pessoas muito simples, mas que respeitam o que eu chamo "nobreza do livro". Eu tenho até hoje uma edição que meu pai achou do livro Dom Casmurro, todo estrupiado, o coitado do livro, mas está aqui comigo, são e salvo, já há 20 anos.


Acho que desde nova percebi que os livros são importantes e nobres professores. E acredito que gradativamente comecei a semear uma cultura dos livros na minha vida. Bem, eu sou a irmã e tia e amiga e filha espiritual que só dá livros de presente. Alguns livros que presenteei a minha irmã mais nova estão hoje com minhas sobrinhas. E minha casa acabou por refletir essa acolhedora cultura.


Comecei este texto falando sobre a Biblioteca, pois sei que alguns acreditam que quem lê muito é rico ou sempre ganhou livros de presente ou sempre foi incentivado em casa ou qualquer outra coisa. Como vê não é bem assim. A cultura do livro é algo que se constrói. Devagar, com releituras, doações, trocas de livros, visitas à sebos e um olhar atento às editoras que auxiliam esta cultura.


Minhas sobrinhas ficam impressionadas porque em minha casa não tenho TV, quando elas chegam colocam o rostinho na estante e pegam um dos livros de contos, que elas já sabem que são delas. Quando vão embora já podem sair com um ou outro livro. Fico feliz quando alguém me visita e se sente mais encorajado a ler, a fugir da agitação e acumulo de informação lá fora. Para mim é um elogio enorme ver minhas sobrinhas dizendo que: "a casa da minha tia é uma biblioteca". Não é, mas fico feliz que elas sintam o que eu sentia ao entrar na Biblioteca Municipal da minha cidade: certo maravilhamento.


Ler exige disciplina, o ambiente doméstico cheio de livros é um aconchegante convite à leitura e nos ajuda a fugir da cultura do entretenimento chamativo. Um ambiente que cria espaço para leitura e conversas tranquilas, risadas genuínas e tranquilidade. Não é preciso muito: bons livros, chá ou café e um sofá. Pronto.


Antes das redes sociais eu mergulhava num livro, sinceramente, não me lembro de algo que gostasse mais, minhas memórias da infância, adolescência e férias da faculdade estão cheias de memórias de coisas que eu li. A cultura do livro me ajuda a não me esquecer do quanto isso foi edificante e fundamental para mim. Muito do que eu sou são os livros que eu li, muitas respostas de Deus chegaram até mim por um livro e muitos projetos que realizei começaram com um livro que deu fruto cinco, dez anos depois.


Se você percebe que gostaria de criar esta cultura em sua vida e casa, eu quero lhe encorajar. Primeiro reze a Deus por isto, é bem verdade o que conta os antigos judeus, sempre reze apresentando a sua dúvida e a resposta virá. Acredite, é verdade, e isso não é diferente para as leituras e estudos. Depois, seja um rato de sebos e boas editoras. Tenha certeza que você colherá ótimas coisas. Acredite na Providência e na Bondade do Senhor.


Talvez eu já tenha contado essa história, mas relembrar é viver. Em 2020 eu estava fazendo o Plano de Leitura Bíblica com comentário dos Doutores da Igreja, aqui neste site. Quando cheguei ao Antigo Testamento começou a dificuldade em encontrar bons autores e textos válidos. Fiz o que falei anteriormente. Depois de um tempo, achei na sacristia de um Igreja um saco preto cheio de edições de Bíblias comentadas, duas coleções inteiras, mais a coleção História dos Hebreus, também inteira. Os livros seriam enviados para alguma forma de descarte. Como também já aconteceu de encontrar no sebo um livro que eu só fui usar anos depois, num estudo ... havia comprado por pura intuição.


Então, se você quer fazer parte dos semeadores da cultura do livro, sugiro fortemente que se permita ser um pouco doido. Visite sebos sem intenção certa, peça para ver a biblioteca dos amigos, valorize livros antigos e gastos, fale sobre livros sem medo e presentei com livros sem acanhamento. Você verá como essa assembleia de amigos é respeitosa e grata com seus cultivadores.















"Em todo ser, portanto em cada um de nós, existem hoje vestígios, traços da Beleza do Senhor. Gritemos a Deus, façamos apelo à piedade de Deus, que tem prazer em ter piedade, para que através do visível, mesmo desfigurado, cheguemos até o Invisível. Mais ainda, que esse visível transfigurado nos leve à contemplação da Beleza invisível. Não sonhar, não imaginar, mas simplesmente, através de mil graças de beleza, descobrir os reflexos daquele que é toda a Beleza. Remeter tudo a Ele, penetrados que estamos de sua presença e seu olhar, dispostos que estamos em ver apenas superficialmente, ao passo que tudo se decide nas profundezas do ser, naquilo que habita a sua vontade e o seu coração."
Conego Tonnelier ¹


Nada será belo se não tiver integridade, harmonia e claridade. Toda beleza deriva da luz. 






Apreciar a Beleza é, de certa forma, enamorar-se pela luz. Tal amor poderá ser visto no mundo visível²:

  • seja numa clara igreja gótica, numa clara e escura igreja barroca ou numa escura igreja românica. Todas estas são nuances da claritas (claridade) em maior ou menor grau, ou ainda na boa música que ordena os costumes, contendo a desordem, aperfeiçoando a beleza dos que ainda não são harmoniosos e conservando os que já não possuem desarmonias em si (Gundisalvo).




  • também o podemos fazer na apreciação dos ritmos da vida, seja das nossas vidas, da natureza, do dia e da noite, das estações ou ainda de uma planta ou jardim, 
  • na beleza do belo canto litúrgico,







  • ou, por fim, a beleza do rosto cristão que espelha o ideal cristão da vida íntima com o Senhor, vida que se manifesta no corpo todo, que é sorridente e sereno, mas pálido pelas lágrimas da penitência e do amor. Não fala demasiado alto nem demasiado baixo e, quando caminha, não é demasiado rápido nem demasiado lento (Cassiodoro).


Mil graças de beleza podem ser vestígios do Belo, de sua integridade, harmonia e claridade.


Igreja Românica (escura)



 
Igreja Barroca (clara/escura)

Igreja Românica (escura)





Igreja Gótica (clara)



Igreja Gótica (clara)


Igreja Gótica (clara)




Referências:


1) TONNELIER, C. 15 de Dias de Oração com São João da Cruz. Paulinas, 2011. 104 p. Disponível em: https://amzn.to/3GO5PvE.

2) NOUGUE, C. Das Artes do Belo. Formosa: Edições São Tomás, 2021. 2ª edição. 588 p. Disponível em: https://amzn.to/3YbmUac











A honestidade é uma qualidade que revela dignidade e elevação de caráter, está ligada à honra. Esta se refere a ter uma postura virtuosa e corajosa.

A honestidade intelectual se trata dessa qualidade aplicada à área do estudo.

Não é difícil corromper-se nesta questão. A nossa própria cultura promove a aquisição de atos desonestos nos estudos e na área do conhecimento desde muito cedo. Por exemplo: uma pessoa diz uma resposta mais baixa e outra escuta e diz em voz alta, tomando todo o crédito; cópias de trabalhos e aulas feitas sem a devida prestação de respeito ao que serviu de referência; desrespeito aos professores; deturpar conceitos e ensinos antigos para o próprio benefício; mentir. Estes são alguns exemplos corriqueiros que ganham, comumente, o nome de ‘esperteza’, sendo, no entanto, desonestidade intelectual.



"São Tomás tinha tanta reverência pelos seus mestres que acabou herdando a sabedoria de todos"¹


A desonestidade gera uma série de visões ilusórias e cria uma realidade em que a cópia é tida por verdade. A base dessa desonestidade intelectual é um mimetismo doentio que busca, normalmente, aplausos. Quantas pessoas você já não viu que, ligando seu nome a determinado professor, quiseram com isso partilhar de sua fama e prestígio? Quantos, por outro lado, roubam as ideias de um professor menos conhecido, já que nenhuma valia teria ligar o próprio nome ao dele? Pois é, isso acontece com assombrosa frequência, e o dano não é ao professor, mas ao coitado que acredita que terá algum crescimento intelectual agindo assim com seus professores e amigos de estudos.



"O mau caráter age contra a natureza da razão, e com isso torna-se incapaz de perceber a hierarquia dos valores que devem reger as ações humanas" ²


Outra forma de desonestidade intelectual é a defesa de algo que a pessoa acredita ser falso como se fosse verdadeiro. Quando se procede assim, tomando por verdade o sabidamente falso ou o falso por verdadeiro, ocorrem vários níveis de fragmentação, e o estudo se torna não mais o caminho para a Verdade, mas antes uma ferramenta de ilusões e enganação.

"Desonestidade intelectual é fingir que sabe aquilo que você não sabe e que não sabe aquilo que sabe perfeitamente bem" ³.


Fingir saber aquilo que não se sabe”. Muito podemos refletir sobre a cultura atual em que dizer “não sei” é praticamente uma ofensa a si e ao próximo. Talvez por conta dessa onda de gurus que respondem sobre absolutamente tudo ou na determinação em criar uma autoimagem sem falhas, passamos a acreditar que é possível existir alguém que verdadeiramente sabe de tudo. Obviamente que isso é impossível, portanto, dizer “não sei te responder”, “não estudei isso, se falar algo será por intuição” é uma atitude honesta e de acordo com a verdade das coisas.

Entretanto, existe ainda outra modalidade sutil de desonestidade intelectual que também pode ser chamada de “falsa modéstia”, que é quando a pessoa sabe e finge que não sabe, como se isso lhe desse um acréscimo de humildade. Fingir-se de burro não é humildade, é falsidade.

Também por conta da nossa cultura, é comum que quem sabe perfeitamente alguma coisa corra o risco de ser taxado de soberbo. Enfim, é um dos pontos estranhos dessa “pátria educadora” que rejeita o conhecimento. Saber alguma coisa é ofensivo, principalmente se você sabe mais do que a sua profissão exige. Estudar coisas fora da alçada profissional não é visto com bons olhos, uma vez que a intenção é ser um bom cidadão e não “alguém que sabe alguma coisa”. Dessa forma, se torna tentador fingir que não sabe. Em alguns ambientes, isso se faz mais tentador que em outros. Afinal, existe uma cartela grande de pessoas que possui uma dificuldade de se relacionar com gente que estuda; elas se sentem desconfortáveis, intimidadas, diminuídas e muitas vezes ofendidas, simplesmente com a existência daquela pessoa que estuda. Mas não há o que fazer. Isso é um problema delas com elas mesmas e suas prioridades na vida. Não dá para interpretar uma falsa burrice e acabar fragmentando a si mesmo e a própria vocação por conta da suscetibilidade infundada dos outros.

Se você sabe, você sabe. Se não sabe, não sabe. E pronto.




Referências

1) NOUGUE, Carlos. "Introdução ao tomismo 1", 2017. 

2) SILVEIRA, Sidney. O mau-carater e a filosofia em Cosmogonia da Desordem, 2021. Disponível em: https://amzn.to/3NT4GWq

3) CARVALHO, Olavo. Imbecil Coletivo, 2021. Disponível em: https://amzn.to/3rBodTV






Como é bonito um homem católico de verdade. Pena que são tão raros. O que temos se assemelha mais à crianças brincando de espada. 

Se você perguntar por aí, aos homens católicos, que frequentam missa, lêem bons livros e são razoavelmente instruídos, verá que são a favor da cristandade. Em maior ou menor grau todos estão de acordo que existe uma primazia da catolicidade que gera uma elevação da qualidade da ordem social ou até mesmo estabelece uma ordem social salutar. E é verdade. A sanidade nos faz apostar todas as fichas na cristandade, numa sociedade baseada nos ensinamentos cristãos.

No entanto, qual não é o espanto, quando muitos destes mesmos rapazes, são absolutamente ignorantes do ponto fundamental da cristandade: os cristãos agindo como cristãos (em casa, no trabalho, em seus talentos e tarefas). Os cristãos são as crianças, os idosos, as mulheres, os homens, os pais, as mães, as viúvas; os cristãos são as pessoas, evidentemente. 

Parece uma obtusisade ressaltar isso? Pois, acredite, não é. A maior parte destes homens parecem ter criado um senso de cristandade completamente apartado da realidade física. Como uma atmosfera que descerá dos Céus em algum momento e mudará toda a sociedade. 

No entanto, a cristandade, a tão sonhada restauração da catolicidade, se refere a uma conversão e lapidação das pessoas. O pai ser pai católico, a mãe ser mãe católica, mas também o médico ser médico católico, a professora ser professora católica, o professor ser professor católico... o arquiteto (a), o engenheiro (a), o lixeiro (a), a faxineiro (a), o empresário (a) todos realizarem a suas tarefas como católicos. 

Duas coisas se tornam evidentes quando cito tal questão: 1) o homem e a mulher exercem papéis para além do papel do lar, embora este seja mais importante; 2) as tarefas devem ser realizadas considerando o ensino católico sobre o assunto ou, se não for possível, tê-lo como um firme alicerce. 

Novamente parece que estou afirmando obviedades, mas ao que parece um número considerável de pessoas se esqueceu delas. 

Obviamente que um pai e uma mãe exercem papéis para além do seu lar. Mesmo nas épocas anteriores à Revolução Industrial, antes do frenesi progressista, os homens e as mulheres já faziam suas tarefas para além do lar de forma remunerada, além das tarefas em prol da caridade. O ser humano nunca é reduzido à uma única atribuição. Mas é justamente isso que alguns rapazes pensam, principalmente, ao que se refere ao papel da mulher católica. E isso é por não serem católicos o suficiente. Somente alguém ainda imbuído da cegueira revolucionária não percebe que esse comportamento beira ao ridículo, simplesmente por ser impraticável e ainda ser o oposto do que a História aponta. Só lembrando que rejeitar o passado é o primeiro traço da mente revolucionária. Meninos munidos de bons livros católicos mas ainda com a "mente do Che".

Obviamente que alguém que exerce as suas tarefas profissionais e sociais como católico, a faz imbuído da mentalidade católica, ao menos, esta é a base da cristandade. Isso significa que um professor falará e exercerá o ensino com alicerce na catolicidade, assim como o médico (a) católico (a), o engenheiro (a), o faxineiro (a), o arquiteto (a) e etc. E isso não faz de nenhum deles padres. Que pensamento mais obtuso colocar na conta de "ensinar a Doutrina" qualquer um que use o ensino católico em sua prática social ou profissional. Fazer isso é a base da vivência da própria cristandade. Novamente, os senhores, beiram o ridículo. 

Quando Dom Pedro foi expulso do próprio Império, num barquinho, disse uma frase que bem poderia repeti-la aos senhores: "Os senhores são uns doidos!" 






 





"Quem me ama obedece os meus mandamentos" (Jo 14, 15)



A Virtude da Obediência é uma Virtude Moral (ou seja, que edificamos pelo exercício e prática) e sobrenatural (pois, como humanidade decaída precisamos da ajuda da Graça) anexa à Virtude da Justiça. A Virtude da Obediência honra a Deus.

O primeiro passo para a vivência da Virtude da Obediência é obedecer os Mandamentos do Senhor e ao seu Evangelho. Todas as outras atitudes de obediência estão subordinados aos ensinamentos do Senhor e só são válidos se aperfeiçoam a obediência devida à Majestade Divina.

A Virtude da Obediência nos faz participar da dinâmica da Soberania do Amor de Deus que tudo rege e governa, tal Soberania merece uma resposta de submissão absoluta. No entanto, como humanidade caída e cheia de propensão ao mal, temos uma dificuldade radical em nos submetermos ao ensinamento do Senhor em Seu Evangelho, passamos a viver uma "espiritualidade" isenta de compromisso e exigências, isenta de correção e obediência a Deus. Somos levados com frequência aos discursos de "não colocar o dedo na ferida", uma religião que não corrige, não possui padrões morais e virtuosos, um amor que não edifica, mas amordaça na mediocridade. E todas estas coisas estão adornadas com o véu de uma falsa obediência e de um falso amor. Por isso, se torna radicalmente necessário o conhecimento dos Mandamentos do Senhor e dos Ensinamentos da Igreja para que não tomemos como verdadeiro o falso.

A Obediência ao Senhor, e não aos homens, é a marca do ensino do Senhor Jesus, também de São Paulo, que disse obedecer a Deus e não aos homens e de todos os santos. No entanto, Deus se usa dos cargos humanos para fazer os seus ditames, isto quando tais homens estão sobre a Obediência à Sua Soberania. Por isso, se torna novamente necessário reiterar que a obediência devida aos superiores é sinal da Vontade Divina quando aperfeiçoa a obediência aos Seus Mandamentos e Conselhos, não quando afasta deles. Quando afasta do Evangelho já não é mais virtude e sim uma ação totalitária que decidiu edificar uma "nova nova aliança", propagar uma boa nova mais nova que o Evangelho. No entanto, noutros casos, em que existe a obediência à Soberania Divina e seguimento do Evangelho, os superiores devem ser obedecidos por mais que isso cause algum sofrimento da vontade própria. Obedecer à autoridade que por sua vez obedece aos ditames do Senhor, é obedecer o próprio Deus. A autoridade, no entanto, não deve ser usada para proteger o próprio ego em prol de criar o ambiente que agrade ao superior, mas sim como um lugar que lhe foi dado para exercer sobre os outros o papel de alguém que tem "uma idade maior", ou seja, o ofício do sábio que conduz os seus por uma conduta santa à Vida Eterna. Este é o dever moral da autoridade.



Na ​ordem natural, ​ podem-se distinguir três espécies de sociedades: a sociedade doméstica ​ou ​familiar, a que presidem os pais; a sociedade ​civil governada pelos detentores legítimos da autoridade, segundo sistemas reconhecidos nas diversas nações; a sociedade​ profissional, em que há patrões e operários cujos direitos e deveres respectivos são determinados pelo contrato de trabalho. Na ​ordem sobrenatural,​ os superiores hierárquicos são o ​Santo Pontífice, os ​Bispos, ​párocos​ e ​vigários.


O Mérito da Obediência¹



Toda a perfeição consiste na conformidade de nossa vontade com a vontade de Deus. Qual é, porém, o meio mais seguro para se conhecer a vontade de Deus e conformar a nossa vontade com ela? Esse meio é a obediência a nossos superiores e diretor espiritual.

“Em caso algum se executa mais perfeitamente a vontade de Deus, diz São Vicente de Paulo, que quando se obedece a seus superiores”

O maior sacrifício que uma alma pode fazer a Deus consiste na obediência a Seus legítimos superiores, porque, segundo Santo Tomás, nada nos é mais caro que a liberdade da própria vontade (De perf. vit spir., c. 10) e, por isso, não podemos oferecer a Deus um presente mais agradável que nossa liberdade. Isso nos ensina o Espirito Santo nestes termos: “Obediência é melhor que sacrifício” (1 Rs 15, 22), isto é, Deus prefere a obediência a todos os sacrifícios. Quem consagra a Deus seus haveres, distribuindo-os aos pobres; sua honra, suportando com paciência os desprezos; seu corpo, mortificando-o com jejuns e penitências, dá a Deus uma parte de si mesmo. Quem, ao contrário, lhe sacrifica a sua vontade, sujeitando- se à obediência, entrega-Lhe tudo o que tem e pode dizer:

Senhor, depois de vos haver entregado minha vontade, nada mais possuo para Vos dar São Gregório diz que praticando as outras virtudes damos a Deus o que é nosso, mas, pela obediência, fazemos-Lhe o sacrifício de nós mesmos (1 Rs, 15). O mesmo Santo ensina que a obediência é acompanhada de todas as outras virtudes e as conserva na alma (Mor., 1. .15, c. 12). Segundo o venerável Pe. Serlório Cupulo, semelhante ao martírio é o merecimento devido à obediência, porque, como se sacrifica a Deus, pelo martírio, a cabeça do corpo, se sacrifica, pela obediência, a sua própria vontade, que é a cabeça da alma. Pelo que, nos assegura o Sábio (Pr 21, 28) que um homem obediente vencerá todos os ataques de seus inimigos.


“É justo que os obedientes superem todos os ataques do inferno, porque, sujeitando sua vontade aos homens pela obediência, vencerão ao demônio, que caiu por causa de sua desobediência” (1 Rs, 1. 4, c. 12)


Ler: Da Graça e do Mérito (aqui)
Ler: Do ato de escolher - Do Mérito e do Demérito em Geral (aqui)




Obediência aos pais (ou Piedade para com os Pais)¹


Deve-se obedecer aos pais em tudo que é justo. “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor”, diz São Paulo (Ef 6, 1). Os filhos, pois, são obrigados a obedecer aos pais em tudo que diz respeito ao bem da família e, principalmente, no que se refere aos bons costumes.


Não temas, alma cristã, de te entregar a um trabalho que te expõe ao perigo de muitas distrações e aí perder o recolhimento de espírito, se o fazes por obediência a teus pais; Deus te dará então, em um quarto de hora de oração mental, mais graças do que alcançarias em dez dias de recolhimento. Procura então, durante o teu trabalho, empregar na oração todo o tempo que te resta, ainda que sejam só alguns instantes. Não deves dizer que teu trabalho não te deixa nenhum tempo para a oração; os que tem zelo pelo trabalho e que amam a oração mental, encontram tempo para um como para o outro.

Contudo, devemos notar bem a última palavra do texto que citamos acima. Ela diz que se deve obedecer nas coisas que são agradáveis a Deus e não naquelas que O desagradam. Por exemplo, se uma mãe mandasse que seu filho roubasse ou ferisse alguém, estaria ele obrigado a obedecer? De forma alguma; pecaria até se o fizesse. Do mesmo modo, segundo Santo Tomás, não se está obrigado a obedecer aos pais se se trata da escolha do estado. Quanto ao casamento, afirma o Pe. Pinamonti, com Sánchez, Konink e outros, que os filhos estão obrigados a aconselhar-se com seus pais, porque eles, nisso, têm mais experiência e porque, em tais circunstâncias, principalmente um pai cuida em cumprir seus deveres de pai. Quanto à vocação à vida religiosa, diz o Pe. Pinamonti, com não menos razão, o filho não tem a menor obrigação de pedir conselhos a seus pais, porque nisso não têm eles a menor experiência e, regularmente; o interesse próprio os transforma em inimigos. O mesmo afirma Santo Tomás, que diz, a respeito da vocação, que nossos amigos segundo a carne muitas vezes se opõem a nosso adiantamento espiritual. De fato, muitos pais preferem que seus filhos se percam com eles, a permitir-lhes que se salvem longe deles. Isto é, segundo São Bernardo, uma crueldade da parte dos pais para com seus filhos.


Ler: Virtude da Piedade para com os pais e a pátria (aqui)


Obediência da Esposa ao Marido e a Obediência do Marido a Deus²


O pecado original nos ocasionou dois castigos distintos: 1 - o homem terá que trabalhar e comer com o "suor do seu rosto", assim o trabalho se tornou um peso e um meio de sobrevivência, o homem já não teria o poder sobre a natureza que seu papel de guardião lhe assegurava, 2- a mulher seria atraída pelo homem e ele a subjugaria, ou seja, ela que foi criada para ser a companheira e não deixar o homem só, que foi recebida com o entusiasmo do reconhecimento, passou a ser atraída e dominada e não mais protegida e honrada. A mulher refém de seus impulsos e o homem sedento por dominar (ou vice-versa, atualmente), este é o cenário pós queda. Por isso, o Antigo Testamento nos apresenta uma série de figuras femininas humilhadas (Diná, Agar, Tamar) e homens lutando contra pestes, secas e outras alterações da natureza. Também nos apresenta um número considerável de boas mulheres (Debora, Ester) e bons homens (Samuel, Natã, Isaías, que inclusive dominavam a natureza) como prefiguração do que havia de acontecer. No Novo Testamento temos uma verdadeira cascata de mulheres e homens sendo retificados: Madalena, a filha de Jairo, a mulher com hemorragia, a sogra de Pedro, as santas mulheres; todos os apóstolos, os fariseus convertidos e os diversos doentes curados. Os dois, homem e mulher, recebem de forma distinta os efeitos da Redenção e iniciam uma vida cristã conforme as diretrizes da Boa Nova.




Claro que essa dinâmica do pecado alterou a relação entre os homens e as mulheres, inclusive os casamentos. A sensação de limitação às ações femininas, ideias pré concebidas de suas capacidades, chacotas e minimizações, inferiorização de sua sensibilidade e papel em todos os meios e outras tantas facetas da mesma atitude limitada é um efeito do pecado original. No principio não era assim. Assim como a revolta das mulheres para com os homens, a feminilização dos homens, a inferiorizarão de seu papel, também são um resultado do pecado original. São os desdobramentos da desordem da desobediência. Infelizmente, estamos ainda muito imbuídos de tal mentalidade. Quantos bons homens cristãos não falam de forma pejorativa do agir feminino, minimizando a sua ação e participação, quantos ainda não impulsionam e encorajam as mulheres, replicando a ação não protetora de Adão? Quantas boas mulheres cristãs tem ainda dificuldade de se deixar ser protegida, de ocupar o seu espaço animada pelos homens que a cercam, quantas por outro lado se revestem da armadura da afetação para se protegerem da sua responsabilidade moral e religiosa radical para com os seus, dando um fruto ruim aos seus, imitando Eva?




Estes são efeitos do pecado original e de uma vida cristã que ainda não conseguiu receber o realinhamento da salvação que o Senhor Jesus conquistou para nós. Ele veio nos salvar dos efeitos do pecado original e sua ação redentora é integral, retifica toda a nossa vivência pessoal e social, retifica a nossa existência como homens e mulheres. Munidos das múltiplas graças da redenção devemos buscar o plano original de Deus para nós e não mais viver segundo os efeitos do pecado original.




Reconhecer tais comportamentos e retificá-los numa conduta santa - o homem como homem santo e a mulher como mulher santa - é uma tarefa árduo e urgente. Replicar os padrões de pensamento da queda seria barrar a nossa santificação. A santificação é mais que um retorno ao estado original, é o cumprimento do Plano Divino lá "no principio".




É por isso que a obediência ao marido se realiza numa ação simples e santificadora quando debaixo da ação redentora: o marido protege, busca ser sábio se unindo a Deus e dá o sangue pela esposa (ou seja, sacrifica a si mesmo e não deixa que a esposa sofra, se sacrifica no lugar dela, se for possível, assume a responsabilidade, é para ela o seu mais forte protetor, o seu mais firme apoio em seus projetos e toma para si a responsabilidade de arcar com qualquer oposição que ela tenha no caminho), a mulher obedece ao marido que está unido a Deus, acolhe a proteção e a honra, instrui com o coração (que é a sede do ser, ou seja, instrui com a sua vida, com ela mesma, não me refiro à emoções, mas à amabilidade firme) todos que lhe são confiados. Resgatados pela ação redentora do Senhor, homem e mulher já não são mais atraídos para uma relação de dominador e dominado, mas para uma ação de proteção, honra, crescimento humano e espiritual. Uma obediência que vivifica e instrui mutuamente, pois ambos estão comprometidos em vivenciar os efeitos da Redenção e não mais viver segundo os efeitos do pecado original.


A dinâmica acima citada entre homem e mulher se replica em todas as outras nuances de relacionamentos com suas devidas proporções.








Os Limites da Obediência³


Todo católico, por ação do Santo Batismo, precisa exercitar-se na obediência imitando assim Nosso Senhor Jesus Cristo. No entanto, vivemos num mundo deturpado e muitas autoridades podem usar seu poder de forma equivocada: para proteger o próprio ego, para proteger os seus pares ou para defender os seus pensamentos não devotos e não cristãos. Tais autoridades não devem ser obedecidas. Se os pais orientam algo contrário as leis de Deus, a moral ou as leis da Igreja não devem ser obedecidos, o mesmo para qualquer clérigo, independente do nível hierárquico; se este ensina algo contra as leis de Deus, a moral ou as leis da Igreja não deve ser obedecido. Assim como as autoridade civis que façam algo contra as leis de Deus, a moral ou as leis da Igreja não é necessário obedecer. Também não se é obrigado a obedecer a alguém que dá ordem fora da sua alçada de poder, ou seja, fora das suas atribuições. No entanto, neste caso, caso seja, por exemplo, um colega de trabalho que mande algo, sendo que este não tem cargo de chefia, você não é obrigado a obedecer, mas talvez para que o trabalho aconteça e você não corra o risco de ser demitido seja oportuno realizar o solicitado, se tal coisa não atinge a lei de Deus, a moral ou as leis da Igreja. Tal atitude pode lhe ajudar a crescer na virtude. 

Outros casos também podem sugerir a necessidade de um olhar atento, por exemplo, os superiores de comunidade e grupos. Eles exercem uma autoridade que possui uma grande carga afetiva nos membros de tais grupos, essa ação psicológica/afetiva pode gerar uma dependência emocional do superior e um "endeusamento" surreal do mesmo, ocasionando o território propício para a aplicação de uma autoridade centralizadora e escravizante que aliena os que estão ao seu redor e os suga emocionalmente e espiritualmente. Tais casos acontecem com alguma frequência e devem ser diferenciados da falta de adaptação de alguns membros numa realidade, sendo isso uma questão pessoal.

A boa autoridade possui, sim, laços emocionais com aqueles que recebem a sua ação de liderança, mas tal ação é utilizada para edificação, crescimento humano e espiritual. Imitando, assim, a autoridade do Senhor. 

Este é o limite da obediência: a obediência que mata é aquela que não causa crescimento e é desempenhada fora do ensinamento da lei de Deus, da moral e a da lei da Igreja, é um sacrífico que destrói; já a obediência que vivifica é desempenhada segundo a lei de Deus, a moral e a lei da Igreja , é um sacrifício da própria vontade que não nos mata, antes nos torna quem nós realmente somos. 


Graus da obediência³


1º) Pontual: o obediente ama o preceito e quer seja conforme o seu gosto quer não, aplica-se em fazer imediatamente. Por isso, é sempre questionável um "discurso de obediência" que desvaloriza o preceito e seu cumprimento, já que este é o primeiro degrau do cumprimento da obediência.

2º) Sem restrição: sem fazer seleções, ou seja, obedecer em certas coisas e desobedecer em outras, fazer tal coisa é já perder o mérito da obediência, é mostrar que nos sujeitamos somente no que agrada, que não causa incomodo ou grandes adaptações aos olhos dos outros.

3º) Alegre: a quem ama, nada é penoso, porque não pensa no sofrimento, mas nAquele por quem sofre.


Por isso, que obedece mais quem ama mais. 


"Quem me ama obedece os meus mandamentos" (Jo 14, 15)


Referências


1) OMER C.SS.R., Padre Saint. Escola da Perfeição Cristã para Seculares e Religiosos: Obra compilada dos escritos de Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja. Editora Vozes, 1955, p. 204-212. Disponível aqui: https://amzn.to/44jiIaK

2) JOÃO PAULO II. 2000 (1988). Carta Apostólica Mulieris Dignitatem do Sumo Pontífice João Paulo II sobre a dignidade e a vocação da mulher por ocasião do ano mariano. 4ª edição. São Paulo: Paulinas.

3) TANQUEREY, A. Compêndio de Teologia Ascética e Mística. Editora Cultor de Livros, 2018, p. 660. Disponível aqui: https://amzn.to/3rnZJNS.






Estamos todos num mesmo barco, em mar tempestuoso, e devemos uns aos outros uma terrível lealdade. (G. K. Chesterton)




O mundo é feito de ciclos sociais. Normalmente, toda a nossa percepção de mundo está embasada numa visão a partir dos ciclos em que estamos inseridos. Dentro desses ciclos, existem outros tantos ciclos.

No entanto, na medida em que entramos num ciclo e nele ficamos placidamente, podemos desenvolver uma ‘cultura da bolha’. A internet, de modo geral, com seu algoritmo desenvolvido para apresentar mais do mesmo, aumentou essa dinâmica das bolhas, que nos fazem desenvolver uma série de pensamentos distantes da realidade.

A bolha é um micro mundo que, somado à tríade da mente revolucionária, pode gerar uma mentalidade completamente embasada no ‘eu acho’, ‘eu sinto’ ou ainda distorcer alguns bons textos ou santos conforme o seu desejo reinante. Afinal, como já vimos, o analfabetismo funcional gera uma interpretação de texto segundo o próprio umbigo, embasada simplesmente no gosto pessoal.


"O fato de um milhão de pessoas participarem dos mesmos vícios não os transformam em virtudes”. (Gustavo Corção)




Mas, voltemos às bolhas. De modo geral, é natural buscar a sua turma, querer ter um ciclo de amigos e brincar de ciranda cirandinha. Mas a verdade é que amigos são tesouros e que divergências são comuns, que a solidão é algo natural na vida intelectual, mesmo acompanhado, e que as bolhas são a miopia que o estudioso não quer.

Toda a vida de estudo se alicerça em buscar a Verdade e, para tal, é preciso desenvolver acuidade da mente e da alma. Ver as coisas, suas causas, seus efeitos, os pontos de bifurcação com outros pensamentos. Acuidade.

No entanto, se inserir cegamente em bolhas interneteiras ou sociais é pedir para ficar cego de mente e alma, simplesmente por reduzir a porção da realidade na qual você está inserido, isso quando não distorce a realidade em que está inserido.



Portanto, quanto mais distante das bolhas, melhor. Quanto mais inserido na realidade, melhor. Por isso, vale a pena considerar, a depender das condições, realizar durante a sua vida de estudo:
  • trabalhos voluntários em regiões distantes, difíceis e humildes ou até mesmo diferentes culturalmente;
  • visitar comunidades das mais variadas classes sociais (escolas, creches, orfanatos, asilos etc.), no seu estado e fora do seu estado, no seu país e fora do seu país;
  • visitar mosteiros de diferentes ordens, frequentar a missa em português, em latim, também no seu país e fora do seu país (na língua do local);
  • observar quais são os motivadores e dificuldades da vida das pessoas nessas ocasiões;
  • realizar trabalho braçal voluntário e trabalho intelectual voluntário - fora da sua casa, obviamente - e guardar o que vier dessas vivências.


Todas estas tarefas, exercitadas como um fio condutor para a realidade, fora da sua realidade habitual, durante a vida de estudo, mantêm a mente lúcida e longe de bolhas alienantes. Nos fazem enraizar-nos no conhecimento que adquirimos e aplicá-lo à realidade com mais assertividade.

De nada vale o estudo se nos afasta da realidade, se nos tira a capacidade de nos comunicarmos com as pessoas.

No entanto, já aviso, você se sentirá deslocado em todos estes lugares. Embora sejam coisas queridas e boas lições, talvez as mais importantes, você se sentirá deslocado simplesmente por conta da acuidade. Afinal, você está fazendo tais coisas para ‘ver melhor’. Não há com o que se preocupar, é um pouco incômodo, mas você se acostumará. Basta saber que essas lições são importantes e não podem ser postergadas.

É muito triste ver alguém tomado pela mentalidade revolucionária, até mesmo sem saber, dentro dos meios católicos, mas também é muito triste ver alguém com bons estudos se alienando por se acomodar na própria bolha. Isso pode ser inofensivo em outros casos, mas em quem tem vida de estudo é desastroso, seja qual for a bolha.





Mas o caminho desenvolve seu traçado em nosso hoje humano. É lá, agora, que se deve aprofundar nosso conhecimento de Deus, na oração de contemplação, no face a face filial com Deus...
Caminho, que desemboca num horizonte sem limite e sem fim, o céu de Deus.
Desejo intenso de ser, um dia, mergulhado no amor, no coração de Deus, entregue ao amor, até ser apenas um, na comunhão de amor.¹

Cônego Tonnelier


A vida cotidiana precisa de uma “beleza mínima”, como gotas da Beleza Suprema na realidade concreta, vislumbrada na mente humana e edificada por suas mãos numa arte cotidiana: uma linda fachada de um imóvel, uma bela igreja, um lindo jardim, um arranjo de flores, quadros ou ainda a organização das ruas, de uma mesa ou de uma gaveta. Todas estas pequenas harmonias fazem parte da “beleza mínima” e oferecem à alma um respiro profundo e gratificante durante o dia. São setas para a Beleza Suprema, pequenas luzes preparadas por almas belas para levar outras almas ao Belo.







Estas pequenas belezas harmonizam o lugar em que estão, iluminam internamente e externamente, geram integralidade, já que a alma é lembrada de sua existência eterna e acalmada pela ordem inerente às coisas belas. Ordem que decorre, primeiramente e principalmente, de sua ligação ao Belo Supremo, que é Deus. A vivência da beleza cotidiana, alicerçada na ordem, gera a virtude do zelo.

Todas as buscas por adequação e padrões, etiquetas e estilos, em qualquer área, são uma busca - muitas vezes desordenada, finita e escravizante - pela paz que a ordem gera em nossas almas, que decodificamos como beleza. A ordem é uma característica inerente à beleza, e a paz é a harmonia da ordem. A ordem gera paz, e ambas geram a beleza.





No entanto, alguns caminhos que aludem levar à beleza podem levar a uma série longa e cansativa de aparências - que destoam da realidade concreta e vivenciável cotidianamente - que não trazem a paz da beleza alicerçada no Belo. Como é o caso dos prédios modernos, que são idênticos, passam certa ordem sistemática, mas não são belos e, portanto, não passam paz. O mesmo acontece com muitos estilos e padrões adotados nas mais variadas áreas, da arquitetura à arte, da moda aos padrões de aparência física de cada país.




Por outro lado, um costume familiar ou entre amigos que toma ares de tradição, os costumes culturais sadios e os elevados rituais religiosos católicos são uma dose extra de beleza cotidiana necessária e buscada, que oferecem à vida um tom mais sublime e elevado, como uma sala que, quando banhada por um raio de luz, ganha novas belezas; assim fazem os ritos e as tradições nos nossos pacatos e belos dias.




Vivendo bem cada um dos momentos do “Momento Sagrado de Beleza”, podemos ver com outros olhos as belezas cotidianas e semear belezas mínimas ao nosso redor. Sem padrões escravizantes e pensamentos superficiais, mas com um comportamento cristão e pensamentos devotos, criando em nós um ambiente belo, uma alma bela, que semeia as belezas eternas e não mundanas, em meio ao cotidiano material e temporal. Até o seu encontro com o Supremo Belo.

"Deveríamos - dizia ele - diariamente ouvir ao menos uma pequena canção, ler um bom poema, admirar um quadro magnífico, e, se possível, pronunciar algumas palavras sensatas." ³




Referências:


1) TONNELIER, C. 15 de Dias de Oração com São João da Cruz. Paulinas, 2011. 104 p. Disponível em: https://amzn.to/3GO5PvE.

2) SCRUTON, R. Beleza. São Paulo: É Realizações, 2013. 231 p. Disponível em: https://amzn.to/46vp2xg

3) GOETHE, J. W. Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister. Editora 34, 2009. 608 p. Disponível em: https://amzn.to/3pBcAeR.







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"Pois o preceito é lâmpada, e a instrução é luz, e é caminho de vida a exortação que disciplina" - Provérbios 6, 23

Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




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