A Virtude da Religiosidade| Virtude do Mês de Março

by - março 16, 2024

 





A Natureza

É uma virtude anexa à Virtude Cardeal da Justiça. As virtudes anexas são as mais simples de vivênciar, pois se referem a uma área do comportamento. No caso da virtude da religião se refere ao ato de prestar culto a Deus. 

A virtude da religião é assim chamada, porque constitui o vínculo que deve ligar o homem com Deus, como princípio de todo bem, é uma perfeição da vontade, mediante a qual se aprecia e estima, em seu verdadeiro valor, a relação de dependência do homem para com Deus, como primeiro princípio, último fim, Ser infinitamente perfeito e causa primeira de toda perfeição. 

Os atos da virtude da religião são todos os que por sua natureza manifestam e confessam esta dependência. Pode, além disso, a virtude da religião ordenar para este mesmo fim os atos de outras virtudes, e neste caso, podemos dizer, que converte a vida do homem em um ato de culto permanente. Neste caso chamamo-la de santidade, porque santo é o homem cujo a vida se torna um ato de religião. 

virtude da religião é a mais excelsa das virtudes depois das virtudes teologais (fé, esperança e caridade), pois, entre todas as virtudes moraiscuja finalidade é disciplinar a atividade consciente do homem para lança-lo na conquista de Deus, - conhecido pela fé, prometido pela esperança e amado pela caridade - nenhuma tem objeto mais elevado e próximo do último fim. As outras virtudes regulamentam os atos e deveres do homem para consigo mesmo ou para com as outras criaturas; a religião ensina-lhe as suas obrigações para com Deus, a reconhecer e acatar a sua soberana majestade, a servi-lO e honrá-lO como servido e honrado quer ser Aquele cuja grandeza e perfeição excedem com diferença infinita à de todas as criaturas. 


Primeiro Ato da Virtude da Religião

O primeiro ato da religião é uma ato interior chamado devoção. A devoção é um movimento da vontade, em virtude do qual ela (e quanto dela depende) se acha sempre disposta para empregar-se no serviço de Deus. 

Depois da devoção o primeiro ato que o homem se ocupa é a oração. 




Os atos externos da Virtude da Religião

Todos os atos exteriores destinados a honrar a Deus são atos da virtude da religiosidade. 

São eles, em primeiro lugar, certos movimentos corporais, como inclinação de cabeça, genuflexão, prostração, e em geral, todos os compreendidos na palavra adoração. 

Sua bondade consiste no fato de que, por meio deles, se honra a Deus com o corpo, se tornam assim auxiliares para suscitar os movimentos interiores de adoração.



Podemos oferecer ainda, além do nosso corpo e alma em adoração, coisas exteriores em sacrifício, homenagem e tributo. 

No que se refere ao sacrifício, no sentido de imolação de uma vitima, existe somente uma única forma na Nova Lei: o sacrifício da Missa. Nela sob as espécies sacramentais do pão e do vinho, se oferece a Deus a única vítima agradável aos seus olhos, imolada no sacrifício da Cruz. 

É ainda ato de religião contribuir, conforme permite os bens de cada um, para estabelecer e realçar o culto e sustentar os ministros em seu ministério. 

Tais atos não se realizam somente quando se oferece bens materiais para suprir questões temporais do exercício da Igreja no mundo, mas também quando oferecemos coisas que agradam a Deus. Damos a esses atos o nome de: voto. 

O fiel que fez um voto está obrigado a cumpri-lo, exceto em caso de impossibilidade verdadeira ou dispensa do voto por um padre. 

Os atos externos da virtude da religião também se realizam no manejo dos objetos sagrados e no uso do Santo Nome de Deus. 

Os objetos sagrados são os que, por intermédio da Igreja, receberam de Deus uma benção e consagração especiais, tais como as pessoas consagradas a Deus, os sacramentos, os sacramentais como a água benta, os objetos de piedade e os lugares destinados ao culto. Os objetos sagrados devem ser tratados com piedade. 

O uso do Nome Santo de Deus deve ser usado para honrar a Deus, amando-O como testemunha dos nossos atos e invocando-O para louvá-lO e bendizê-lO.

O ato de chamar o Senhor como testemunha dos nossos atos chama-se: juramento. Tal ato deve ser tomado somente em casos de grande necessidade e ser usado com a mais severo cuidado e temor. 

O ato de invocar o Nome de Deus ou alguma coisa sagrada, para obrigar outrem a executar ou desistir de algum propósito chama-se: adjuração. O uso é lícito quando é feita com o respeito devido ao invocado. 

O Nome de Deus pode ser invocado com frequência, desde que com o devido respeito e veneração, e não como se fosse uma forma de expressão corriqueira e banal. 





Os vícios opostos à Virtude da Religião


Os vícios que se opõem a virtude da religiosidade são de duas classes:

- uns são opostos por excesso e chamam-se superstição

- outros são por defeito e são chamados de irreligião


Entendemos por superstição uma aglomeração de vícios que consiste em dar a Deus um culto indigno Dele ou em dar às criaturas o que só a Deus pertence. O motivo mais frequente deste pecado é o desejo imoderado em conhecer o oculto, o secreto e o futuro que leva os homens a se entregarem às práticas de adivinhação e de observâncias. 

irreligião abrange dois excessos:

- ver com indiferença ou desdém o que se refere ao culto e serviço de Deus;

- abster-se inteiramente de praticar atos de religião.

Este último se reveste de especial gravidade, visto que supõe desprezo ou esquecimento desdenhoso Daquele a quem todos os homens estão obrigados a servir e honrar. 

Este vício se propaga, atualmente, pelo laicismo.

Entendemos como laicismo o ato de pôr Deus completamente a parte, perseguindo-o e tratando de expulsá-lo de toda a parte, a Ele, Dono e Senhor de tudo quanto existe, ou organizando a vida social, familiar e individual, como se Ele não existisse. 

O grande pecado do laicismo consiste no ódio e fanatismo sectário ou também de uma espécie de entorpecimento e estupidez moral e intelectual que cega sobre tudo o que se refere ao sobrenatural e ao metafisico. 

Temos obrigação de nos opor energicamente contra o laicismo. 

Outros vícios que abrangem o ato de irreligião é o perjúrio (falso juramento), o tentar a Deus, o sacrilégio (profanar lugares, objetos ou pessoas sagradas) e a simonia (compra e venda de coisas espirituais ou cargos eclesiásticos). 

Tentar a Deus é um pecado contra a virtude da religião, pois sem respeito a Majestade Divina, pedem e exigem a intervenção de Deus como que pondo a prova a sua onipotência. Também tentamos a Deus quando confiamos em seu auxilio sem fazer o que podemos e devemos fazer. 

Perjúrio é um pecado contra a virtude da religião pois é apelar com falsidade para o testemunho divino, também é perjúrio o dizer de forma irrefletida o Santo Nome de Deus. 

sacrilégio (atentar contra lugares, coisas e pessoas sagradas) é atentar contra o próprio Deus, aos sacrílegos se reserva os mais severos castigos, ainda neste mundo. 


Baseado na Suma Teológica em Forma de Catecismo, página 245-246

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