Crônicas: Os homens católicos sem catolicidade
Como é bonito um homem católico de verdade. Pena que são tão raros. O que temos se assemelha mais a crianças brincando de espada.
Se você perguntar por aí, aos homens católicos que frequentam missa, leem bons livros e são razoavelmente instruídos, verá que são a favor da cristandade. Em maior ou menor grau, todos estão de acordo que existe uma primazia da catolicidade que gera uma elevação da qualidade da ordem social — ou até mesmo estabelece uma ordem social salutar. E é verdade. A sanidade nos faz apostar todas as fichas na cristandade, numa sociedade baseada nos ensinamentos cristãos.
No entanto, qual não é o espanto quando muitos destes mesmos rapazes são absolutamente ignorantes do ponto fundamental da cristandade: os cristãos agindo como cristãos (em casa, no trabalho, em seus talentos e tarefas). Os cristãos são as crianças, os idosos, as mulheres, os homens, os pais, as mães, as viúvas — os cristãos são as pessoas, evidentemente.
Parece uma obtusidade ressaltar isso? Pois, acredite, não é. A maior parte destes homens parece ter criado um senso de cristandade completamente apartado da realidade física. Como uma atmosfera que descerá dos Céus em algum momento e mudará toda a sociedade.
No entanto, a cristandade — a tão sonhada restauração da catolicidade — se refere a uma conversão e lapidação das pessoas. O pai ser pai católico, a mãe ser mãe católica, mas também o médico ser médico católico, a professora ser professora católica, o professor ser professor católico... o arquiteto(a), o engenheiro(a), o lixeiro(a), o faxineiro(a), o empresário(a) — todos realizarem suas tarefas como católicos.
Duas coisas se tornam evidentes quando cito tal questão:
- O homem e a mulher exercem papéis para além do papel do lar, embora este seja mais importante;
- As tarefas devem ser realizadas considerando o ensino católico sobre o assunto ou, se não for possível, tê-lo como um firme alicerce.
Novamente, parece que estou afirmando obviedades — mas, ao que parece, um número considerável de pessoas se esqueceu delas.
Obviamente que um pai e uma mãe exercem papéis para além do seu lar. Mesmo nas épocas anteriores à Revolução Industrial, antes do frenesi progressista, os homens e as mulheres já faziam suas tarefas para além do lar de forma remunerada — além das tarefas em prol da caridade. O ser humano nunca é reduzido a uma única atribuição. Mas é justamente isso que alguns rapazes pensam, principalmente ao que se refere ao papel da mulher católica. E isso é por não serem católicos o suficiente. Somente alguém ainda imbuído da cegueira revolucionária não percebe que esse comportamento beira ao ridículo — simplesmente por ser impraticável e ainda ser o oposto do que a História aponta. Só lembrando que rejeitar o passado é o primeiro traço da mente revolucionária. Meninos munidos de bons livros católicos, mas ainda com a “mente do Che”.
Obviamente que alguém que exerce suas tarefas profissionais e sociais como católico, o faz imbuído da mentalidade católica — ao menos, esta é a base da cristandade. Isso significa que um professor falará e exercerá o ensino com alicerce na catolicidade, assim como o médico(a) católico(a), o engenheiro(a), o faxineiro(a), o arquiteto(a) etc. E isso não faz de nenhum deles padres. Que pensamento mais obtuso colocar na conta de “ensinar a Doutrina” qualquer um que use o ensino católico em sua prática social ou profissional. Fazer isso é a base da vivência da própria cristandade. Novamente, os senhores beiram o ridículo.
Quando Dom Pedro foi expulso do próprio Império, num barquinho, disse uma frase que bem poderia repeti-la aos senhores: “Os senhores são uns doidos!”
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