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Salus in Caritate

Cultura Católica








"Se houver luz na alma, haverá beleza na pessoa. Se houver beleza na pessoa, haverá harmonia na casa. Se houver harmonia na casa, haverá ordem na nação. Se houver ordem na nação, haverá paz no mundo."
Provérbio oriental



A virtude da ordem é mais do que tentar ser um especialista em eficiência.



"O Dr. David Isaacs define a Ordem como:

Uma pessoa ordenada segue um procedimento lógico que é essencial para a consecução de qualquer objetivo que ele se propõe - organizando suas coisas, usando suas habilidades, realizando suas atividades por sua própria iniciativa, sem ter que ser constantemente lembrado. Em um nível supernatural, ordem significa fazer a coisa certa no momento certo, para a maior glória de Deus. Para viver verdadeiramente a virtude da ordem, precisamos desenvolver a ordem correta no reino espiritual, pois somos um composto de corpo e alma. O que fazemos corporalmente influencia a alma e vice-versa. O provérbio oriental acima mostra claramente a relação entre o corpo e a alma em relação à ordem. Então, vamos dar uma olhada no que é necessário para desenvolver a ordem espiritual em nossas vidas. 

Em outubro de 1995, o Papa João Paulo II falou em sua chegada ao Aeroporto Internacional de Newark, nos EUA, e enfatizou:

"É vital para a família humana que está em contínua busca de avanços em muitos campos diferentes - ciência, negócios, educação e arte, e em qualquer outro lugar onde a criatividade te leva ... mantenha a compaixão, a generosidade e a preocupação com os outros no centro de seus esforços. O seu poder de exemplo traz uma grande responsabilidade. Use-o bem. Seja um exemplo de justiça e virtude cívica, liberdade vivida na bondade, em casa e além!"







Mais tarde naquele dia, na Catedral do Sagrado Coração, ele lembrou aos seus ouvintes:

“Você, o povo de Deus ..., é a "pedra viva" (1 Pedro 2, 5) que forma o corpo de Cristo no meio de sua vida, cidade e estado. Onde quer que você esteja - famílias, bairros, locais de trabalho ou lazer - você é chamado a edificar a Igreja com fé, esperança e amor. A Igreja está viva em você! Deus, que é o mestre construtor de Seu santo templo, derramou Seu amor em seus corações através do Espírito Santo (Rom. 5, 5)! Você recebeu o presente de uma nova vida. Você foi encarregado de levar a boa nova "a toda a criação" (Mc 16, 15).... Sem as virtudes da autodisciplina, contemplação diligente da verdade, simplicidade de vida e dedicação alegre aos outros, você não terá a força interior para combater a cultura da morte que está ameaçando o mundo moderno.”


Responda a estas perguntas com um simples sim ou não:


Você faz um planejamento diário?
Você mantém isso?
Você define metas diárias?
Você lista metas de longo prazo?
Você se desvia facilmente?
Você conversa muito tempo no telefone?
Fica muito tempo no what’s app?
Fica muito tempo nas redes sociais?
Você é pontual no trabalho?
Sai mais cedo do trabalho?
Você se esforça para melhorar a qualidade e o profissionalismo do seu trabalho?
Você se orgulha de fazer bem o seu trabalho, sem erros?
Você tenta se dar bem com colegas, clientes, parceiros de negócios?
Você contribui na equipe?
Você sempre tem que fazer as coisas do seu jeito?
Você pode aceitar alegremente contratempos, contradições?
Você é paciente e calmo em uma situação tensa?
As pessoas podem contar com você?
As pessoas podem confiar em você?
O trabalho é apenas um salário para você?
Você cumpre os prazos?
Você pede que outras pessoas façam seu trabalho?
Você é viciado em trabalho?
Você é preguiçoso?
Você dá desculpas para si mesmo?
Você é atencioso com os outros?
Você tira muita folga para negócios pessoais?
Você tira folga por doenças menores?
Quando o trabalho se torna difícil, você persevera?
Você é atencioso com aqueles com quem lida?
Você é compreensivo e compassivo com os subordinados?
Você faz seu trabalho agora, quando deveria, ou adia porque não gosta?
Você oferece seu trabalho a Deus todos os dias?
Você é fiel aos seus compromissos?
Você está disposto a aprender para melhorar?
Você controla sua raiva e linguagem?
Você se orgulha do trabalho que realiza, prontamente e bem?
Você leva muito tempo para pausas ou almoços?
Você incomoda os outros porque está entediado ou apenas sente vontade de conversar?
Você se mantém ocupado?
Você leva coisas da empresa para casa?
Evita aprender coisas novas por medo ou preguiça?
Você dá ao seu funcionário o salário pelo dia de trabalho honesto?











Se Jesus viesse à sua casa [ou trabalho]



"Se Jesus viesse à sua casa para passar um dia ou dois. Se Ele viesse inesperadamente, eu me pergunto o que você faria.

Ah, eu sei que você daria o seu melhor espaço para um convidado tão honrado, e toda a comida que você serviria a Ele seria a melhor, e você continuaria assegurando a Ele que está feliz por tê-lO lá, servi- lO em sua própria casa é uma alegria sem comparação.

Mas - quando você O ver chegando, irá encontrá-lO na porta com os braços estendidos em boas-vindas ao seu Visitante Celeste? Você precisaria trocar de roupa antes de deixá-lO entrar, ou esconder algumas revistas e colocar a Bíblia onde ela deveria estar?

Você desligaria o rádio e esperaria que Ele não tivesse ouvido o que estava tocando? Você esconderia sua música mundana e abriria alguns livros de hinos? 

E me pergunto: se o Salvador passasse um ou dois dias com você, você continuaria fazendo as coisas que sempre fez? Diria as coisas que sempre diz? A vida para você continuaria como no dia a dia? A conversa da sua família manteria o ritmo habitual?

E você acharia difícil, a cada refeição, dizer uma oração à mesa? Você cantaria as mesmas músicas que sempre cantou e leria os livros que sempre lê? E O deixaria ver as coisas nas quais sua mente e espírito se alimentam? Ou você talvez mudaria seus planos por apenas um dia ou mais? 

Você gostaria que Ele conhecesse seus amigos mais próximos ou esperaria que eles ficassem longe até que a visita terminasse? Você ficaria feliz por tê-lO na sua casa para sempre, ou você suspiraria com grande alívio quando Ele finalmente fosse embora? Talvez seja interessante saber o que você faria se Jesus Cristo passasse algum tempo com você." (Lois Blanchard)


"A desordem é o contrário da Ordem. A Ordem é uma virtude filha da Temperança, irmã do Pudor, da Modéstia, da Castidade. Todas elas se relacionam com o comportamento e o acolhimento da Ordem Divina. Dessa forma são atos de amor. Tal ação de amor se desdobra na Virtude da Diligência, que é a capacidade de se aplicar com amor a uma tarefa, "diligir" em latim significa amar, essa presteza e preciosismo em realizar as tarefas é virtuoso. Seu contrário é o vício da preguiça, caracterizado pela negação do esforço, pode ser visto no fato de: fazer tudo de qualquer jeito, não fazer as coisas com amor, cansaço constante pelo fato de não poder fazer o excelente - então não faz nada- falta de ordenação no tempo gasto." (Ana Paula Barros)


Oração pela Virtude da Ordem


Bom e eterno Deus, Altíssimo Senhor e Pai, agradeço porque uma de suas belas qualidades é trabalhar de maneira ordenada, mesmo no início da criação, fez tudo perfeito e bom, de uma maneira excelente. Confio, Bom Pai, que o Senhor quer que eu leve uma vida ordenada. 

Senhor, a Tua vontade é que façamos tudo decentemente e em ordem, peço-Te que me ajudes a andar nesta virtude e poder aplicá-la à minha mente e coração, porque do jeito que penso, é assim que vou viver. 

Ensina-me a fazer dessa virtude minha conduta de vida. Em mim, em minha casa e na igreja. Ajude-me a ser uma pessoa pontual, vestir-me corretamente e modestamente, mostrar sempre reverência durante o Ofício e Ensino Sagrado, quero poder sempre cumprir o que foi acordado, ensina-me a tratar minha família, vizinhos, colegas e irmãos de fé com respeito e cordialidade sincera (pedir ajuda especifica em alguma prática da virtude, caso precise). 

Senhor, da mesma forma, peço que a Igreja possa ser guiada e alinhada pelos Teus Mandamentos e Santa Doutrina, que viva uma verdadeira unidade na Santa Verdade, sob a influência do Teu Santo Espírito. Em nome de Jesus e pelas Lágrimas de Nossa Senhora.

Amém!





Referências


1) BARROS, A.P. Plano de Vida Espiritual: você pode ser santo. Salus in Caritate, 2020. Disponível aqui

2) ALMEIDA, F.J. Virtude da Ordem. Quadrante. 2015. Disponível aqui.



 




Parte 1- Cultive um Comportamento amável


A amabilidade de Deus O levou a criar o mundo e a preservá-lo na existência. Da bondade divina brotam, como de uma fonte, a força e as bênçãos de toda a bondade criada.

A amabilidade é a nossa imitação da Providência Divina.

O impulso secreto que constituiu a amabilidade é um instinto que constitui a parte mais nobre de você mesmo.

A amabilidade brota da alma do homem; é a nobreza do homem. 


Atos possíveis para cultivar a amabilidade:


1- A amabilidade antecipa a necessidade dos outros: a solicitude nos move.
2- A amabilidade neutraliza a infelicidade do pecado:  a amabilidade é grande parte do poder que Deus nos deu de sermos felizes. Num mundo onde reina o pecado podemos gerar luz com uma cortesia cristã.
3- A amabilidade tem uma poderosa influência nos outros: encorajar os outros em seus esforços na virtude.
4- A amabilidade é um dos maiores presentes de Deus: ela purifica e enobrece tudo o que toca. 


O apostolado da amabilidade dedica-se a reconquistar para a glória de Deus este mundo infeliz pelo pecado.

As regras que o autor orienta para esta ação são:


Regras da Fraternidade da Amabilidade:


Nãos
1- Não fale mal de ninguém.
2- Não fale mal de ninguém (sim, o autor repete, na parte 2, falaremos sobre a correção fraterna, que faz parte da gentileza cristã).
3- Não seja indelicado com ninguém.


Sins
1- Fale amavelmente de alguém pelo menos uma vez ao dia.
2- Pense algo amável sobre alguém pelo menos uma vez ao dia.
3- Tenha um gesto amável com alguém pelo menos uma vez ao dia. 


Caso você se descuide da amabilidade
1- Faça um breve ato de contrição (ex: "Perdão, Jesus")
2- Peça desculpas, se for possível.
3- Faça uma pequena oração pela pessoa com quem você não foi amável (ex: "Senhor, abençoe...").


O autor também salienta a necessidade da cortesia, ser cortês é um dever de caridade. Os relacionamentos melhoram com polidez, educação e cortesia. O autor escreve longamente sobre este tema, o que me lembrou, pessoalmente, da necessidade atual do resgate da cordialidade da diplomacia. Em meio a tantos debates apaixonados cabe a reflexão da necessidade da expressão de divergências dentro de uma linguagem cordial e diplomática. 


Deixe a sua polidez seja a polidez de coração. Não existe sinal externo de polidez sem algum fundamento moral profundo. 


O autor também aponta que a cortesia é vivenciada na pontualidade, nas manifestações cotidianas de caridade (pequenos afazeres que facilitam a vida de alguém) e pelas lembranças oportunas (ser capaz de lembrar-se com antecedência de uma ocasião ou situação que um presente ou uma atitude gentil serão especialmente apreciados). Estes atos treinam a habilidade de ser cortês através do fortalecimento do atributo da confiabilidade, se tornar alguém que as pessoas confiam e contam. 

Também é salientado a necessidade de crescer em abnegação, da oração e da alegria, sem os quais não existe amabilidade. 


Torne-se membro do apostolado do sorriso. Seu sorriso está a serviço de Deus, porque é um instrumento para ganhar almas. A graça santificante que habita em sua alma adoçará o seu sorriso e o habilitará a fazer muito bem. 


Longo tempo é dedicado a abordagem da ira e da avareza. O autor relembra alguns pontos, que são familiares aos conhecedores dos ensinamentos dos Padres do Deserto, sobre o desajuste interno provocado pela ira. No entanto,  o autor segue a linha atualmente vigente, que visa suprimir a ira. Esta abordagem não é a dos Padres do Deserto e de alguns moralistas ilustres como o Padre Toth ou o Padre Royo, estes acreditam que a ira e a raiva são movimentos internos humanos que podem desajustar as faculdades da alma e levar à atitudes pecaminosas, mas também podem ser canalizadas para a feitura do bem para Glória de Deus. Me dedico a salientar este ponto, pois esta linha de pensamento de supressão perdura por todo o livro e pode criar uma imagem cristã difícil de ser praticada por alguns temperamentos, pois também tende, em outros temas, a suscitar uma visão de um cristianismo incapaz de impor limites às situações e pessoas, o que não é saudável (isso será abordado, como adendo reflexivo, na parte 2). 


O último tópico desta primeira parte é dedicado aos pensamentos amáveis:


Cada vez que nutre um pensamento amável, é como se Deus visse Seu próprio Ser refletido em sua alma, em uma semelhança sagrada e silenciosa. Um pensamento amável é como a imagem do Salvador em sua alma. Deus observa e se alegra com isso e abençoa sua alma porque seus pensamentos e sentimentos são muito semelhantes aos do Seu próprio Coração. 

O caráter é forjado no mundo dos pensamentos e sob a sua influência. Se você for dono dos seus pensamentos, você será domo de si mesmo. Se aprendeu a controlar seus pensamentos terá o controle de todo o seu ser. Se tiver um coração amável, suas palavras e ações também serão amáveis. Por isso é tão importante cultivar pensamentos amáveis. 

A beleza interior de sua alma, manifestada em sua habitual amabilidade de pensamento, é maior do que as palavras podem descrever. 

 

Os pensamentos amáveis irradiam luz e alegria entre os homens. Eles alegram você primeiro e depois aqueles que estão ao seu redor. As pessoas nunca deixam de notar a presença de tais pensamentos. 


A boas ações dos outros podem ser suas aos olhos de Deus se, ao observá-las, você as oferecer a Deus com uma oração e bons desejos. 


Sua alma é um jardim no qual pode plantar as mais belas flores dos pensamentos amáveis. 


Outros tópicos e adendos serão apresentados na parte dois desta série de três textos. Espero que estes tópicos possam lhe fazer refletir sobre a verdadeira Virtude da Amabilidade.








Parte 2- Aprenda a falar amavelmente


O autor inicia este tópico com o subtítulo "Busque sempre a verdade", o que já nos distancia de um entendimento, bem comum, da amabilidade como uma espécie doce de respeito humano. 


A Virtude da veracidade, significa dizer exatamente o que está em sua mente. A palavra é a imagem do pensamento. A verdade significa a imagem certa. A veracidade é a imagem da Verdade Divina


No entanto, tal dedicação deve fugir da calúnia, da difamação e da murmuração. Neste ponto encontramos um entrave moral recorrente, pois, quanto seria possível guardar silêncio diante de um ato ruim, de uma conduta ruim? O autor não entra neste entrave. O capítulo parece se referir às relações próximas, como com os filhos e entre os esposos ou, quando muito, entre amigos próximos, em que tais coisas são ruins pois os laços de união são, na doutrina católica, indissolúveis (filhos e esposos). Acredito ser importante esta ponderação, pois se o capítulo for entendido como conduta mestra para tudo, podemos cair em pontos problemáticos no que se refere à limites nos relacionamentos e ainda à devida postura diante de um comportamento público reprovável.




Portanto, como qualquer questão moral, estamos enredados em questões complicadas que exigem a boa conduta respectiva a cada situação. Por exemplo, ele aborda o respeito do direito da boa reputação, que é algo realmente importante, no entanto, existem casos em que alguém pode se valer da boa reputação para fazer coisas más (isto, no entanto, não é abordado no livro).




Então podemos entender que o autor se refere à fofocas infundadas que maculam a reputação das pessoas sem que nada esteja comprovado. Fofocas infundadas são um desrespeito ao mandamento de "não dar falso testemunho".




Após abordar a necessidade da veracidade o autor nos faz relembrar, o já visto no tópico anterior, sobre o valor da caridade nas palavras. No geral, a escrita tende a reiterar o discurso sobre "evitar brigas", novamente, parece ser escrito pensando num contexto familiar e de amizades; mas em várias passagens fiquei com a nítida impressão de estar a ler algo escrito por um fleumático mor, que faz de um tudo para fugir de uma briga. O que nos leva à afirmações problemáticas, veja bem:


Minimize suas conquistas. Até mesmo os seus amigos preferem falar sobre suas próprias realizações do que ouvir você se gabar das suas. Deixe seu amigo superá-lo, porque isso lhe dá um sentimento de importância. Afinal, do ponto de vista humano, você realmente não é muito importante.


É claro que a intenção parece ser cultivar a humildade, no entanto, só temo que a pessoa que está a se minimizar acredite que isso é uma amizade. Não parece ser. Existem pessoas que necessitam de espaço (bem grande, muitas vezes) para se expressar, mas acreditar que isso é uma amizade saudável me parece um problema.


Mas logo adiante o autor se redime (aos meus olhos), voltando à cortesia diplomática:


Se estiver certo, tente conquistar as pessoas com tato e amabilidade para a sua maneira de pensar. As pessoas podem reconhecer a força ou fraqueza de seu caráter, bem como a sua caridade, pela maneira como você discute uma questão controversa com outras pessoas. É sinal de caridade cristã e de fortaleza de caráter defender um ponto com calma, mente aberta, objetiva e educadamente, embora com entusiasmo e sinceridade. Uma das mais proveitosas e agradáveis ocupações humanas é uma discussão honesta e direta.

 

Se você tomasse a decisão firme de nunca dizer uma palavra desagradável, progrediria rapidamente no caminho para a santidade.


Sozinho vigie seus pensamentos; em família, seu temperamento; socialmente, sua língua.


Fale de coisas, não de pessoas.


O sal da sabedoria deve temperar sua conversa o tempo todo. A sabedoria se demonstra ao ficar calado ou ao dizer a coisa certa na hora certa. Se você for sobrenaturalmente sábio e amável, o Espírito Santo o ajudará a dar as respostas apropriadas às perguntas que lhe fazem. 





Parte 3| Corrija com amabilidade



Corrigir ou repreender é o ato de advertir o outro com autoridade, de modo aberto e direto, por um erro cometido. É uma expressão direta de desaprovação à pessoa corrigida e, evidentemente, é um dever daqueles que possuem a responsabilidade de governar os outros, tais como autoridades eclesiásticas, representantes da lei, pais, empregadores, professores e todos os que possuem o dever de proteger os interesses autênticos das atividades em geral. 




O autor inicia a abordagem sobre a correção fraterna definindo o que é e de quem é o dever de corrigir. No entanto, não é abordado que a correção deve ser feita não embasada no "ser autoridade" e sim na avaliação da conduta da pessoa segundo os parâmetros cristãos e seu ensino moral. Me parece necessário pontuar tal diferença para nos posicionarmos de forma acertada diante de abusos de autoridade em prol da defesa de condutas morais contra a doutrina e ensino católico. Afinal, se tornou comum o uso do microfone e da autoridade investida para semear correções, diretas ou indiretas, contra atos de piedade e escolhas moralmente boas e edificantes.



Se a caridade o exigi não tenha medo de corrigir, mas não se precipite. Primeiramente, pondere se vale a pena fazê-lo, pois algumas pessoas gostam de corrigir por meras ninharias. São Paulo diz a Timóteo: exorta com toda paciência e empenho em instruir. O resultado de uma correção apressada é que ela perde sua eficácia ou produz um efeito contrário. 


O ato de instruir é abordado somente na perspectiva da ignorância, ou seja, aqui se trata de instruir os ignorantes, aqueles que por ventura não receberam alguma bagagem moral ou educacional e que portanto, são objeto de caridade intelectual, para tal é necessário apontar a conduta mais acertada e fazê-lo desvendado os lugares de equivoco, mostrando assim, com clareza e cortesia, os erros. Isso deve ser feito sem medo, pois o medo tira a percepção e maravilhamento que a convicção, por si só, gera no outro.


No entanto, o autor não aborda a correção dos que tem o conhecimento. Afinal, existe os que decidem agir contrariamente ao que lhes foi ensinado, é uma decisão, não uma ignorância. Neste caso é importante ficar com o seguinte ensino "pondere se vale a pena fazê-lo". Uma pessoa que tem o conhecimento e mesmo assim tomou uma decisão contrária, selecionou para isso os pensamentos que lhe são caros. Por exemplo, eu como professora católica ensino o que é moralmente correto, ensino o ensino milenar católico, mas não posso obrigar os que escutam a segui-lo, esta é a grande limitação da evangelização. Se a pessoa escolheu não seguir, é porque eu não estou entre os pensamentos importantes para ela. As pessoas só seguem os conselhos de pessoas que são importantes para elas, se eu não estou entre estas pessoas, não vale a pena corrigir. Esta é a pior parte de ensinar... quando as pessoas rejeitam solenemente o ensino, para elas não tem importância.


Para isso o autor diz "não permita que a sua correção seja resultado da preguiça espiritual, por não se dar ao trabalho de encontrar outras formas de ajudar". Existem outras formas de ajudar os que escolheram o erro (ou o minimamente bom) mesmo sabendo a verdade (ou o melhor a ser feito): interceder, fazer penitência, incentivar que lembrem das belezas do que é certo ou do que é melhor e suportar a limitação das pessoas.




"Faça com que a sua correção brote do amor e não da irritação".




Para corrigir o autor oferece o seguinte itinerário ao que corrige:



1) Comece com elogios,

2) Fale sobre seus próprios erros antes de criticar os dos outros,

3) Faça perguntas em vez de dar ordens diretas,

4) Proteja a boa fama das pessoas,

4) Incentive, mostrando que, na verdade, é fácil acertar os pontos errados.





Ao que recebe a correção:

1) Ouça sem interromper,

2) Esteja disposto a considerar o assunto,

3) Evite reações violentas,

4) Cultive a gratidão a Deus (neste ponto o padre diz sobre a "oportunidade de sofrer injustiça", no entanto, também é matéria de gratidão ser corrigido por alguém sábio).







Parte 4: Demonstre seu amor com atitudes amáveis


Palavras amáveis são uma força criativa, um poder que corre para a construção de tudo o que é bom, uma energia que derrama bênçãos sobre o mundo, tanto para os que as pronunciam como para os que as ouvem. O autor inspirado das Sagradas Escrituras exclama: Como é agradável uma palavra oportuna!



Pequenas frases como "Estou orgulhoso de você", "Qual é a sua opinião?" e "Obrigado" são cortesias que lubrificam as engrenagens da monótona rotina da vida cotidiana. Eles são a marca registrada da boa educação. 


 

Comece por aplicar o toque mágico do apreço em sua própria casa. Não há outro lugar onde seja mais necessário - nem mais negligenciado. Sua família deve ter alguns pontos positivos. Há quanto tempo você não expressa sua admiração por algum deles?



O homem comum reclama se não gosta de alguma coisa, se gosta, não diz nada. Nutrimos o corpo de nossos filhos e amigos. Mas com que frequência alimentamos sua autoestima, demonstrando-lhes o apreço caloroso que desejam.  

 


O elogio encoraja e o silêncio desencoraja. Muitos permanecem parados na luta pela santidade, ou até mesmo recuaram, porque ninguém achou conveniente manifestar-lhes o reconhecimento elogioso por seus primeiros esforços e sucessos.  


Ser mesquinho com seus elogios é um defeito que pode ser sinal de uma espécie de apatia.


 

Se você inspirar as pessoas com quem entra em contato a perceberem os tesouros ocultos que elas possuem, poderá transformá-las, pois elas geralmente usam apenas uma pequena parte de seus recursos físicos e mentais. 


Se você falar com amabilidade, vai se tornar uma pessoa cordial, e a cordialidade é uma autêntica força. Nada pode ser feito para Deus sem cordialidade. 


O pior pecado contra o amor fraterno é o escândalo. Uma pessoa que incita ao pecado é culpada do pecado mortal de escândalo tendo sucesso ou não em sua intenção. 

 




As Palavras


Como vimos o autor gasta um longo tempo nos orientando sobre o poder das palavras. Para tal ele aborda o efeito positivo do encorajamento genuíno que pode ser demonstrado com elogios ou uma presença reconfortante. Cada momento exige uma palavra, mas muitas vezes é possível ver, mesmo na Igreja ou na família, uma escassez de palavras de encorajamento genuínas. Elogios genuínos.

Quantos padres não elogiam um determinado fiel por uma boa prática, por um caminho de virtude, quantos amigos se recusam a dar crédito aos talentos dos seus amigos, a prestigiá-los; quantos pais deixam passar tantos bons feitos dos próprios filhos. Quantos usufruem de vários trabalhos, apostolados sem emitir uma palavra de reconhecimento, deixando tudo nas mãos de Deus sendo que podiam ser instrumento do encorajamento de Deus, no entanto, normalmente, tais coisas só aparecem em momentos críticos (pois se veem obrigados a falar elogios) e não no cotidiano, onde está toda a Graça.


Toda essa recusa em prestar a devida ação de reconhecimento nos leva a um egoísmo clerical e eclesial muito característico da atualidade.


Talvez isso venha da nossa percepção, verdadeira, de que devemos fazer as coisas para o Senhor Jesus, no entanto, isso não seria também uma desculpa para o crescimento livre do egoísmo e da inveja? Coisas tão frequentes no clero, que interessantemente, não possui o hábito de encorajar os fiéis, que por sua vez não se encorajam entre si?


O autor nos adverte de que isso pode ser um quadro de apatia. Apatia é a falta de interesse. Estaríamos todos nós profundamente desinteressados nas belezas do ser humano e de seus talentos que passamos a viver uma vida comunitária fake? Talvez esta seja a causa de tantos discursos vazios.


EncorajamentoO encorajamento inspira as pessoas a usarem as suas capacidades, a lapidarem seus talentos e a usarem mais dos seus recursos físicos e mentais. Mas para tal é preciso acreditar que as pessoas podem fazer e ser mais. Acreditar que todos são repletos de talentos e graças.


Quanto não se perde por um professor que não acredita no potencial dos próprios alunos e lhes oferece uma abordagem baixa pois "afinal eles não vão entender", quanto não perde um padre que por não acreditar no potencial do povo (e na ação da Graça) faz uma homilia sem preparo, utiliza termos de programas matinais da TV e não utiliza nem mesmo 1% do que aprendeu em 7 ou 10 anos de seminário, pois "afinal, eles não vão entender".

Quanto não se perde com essa visão derrotada, desencorajadora e cômoda.






Cordialidade

A cordialidade se trata de um comportamento amável de atenção e educação. Ser cordial é uma força, já que nos permite a autenticidade e a defesa de nossos pontos de vista, com uma dose de serena seriedade. As palavras oportunas, levam a atitudes amáveis e depois a um comportamento cordial, que é marcado pela educação e pelo polimento. Polimento é a educação aprimorada, o refinamento.



O refinamento vem da atenção contínua ao tom, gestos, roupas, porte, modelos de referência e, principalmente, ao olhar para além de si.


Quanto se perde com um ato descortês, que leva, quase sempre a falta de caridade. Isso inclusive nos meios religiosos, quantas vezes se recebe de forma desatenciosa um missionário? Este é recebido sem uma mesa com ao menos água, pão e uma cadeira. Isso pelas mesmas pessoas que rezam com frequência. No entanto, a oração verdadeira nunca nos faz ter tal comportamento embasado num egoísmo religioso... comportamento, infelizmente, tão frequente atualmente.



Ser Bom Exemplo

Dar bom exemplo é um ato de extrema amabilidade. Por isso, tanto preocupa os exemplos que incitam ao pecado e as más escolhas. Não somente no que é claramente ruim, mas no que não deveria ser orientado por um católico.


Infelizmente a geração que mais fala de "amor fraterno" é a que mais causa escândalo.









Fonte: "O Poder Oculto da Amabilidade" (aqui)



Uma vez reparei que as pessoas costumam ver o trabalho do padre como "um favor". Bem... é de fato uma graça termos padres, mas o ofício não é um favor, de forma alguma. Veja bem: 

O padre estudou quase dez anos. Normalmente, este argumento é usado para dizer "quer saber mais que o padre?" (coisa que hoje não é tão difícil), mas na verdade estudar quase uma década só garante uma coisa: o padre não tem direito de ser incompetente. A incompetência é inaceitável em alguém que estudou - ou diz que estudou - tanto. O estudo não é como um crachá que se esfrega na cara do outro, o estudo é uma ferramenta que possibilita uma ação competente pelos outros por amor a Deus. Por isso que a fala "quer saber mais que o padre?" é ridícula, tanto quanto se alguém dissesse "tenho mestrado, quer saber mais do que eu?". O padre estudou quase dez anos, o mínimo que ele pode fazer é ser competente, ser bom no que faz. 

O padre se estatelou no chão. O problema do clero é que Cristo deixou de ressuscitar neles e quem ressuscitou foi o ego dos padres. A função dele é passar a Santa Doutrina da Igreja e não a visão dele da Igreja. Claro que existem vários problemas nisso, o próprio clero não sabe mais o que é a Igreja e o que ela faz, por isso estão batendo cabeça agora mesmo em busca de uma "novidade" mais nova que o Evangelho, como se isso existisse. Um padre que se estatelou de verdade no chão sabe que o mínimo que ele pode fazer é ser bom e competente. 

O padre recebe pagamento. Ele não está fazendo nenhum favor, é o ofício dele. Um ofício remunerado, veja bem, é a obrigação dele: preparar uma boa homilia, ensinar a Santa Doutrina, atender os fiéis e ministrar os sacramentos direito, como manda a Igreja, seja quando for. É o trabalho dele e ele recebe pra isso. O mínimo que ele pode fazer é ser competente e bom. 

Pedir um padre competente é o direito de todo fiel. Incompetência não é aceitável. 

Portanto, por qualquer caminho que tomemos, vemos claramente que a atual visão sobre os padres está deturpada. Nos faz aceitar coisas inaceitáveis em qualquer outra função em nome de uma suposta caridade. Caridade que mata a Igreja por incompetência dos seus ministros. 

É por isso que alguns membros do clero tem tanta audácia em fazer coisas erradas, eles não são cobrados por ninguém. Ninguém. E os leigos não podem abrir a boca sobre a incompetência do padre. Afinal falar do padre é tabu. No entanto, qualquer pessoa que trabalha com gestão de pessoas e educação vê um dos problemas: o problema do clero é acalentar a incompetência no ofício, colocando em risco milhares de almas, em nome de uma falsa caridade, que é uma homicida espiritual. 

O jumentinho acredita, nos dias de hoje, que pode ter idéias próprias, que ele pode inovar. O jumento esqueceu que é só o jumento. 

 


O Brasil é um país com aversão à inteligência. Historicamente, o conhecimento foi, gradativamente, colocado como algo ruim e como sinônimo de "soberba". 

Uma vez conheci um africano, que ministrava aulas na mesma escola que eu. Na entrevista para aquisição de uma cadeira docente foi-lhe perguntado se na África existia qualidade de ensino, estrutura. Ele respondeu que, realmente, a estrutura não era como algumas das nossas, mas que ele teve aula com os maiores professores do Reino Unido e de Portugal. O conhecimento, genuíno, era algo extremamente valorizado por ele. Ele se orgulhava de seus professores e de si mesmo. 

Nos Estados Unidos é fácil encontrar debates, pessoas lendo, lendo muito. Qualquer coisa para ser debatida deve ser publicada, o conhecimento e a veiculação do conhecimento é algo valorizado, é um bem, é sinônimo de liberdade. 

Nos países espanos é frequente que confirmem a lista de referências, checando o que foi explicado em aula, aprofundando o conhecimento. São povos que aprenderam a valorizar o conhecimento e também a checá-lo, a verificar se aquilo é mesmo a verdade. Resultado de sua história como povo. Uma vez estava ministrando uma palestra e dentre os participantes estava uma peruana, bem, ela pediu as referências e na outra semana já havia checado todas as referências.

Já no Brasil, a pseudo pátria educadora, o conhecimento é sinal de ofensa. Estudar e veicular conhecimento é como um xingamento. Automaticamente a pessoa que estuda é vista como soberba, orgulhosa e "quer ser melhor que outros", principalmente nos meios religiosos. Sendo que o ato de compartilhar conhecimento, contribuir nos debates, veicular informação e formação é um sinal de generosidade, principalmente num país como o nosso, enorme em tamanho mas tão pouco encorajado. O resultado é um misto assombroso de desvalorização de autores, professores, discursos contra o conhecimento e o saber, apontamentos feitos no púlpito e fora dele dizendo que todos são soberbos e orgulhosos (sem nunca ter conversado com o sujeito, veja bem). "Soberbos" que compartilham o conhecimento que acumularam em anos de estudos, que coisa inusitada. 

Nenhum professor ou estudioso encontrou o que sabe na sarjeta. E nenhum deles é obrigado a dar aula e escrever de graça; se o faz é por generosidade, é por acreditar na educação e no potencial do povo, apesar do próprio povo. 

Bem, a aversão à inteligência é uma reação que possui várias origens, a principal delas é a exigência que o conhecimento gera. Veja bem, quando o conhecimento é veiculado isso muda as referências de saberes do povo, os enriquece e, portanto, os faz mais exigentes. Por outro lado também oferece novos horizontes sobre o que seria educação e conhecimento, mudando assim os pontos exigidos no âmbito pessoal, afinal é preciso ler, estudar e não somente receber a informação passivamente como se estivéssemos vivendo numa Matrix. Claro, isso não agrada; existe quem se favoreça com um povo sem conhecimento, afinal, diante de um povo sem conhecimento o professor, o padre, o político, o empresário não precisam se esforçar em seus ofícios. Ainda existe, no entanto, quem escolha não estudar e que se incomode com quem o faz. Lembrando que não falo somente do estudo oficial, mas do ato mesmo de estudar como uma vocação e não uma obrigação para cumprir a jornada da escada social rumo ao nada. 

O que fazer? 

Não há o quê fazer com quem tem aversão à inteligência, é um aspecto que o sujeito precisa cuidar, tratar e revisitar os motivos para essa reação diante de algo tão simples. Ninguém pode obrigar alguém a perguntar-se "eu não gosto de quem estuda?", "eu acho que quem estuda é soberbo?", "donde eu tirei isso?", "será que é mesmo assim?", "eu me sinto ofendido, inferior?", "mas qual a causa disso?". 






 
 



Os bons são em maior número na Igreja. Muitas vezes não parece, mas essa é justamente a impressão que aqueles que são maus desejam. Para que os bons percam as esperanças e os maus ganhem mais ousadia. 

Nós não temos a esperteza da serpente, nem a pureza da pomba. A agitação moderna tomou conta dos corações, nos fez esquecer obviedades. Por exemplo: a linha oficial da Igreja. 

Eu sei que a linha extra oficial tem um papel absurdamente grande nos dias de hoje. Conseguimos orientar, abrir debates, refletir e estimular, incentivar autores, professores e toda pessoa de boa vontade; é muito útil, mas é uma linha extra oficial. Já lhes contei, muitas vezes por sinal, que o funcionamento da Igreja é monárquico (embora tenha ganhado um ar democrático nos últimos dias, mas é só o "ar") e burocrático. Isso significa que a linha extra oficial tem efeito, mas é um efeito distante do centro da questão: o clero. A linha extra oficial sempre deixa aquela sensação de que não é real, não são pessoas reais que frequentam paróquias reais. Bem, isso é solucionado pela presença na linha oficial de comunicação da Igreja, linha esta que se resume a: cartas. Sim, é assim tão simples e antigo. Cartas de próprio punho de preferência. 

Temos muita movimentação na linha extra oficial e nenhuma na oficial. Isso não é inteligente. É bem fácil para os bispos dizerem que nunca receberam nenhuma solicitação, que nunca ninguém os procurou, que nunca lhe pediram nada em relação aos pontos caros para os que amam a Tradição. E de fato, é verdade. São poucos os corajosos que mantém uma ação na linha oficial, com nome, sobrenome e endereço. E isso é um erro crasso. 

"Mas eles não nos escutarão", "vão nos perseguir". Bem, eu só tenho uma coisa a lhe dizer: isso está bem dentro da normalidade do Evangelho, portanto crie tipo cristão. 

Entretanto, pode não ser assim. E se for, não deveria ser um problema. Usar a linha oficial da Igreja nos permite ter em mãos o testemunho de que foi solicitado reiteradamente, cordialmente e houve (se for o caso) negligência solene e proposital. É uma atitude inteligente que parece ser pouco atrativa para quem só deseja afagos e tapinha nas costas, vivendo um amor pela Tradição em grupos de WhatsApp.

Tal ação deve ser pessoal e ordenada, para isso alguns pontos são importantes: 

- as cartas devem ser cordiais e escritas por cada pessoa (nada de ficar se escondendo atrás de um grupo ou pessoa, crie tipo),
- se for só você/família que seja só você, uma alma tem grande valor para Deus e os bispos deveriam pensar o mesmo;
- não é para enviar um diário, é uma solicitação curta, cordial e respeitosa, um pedido; 
- as cartas devem ser enviadas com "confirmação de entrega" pelos Correios para a Cúria Diocesana aos cuidados do Bispo Diocesano, assim você tem o nome de quem recebeu e quando; 
- os envios devem ser feitos uma ou duas vezes por ano, mesmo se não tiverem resposta (lembre-se que isso é a comprovação da negligência, assim como é a comprovação do cuidado se for respondida e acolhida) a intenção é que a Hierarquia saiba que existem pessoas reais com nome e sobrenome, entre eles, que amam a Tradição e que precisam de cuidados;
- se houver uma reunião, não se esqueça de fazer atas da reunião com assinatura do que foi acordado; 
- apesar desses cuidados, busque sempre manter o clima cordial e bem humorado, nada de já se apresentar com o Código de Direito Canônico numa mão e a Suma na outra, não é a intenção; 
- cuidado com a linguagem, na maior parte das vezes eles entendem bem quando o amor pela Tradição é apresentado como um carisma, um desejo de conservar as belezas da Igreja; como uma ação do Espírito Santo para proteger a nossa História como fez tantas vezes na História da Igreja. 
- cuidado com os pensamentos, cada padre tem no coração uma Chaga feita pelo Senhor Jesus, todo padre têm, inclusive os que não são bons, foi colocada lá no dia do primeiro chamado dele para a vida sacerdotal. É com essa porta para o Coração de Jesus que nós nos propomos a falar. Portanto, pensamentos e comportamentos amáveis. A fala no mesmo tom, os gestos comedidos, sem bajulação nem aspereza. Lutar com destreza e doce harmonia é uma grande forma de lutar. 
-nada de infantilidade e imediatismo, as coisas tem o seu tempo, o que importa é a nossa postura, a nossa decisão convicta diante da Hierarquia.

Alguns acreditam que isso é insignificante. Bem, há dez anos este país estava entregue nas mãos dos comuna, totalmente, nós não tínhamos esperanças; hoje surge uma onda enorme em prol da Tradição, dos estudos e etc, veja bem, numa terra que o povo não lê nem gibi. Da mesma forma, historicamente, durante o regime militar os militares deixaram a estrutura das universidades nas mãos dos comuna e olha só no que deu. Deixar, sem nenhuma ação oficial, a estrutura da Igreja nas mãos deles, é a coisa mais burra que podemos fazer, isso não dará certo. A Igreja é uma engrenagem política e social potente, sempre foi a engrenagem mais desejada pelos poderes que sobem e descem na montanha russa mundial. Não dá pra abandonar a engrenagem, a estrutura paróquia - diocese, achando que isso não terá efeitos devastadores ou que nós passaremos incólumes pelos efeitos devastadores. Essa estrutura consegue levantar e decair governos, meus caros, acordem, nós vimos isso com nossos próprios olhos. Pode edificar ou destruir um povo todo. A estrutura da Igreja está atrelada a Hierarquia que Cristo estabeleceu, o que torna bem mais grave a deserção, é como o soldado que abandona o posto de proteção do castelo do Rei. Isso não é aceitável, por não ser inteligente. E tudo que o posto exige é usar a linha oficial, simples e fácil. No topo da Hierarquia está Aquele que tudo sabe e vê. Ele escutou o clamor do povo muitas vezes, escutará mais uma vez. E se a questão é clerical é para lá que devemos fazer a questão se solucionar. 

Existe um conto oriental que diz que um Rei tinha em seu castelo um sino, o sino era tocado quando havia injustiça no reino. No entanto, o reino possuía muitos eruditos que eram ministros da justiça, isso significava que se o sino tocasse era porque os ministros estavam negligenciando o dever e o povo caiu em sofrimento. Para tocar o sino a pessoa que queria denunciar deveria passar por 120 chibatadas e só depois tocar o sino. Isso acontecia para que ficasse comprovado que, de fato, era uma injustiça e o denunciador estava comprometido com a justiça e a verdade para além de si. Por isso, o Rei sempre se comovia em zelo pela justiça quando o sino tocava. 

Quem terá o compromisso de tocar o sino? 



 






 Introdução


"A histórica contenda entre Morgado de Matheus e Antônio Correa Barbosa sobre o santo ou santa que seria padroeiro da cidade, revela a importância da religião no contexto da nossa formação.

De início, nosso povo tem o catolicismo como religião oficial. Depois foram sendo incorporados outros credos, vindos com os imigrantes de outras pátrias. De toda forma, a religiosidade sempre esteve presente na formação das cidades, influenciando até em sua conformação, participando do seu desenho urbano. Em Piracicaba não foi diferente.

Presente desde quando ainda era Vila Nova da Constituição até hoje, a religiosidade permeia a vida da cidade e de seus habitantes. Além dos ritos próprios de cada fé, as festas relacionadas sempre agregam a vida social. E é por sua importância na história e na formação dos cidadãos, que o tema "Igrejas" ocupa o segundo volume da série "Patrimônio Cultural de Piracicaba".

Tal como o livro sobre escolas, o recorte proposto pelo Departamento de Patrimônio Histórico do Instituto de Pesquisas e Planejamento - IPPLAP para esta edição, conta com algumas das nossas mais tradicionais instituições religiosas, trazendo um pouco da fundação dos templos, da sua importância. O livro traz, ainda, uma breve introdução sobre a influência da religiosidade na formação do povo piracicabano e brasileiro.

Uma leitura que eu recomendo! Saber um pouco mais sobre nossas igrejas é importante para conhecer a sociedade em que vivemos.

Propomos com esta publicação, segundo volume da série Patrimônio Cultural de Piracicaba, também revirar no fundo do baú, memórias e fotos de algumas das mais tradicionais instituições religiosas de Piracicaba. Da mesma forma como ocorrido com a pesquisa sobre as escolas, ao revirarmos esses baús, percebemos que muitos são bastante rasos e também carecem de mais atenção por parte de seus gestores. É preciso valorizar com mais atenção essa memória coletiva vivenciada nos bancos das casas de culto." ¹


Este trecho expressa o carinho que uma parte dos piracicabanos nutre pelos monumentos históricos da cidade, que são a ponte para a nossa história social e pessoal. Este material tem o intuito de: 1) continuar o trabalho começado no artigo "Alma Piracicabana", 2) fomentar o interesse dos piracicabanos pela sua própria história, 3) incentivar os católicos e não católicos de outras cidades a realizarem algo similar, 4) incentivar os catequistas e professores na transmissão do nosso rico patrimônio cultural católico. Tais objetivos são iluminados pela intuitiva certeza de que parte do caos do mundo moderno é resultado de certa falta de identidade social e pessoal. Talvez a história materializada em monumentos, que vencem a passagem dos tempos, seja um recado concreto do passado para um bom direcionamento do presente e do futuro. Para tal empreitada, conto com a ajuda dos materiais produzidos pelo Departamento de Patrimônio Histórico do Instituto de Pesquisas e Planejamento, assim como a ajuda do Professor Fábio San Juan ² do Apreciando Arte. Conto também com meu olhar, já familiar para alguns, de uma "piracicabana nascida e criada". 


Aspectos gerais da arquitetura de Piracicaba


"No conjunto das igrejas do Estado de São Paulo, o Neorromânico teve mais receptividade do que o Neogótico; e considera que isso se deve à predominância dos italianos, que seriam nitidamente avessos a esse estilo. O autor destaca que em compensação, o Neogótico foi preferido pelos arquitetos cariocas, mais inspirados pela França (Bruand, 1969). A produção arquitetônica das igrejas em Piracicaba não difere das demais cidades brasileiras no período do Ecletismo. Predomina o Neorromânico, não somente pela presença italiana na cidade, mas há uma notável diversificação tipológica que enriqueceu a produção Eclética em Piracicaba devido à contribuição de profissionais de culturas e origens distintas."


Ecletismo

A arquitetura eclética foi um movimento arquitetônico preponderante até o princípio do século XX. Consistia em uma mescla de vários estilos diferentes (clássico, medieval, renascentista, neoclássico e barroco), resultando na criação de uma nova vertente arquitetônica.


Teatro Municipal de São Paulo

Teatro Municipal do Rio de Janeiro



Neo Românico

"A arte românica (chamada normanda na Inglaterra) teve suas origens nas estruturas romanas imperiais que sobreviveram às guerras dos bárbaros do início da Idade Média. Sua decoração é severa, monumental e considerada apenas como uma decoração para a arquitetura. Suas figuras esculpidas ficam no mesmo plano do fundo de pedra onde surgiram... No período românico, a Igreja era como um livro para o iletrado. Escultores e pintores cobriam o interior (e às vezes também o exterior) com ilustrações que narravam, em sequencia, incidentes extraídos das histórias da Bíblia. Estas artes eram uma forma de pictografia." ²


O estilo neorromânico espalhou-se por toda a Europa, de onde passou às Américas. Foi particularmente utilizado em edifícios religiosos, mas seu uso em edifícios civis também foi comum. Na Alemanha, chegou a ter o status de estilo nacionalista por excelência, sendo muito empregado ao longo da segunda metade do século XIX. Nos Estados Unidos, foi um dos estilos preferidos para edifícios públicos como prefeituras e campi universitários. São características do estilo neorromânico: edificações de tijolos ou pedra monocromática, abundância de arcos plenos sobre os vãos (portas e janelas) e também com fins decorativos, torres poligonais nas laterais das fachadas com telhados de formas diversas. Exemplos de construções em São Paulo: Igreja de Santa Ifigênia, Igreja Nossa Senhora dos Homens Pretos, Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Exemplos de construções internacionais: Edifício principal da Universidade da Califórnia, Museu de História Natural de Londres.³


O Juízo final (XII) - França


Museu de História Natural de Londres


Igreja de Santa Ifigênia - São Paulo


Catedral de Piracicaba


Igreja dos Frades, Piracicaba

Capela do Monte Alegre, Piracicaba




Neo Gótico


"Os escultores góticos devolveram à sua arte o que os gregos e os romanos pagãos haviam conhecido e que os cristãos primitivos e os artistas românicos haviam preferido esquecer: a representação convincente da natureza. Eles não mais estavam satisfeitos com o elemento narrativo; queriam que as próprias pedras vivessem. "



O neogótico popularizou-se no Brasil perto do final do reinado de D. Pedro II, especialmente a partir da década de 1880. As três igrejas neogóticas mais antigas do Brasil são a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Teresina, Piauí (1852), a Matriz de Nossa Senhora da Purificação, em Bom Princípio (1871), e a Igreja do Santuário do Caraça, em Minas Gerais, construída entre 1876 e 1883 em substituição a uma igreja colonial, e a Basílica do Sagrado Coração de Jesus, em Diamantina-MG (1884-1889). As duas últimas são projetos do Padre Julio Clavelin. Outra igreja neogótica pioneira é a Catedral de Petrópolis, começada em 1884, mas só concluída cerca de 1925, que abriga os túmulos do Imperador e sua família. No Rio de Janeiro, então capital, foram construídos muitos edifícios neste estilo a partir da década de 1880, como o pitoresco Palácio da Ilha Fiscal, construído sobre uma ilha na Baía da Guanabara entre 1881 e 1889, e a Igreja da Imaculada Conceição, em Botafogo (1888-1892).

O neogótico foi muito empregado em todo tipo de edifícios seculares e militares, incluindo casas particulares. Em São Paulo, a primeira igreja neogótica foi a monumental Catedral da Sé, construída a partir de 1913 e inaugurada apenas em 1954.


Catedral da Sé em São Paulo




Referências

1- Departamento de Patrimônio Histórico do Instituto de Pesquisas e Planejamento, Patrimônio Cultural de Piracicaba, vol 2.
2- Coley e Anson, A arte na Igreja, Nova Enciclopédia Católica, Editora Renes, 1969.
3- Ernest Burden, Dicionário Ilustrado de Arquitetura, verbete Estilo Revivescimento Românico.








 









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Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

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