O uso da água benta na vida intelectual católica

by - segunda-feira, novembro 24, 2025








“Os castos combatem a carne, os generosos combatem o mundo, e os doutores combatem o demônio”


“O apóstolo São Mateus prescreveu o uso da água benta, como sinal de purificação e proteção.” (Constituições Apostólicas, ano 400)







A água benta é um sacramental; seu uso fortalece a alma contra tentações e limpa os pecados veniais da alma. Santos e doutores da Igreja relatam sua eficácia.

O sacramental é definido pela Igreja como um sinal sagrado que, embora não possua a eficácia própria dos sacramentos instituídos por Cristo, orienta o fiel à vivência da fé e à recepção das graças divinas. Trata-se de bênçãos (como a imposição das mãos ou a aspersão com água benta), objetos (como medalhas religiosas, crucifixos e água benta) ou gestos (como o sinal da cruz, a genuflexão e o beijo em objetos sagrados) que dispõem a pessoa para acolher melhor a graça sacramental e fortalecem a vida espiritual. Sua função é auxiliar na santificação das circunstâncias da vida cotidiana, conduzindo o cristão a uma maior união com Deus.

Santa Teresa de Ávila afirmou: “Com a água benta, minha alma sente uma consolação particular e muito notável; e o demônio foge dela.” Santo Afonso Maria de Ligório reforçou: “Com a água benta, o demônio foge.” Portanto, não é superstição; é a graça que o Senhor concedeu aos seus ministros devidamente ordenados de tornar instrumento de sua ação elementos naturais e materiais, através da bênção realizada por suas mãos.

A vida intelectual católica, por sua vez, inspirada por Santo Tomás de Aquino, busca unir razão e catolicidade. O intelectual católico combate erros e heresias com clareza e cortesia. Nesse caminho, a oração, os sacramentos e os sacramentais mantêm a mente livre das insídias do inimigo (cansaço mental, nuvem mental, agitação interior, conclusões equivocadas, fixação em assuntos que não levam a lugar algum e outros sinais de fadiga mental e espiritual).





O Pontifical de Serapião de Thmuis, um bispo do século IV, assim como o “testamentum Domini”, uma composição siríaca que data do século V ao VI, contém uma bênção do óleo e da água durante a missa. A fórmula do Pontifical de Serapião é a seguinte: “Nós abençoamos estas criaturas em nome de Jesus Cristo, Vosso único Filho; invocamos sobre esta água e este óleo o nome Daquele que sofreu e foi crucificado, Que ressuscitou dos mortos e Que está sentado à direita do Incriado. Conceda a estas criaturas o poder de curar; que toda febre, cada espírito maligno, e todas as doenças sejam afastadas daquele que a beber ou for ungido com ele, e possa ser um remédio em nome de Jesus Cristo, Vosso único Filho.”





O demônio não tenta apenas pela carne, mas também pela mente, semeando dúvidas, falsas ideias, comodismo de ideias, caos ou ainda uma falsa paz. O mal também sabe ser cortês. O intelectual católico encontra na água benta um auxílio contra essas investidas. Ao aspergir-se, renova-se de forma simples a pertença a Cristo e a disposição em buscar a Verdade.

A água benta também ajuda a manter o ambiente de estudo recolhido e protegido, numa serenidade necessária para o trabalho intelectual.

O papel do intelectual católico é vencer o demônio na vida pessoal e no campo das ideias. Ao combater o erro e a mentira, é prudente utilizar todas as possibilidades, ferramentas e tesouros que a Tradição Católica oferece, de modo que o trabalho seja realizado com calma e serenidade, mantendo a humildade para tecer linhas de pensamento ou desfazer alguns nós de raciocínios equivocados.



Naquela época o Papa Leão IV ordenou que cada padre abençoasse água todo domingo em sua própria igreja e aspergisse o povo com ela: “Omni die Dominico, ante missam, aquam benedictam facite, unde populus et loca fidelium aspergantur” (P.L., CXV, col. 679). Incmaro de Reims deu orientações como as seguintes: “A cada domingo, antes da celebração da missa, o sacerdote deve abençoar a água na sua igreja, e, para este santo propósito, ele deve usar um recipiente adequado e limpo. O povo, enquanto estiver entrando na igreja, deve ser aspergido com esta água, e aqueles que assim desejarem podem levar um pouco em um recipiente limpo para aspergir suas casas, campos, vinhedos, e gado e o pasto no qual estes últimos forem alimentados, bem como jogar sobre a própria comida” (“Capitula synodalia”, cap. v, em P.L., CXXV, col, 774).



"Oras, mortificas-te, trabalhas em mil coisas de apostolado…, mas não estudas. - Então, não serves, se não mudas. O estudo, a formação profissional, seja qual for, entre nós é obrigação grave." 

"Se tens de servir a Deus com a tua inteligência, para ti estudar é uma obrigação grave."

"Frequentas os Sacramentos, fazes oração, és casto… e não estudas… - Não me digas que és bom; és apenas bonzinho."

"Estuda. - Estuda com empenho. - Se tens de ser sal e luz, necessitas de ciência, de idoneidade.
Ou julgas que, por seres cábula e comodista, hás-de receber ciência infusa?"

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2 comments

  1. Sou diabética e tenho 70 anos e católica praticante, devemos praticar oração, esmola e jejum, como explícito.no início sou diabética com 70 anos, devo jejuar? é me difícil fazer jejum, como pouco e raramente como carne e peixe, como sopa pão com queijo ovos cozidos e a base da minha alimentação e a médica diz me que devo comer de 3 em 3 horas, que não faço, pode me dizer na minha situação se devo fazer jejum com abstinência de comida, para agradar a Deus e pela minha salvação farei o for melhor para agradar a Deus sobre todas as coisas, espero a sua resposta, sou da Europa, obrigada

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    1. Olá, Paz e Bem! Que alegria tê-la aqui! O jejum é obrigatório até 60 anos que dispõe de plena saúde. No caso a senhora não está mais na faixa de obrigatoriedade do jejum, pode abster-se de um alimento especifico por exemplo, um alimento que mais goste, como uma forma de penitência. Estou a disposição!

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Olá, Paz e Bem! Que bom tê-lo por aqui! Agradeço por deixar sua partilha.