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Vida e Contexto


Margaret Ogola nasceu em Asembo, Quênia, em 1958. Formou-se em Medicina e Pediatria pela Universidade de Nairóbi e dedicou sua vida ao cuidado de crianças órfãs e portadoras de HIV/AIDS, atuando como diretora médica do Cottolengo Hospice. Casada e mãe de seis filhos, dois deles adotivos, Ogola conciliou sua vocação médica com uma profunda vida espiritual e intelectual.

Foi assessora dos bispos católicos quenianos em questões de saúde e família, e sua atuação como escritora sempre esteve alinhada à visão cristã da pessoa humana. Recebeu o Familias Award for Humanitarian Service do Congresso Mundial das Famílias.



Obra Literária

A produção literária de Margaret Ogola é marcada por uma estética narrativa que une tradição oral africana, crítica social e espiritualidade cristã. Sua obra mais conhecida, The River and the Source (1994), venceu o Prêmio da Região África da Commonwealth para Literatura.


Principais obras:

The River and the Source (1994) — romance que acompanha quatro gerações de mulheres quenianas, abordando fé, tradição e transformação social. 

Cardinal Otunga: A Gift of Grace (1999) — biografia espiritual escrita em coautoria com Margaret Roche.

I Swear by Apollo (2002) — romance que explora dilemas éticos na medicina.

Place of Destiny (2005) — narrativa sobre vocação, sofrimento e providência divina.

Em português The River and the Source foi traduzido como O Rio e a Fonte, pela Cultor de Livros, disponível aqui. 




Estilo literário de Margaret Ogola


Margaret Ogola apresenta um estilo literário marcado pela influência da tradição oral africana, pela espiritualidade cristã e pela abordagem ética de temas sociais. Sua narrativa é construída com linguagem acessível, porém articulada, e caracteriza-se pela fluidez textual e pela presença de personagens femininas com forte densidade psicológica.

A autora utiliza elementos da cultura africana, como provérbios, narrativas intergeracionais e ambientações locais, integrando-os à estrutura do romance moderno. Os diálogos são utilizados como recurso para desenvolver os conflitos e aprofundar os valores culturais e espirituais das personagens.

A espiritualidade cristã está presente de forma implícita e orgânica, especialmente por meio da valorização da dignidade humana, da maternidade e da vocação. Ogola aborda o sofrimento e a responsabilidade social com base em princípios éticos, refletindo sua formação médica e sua vivência religiosa no Opus Dei.

Sua obra também se destaca pela crítica às injustiças sociais, especialmente aquelas que afetam mulheres africanas, sem recorrer à idealização ou à retórica panfletária. A autora propõe uma literatura comprometida com a verdade, com a beleza e com a promoção da vida humana.

Em síntese, o estilo de Margaret Ogola pode ser definido como narrativo, ético e espiritual, com forte enraizamento cultural e preocupação antropológica.



Opus Dei


O Opus Dei é uma prelazia pessoal da Igreja Católica fundada em 1928 por São Josemaría Escrivá, com o objetivo de promover a santificação da vida cotidiana. Sua espiritualidade está centrada na ideia de que todos os fiéis são chamados à santidade por meio do trabalho profissional, das responsabilidades familiares e das atividades comuns, vividas com espírito cristão. O Opus Dei atua em diversos países, oferecendo formação espiritual, doutrinária e humana, e é composto por leigos e sacerdotes que buscam integrar fé e vida ordinária de maneira coerente e cristã.



Uma prelazia é uma jurisdição eclesiástica da Igreja Católica que possui certa autonomia administrativa e pastoral, semelhante a uma diocese, mas com características específicas. Ela é governada por um prelado — geralmente um bispo ou sacerdote — e pode ser territorial (ligada a um espaço geográfico) ou pessoal (ligada a pessoas, independentemente do local onde vivem).

A Prelazia Pessoal do Opus Dei, por exemplo, é uma prelazia não territorial, instituída pelo Papa João Paulo II em 1982. Ela reúne fiéis que se comprometem a viver a espiritualidade do Opus Dei, sob a orientação de seu prelado, independentemente da diocese onde residem. Essa estrutura permite que o Opus Dei ofereça formação espiritual e pastoral de forma coordenada, sem interferir na autoridade dos bispos locais.

Em resumo, uma prelazia é uma forma de organização dentro da Igreja que permite atender necessidades específicas de grupos de fiéis, com autonomia pastoral aprovada pela Santa Sé.


No Opus Dei, os membros se organizam em diferentes categorias de participação, conforme seu estado de vida, disponibilidade e vocação pessoal. As principais categorias são:


1. Numerários

São membros celibatários que se dedicam integralmente ao apostolado e à formação.
Vivem em centros do Opus Dei e costumam exercer atividades profissionais e intelectuais.
Participam intensamente da vida da prelazia, incluindo tarefas de direção e formação.


2. Associados (ou Agregados)

Também são celibatários, mas vivem com suas famílias ou em residências particulares.
Têm menos disponibilidade que os numerários, mas colaboram ativamente com o apostolado.
Exercem suas profissões normalmente e mantêm vida espiritual intensa.


3. Supernumerários

São leigos casados ou solteiros.
Constituem a maioria dos membros do Opus Dei.
Vivem sua vocação cristã no cotidiano, especialmente na família e no trabalho.


4. Sacerdotes da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz

São clérigos diocesanos que se associam espiritualmente ao Opus Dei.
Mantêm obediência ao seu bispo, mas recebem formação espiritual da prelazia.
Buscam santidade no exercício do ministério sacerdotal.


5. Cooperadores

Não são membros formais, e podem ser católicos ou não católicos.
Ajudam com orações, trabalho ou apoio material às atividades do Opus Dei.
Não assumem compromissos espirituais formais, mas colaboram livremente.














Contexto e Vida

Anna Comnena, princesa bizantina, historiadora e autora da monumental obra Alexíada. Anna Comnena nasceu em 1083 (pouco depois do cisma de 1054), filha do imperador bizantino Alexios I Comnenos. Criada em meio à corte imperial, recebeu uma educação refinada, com acesso à filosofia, medicina, literatura e teologia. Sua formação foi profundamente marcada pela tradição grega e pela espiritualidade bizantina, o que lhe conferiu uma visão singular sobre os eventos políticos e militares de seu tempo.

Após a morte de seu pai e a perda de sua posição como herdeira, Anna retirou-se para o mosteiro de Kecharitomene, onde dedicou-se à escrita e à contemplação. Foi nesse ambiente que compôs sua obra-prima.





Obra: Alexíada e suas edições

A Alexíada é a única obra conhecida de Anna Comnena, mas sua importância e extensão renderam diversas edições, traduções e estudos ao longo dos séculos. Escrita originalmente em grego bizantino por volta de 1148, a obra é composta por 15 livros e foi publicada em diferentes formatos:


Principais edições e traduções

The Alexiad – Tradução para o inglês por E.R.A. Sewter (Penguin Classics)
Alexiade Tome I: Livres I-IV – Tradução francesa por Bernard Leib
Alexiade Tome II: Livres V-X – Continuação da edição francesa
Alexiade Tome III: Livres XI-XV. Index – Volume final da edição francesa
La precrociata di Roberto il Guiscardo – Edição italiana focada nos capítulos sobre Roberto Guiscardo
Anna Komnenas värld: Bysans på 1100-talet – Edição sueca com seleção de trechos
Alexias; Volume 1 – Edição crítica em latim por August Reifferscheid
Annes Tes Komnenes Porpherogennetou Kaisarisses Alexias – Edição grega com comentários
Annae Comnenae Alexiadis Libri X-XV – Edição latina com glossário e índices.





Estilo

O estilo de escrita de Anna Comnena é marcado por uma combinação singular de erudição clássica, devoção cristã e sensibilidade estética. Sua obra, Alexíada, mostra uma profunda influência da retórica clássica, com técnicas herdadas de autores como Tucídides e Xenofonte. Ela emprega discursos diretos, descrições minuciosas e uma estrutura narrativa elaborada que confere à obra um tom elevado e solene.

Essa sofisticação é reforçada por sua erudição refinada: formada em filosofia, matemática e literatura clássica, Anna demonstra domínio de um vocabulário sofisticado e constrói frases densas e complexas, refletindo o alto nível intelectual da elite bizantina.

Ao mesmo tempo, a Alexíada é permeada por um tom laudatório e afetivo, pois Anna escreve com profunda devoção ao pai, o imperador Alexios I. Sua intenção é justificar as ações políticas e militares dele, exaltando suas virtudes e preservando sua memória com reverência quase litúrgica.

A narrativa também incorpora uma perspectiva cristã bizantina, entrelaçando os eventos históricos com reflexões sobre a providência divina, a moral cristã e o destino. Essa dimensão espiritual alinha sua obra à cosmovisão cristã medieval, conferindo-lhe um caráter contemplativo e teológico.

O cristianismo bizantino floresceu entre os séculos IV e XV no Império Bizantino, após a fundação de Constantinopla por Constantino em 330. Ele se estruturou como uma síntese entre a fé cristã, a cultura helenística e a organização imperial romana. A religião não era apenas uma dimensão espiritual, mas também um instrumento de coesão política e cultural.

A Igreja bizantina era profundamente ligada ao Estado: o imperador era visto como representante de Deus na Terra, com autoridade sobre assuntos eclesiásticos. Essa relação entre trono e altar é chamada de cesaropapismo, onde o imperador influenciava decisões doutrinárias e nomeações eclesiásticas.

Anna Comnena representa, assim, uma ponte entre a tradição historiográfica da Antiguidade e a espiritualidade medieval bizantina. 















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Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e da Linha Editorial Practica. Autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025).

Possui enfática atuação na produção de conteúdos digitais (desde 2012) em prol da educação religiosa, humana e intelectual católica, com enfoque na abordagem clássica e tomista.

Totus Tuus, Maria (2015)




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