O que é o modernismo

by - dezembro 21, 2017



I- Introdução


Nos discursos atuais escuta-se comumente o termo "modernismo". No entanto, qual seriam os aspectos que o definem? E quais são os seus males?

O primeiro ato que devemos fazer é retirar de nós essa mundanidade, que nos leva a crer que tudo que é moderno é necessariamente bom. Com o progresso da tecnologia e os diversos avanços nas indústrias do varejo, é muito comum que as pessoas passem a ver a Igreja como uma grande empresa que deve se modernizar, atender as demandas do público e, se possível, fazer pesquisas de satisfação com a firme intenção de atender aos desejos do público que graciosamente lhe dá o favor da sua presença. Desdenhando a concorrência, que é em si, um ato de favor indizível. Portanto, segundo os detentores deste pensamento, a Igreja deve se modernizar e se encaixar nos desejos mutáveis do povo. 


A Igreja têm a missão de evangelizar o mundo, ou seja, levar a boa nova às pessoas, levar o sagrado ao mundo, converter as pessoas. A Igreja não deve se deixar profanar, mundanizar, deixar que tome aparência de evangelização o que é, na verdade, uma dessacralização.



Tradução livre do site Catholic Essentials. As citações bíblicas foram atualizadas para a norma brasileira, mas o texto é a tradução livre do inglês. Nas citações de textos do magistério foram acrescentados, por nós, os links para os documentos, na íntegra, no site oficial da Santa Sé.


O modernismo


É descrito como a "síntese de todas as heresias" por Papa Pio X. O modernismo é definido como: "Uma crença cujo o fundamento é o agnosticismo e a imanência ( aquilo ou aquele que possuí em si próprio o princípio e o fim). Com esses princípios, aliados com várias doutrinas evolutivas, o modernismo tendeu a demitir os dogmas (que chamou de variáveis símbolos), os sacramentos (que reduziu a sinais nutritivos da fé), a autoridade e autenticidade das Escrituras, a autoridade e a disciplina da Igreja. Reduziu o Cristo as dimensões humanas, como mais uma exemplo comum para a humanidade". (Catholic Dictionary, 1951)

Referências ao Modernismo nas Escrituras


"Eu sei que, depois da minha partida, lobos furiosos entrarão entre vocês, não poupando o rebanho. E, por si mesmo, levantar-se-ão homens falando de coisas perversas, para atraírem discípulos após si." (Atos 20, 29-30)

"Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas?
Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!"
  (Mateus 7, 15-20)


Ensino da Igreja Católica sobre o Modernismo na Igreja


"Nós aludimos, Veneráveis ​​Irmãos, a muitos que pertencem aos leigos católicos e, o que é muito mais triste, às fileiras do próprio sacerdócio, que, animado por um falso zelo pela Igreja, carece das sólidas salvaguardas da filosofia e teologia, e mais, completamente imbuídas das doutrinas venenosas ensinadas pelos inimigos da Igreja, e perdidos de todo sentimento de modéstia, se colocam como reformadores da Igreja e, formando-se mais ousadamente em ataque, atacam tudo o que é mais sagrado na obra de Cristo, não poupando a Pessoa do Divino Redentor, que, com audácia sacrílega, degradam-se à condição de um homem simples e comum". 
"No conflito entre as diferentes religiões, o máximo que os modernistas podem manter é que o católico tem mais verdade porque é mais vívido e que merece com mais razão o nome de cristão porque corresponde mais plenamente às origens do cristianismo". 

"Essas razões bastaram para demonstrar de forma superabundante por quantas estradas o modernismo leva ao ateísmo e à aniquilação de toda religião. O erro do protestantismo foi o primeiro passo nesse caminho; o do modernismo é o segundo; o ateísmo será o próximo". 




Resumo


O modernismo começou a se tornar predominante no início do século XX, e o Papa Pio X imediatamente chamou a atenção do mundo, condenando-o com duas encíclicas "Sobre as Doutrinas Modernistas em 1907" e "O Juramento Contra o Modernismo em 1910"*. Hoje, o modernismo é muito comum na Igreja Católica, e os católicos devem evitá-lo à todo custo.

Qualquer católico que se atreva a aprovar o modernismo ou seja parte dele não pode se chamar  de católico. Cabe aos padres buscarem uma auto formação condizente com a elevada e Santa Doutrina da Igreja e pedir a Deus a coragem inabalável de guiar o povo sem medo ou respeito humano nos caminhos do Senhor, honrando a sua ordenação e sendo os pais espirituais que esperamos que sejam. Cabe aos leigos, rezar pelos padres que caíram nesse erro para que se emendem e recordem do chamado do Senhor que supera toda ideologia ou ideal mundano, além de se comportarem como homens e mulheres piedosos que com sua presença fortificam o padre e também exigem dele, até mesmo no silêncio, que ele cumpra o ofício divino como manda a Santa Igreja, para isso, os leigos devem estudar e pedir a graça da humildade, que alcança os corações dos sacerdotes mais determinados no erro ou no mínimo inquieta os seus pensamentos e corações para que revejam suas escolhas. E acima de tudo, respeite o padre, lembrando-o insistentemente do seu sacerdócio, através da vênia quando ele entrar para celebrar a Santa Missa, pedindo a benção, beijando a sua mão, rezando por ele e o tratando com respeito (mesmo que ele não esteja realizando seu ofício de forma condizente com sua dignidade), essas atitudes colocam sobre os ombros do padre o peso da responsabilidade sacerdotal. 


Cabe a todos membros do Corpo Místico do Senhor, largar a mundanidade e os pensamentos modernos, que não refletem os pensamentos de Cristo. Deus é imutável, não segue modas. E a Igreja, sua esposa, também não.



* O juramento anti-modernista foi promulgado em 1910 por São Pio X, e todos os padres, bispos e professores eram obrigados a fazê-lo até ser suprimido em 1967 por Paulo VI (leia aqui).



Referências


CATHOLIC ESSENTIALS. Modernism. [S. l.], 1 jan. 2008. Disponível em: http://www.catholicessentials.net/modernism.htm. Acesso em: 21 dez. 2017.

PERMANÊNCIA. Juramento Anti-Modernista. [S. l.], 1 jan. 2008. Disponível em: https://permanencia.org.br/drupal/node/5257. Acesso em: 21 dez. 2017.



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