COMO AFASTAR OS 03 PENSAMENTOS QUE NOS APROXIMAM DO DEMÔNIO

by - novembro 30, 2017


Os 03 pensamentos que nos afastam do demonio



"Teu entulho, diz o profeta (Jr 2,19), seja teu pedagogo" 
Doroteo de Gaza
565, d.c

Dentre os diversos ensinamentos dos Santos Padres do Deserto, está o Método Antirrético. No entanto, para entender como manejar a arma é preciso conhecer os inimigos e a essa tarefa também se dedicavam os monges. Dessa forma chegaram aos três inimigos que constantemente atacam os homens.

O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a reta consciência. É uma falha contra o verdadeiro amor para com Deus e para com o próximo, por causa dum apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e atenta contra a solidariedade humana. Foi definido como uma palavra, um ato ou um desejo contrários à Lei eterna.
Catecismo da Igreja Católica, 1849


Dentre os demônios que se opõem à prática os primeiros a se apresentar ao combate são aqueles encarregados dos apetites da gula, os que nos sugerem a avareza e os que nos estimulam a procurar a glória humana. Todos os outros caminham atrás destes, recolhendo aqueles que eles feriram. Com efeito, não é possível cair nas mãos do espírito da fornicação, sem antes haver sucumbido à gula; não é possível deter a parte irascível se não a combatermos por via dos alimentos, das riquezas e da glória; não é possível fugir do demônio da tristeza se nos sentirmos privados de tudo isto ou se não os pudermos adquirir; tampouco escaparemos do orgulho, o primeiro broto do diabo, se não banirmos “a avareza, raiz de todos os males” porque, como disse o sábio Salomão, “a pobreza humilha o homem”. Em poucas palavras, não é possível que alguém sucumba ao demônio, sem antes ter sido ferido pelos assaltantes da primeira fileira (protostátai). É por isso que foram estes os três pensamentos que o diabo outrora apresentou ao Salvador, convidando-o primeiramente a transformar as pedras em pães, prometendo-lhe em seguida o mundo inteiro se ele se prosternasse para adorá-lo, e em terceiro lugar dizendo-lhe que, se ele o obedecesse, ele seria glorificado por não sofrer dano algum de tal queda. Mostrando-se superior a estas tentações, Nosso Senhor ordenou ao diabo que se retirasse; com isto Ele nos ensina que não é possível afastar o diabo sem antes desprezar estes três pensamentos.
Evágrio
(345 à 399 d.c)

Gula: é o amor desordenado ao alimento. Quando se aplica de modo especial à bebida chama-se embriaguez, alcoolismo. Manifesta-se pelo excesso na quantidade ou exigência na qualidade. Efeitos: abandono das obrigações religiosas, não realiza as leis de jejum e abstinência, foge das funções da hierarquia familiar (Cônego Boulenger, Doutrina Católica Manual de Instrução Religiosa)



Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas. 
Lucas 12, 15

Avareza: é o amor desregrado às riquezas. Querer sempre mais ou não partilhar ou, ainda, ambos. Causa injustiça, traição (Judas traiu Jesus por moedas) e falta de compaixão. (Cônego Boulenger, Doutrina Católica-Manual de Instrução Religiosa).

Medo da velhice, pavor dos tempos de pobreza e medo de depender do outros. Estimula exageradamente e de forma egoísta o instinto de sobrevivência. (Evagrio)

O décimo mandamento proíbe a avidez e o desejo de uma apropriação desmedida dos bens terrenos; proíbe a cupidez desmedida nascida da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. Proíbe ainda o desejo de cometer uma injustiça pela qual se prejudicaria o próximo em seus bens temporais:
Quando a Lei nos diz: "Não cobiçarás", ordena-nos, em outros termos, que afastemos nossos desejos de tudo aquilo que não nos pertence. Pois a sede dos bens do próximo é imensa, infinita e nunca saciada, como está escrito: "Quem ama o dinheiro nunca se de dinheiro" (Ecl 5,9). (Catecismo da Igreja Católica, 2536)

O Deus das promessas desde sempre advertiu o homem contra a sedução daquilo que, desde as origens, aparece como "bom ao apetite, agradável aos olhos, desejável para adquirir ciência" (cf. Gn 3,6). (Catecismo da Igreja Católica, 2541)


Soberba: é a estima excessiva da própria pessoa. Vangloria-se das qualidades que tem, inventa as que não tem, rebaixa os outros. Produz:


  • Ambição (desejo de glórias e honras), 
  • Presunção (demasiada confiança em si mesmo) e a 
  • Vanglória (gloriar-se com as próprias qualidades mais luminosas, status, títulos, etc...) que por sua vez produz Jactância (gabolice, se gaba de tudo, quer só falar e se gabar, quer sempre ser elogiado), Hipocrisia (se gaba do que faz).
(Cônego Boulenger, Doutrina Católica-Manual de Instrução Religiosa)

“A soberba precede à ruína, e o orgulho, à queda.” (Pv 16, 18)

"A 'grande tentação' dos soberbos é querer 'ser como Deus, juiz do bem e do mal" Papa Bento XVI

A soberba é um desejo descompensado da própria superioridade. Ela exige que o outro a trate à altura do valor que ela se atribui e se coloca acima dos outros. (Padre Teodoro del Greco) 

Gera confusão de espirito, levando a Ira e a Tristeza (Evagrio)




Paz e Bem!
Singelamente,
Ana

You May Also Like

2 comments

  1. Olá!!! Estou muito feliz em ter descoberto este blog, pois algum tempo o Senhor tem suscitado a saber mais sobre ele. Tenho descoberto muitas coisas, antes não sabidas, por meio de suas formações. Obrigada por compartilhar comigo todo seu conhecimento, pois sinto que a cada material que leio foi escrito pra mim.

    ResponderExcluir

Olá, Paz e Bem! Que bom tê-lo por aqui! Agradeço por deixar sua partilha.