Paz e Bem!
Para que você possa viver bem esta Quaresma preparei um material especial para este tempo, baixe clicando em:
A Grande Quaresma: uma carta sobre Purificação e Conversão.
Santa Quaresma!
Singelamente, Ana.
Paz e Bem!
As meditações de Dom Bosco se baseiam nos novíssimos: morte, juízo, inferno e paraíso. Essa meditação foi retirada do livro Cristão bem Formado e era matéria de meditação dos meninos do colégio que ele fundou, portanto pode ser facilmente dada aos adolescentes e jovens atuais, até mesmo com maior urgência.
Salve Maria Puríssima!
Em mais um dia internacional da mulher, em que a palavra empoderamento será mais dita do que nunca, gostaria de oferecer uma visão sobre o que seria esse poder tão incentivado.
É considerado empoderamento quando uma mulher é retratada numa série, filme ou livro como sendo a personagem principal e quando nessa mesma série, filme ou livro os personagens masculinos são débeis, ridículos ou brutos. No entanto, reclamam quando os homens reais se tornam ridículos, inaptos e brutos.
É considerado empoderamento quando uma mulher toma os lugares mais altos de alguma profissão e é considerado machismo quando não o alcança, mesmo que se prove que a mesma não tinha condições técnicas para tal.
É considerado empoderamento quando uma mulher se expõe numa foto nua ou sensualiza com caras e bocas nas redes sociais, pois isso é sinal de libertação. Mas reclamam quando uma atriz aparece 99% das cenas nua, dizendo que ela esta sendo tratada como objeto.
É considerado empoderamento quando uma mulher possuí um trabalho mais rentável que um homem, mas não vê seu filho crescer.
É considerado empoderamento acreditar que vivemos numa sociedade patriarcal, que possuí uma grande teia de idéias centradas em trancar a mulher em casa, para não permitir que ela se descubra; mesmo sabendo que a realidade mostra o oposto, que na grande maioria das casas, igrejas e empresas quem está em maior número é a mulher e também é ela quem ordena as coisas e manda em todos.
Essas e outras tantas coisas ganham o nome de empoderamento, que resumidamente trata-se de: possuir visibilidade pela humilhação dos homens, em possuir altas posições talvez com o sacrifício de coisas verdadeiramente importantes, expor o seu corpo para quem quiser ver como um frango de padaria considerando tal ato como o pico da liberdade, não considerar que afinal o mundo gira na complementariedade entre homem e mulher, propagar uma idéia de medo do patriarcado malvado que não quer deixar que a mulher cresça e apareça, mesmo vivendo numa realidade de homens sem um pingo de masculinidade. Assim para ser empoderada é necessário deixar que outro lhe dê "poder", mesmo a custa da humilhação do outro ou de si ou de ambos.
Tal pensamento não me parece muito inteligente. Prefiro acreditar que tenho um poder e posso expressá-lo, mas não preciso humilhar ninguém, ainda mais o homem, nem acreditar numa idéia medrosa de patriarcado, nem mesmo me expor para provar o quanto sou livre.
Prefiro acreditar no poder da complementariedade, afinal a mulher gesta um bebê mas não consegue fazê-lo sozinha, todas as obras humanas são equilibradas na complementariedade e quando existe uma ação que favorece o desequilíbrio temos uma situação como a atual.
A sociedade é carente de mulheres que saibam de seu poder e de sua responsabilidade, mas que também saibam o poder e a responsabilidade dos homens. Carece de mulheres que não sejam guiadas pelo ódio ao masculino mas que saibam de sua missão junto ao masculino. Necessitamos de mulheres que sejam mulheres e que não substituam as suas forças femininas, que nascem na fragilidade, por atitudes tidas como masculinas.
O problema atual é um só: nós temos mulheres que se comportam como homens e homens que se comportam como nada.
E parte da responsabilidade dessa situação absurda é desse pensamento super inteligente de empoderamento.
Pois que "os homens que se comportam como nada" são os que se comportam como bichos com as mulheres e que de fato devem ser punidos, no entanto, não podemos chamar a isso de empoderamento, mas de justiça. Assim como não podemos chamar de empoderamento a denúncia do fato, mas de coragem.
Me pergunto até quando tudo será chamado de empoderamento, mesmo contra toda a realidade que atesta que esse poder é um tanto falso e medíocre, já que precisa ser dado por outro.
De fato, não preciso ser empoderada, obrigada.
Existe mais coerência na complementariedade.
Existe mais coerência na complementariedade.
Paz e Bem!
Ana Paula Barros
Olá, Paz e Bem!
Vamos com Papa Bento XVI para falar sobre música litúrgica e abusos litúrgica e o CVII, pra não dizerem que tirei da minha cabeça ou que é teoria da conspiração ou que isso é contra o tal espírito do concilio, que não sei quem é, pois só conheço o Espirito Santo de Deus.
Paz e Bem!
Abordaremos os três primeiros concílios da Igreja: Niceia, Constantinopla e Éfeso.
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Textos citados:
Mártires:
"Sabendo então que os oficiais de polícia lá estavam, ele (Policarpo) desceu e falou com eles. Eles estavam surpresos pela sua idade e sua calma e pelo empenho empregado para prender um homem tão idoso. Serviu-os com tanto alimento e bebida quanto quiseram, pedindo-lhes apenas uma hora para rezar à vontade. Eles permitiram, e de pé, ele começou a rezar tão cheio da graça de Deus que por duas horas não pôde parar, e aqueles que o ouviam ficaram admirados e muitos se arrependeram de ter ido prender um homem tão santo. Em sua oração ele se lembrou de todas as pessoas que encontrou, ilustres e obscuros, e toda a igreja Católica espalhada pelo mundo. Quando terminou, chegando a hora de partirem, eles o montaram num burro e o levaram à cidade. Rapidamente eles empilharam em volta dele o material para a fogueira. Quando iam pregá-lo ele disse, 'deixem-me assim'. Aquele que me dá forças para suportar o fogo também me ajudará a permanecer imóvel na fogueira. Então não o pregaram nela, mas o amarraram. Com suas mãos atadas às costas, ele parecia um carneiro escolhido de um grande rebanho para o sacrifício. Levantando seus olhos aos céus ele disse: 'Senhor, Todo Poderoso Deus, Pai do Bem-Amado e Bendito Filho Jesus Cristo, através do Qual recebemos o conhecimento de Vosso Nome, Deus de toda Criação, Eu vos bendigo por me haverdes julgado digno deste dia e desta hora, para partilhar entre o número de vossos mártires no cálice de vosso Cristo, em vista da Ressurreição do corpo e alma na plenitude do Espírito Santo. E por tudo eu vos louvo, eu vos bendigo, eu vos glorifico, através do eterno e celeste, Sumo Sacerdote Jesus Cristo, vosso bem-amado Filho, por Quem seja dada a glória a vós, com Ele e o Espírito Santo, agora e sempre, Amém.' No meio do fogo ele ficou, não como carne que queima, mas como pão que é assado." (Martírio de Policarpo, Bispo de Esmirna - SC n. 10, p. 250, 252; 260, 262;264)
"Então me levantei. Vi um jardim imenso. No meio havia um homem alto vestido como pastor. Estava ocupado em tirar leite das ovelhas. Em volta dele, aos milhares, homens vestidos de branco. Ele levantou a cabeça, olhou para mim e disse: 'Bem-vinda minha filha.' Ele chamou-me e deu-me um bocado de queijo que havia preparado; eu recebi isso com as mãos juntas. Comi e todos disseram 'Amém'. Ao som das vozes acordei, sentindo o sabor de uma estranha doçura em minha boca. Contei logo esta visão para meu irmão (Saturus) e compreendemos que o martírio nos aguardava."
"Nosso martírio havia terminado. Deixamos nossos corpos para trás. Quatro anjos nos carregaram para o Oriente mas suas mãos não nos tocavam. Quando havíamos passado através da primeira esfera que envolve a terra, vimos uma grande luz. Então eu disse a Perpétua que estava a meu lado: 'Eis aí o que o Senhor nos prometeu.' Tínhamos alcançado uma planíce vasta que parecia ser um jardim com oleandros e todo tipo de flor. As árvores eram tão altas como ciprestes e suas folhas cantavam sem cessar. Chegamos a um palácio cujas paredes pareciam ser feitas de luz. Entramos e ouvimos um coro repetindo: "Santo, Santo, Santo". No hall está sentado um homem vestido de branco. Ele tem um rosto jovem e seu cabelo brilhava, branco como a neve. De cada lado dele estão quatro homens de pé. Vamos em frente maravilhados e beijamos o Senhor que nos acaricia com sua mão. Os anciãos dizem a nós 'Levantem-se'. Obedecemos e trocamos o beijo da paz. Reconhecemos muitos irmãos, mártires como nós. Por alimento tínhamos todos um perfume inefável que nos saciava plenamente." (Martírio de Felicidade e Perpétua, Ed Knopf-Kruger)
Heresias:
Montanismo
Montanismo foi uma heresia do século II, de um certo Montano da Frígia que, com suas auxiliares Priscila e Maximila, anunciavam o fim do mundo e a volta iminente de Cristo.
Pregavam um rigorismo moral: jejum perpétuo, proibiam o casamento, pregavam o martírio, minimizavam o papel dos bispos. Montano se dizia a encarnação do Espírito Santo, chegava a batizar em “Nome do Pai, do Filho e de Montano”. O papa São Zeferino (199-205) condenou a heresia.
Milenarismo
É antiga a visão religiosa segundo a qual o tempo caminha linearmente e chega a um final. Os antigos egípcios, os mesopotâmicos, os indo-arianos e outros povos compartilhavam essa perspectiva fatalista da temporalidade.
Entre 1 500 a.C. e 1 200 a.C., Zoroastro, na Pérsia, propôs um novo paradigma: o final dos tempos traria um novo mundo, de paz e felicidade. Os povos semitas também tinham essa visão (que inspirou seus diversos "apocalipses"), sobretudo os grupos essênios.
Entre os primeiros cristãos, o milenarismo difundiu-se pela Ásia Menor e no Egito a partir do século III. Com base nas palavras do Apocalipse de João (Apocalipse 20:3-4), os seus adeptos acreditavam que, após o tempo de Satanás, o reino do Messias duraria mil anos na Terra. Tal crença, originada no messianismo judaico, supunha que, após esse período, o demónio retornaria para ser morto para sempre, quando se instauraria definitivamente o reino celeste. Ressalte-se que, naquele momento, para essas pessoas, as perseguições dos imperadores pagãos pareciam confirmar a vinda messiânica, posterior aos sofrimentos vividos.
Marcionismo
Foi estabelecida por Marcião de Sinope (110-160), filho de um bispo. Propagou-se na Ásia Menor e na antiga Roma, em comunidades que se multiplicaram e constituíram uma vasta rede na bacia do Mediterrâneo. Foi considerada herética e Marcião excomungado em 144.
De características gnósticas, tinha base no cristianismo ligado à tradição paulina. Simplificou as cerimônias dos primeiros cristãos, praticando uma moral severa, com interdição ao casamento, jejuns rigorosos, preparação para o martírio e fraternidade austera.
O seu corpo doutrinário partia da oposição entre Justiça e Amor, Lei e Evangelho. Rejeitava o Antigo Testamento como ultrapassado, anunciando um cristianismo autêntico baseado na contradição entre dois deuses:
O Deus da Lei, o Demiurgo, que seria o deus do Velho Testamento; e
O Deus do Amor, como revelado por Jesus Cristo.
Paz e Bem!
Textos citados no vídeo:
S. Clemente de Roma, por volta de 96, em sua carta aos Coríntios, refere-se a Pedro e Paulo, que lutaram até a morte e deram testemunho diante dos poderosos; supõe que ambos tenham morrido em Roma (cf. cc. 5-6).
S. Inácio de Antioquia (? 107) escreve aos romanos nestes termos: “Eu não vos ordeno como Pedro e Paulo”. Visto que não existe carta de Pedro aos romanos, admite-se o relacionamento oral de Pedro com a comunidade.
Clemente de Alexandria (? 215) narra que S. Marcos, intérprete de Pedro, redigiu por escrito a pregação de Pedro a pedido de seus ouvintes romanos (cf. Eusébio, História Eclesiástica II 15; VI 14).
S. Irineu de Lião, por volta de 180-190, atribui a fundação da comunidade de Roma aos apóstolos Pedro e Paulo e apresenta um catálogo dos bispos de Roma desde Pedro até sua época (Contra as heresias II 3,2-3). Em consequência, afirma que, para guardar a autêntica tradição apostólica, é preciso concordar com a doutrina da Igreja de Roma.
O presbítero romano Gaio, por cerca de 200, atesta que, ainda nos seus tempos, se podiam mostrar em Roma os troféus (tropaia), isto é, os túmulos dos dois Apóstolos: o de Pedro na colina do Vaticano, e o de Paulo na via Ostiense (Eusébio, II 25).
As escavações realizadas debaixo da basílica de S. Pedro confirmaram, em nosso século, tal tradição. Com efeito: verificou-se que a basílica foi construída pelo imperador Constantino em 324 por cima de um cemitério e sobre um terreno que corria em declínio de 11m de altura de Norte a Sul; isto exigiu a colocação de uma laje sustentada por pilastras de 5m, 7m e 9m de altura, a fim se estabelecerem sobre tal laje os fundamentos do edifício, Ora uma construção em tais condições só pode ser explicada pelo fato de que Constantino e os cristãos tinham a certeza de estar construindo sobre o túmulo de São Pedro. Ademais os arqueólogos encontraram na camada mais profunda das escavações ossos de quase metade de um indivíduo só, robusto, de uns 60-70 anos de idade, muito mais provavelmente homem do que mulher; inscrições em grafito postas nas proximidades rezavam: “Pedro está aqui” ou “Salve, Apóstolo” ou “Cristo Pedro”.
Em 258 o Imperador Valeriano, perseguindo os cristãos, proibiu que estes se reunissem nos seus cemitérios dentro da cidade de Roma para celebrar a memória dos mártires. Em consequência, os cristãos levaram as relíquias de São Pedro para as catacumbas de São Sebastião na Via Ápia, e, uma vez passada a era das perseguições, as trouxeram de volta ao Vaticano.
Referências:
A História da Igreja
Gordon Albion
História da Igreja
Prof. Felipe Aquino
Paz e Bem!
Sempre digo que conhecer os escritos dos santos é a única forma de ajustar nossos pensamentos aos pensamentos de um cristão de verdade, pois Deus inspirou suas ações e por meio delas podemos ter maior clareza do que agrada à Deus.
São João Vianney, é o padroeiro dos sacerdotes e nos oferece sermões ricos em doutrina e conselhos tão diretos e claros que é impossível se dizer que não compreendeu. São João Maria Vianney aceitou ser pároco na pequena aldeia “pagã”, chamada Ars, onde o povo era dado aos cabarés, vícios, bebedeiras, bailes, trabalhos aos domingos e blasfêmias; tanto assim que suspirou o Santo: “Neste meio, tenho medo até de me perder”. Dentro da lógica da natureza vem o medo; mas da Graça, a coragem. Com o Rosário nas mãos, joelhos dobrados diante do Santíssimo, testemunho de vida, sede pela salvação de todos e enorme disponibilidade para catequizar, o santo não só atende ao povo local como também ao de fora no Sacramento da Reconciliação.
Dessa forma, consumiu-se durante 40 anos por causa dos demais (chegando a permanecer 18 horas dentro de um Confessionário alimentando-se de batata e pão). Portanto, São João Maria Vianney, que viveu até aos 73 anos, tornou-se para o povo não somente exemplo de progresso e construção de uma ferrovia – que servia para a visita dos peregrinos – mas principalmente, e antes de tudo, exemplo de santidade, de dedicação e perseverança na construção do caminho da salvação e progresso do Reino de Deus para uma multidão, pois, como padre teve tudo de homem e ao mesmo tempo tudo de Deus.
Se você não tem diretor espiritual, não se apavore; se o padre não faz uma homília tão boa pra lhe falar essas coisas, não se revolte; nós temos a graça dos escritos dos santos, basta saber se a alma que me lê agora de fato está disposta a trilhar os caminhos apontados por essas almas santas que Deus em sua bondade suscitou na Igreja.
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Sermão sobre Danças: Seja religioso ou seja um condenado
São João Vianney
Há sempre alguém que vem me dizer: “Padre, que mal existe em uma pessoa se divertir um pouco? Eu não faço mal a ninguém… Eu não sou um religioso e nem pretendo sê-lo! Se eu não puder sequer dançar um pouco, eu estarei passando a minha vida nesse mundo como se fosse um morto!”
Meu caro amigo, você está muito errado. Ou você se torna um religioso, ou você será um condenado. E o que é ser uma pessoa religiosa? Nada mais é do que uma pessoa que cumpre com todos os seus deveres como Cristão. Você me diz que eu não vou conseguir nada tentando convencê-lo a respeito do mal que existe nas danças e que você não vai se tornar por isso, nem mais e nem menos indulgente a esse respeito.
Mas eu lhe digo: você está errado novamente, pois ao ignorar e desprezar as instruções do seu pastor, você atrai sobre si a ira e os castigos de Deus, e eu pelo meu lado, serei recompensado por ter cumprido com os meus deveres. Na hora da minha morte, Deus não vai me perguntar se você cumpriu ou não com as suas obrigações, mas sim, se eu lhe ensinei ou não o que você deveria fazer para cumprir com seus deveres.
Você também me diz, que eu nunca conseguirei quebrar a sua resistência, a ponto de fazê-lo acreditar que existe algum mal em divertir-se dançando. Você não quer mesmo acreditar que existe algum mal nisso, não é verdade? Bem, isso é problema seu. Que eu saiba, é suficiente pra mim, falar-lhe num modo, que me assegure que ao fazê-lo, estarei fazendo aquilo que como pastor eu deveria fazê-lo. Portanto, que isso não lhe irrite! Seu pastor está apenas cumprindo com o dever.
Mas você me dirá: Nem os 10 Mandamentos e nem tampouco toda a Sagrada Escritura proíbe alguém de dançar! Talvez você diga isso porque não os examinou atentamente. Siga o meu raciocínio por um momento e eu lhe mostrarei que não existe um só mandamento, ao qual as danças não levem à transgressão e não existe um só sacramento que não seja profanado por causa das danças.
Você sabe tão bem quanto eu, que essas folias e extravagâncias selvagens, acontecem principalmente nos domingos e feriados. Que você me diz então daquele jovem ou daquela jovem que decidiram ir a um baile ou a uma festa dançante? Qual o amor que eles tem por Deus? Suas mentes estarão totalmente ocupadas com os preparativos para chamar a atenção daqueles com os quais eles estarão misturados.
Suponhamos que eles já tenham feito suas orações. Com que espírito essas orações foram feitas? Só Deus sabe! Por outro lado, que tipo de amor a Deus uma pessoa pode sentir, quando seu coração está suspirando e pensando somente nos prazeres e nas criaturas? Nesse ponto você terá que admitir que é impossível agradar a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. Aliás, isso nunca será possível!
Deus também proíbe “juras”. Sabe Deus, quantas querelas, quantas juras e blasfêmias são proferidas como resultado das ciumeiras que se levantam entre a juventude, quando eles estão reunidos nesses encontros! Vai me dizer que não acontecem freqüentemente, disputas e brigas nesses locais? Quem poderia contar quantos crimes são cometidos nesses encontros diabólicos?
O Terceiro Mandamento, manda-nos guardar os dias santos e nesse caso, o Domingo em particular. Será que alguém poderia realmente acreditar, que um rapaz que passou várias horas do Domingo com uma garota, com o coração aceso como uma fornalha, estaria realmente satisfazendo esse preceito? Santo Agostinho tem boas razões em dizer que um homem faria melhor coisa em passar o dia inteiro trabalhando na terra e as garotas, tecendo, do que irem para esses encontros dançantes. O mal seria bem menor.
O Quarto Mandamento diz que os filhos devem honrar seus pais. Esses jovens que frequentam bailes, será que possuem o respeito e a submissão que eles devem a seus pais? Não, certamente que não. Eles causam a seus pais maior preocupação e desgosto do que você pode imaginar! Tanto pelo modo com o qual eles ignoram seus desejos e pelo mal uso que fazem do dinheiro, como também por criticarem e zombarem de seus pais chamando-os de “fora-de-moda”.
Quanta dor tais pais devem sentir! – isto é, se a fé deles ainda não se extinguiu por completo – , ao verem seus filhos se lançarem em tais prazeres, ou pra dizer de um modo mais claro, nesses caminhos licenciosos! Esses filhos não são mais abençoados por Deus, mas estão sendo engordados para o Inferno. Mas suponhamos que esses pais já tenham perdido a fé… Coitados… eu sequer ouso ir mais adiante… Quão cegos são esses pais! Quão perdidos são esses filhos!
Pode por acaso existir algum outro lugar, ou tempo ou ocasião em que tantos pecados são cometidos contra a pureza, do que nos salões de bailes e danças? Não seriam nesses encontros que as pessoas são incitadas mais violentamente contra a santa virtude da pureza? Onde mais os sentidos são tão fortemente impulsionados em direção da excitação dos prazeres?
Se formos aprofundarmos ainda mais, deveríamos morrer de horror diante dos muitos crimes que são cometidos ali! E não são nesses encontros, que o demônio furiosamente acende o fogo da impureza no coração dos jovens, de modo a aniquilar neles a graça do Batismo? E não são nesses locais que o Inferno escraviza tantas almas quanto deseja?
Imagine então: Apesar da ausência de ocasiões de pecado e do auxílio de tantas orações já é tão difícil perseverar na virtude da pureza de coração, como poderia então ser possível preservar tal virtude no meio de tantas fontes de corrupção?
São João Crisóstomo diz: “Olhe aquela jovem mundana e leviana, ou melhor, olhe para aquela pequena chama do fogo diabólico, que com sua beleza e gestos “flamboyants”, acende no coração daquele jovem, o fogo da concupiscência.” Você não os vê? Um mais do que o outro, buscando atrair-se mutuamente pelos seus charmes e toda a sorte de truques e ardis?
Se você puder, pode contar, Ó infeliz pecador: o número de seus maus pensamentos, ou maus desejos e suas ações pecaminosas! Não é nesses lugares que você ouve aquilo que agrada aos seus ouvidos, que inflama e queima os corações, fazendo dessas assembleias fornalhas de “falta-de-vergonha”? E não é por acaso ali, meus caros irmãos, que os rapazes e moças, bebem diretamente na fonte do crime, a qual logo, logo, se transforma num rio que transborda o seu leito, arruinando e envenenando tudo à sua volta?
Pois eu digo; continuem! Sigam em frente, pais e mães desavergonhados! Sigam para o Inferno, onde a justiça e a fúria de Deus os aguarda com todas as ações que vocês praticaram, permitindo aos seus filhos correrem tais riscos. Pois sigam em frente, porque eles não demorarão muito a se reunirem com vocês, já que vocês deixaram a estrada pavimentada para eles. Sigam em frente e contem o número de anos que seus filhos e filhas perderam! Apresentem-se diante do Supremo Juiz para prestarem contas de suas vidas e ali vocês verão que o seu pastor tinha toda a razão ao proibir essa espécie de prazer diabólico!
Você me dirá: –Ah! Você está apresentando as coisas maiores do que elas são realmente! Pois bem, você acha que eu estou falando demais? Então ouça o que os Santos Padres da Igreja dizem a esse respeito! São Efraim diz-nos que a dança é a perdição de moças e mulheres, a cegueira dos homens, o lamento dos anjos e a alegria dos demônios. Meu Deus! Será que alguém possui olhos tão enfeitiçados a ponto de acreditar que não existe mal nenhum nisso, enquanto essa é a corda com a qual o demônio arrasta a maioria das almas para o Inferno? Então continuem, sigam em frente pobres pais, cegos e perdidos! Sigam desprezando o que o seu pastor está dizendo para vocês! Continuem no caminho que vocês estão seguindo! Ouçam tudo e não tirem proveito de nada! Deixem entrar por um ouvido e sair pelo outro!
Quer dizer que não existe mal algum nisso, não é? Digam-me então o que foi que vocês renunciaram no dia do seu Batismo? Ou sob que condições o Batismo lhes foi concedido? Será que não foi sob a condição de que ao fazerem seus votos diante do Céu e da Terra, na presença de Cristo sobre o Altar, vocês renunciariam a Satanás e todas as suas pompas e obras por todo o tempo de suas vidas? Em outras palavras, que vocês renunciariam a todos os prazeres e vaidades deste mundo? Não foi sob a condição de abandonarem tudo para seguirem ao Cristo Crucificado que vocês foram batizados?
Sendo assim, não é verdade que vocês estão violando as promessas de seu Batismo e profanando este Sacramento da Misericórdia? Vocês não estariam também profanando o Sacramento da Confirmação, ao trocar a Cruz de Cristo que vocês receberam, por vaidades e roupas obscenas, envergonhando-se ao invés, da Cruz, a qual deveria ser para vocês, glória e felicidade? Santo Agostinho diz-nos que aqueles que frequentam bailes, verdadeiramente renunciam a Jesus Cristo para poderem se entregar ao demônio. Como isso é horrível! Expulsar Jesus depois que vocês O receberam em seus corações!
São Efraim nos diz: “– Hoje vocês se unem a Jesus Cristo, para logo depois, amanhã, se reunirem a Satanás!” Comporta-se exatamente como Judas Iscariotes, aquela pessoa que logo depois de receber Nosso Senhor Jesus Cristo, vai vendê-lo a Satanás nesses encontros, onde ela se reúne com tudo que existe de mais pecaminoso!
E quando se trata do Sacramento da Penitência? Oh! Quanta contradição em tais vidas! Um Cristão que depois de um único pecado, deveria passar o resto de sua vida no arrependimento, pensa apenas em se atirar nesses prazeres mundanos! Uma grande maioria profana o Sacramento da Extrema Unção que receberam num momento de dor, entregando-se depois a tudo quanto é movimento indecente com os pés, as mãos e o corpo inteiro que um dia foi santificado com os Santos Óleos.
Por outro lado, o Sacramento das Sagradas Ordens também é insultado pelo desacato e desprezo com os quais as instruções dos pastores são consideradas. Mas quando chegamos ao Sacramento do Matrimônio, que Deus nos ajude! Quantas infidelidades podemos contemplar nessas assembleias? Parece que tudo é admissível. Quão cego é aquele que ainda pensa que não existe mal algum nisso!
O Conselho Municipal de Aix-la-Chapelle, proíbe danças, mesmo nos casamentos. E São Carlos Borromeo, o Arcebispo de Milão, dizia que deveriam ser dados 3 anos de penitência àqueles cristãos que frequentassem bailes e mais, que se voltassem atrás, deveriam ser ameaçados com a excomunhão. Então, se é verdade que não existe nenhum mal nisso, será que a Igreja e os Santos Padres é que estariam errados?
Mas quem é que diz que não existe mal algum nisso? Só pode ser um libertino, ou uma mulher leviana e mundana que está tentando aliviar seu remorso de consciência do modo mais conveniente possível.
Bem, você poderia me dizer que há sacerdotes que não falam muito sobre isso durante a Confissão ou que embora admitam ser pecado, nunca se recusam em dar logo a absolvição para tal delito. Ah! Eu não saberia dizer se tais sacerdotes são ou não tão cegos, mas eu posso assegurar-lhes que todos aqueles que estão procurando por sacerdotes tão condescendentes, estão buscando um passaporte que os leve diretamente para o Inferno. Da minha parte, se eu mesmo tivesse frequentado bailes, sei que não deveria receber absolvição a não ser depois de ter uma firme resolução de não voltar mais a frequentar tais salões.
Veja bem o que diz Santo Agostinho e depois você me dirá se as danças são ou não uma boa ação. Ele nos diz que “as danças são a ruína das almas, o inverso da decência, um espetáculo desavergonhoso e uma profissão pública do crime”. São Efraim chama as danças de: “ruína da boa moral e alimento do vício”. Já São João Crisóstomo: “Uma escola pública da falta de castidade”. Para Tertuliano, a dança era considerada: “O Templo de Vênus, O Consistório da Falta de Vergonha e a Cidadela de toda a depravação”. Santo Ambrósio disse uma vez:
“– Eis aqui uma moça que dança! Mas não se esqueçam de que ela é filha de uma adúltera, porque uma mãe verdadeiramente cristã, ensinaria à sua filha; a modéstia, um sentido adequado de vergonha e absolutamente nada a respeito de danças!”
E agora eu lhes pergunto; quantos jovens existem aqui, que desde que começaram a frequentar esses bailes, não frequentam mais os Sacramentos? Ou quando o fazem, fazem apenas para profaná-los? Quantas pobres almas existem que perderam sua religião e sua fé! E quantos mais, nunca conseguirão abrir os olhos para ver o estado infeliz em que se encontram, a não ser depois que já tiverem caído no Inferno!
Retirado do “Sermão sobre a Pureza” de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars.
ps: vale lembrar que o Cura D'ars se refere a danças de "festejo", essas danças que possuem a intensão de folia e a exibição do corpo. Danças de fato artísticas, com a intenção de passar um vislumbre da Beleza e exaltar a feminilidade, o pudor (que se refere ao comportamento regido pela estaca da disciplina e da postura) e a modéstia (que se refere a vestimento orientada para a feminilidade e ao recato, que de fato deve ser uma atenção dos pais, de fato, cristãos, pois as roupas nesses ambientes precisam de umas alterações para atingir essa finalidade).
"A realização final, a atividade significativa absoluta, a expressão mais perfeita de estar vivo, a satisfação mais profunda e a realização mais plena da existência humana devem acontecer em uma instância de contemplação... Uma forma particularmente venerável, particularmente negligenciada também, é a meditação religiosa, a imersão contemplativa do eu nos mistérios divinos". (Josef Pieper)
"Talvez vos tenha acontecido algumas vezes, diante de uma escultura, de um quadro, de certos versos de uma poesia ou de uma peça musical, sentir uma emoção íntima, ter uma sensação de alegria, ou seja, sentir claramente que diante de vós não havia apenas matéria, um pedaço de mármore ou de bronze, uma tela pintada, um conjunto de letras ou um cúmulo de sons, mas algo maior, algo que «fala», capaz de sensibilizar o coração, de comunicar uma mensagem e de elevar a alma. Uma obra de arte é fruto da capacidade criativa do ser humano, que se interroga diante da realidade visível, procura descobrir o seu sentido profundo e comunicá-lo através da linguagem, das formas, das cores e dos sons. A arte é capaz de expressar e de tornar visível a necessidade que o homem tem de ir além daquilo que se vê, pois manifesta a sede e a busca do infinito. Aliás, é como uma porta aberta para o infinito, para uma beleza e para uma verdade que vão mais além da vida quotidiana. E uma obra de arte pode abrir os olhos da mente e do coração, impelindo-nos rumo ao alto." (Arte e Oração, Audiência Geral 31 de agosto de 2011, Papa Bento XI).
Nós possuímos o foco de atenção limitado, de fato, seria irreal dizer que mantemos um foco constante e inabalável diante de uma cena ou um estudo. No entanto, atualmente somos seres não somente com uma capacidade de atenção limitada, mas que entrou em um vórtice de distanciamento resoluto da atitude de, ao menos, se colocar em postura de contemplação, estamos perdendo a nossa capacidade de nos maravilharmos com a realidade da Beleza criada por Deus e também da beleza criada pelo homem nas artes sacras. A educação clássica muitas vezes definiu a arte sacra como "portais", pois nos levam a contemplar uma realidade além, uma realidade eterna. Essa contemplação nutri e eleva o espírito, nos coloca diante de símbolos que nos catequizam e nos fazem aprofundar-mo-nos na espiritualidade cristã, que é contemplativa.
Nós somos aqueles que contemplam, se maravilham diante do Deus que se fez homem, diante do Amor que se fez carne, diante do invisível que se fez visível.
Por essa razão que a igreja deve ser o local em que é possível ver uma concentração dos feixes da Beleza expressos nas belezas criadas por mãos humanas, na igreja devemos ter a oportunidade de contemplar, de descansar a alma, de nutri-la e elevá-la e ainda alimentar a inteligência com o vislumbre da Verdade.
No entanto, muitos não sabem contemplar, por essa razão se esquecem da importância da arte sacra na vida humana, nós somos seres que contemplam, mas devemos contemplar buscando amadurecimento, elevação, senão passamos a usar os olhos para a concupiscência, deslizando a tela do celular sem nenhum motivo racional ou repousando os olhos em feiúras, indecências e imoralidades.
Portanto, esse texto visa lhe ensinar a contemplação no seu modo mais simples, ou seja, não estou aqui a falar da contemplação das morada elevadas do castelo interior, mas a falar sobre a contemplação que nos fornece forças para seguir de morada em morada. Uma contemplação que é encorajada pelo desejo de se afastar da poluição sonora e visual.
Como ser um contemplador?
"Ao longo deste período, evoquei várias vezes a necessidade de que cada cristão encontre tempo para Deus, para a oração, no meio das numerosas ocupações dos nossos dias. O próprio Senhor oferece-nos muitas oportunidades para nos recordarmos dele. Hoje, gostaria de meditar brevemente sobre um daqueles canais que nos podem conduzir a Deus e servir também de ajuda no encontro com Ele: trata-se do caminho das expressões artísticas, que faz parte daquela "via pulchritudinis" — "caminho da beleza" — da qual já falei diversas vezes e que o homem contemporâneo deveria recuperar no seu significado mais profundo." (Arte e Oração, Audiência Geral 31 de agosto de 2011, Papa Bento XI).
Nós muitas vezes nos esforçamos para sair dessa roda de rato que é vida moderna, mas as redes sociais e a ansiedade não permitem, mas ainda existe uma forma de realizar esse passo que é fundamental para o crescimento humano.
Nós estamos vivendo uma onda do que chamo fé sensível, ou seja, uma fé que se baseia pelo que recebe dos sentidos e se resume a isso, portanto, reduz-se a fé a sensações corporais. Essa vivência utiliza os sentidos corporais de forma equivocada, buscando embriagá-los em vez de purificá-los. Pois, devemos nos lembrar que os sentidos possuem, mesmo após o batismo, as marcas do pecado original, que nos levam a usá-los de forma equivocada.
Mas como disse existe o caminho da purificação dos sentidos e isso é possível quando passamos a contemplar a arte sacra.
A arte sacra está intimamente ligada a Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição e ao Sagrado Magistério, longe de ser um aspecto de ostentação é antes uma forma de elevar a alma humana que busca sempre o belo, a beleza é um anseio da alma humana, reflexo da busca pela Beleza.
Ofereço abaixo um exemplo que pode lhe incentivar:
Esta pintura de Michelangelo chama-se Criação de Adão.
Ela nos remete a criação, devemos portanto nos esforçar para lembrar-mo-nos do que diz as Sagradas Escrituras sobre a criação do homem:
Sagradas Escrituras
"Mas quantas vezes quadros ou afrescos, fruto da fé do artista, nas suas formas, nas suas cores e na sua luz, nos impelem a dirigir o pensamento para Deus e fazem aumentar em nós o desejo de beber na fonte de toda a beleza. Permanece profundamente verdadeiro aquilo que foi escrito por um grande artista, Marc Chagall, ou seja, que durante séculos os pintores molharam o seu pincel naquele alfabeto colorido que é a Bíblia. Então, quantas vezes as expressões artísticas podem ser ocasiões para nos recordarmos de Deus, para nos ajudar na nossa oração ou também na conversão do coração! Paul Claudel, dramaturgo e diplomata francês, poeta famoso na Basílica de Notre Dame em Paris, em 1886, precisamente ouvindo o canto do Magnificat durante a Missa de Natal, sentiu a presença de Deus. Não tinha entrado na igreja por motivos de fé, mas precisamente para procurar argumentos contra os cristãos e, no entanto, a graça de Deus agiu no seu coração." (Arte e Oração, Audiência Geral 31 de agosto de 2011, Papa Bento XI).
Então que nossa mente também se volte para as Escrituras:
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar;
E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.
E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.
Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.
Gênesis 1, 26; 2, 18-25
Contemplação e Reflexão
Para contemplar é preciso se deixar maravilhar, permitir que o olhar descanse na beleza e que encontre as belezas expressas pelo artista.
Portanto, para onde o seu olhar é atraído na imagem?
Veja o ponto em que Adão e Deus estão quase se tocando. Observe: de quem é a mão mais frouxa e de quem é a mais firme? O que isso diz para você?
O que seria esse espaço entre as duas mãos?
Veja o ponto em que Adão e Deus estão quase se tocando. Observe: de quem é a mão mais frouxa e de quem é a mais firme? O que isso diz para você?
O que seria esse espaço entre as duas mãos?
Observe as cores que envolvem Adão e as cores que envolvem Deus. O manto vermelho lhe parece ter qual forma? Um cérebro, remetendo a Vontade Divina? Ou um útero, expressando de onde provêm a fonte da vida?
Olhe e se maravilhe ao ver as criaturas em volta do Criador. Observe a mulher que repousa no braço de Deus. Observe que pode ser Eva retida ainda na mente divina enquanto Ele criava Adão. Para onde ou quem ela olha, em quem está se firmando?
Isso lhe diz alguma coisa, te remete a outras reflexões?
Deus é o Criador. Ele cria. Você tem esse desejo criador? Tem o impulso ao maravilhamento?
Qual o fim da sua contemplação ao se deparar que o pico da criação é o homem?
Queridos amigos, convido-vos a redescobrir a importância deste caminho também para a oração, para a nossa relação viva com Deus. As cidades e os povoados do mundo inteiro encerram tesouros de arte que exprimem a fé e nos exortam à relação com Deus. Então, a visita aos lugares de arte não seja apenas uma ocasião de enriquecimento cultural — também isto — mas possa tornar-se sobretudo um momento de graça, de estímulo para refortalecer o nosso vínculo e o nosso diálogo com o Senhor, para nos determos a contemplar — na passagem da simples realidade exterior para a realidade mais profunda que exprime — o raio de beleza que nos atinge, que quase nos «fere» no íntimo e nos convida a elevar-nos rumo a Deus. Termino com a oração de um Salmo, o Salmo 27: «Uma só coisa pedi ao Senhor, e desejo-a ardentemente: poder habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, contemplando a beleza do Senhor e orando no seu templo» (v. 4). Esperemos que o Senhor nos ajude a contemplar a sua beleza, tanto na natureza como nas obras de arte, assim como a sermos sensibilizados pela luz da sua face, a fim de que também nós possamos ser luzes para o nosso próximo. (Arte e Oração, Audiência Geral 31 de agosto de 2011, Papa Bento XI).