Por que alguns fatos que acreditamos não estão escritos na Bíblia?

by Ana Paula Barros - novembro 30, 2018

Simples, a Bíblia tem um único objetivo: mostrar o plano de salvação de Deus Pai através do seu Primogênito Jesus Cristo. Os outros personagens são secundários.

Assim, é claro que não existe relato da assunção da Santa Virgem ou da crucificação de Santo André numa cruz em forma de x ou de Bartolomeu que foi surrado, esfolado e depois crucificado ou de Tiago Menor que foi apedrejado ou de Tiago Maior que foi decapitado ou de Judas Tadeu que foi apedrejado até a morte ou de Mateus que foi perfurado por lanças ou de Filipe e Simão, o Zelota, que foram crucificados ou de Matias, escolhido no lugar de Judas, o traidor, que foi crucificado.

Enfim, acredito que me fiz entender.

São João diz, no fim do seu evangelho, que muito mais coisas aconteceram do que foi relatado e que seriam necessários muitos livros para descrever. Será mesmo que tudo que aconteceu depois da subida de Jesus aos Céus poderia ser relatado nos Atos e nas Cartas? São João teve dificuldade de escrever sobre 3 anos, dificuldade justificada, ele passou 3 anos com Deus feito carne ao seu lado! Será que seria fácil descrever 30, 40 anos de trabalhos de evangelização? Seja pela perseguição, seja pela humildade, pela pressa de evangelizar, pela doação de si a Jesus, seja pelo caráter sobrenatural do que aconteceu nas obras de evangelização e na formação das primeiras comunidades...relatar tudo é muito difícil, além do fato que não era a intenção deles falar sobre o que acontecia com a vida deles, mas o que Deus fazia na Igreja, nas comunidades e como as pessoas acreditavam em Jesus, da forma mais efetiva e sucinta possível.

Por isso temos a Santa Tradição, o conhecimento que passa de geração em geração. E que, é claro, não cabe a nós escolher no que acreditar como quem escolhe doce na padaria. Aconteceu e foi passado através das gerações, como uma herança, um legado, que devemos guardar e preservar.

Texto publicado em 11 de junho no Instagram e republicado pelo site Aleteia em 12 de junho