O CAMINHO DA LUXÚRIA PARA A PUREZA

by - junho 04, 2018


combatendo a luxúria e a masturbação


De súbito começaram a aparecer dúvidas sobre masturbação na minha caixa de e-mails e direct das redes sociais. Me perguntei a princípio qual seria razão, já que nunca falei desse tema diretamente, nem em palestras, nem em posts, nem em lugar algum. Mas aí de súbito, novamente, me veio a luz que deve ser por falar frequentemente da castidade, da pureza e da modéstia.

Atualmente, principalmente aqui no Brasil, temos enfim nos atentado a essa virtude esquecida da modéstia e por consequência torna-se obrigatório falar da castidade e da pureza. O caminho dessas virtudes levam a uma purificação da sexualidade e da afetividade, assim o conflito se torna mais claro para àqueles que se encontram escravos desse vício.

No Brasil, por questões culturais e pelo declínio dos valores cristãos, temos uma sociedade que enaltece a luxúria e a imodéstia. Não devemos nos esquecer que vivemos em um país que é representado por uma festa chamada "Carnaval", em que as pessoas simplesmente saem nuas pelas ruas em espetáculos caros e eufóricos, temos portanto que reconhecer que essa deturpação, essa exaltação da lascividade perverteu o nosso povo e a vivência de um catolicismo autêntico. É de conhecimento geral que a luxúria é uma das portas da corrupção e nós não só a temos aberta na sociedade, como se tornou uma marca do nosso povo. 

Dessa forma, toda luta contra a luxúria, através da vivência da modéstia, da castidade e da exaltação da pureza enfrentará percalços grandes em tal realidade. 

Escrevo tal coisa baseada na fala dos Padres do Deserto sobre o demônio da luxúria, que transcrevo aqui: 

"O demônio da luxúria força a desejar outros corpos. Ele ataca cruelmente os que praticam a continência, para que a abandonem, já que não leva a nada. Enlameia a alma e a seduz a ações vergonhosas. Fá-la pronunciar certas palavras e tornar a ouvi-las, como se o objetivo estivesse visível e presente" (Pratikós*, 8)

Ou seja, segundo os monges esse demônio age através da fantasia e da ilusão. Assim podemos avaliar o tamanho da escravidão de alguém que vive alimentado por ele, assim como, de um povo que se nutre de tais comportamentos como divertimento cultural. Essa escravidão, apatia e estado de alienação, que se estende a diversas áreas da sociedade, é nutrido pelo comportamento de fornicação, masturbação, relações sexuais desregradas e outros.

Acredito que com o escrito acima, se torne mais claro o território desse combate que muitos se prontificam a lutar sem nenhuma real percepção do campo de batalha. No entanto, acredito ser necessário falar de atitudes práticas, para isso compartilho com você o testemunho de Everett Fritz da Pastoral Juvenil Católica de Denver, Colorado. Ele é bacharel em Teologia pela Universidade Franciscana de Steubenville. 

"A batalha levou tempo, mas houve várias coisas que aprendi enquanto lutava com meu próprio pecado sexual:

Sem a graça a Pureza é impossível: Quando tentei parar pela primeira vez, falhei rotineiramente. Foi só quando comecei a rezar que comecei a encontrar alguma força e apoio. Comecei a me voltar para os sacramentos como um lugar de "prestação de contas" e apoio e logo percebi que, embora os grilhões dos meus pecados não fossem algo que eu pudesse quebrar por conta própria, com a graça de Deus, encontrei forças que eu não sabia que tinha.

Se vence a batalha na mente: a masturbação e outros pecados sexuais são maus hábitos - e, como qualquer mau hábito, às vezes leva apenas algumas semanas para mudar o hábito. A verdadeira batalha está na mente. Antes que a ação aconteça, a imaginação leva a pessoa à luxúria e a ação do pecado sexual segue os pensamentos que a precederam. Para interromper a ação, você precisa lutar em sua mente. É possível fazer isso com sucesso eliminando pornografia, shows inúteis e comportamentos solitários e substituindo-os por amizades positivas, encorajando o uso de mídia, mensagens, leituras e hábitos saudáveis. Como uma desintoxicação. 

Você encontrará confiança toda vez que vencer uma batalha. Quanto mais você derrotar a tentação, mais você encontrará confiança de que poderá ganhar cada vez que a tentação chegar. A princípio, a batalha contra a luxúria é muito difícil, porque você não está acostumado a resistir à tentação. Toda vez que você vence uma batalha, sua confiança aumenta e o poder da tentação diminui. Se você vencer a batalha de forma consistente, a tentação perderá o poder e, eventualmente, desaparecerá quase completamente.

É melhor do outro lado da batalha. Jamais esquecerei o momento em que percebi que essa luxúria habitual não tinha mais poder sobre mim. Foi a liberdade que mudou minha vida. A experiência de alegria e liberdade foi tão tangível que entreguei toda a minha vida a Deus - descobri o amor de Deus em minha vida e Suas bênçãos eram muito maiores do que as cadeias de dependência que me haviam escravizado durante anos."

Acrescenta-se a isso as seguintes atitudes:

- Jejum: como forma de mortificação, mas também como caminho de arrependimento que leva a humildade e ela afasta qualquer vício (mais sobre isso aqui). 
- Disciplina: observar os horários de alimentação, se acorda e dorme no mesmo horário, qualidade e quantidade do que come (mais sobre isso aqui).
- Prudência: se afastar de qualquer estímulo que possa nutrir a imaginação e levar à queda, não ficar muito tempo na cama sem fazer nada.
- Confessar-se com clareza, até mesmo os pensamentos, já que à queda é preparada no pensamento é vencer meia batalha desvendá-los o que também leva a humildade que afasta os vícios (mais sobre aqui). 
- Comunhão: mesmo que seja preciso confessar-se mil vezes na semana, esteja na graça para receber Jesus Eucarístico, ao menos uma vez por semema, mas se puder mais vezes muito melhor.
- Adoração à Jesus Eucarístico: visite o sacrário mais vezes.

Espero que seja útil,
Paz e Bem,
Ana

*Esse livro foi escrito por Evágrio Pontico, por volta de 350 à 390 no Egito, nele o monge faz uma descrição de cada uma das 08 Doença Espirituais. Estes relatos deram origem ao que hoje chamamos 07 pecados capitais adaptados pelo Papa Gregório Magno. Atualmente é possível somente encontrar alguns pontos do texto original através de pesquisa.


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