Igreja Primitiva e Maria, Mãe de Deus - Inicio da Honra a Maria na Sagrada Tradição

by - junho 25, 2018


Igreja Primitiva e Maria, Mãe de Deus - Inicio da Honra a Maria na Sagrada Tradição

Todos os cristãos tem um fascínio pela Igreja primitiva. E em relação a ela encontramos os primeiros fundamentos e ensinamentos da Santa Tradição.

Nesse texto vemos uma das facetas da Santa Tradição sob a qual nasceu o Cânon Bíblico, no séc. II do cristianismo. 

Ainda estudando a igreja primitiva cristã, vemos o início da veneração e honra a Maria.

É importante lembrar que isso esta nas bases da Santa Tradição, pois já esta presente nos primeiros séculos do cristianismo. Também é importante lembrar que a Bíblia saiu da Santa Tradição, que já havia vida cristã de dois séculos quando houve a necessidade de fazer um livro para facilitar a Evangelização (e fazer frente aos grupos que diziam que Jesus não era Deus e coisas similares), no entanto, esse livro tem a intenção de apresentar Jesus, desde o início até o fim dos tempos, sendo este o fim, outras facetas da Santa Tradição não tinham razão de serem abordadas diretamente, no entanto, estão lá e basta um olhar cristão puro e guiado pelo Espírito Santo, o mesmo que nos sustentou na Tradição por dois séculos, sem a Bíblia.

Patrística: Maria


Assim é fácil encontrar relatos no que se refere ao papel de Maria no plano da Salvação, já nos primeiros séculos, referências feitas pelos Santos Padres, no que chamamos Patrística:

"Consequentemente a este plano, Maria Virgem nos aparece obediente, ao dizer: Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Eva, porém, foi desobediente, embora ainda fosse virgem. Do mesmo modo que Eva, tendo Adão por esposo, desobedeceu e tornou-se causa de morte para si e para todo o gênero humano, assim também Maria, tendo um varão predestinado e, contudo, permanecendo virgem, obedeceu e tornou-se para todo o mundo causa de salvação." (ENCHIRIDION PATRISTICUM, N° 224).
"Assim como Eva, seduzida pela palavra do maligno, para que se afastasse de Deus, pecou contra a palavra d'Este, assim Maria, evangelizada pela palavra, mereceu trazer a Deus. E se aquela desobedeceu a Deus, esta foi obediente a Ele, para que a Virgem Maria se tornasse advogada de Eva." (ADVERSUS HAERESES L. 5, cap. 19).


As duas afirmações pertencem a S. Irineu bispo de Lião na França, Morreu em 202. Foi discípulo de Policarpo que fora discípulo de S. João. Sendo assim uma referência próxima daquele que foi chamado de discípulo amado, que viu, ouviu e conviveu com o Verbo de Deus feito carne.
"Deus recuperou, por um desejo de emulação, a sua imagem e semelhança, arrebatadas pelo demônio. Em Eva, virgem, insinuou-se a palavra que gerou a morte. É também numa virgem que devia nascer o Verbo que gerasse a vida, a fim de que a humanidade, perdida pelo sexo feminino, recebesse a salvação por esse mesmo sexo. Eva creu na serpente, Maria acreditou em Gabriel. A falta cometida pela credulidade de uma foi destruída pela fé da outra."(ENCHIRIDION, N° 358 - Tertuliano, séc. 3).
O escritor do terceiro século Orígenes, filho do mártir Leônidas, morreu em Cesária pelas perseguições do imperador Décio, diz:
"Esta virgem Maria é chamada mãe do Filho único de Deus. Digna mãe de um digno Filho; mãe imaculada de um Filho santo e imaculado; mãe única de um Filho único. Tomai a Maria como um trono celeste que se vos dá a guardar, diz o anjo a José, como todas as riquezas da divindade, como a plenitude da santidade, como uma justiça perfeita. Tomai-a e guardai-a, como residência do Filho único de Deus, como seu templo honorável, como o dom de Deus, como a morada imaculada do real e celeste esposo." (Apud. A. Nicolas - LA VIERGE MARIE ET LE PLAN DIVIN, tomo 4° págs.l03-104).
Catacumbas de Priscila, Roma - Séc. III


E ainda podemos encontrar:
Santo André diz: “Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu.” (Sto Andreas Apost. in transitu B. V., apud Amad.).
São João diz: “Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu à luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana.” (S. João Apost. Ibid).
Assim, vemos que falar Maria é Mãe de Deus é uma afirmação de fé. Haviam muitos que, nos primeiros séculos, não acreditam que Jesus era Deus! Nessa frase esta todo o testemunho da Encarnação do Verbo de Deus, da Divindade de Jesus, do nascimento de Deus em forma humana para o único objetivo de nos remir. Ou seja, é a Verdade. Maria é mãe de Jesus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo de Deus que se carne e habitou no meio de nós, o Emanuel o Deus conosco.
S. Tiago: “Maria é a Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus” (S. Jac. in Liturgia).
 S. Dionísio Areopagita: “Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes.” (S. Dion. in revel. S. Brigit.)
Orígenes (Sec. II) escreve: “Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe” (Orig. Hom. I, in divers.)
Santo Atanásio diz: “Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta.” (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.).
Santo Efrém: “Maria é Mãe de Deus sem culpa” (S. Ephre. in Thren. B.V.).
S. Jerônimo: “Maria é verdadeiramente Mãe de Deus”. (S. Jerôn. in Serm. Ass. B. V.).
Santo Agostinho: “Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus”. (S. Agost. in orat. ad heres.).
Catacumbas de Comodila


Assim, vemos que falar "Maria é Mãe de Deus" é uma afirmação de fé. Haviam muitos que, nos primeiros séculos, não creram que Jesus realmente é Deus (os arianistas por exemplo)! Nessa sentença esta todo o testemunho da Encarnação do Verbo de Deus, da Divindade de Jesus, do nascimento de Deus em forma humana para o único objetivo de nos remir. Ou seja, é a Verdade. Maria é mãe de Jesus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo de Deus que se fez carne e habitou no meio de nós, o Emanuel - o Deus conosco. 

Portanto, fica claro a verdade já enraizada na Igreja desde os primeiros séculos é uma total estranheza afirmar o desejo de viver no ardor de fé dos cristãos primitivos sem essa face da Santa Tradição ou mesmo sem a Santa Tradição.

Fique em paz e muita saúde,
Gratidão por ler,

Ana Paula Barros
Salus in Caritate 







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